A morte de Geraldo Pereira depois de triste luta em bar da Lapa
Por Flávio Bittencourt Em: 13/07/2012, às 07H54
[Flávio Bittencourt]
A morte de Geraldo Pereira depois de triste luta em bar da Lapa
"Satanizar" Satã não seria adequado, mas, ao que tudo indica, glorificar o capoeirista João Francisco dos Santos Sant´Anna seria pior ainda.
"THE BUTTON IS ON THE TABLE"
(NOME DE LIGA DE FUTEBOL DE MESA
DO BRASIL, 2011)
JOGADOR DE BOTÃO (ou FUTEBOL DE MESA)
AJEITA O GOLEIRO PARA DIFICULTAR QUE O
ADVERSÁRIO CONSIGA ACERTAR A PEQUENA
BOLA OU DADINHO ENTRE OS POSTES DA
META POR ELE - e por seu goleiro - CUIDADOSAMENTE
DEFENDIDA
(sobre o referido goleiro de futebol de mesa:
é fabricado em indústria de brinquedos ou
pelo próprio menino, com caixa de fósforos
cheia de chumbo e decorada com uniforme
de goleiro):
FUTEBOLISTAS-HERÓIS BRASILEIROS DE 1958 (COPA DO MUNDO,
SUÉCIA) EM VERSOS DE CAIXAS DE FÓSFOROS: ZITO, DIDI, VAVÁ E
O GOLEIRO GILMAR
(http://crffutmesa.wordpress.com/)
(http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-227074003-caixa-de-fosforo-fiat-lux-domino-_JM)
IMPRESSOS ("uniformes") PARA A TRANSFORMAÇÃO
DE CAIXA DE FÓSFOROS (COM CHUMBO EM SEU INTERIOR) EM GOLEIRO DE
JOGO DE BOTÃO (FUTEBOL DE MESA):
(http://botao.zamorim.com/?p=110)
MARCA DE ANTIGA FÁBRICA
INGLESA DE FÓSFOROS
(marca [NOME PUBLICITÁRIO]
que hoje pertence à multinacional
sueca Swedish Match, com sede
em Estocolmo [PROPRIETÁRIA,
ATUALMENTE DA COMPANHIA FIAT LUX,
NO BRASIL]:
(http://en.wikipedia.org/wiki/Bryant_and_May)
PEÇAS DE DOMINÓ ESTAMPADAS
NO VERSO DE CAIXAS DE FÓSFOROS
MARCA FIAT LUX:
(http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-227074003-caixa-de-fosforo-fiat-lux-domino-_JM)
RIO DE JANEIRO, NA PRIMEIRA
METADE DO SÉCULO PASSADO (séc. XX):
A MAIS FAMOSA PRAIA DO MUNDO,
A DE COPACABANA, COM O COPACABANA
PALACE HOTEL - da Família Guinle - JÁ ERGUIDO
(antes de o muito bronco presidente Dutra ter
fechado os cassinos no Brasil),
SENDO QUE NOS FUNDOS DO MESMO HOTEL
(NA AV. NOSSA SENHORA DE COPACABANA)
ESTÁ A ENTRADA DE SEU HISTÓRICO
TEATRO:
(http://www.sewalot.com/moldacot_perfect_pocket_portable.htm)
BILHETE ANTIGO DO PRADO DO RIO GRANDE DO SUL
(em Porto Alegre, possivelmente), EXTRAÇÃO: 7.9.1968:
(http://www.loterofilia.com.br/loteria-federal-do-brasil/extracoes/1968/09/sweepstake-196809/view)
A PEÇA ESTUPENDA DE JOÃO BETHENCOURT
INTITULADA FRANK SINATRA 4815, SENDO
APRESENTADA NO TEATRO DO COPACABANA PALACE
HOTEL:
(http://www.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/serie-depoimentos/textos)
"A MAGNÍFICA COMÉDIA TEATRAL DO
SAUDOSO DRAMATURGO JOÃO BETHENCOURT
FRANK SINATRA 4815 TEM EM SEU TÍTULO O
NOME DE UM CAVALO QUE, na ficção bethencouriana,
CORRIA O GRANDE PRÊMIO BRASIL ("Frank Sinatra",
em homenagem ao grande cantor estadunidense
que era colega e amigo de Tom Jobim), SENDO O
NÚMERO 4815 UM FAMOSO BILHETE DE APOSTA
AO QUAL O NOME VITORIOSO CAVALO DE CORRIDA
Frank ERA LOTERICAMENTE ASSOCIADO"
(Coluna "Recontando estórias do domínio público")
no Hipódromo C. JARDIM:
http://www.jockeysp.com.br/n_replay.asp?v=CJ030312P08.wmv&p=008&r=101&d=03/03/2012&nome=C.JARDIM
MUITO BEM TRATADO NUM DOS HARAS [*]
BRASILEIROS É O PODEROSO ANIMAL
GRAPETTE REPETE:
"GP JOÃO BORGES FILHO (G2):
AVATTORE - STUD GRENOBLE
ANAKIN - STUD RIO DOIS IRMÃOS
GODSMUSTBECRAZY - HARAS DOCE VALE
GOLD SEAL - STUD COLORADO DOS PAMPAS
GRAPETTE REPETE - HARAS DOCE VALE
TIMEO - STUD YATASTO
TÔNEMAÍ - STUD LECCA
UNO SOLO - STUD G.M.E.S"
(http://ritaturfe.blogspot.com.br/2012_03_25_archive.html)
[*] - Como se sabe, vivem e
são tratados nos haras cavalos
de corrida.
"QUEM BEBE GRAPETTE, REPETE"
(SLOGAN DE REFRIGERANTE DE SUCO DE UVA,
ANOS 1960)
(http://ritaturfe.blogspot.com.br/2012_03_25_archive.html)
"FÓSFOROS: UMA LEGIÃO A SEU SERVIÇO!"
(OUVIDO EM ANTIGO COMERCIAL [filme publicitário] DOS FÓSFOROS
MARCA OLHO, PINHEIRO E BEIJA-FLOR, QUE
REPETIDAMENTE, NOS ANOS 60, IA AO AR, PELA TV BRASILEIRA)
Jingle Grapette 60's,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=UE5GG4pDI8Y&feature=related
"Grapette Repete e Hunka Hunka [NOMES DE CAVALOS DE CORRIDA] vencem G2 na semana
Nesta semana, dias 01, 02, 03, 04 e 05 de Março de 2012, o Vale do Itajara obteve três vitórias e todas elas de animais treinados por V. Nahid.
A primeira conquista aconteceu no Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, em São Paulo, na disputa do Grande Prêmio Piratininga - G2, o 8º páreo da reunião, prova que foi vencida pelo cavalo Grapette Repete (Know Heights e Buy Me Love por Jules).
E Domingo, no Hipódromo da Gávea, cravaram-se os outros dois vencedores da semana. A primeira vitória apareceu logo no 1º páreo, com o cavalo Baklava (Yagli e Basket Case por Jolly Quick). A segunda conquista do dia foi alcançada, no 7º páreo, pela ótima égua Hunka Hunka (Wild Event e Uff-Uff por De Quest) que mesmo atuando contra o machos, venceu o Grande Prêmio Presidente Arthur da Costa e Silva - G2.
Com as vitórias de Grapette Repete e Hunka Hunka o Vale do Itajara chegou ao número de 281 conquistas em provas de grupo."
(http://www.itajara.com/noticia/222-grapette-repete-e-hunka-hunka-vencem-g2-na-semana.html)
OSWALDINHO DA CAIXA DE FÓSFORO,
PRODUZINDO O ESTUPENDO SOM
QUE ERA "MARCA REGISTRADA" DO
AUTOACOMPANHAMENTO (percussão)
DO CANTOR CYRO MONTEIRO:
(http://www.carox.blogger.com.br/2010_01_01_archive.html)
Madame Fulano De Tal - Nelson Gonçalves,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=bFI536LVnJI&feature=related
CYRO MONTEIRO:
MARAVILHOSA, INESQUECÍVEL
E EMBLEMÁTICA PERCUSSÃO COM
CAIXA DE FÓSFOROS:
(http://www.lastfm.com.br/music/Cyro+Monteiro)
Comercial antigo Fósforos Fiat Lux,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=KKZXnVZaTjI
"HÁ 3 DIAS, NESTA MESMA COLUNA DO PORTAL ENTRETEXTOS,
FOI RECONTADA UMA DAS MAIS IMPRESSIONANTES ESTÓRIAS
ATÉ HOJE CONTADAS E RECONTADAS: NELSON GONÇALVES
NOCAUTEOU, EM BRIGA DE BAR, O bamba da área [**];
POIS NA MÚSICA (CUJO AUTOR É O SAUDOSO
GERALDO PEREIRA [que morreu em 1955, infelizmente, depois
de brigar com o célebre Madame Satã, como adiante será
devidamente visto]) ABAIXO INTERPRETADA
PELO IMORTAL CYRO MONTEIRO, HÁ O SEGUINTE VERSO:
"(...) JÁ FOI NO MORRO DOS MACACOS
JÁ BATEU NUM BAMBA (...)
[http://pegacifras.uol.com.br/cifras/geraldo-pereira/escurinho_10550.html]"
(COLUNA "Recontando...")
[**] - O SENHOR MALANDRO QUE ERA CONHECIDO COMO
MIGUELZINHO DA LAPA ["(....) Foi na Lapa que Nelson [NELSON GONÇALVES] surrou o temido bandido Miguelzinho (fato que entrou pros anais da Boemia) e, como testemunha, teve Madame Satã (...)"]; se tiver tempo e interesse, Vª. Srª pode ler a nossa despretensiosa matéria concernente acessando:
Cyro Monteiro - Escurinho - Falsa Baiana - Que samba bom (1968) ,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=aEkGbOTQYAg&feature=endscreen&NR=1
(http://www.zinabre.com/zinablog/categoria/petiscos)
Roberta Miranda - Vá com Deus,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=nf53py346Wo
"Traira sem espinha no Distrito Federal
Meu amigo [AMIGO DO RESPONSÁVEL PELO SITE ZINABRE PONTO COM] Jaison de Souza/Rio do Sul, esteve em Brasília final do ano passado e foi recomendado visitar um restaurante simples que serve com louvor esse tão famoso peixe de água doce.
Comenta ele que o lugar é muitíssimo bem frequentado, fica na Vila Planalto e tem telhado de zinco com água sendo jorrada o tempo todo para amenizar o calor. Não sei se é o mesmo restaurante, mas achei uma reportagem no PEGN dizendo que o restaurante vende 3 toneladas de traira por mês!
Esse é um post do Leitor [DO site ZINABRE PONTO COM / categoria Petiscos] (...)
(http://www.zinabre.com/zinablog/categoria/petiscos)
HAICAI DO DIA (OU
DA VÉSPERA)
[Não guarda relação
com a música de Geraldo PInheiro
adiante mostrada, mas com as
músicas românticas ontem ouvidas,
em performance exemplar, ao vivo,
de cantor e tecladista cujo nome será aqui
informado, profissional que se apresenta
nas noites de quinta-feira no
RESTAURANTE TRAÍRA SEM ESPINHA,
Vila Planalto, Brasília-DF]:
Música romântica
Eu te amo, vá com Deus
Roberta Miranda
(Flávio Bittencourt,
ontem à noite)
"Falsa Baiana
(letra da música)
Geraldo Pereira
Baiana que entra no samba e só fica parada
Não samba, não dança, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
Deixando a moçada com água na boca
A falsa baiana quando entra no samba
Ninguém se incomoda, ninguém bate palma
Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba
Salve a bahia, senhor
Mas a gente gosta quando uma baiana
Samba direitinho, de cima embaixo
Revira os olhinhos dizendo
Eu sou filha de são salvador
(http://letras.mus.br/geraldo-pereira/415457/)
"EIS O QUE A BAIANA TEM:
SIMPATIA, ELEGÂNCIA,
EXTRAORDINÁRIA BELEZA,
INTELIGÊNCIA E CAPACIDADE
PARA VENCER CONCURSOS
DE MISS NO BRASIL E NO
MUNDO INTEIRO"
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")
VERDADEIRA BAIANA:
SENHORITA GABRIELA MARCELINO,
MISS BAHIA 2011:
"(...) Miss Brasil 2011; segunda colocada é a miss Bahia Gabriela Marcelino"
DE VANESSA LIMA,
BAIANA COM VASO NA CABEÇA - Série "Baianas" - Acrílica sobre tela,
40cm x 30cm:
(http://vanessalima.arteblog.com.br/123178/Baiana-com-vaso-na-cabeca/)
VERDADEIRA BAIANA:
GABRIELA MARCELINO ROCHA,
Miss Bahia 2011, segunda colocada
no Concurso Miss Brasil daquele ano:
(http://olhardemiss.blogspot.com.br/2011/04/gabriela-marcelino-rocha-miss-bahia.html)
GAL COSTA - FALSA BAIANA [MÚSICA DE GERALDO PEREIRA]
(GAL TROPICAL MONTREUX 1980),
Youtube,
http://www.youtube.com/watch?v=tTZGCckWmQs
"(...) Aí eu [MADAME SATÃ (1900 - 1976)] perdi a paciência, dei um soco nele [EM GERALDO PEREIRA (1918 - 1955)]: caiu com a cabeça no meio fio e morreu. Mas ele morreu por desleixo médico, porque foi para a assistência ainda vivo. "
(MADAME SATÃ, DEPOIMENTO A O PASQUIM, TRECHO REPRODUZIDO EM ARTIGO
DE RAPHAEL VIDIGAL, DIVULGADO NO IMPORTANTE BLOG DE ACIR ANTÃO)
LÁZARO RAMOS,
TRABALHANDO (como ator, uma vez que
L. Ramos jamais foi lutador profissional):
"(...) Seu encontro [O ENCONTRO DE MADAME SATÃ] e sua briga com Geraldo Pereira naquele dia fatídico do mês de maio de 1955 hoje estão envoltos em lendas, disse-me-disse, meias verdades e que tais.
Depois disseram que o compositor já estava muito doente, emagrecendo a olhos vistos; disseram até mesmo que, quando de seu aniversário, em abril desse ano, passara mal no banheiro, com crises de vômito. Diziam também que já vinha evacuando sangue há algum tempo e que seu fígado estava em frangalhos, o que era de se esperar pela vida desregrada que levava.
Uma das versões conta que sua morte aconteceu logo depois de uma briga de bar - por causa de um copo de chope - com Satã, que, como vimos, ostentava a fama de valente. Depois da discussão no Restaurante Capela, na Lapa, Satã teria acertado um soco no rosto de Geraldo Pereira, que, bêbado, perde o equilíbrio e cai na calçada, na porta do bar. Com a queda, bate com a cabeça no meio-fio, ficando desacordado, sendo carregado para o Hospital dos Servidores, onde morreu dois dias depois de "hemorragia intestinal reincidente". Muitos de seus amigos, porém, garantem que ele morreu de câncer.
Madame Satã assim contou para o Pasquim o incidente com Geraldo Pereira:
"Eu entrei no Capela, estava sentado tomando um chope. Ele chegou com uma amante dele (ainda vive essa mulher), pediu dois chopes e sentou ao meu lado. Aí tomou uns goles do chope dele e cismou que eu tinha que tomar o chope dele e ele quis tomar o meu copo, e eu disse pra ele: "Olha, esse copo é meu";.
Aí ele achou que aquele copo era dele e não era o meu. Então peguei meu copo e levei para a minha mesa. Aí ele levantou e chamou pra briga. Disse uma porção de desaforos de palavras "obicênias", eu não sei nem dizer essas coisas. Aí eu perdi a paciência, dei um soco nele: caiu com a cabeça no meio fio e morreu. Mas ele morreu por desleixo médico, porque foi para a assistência ainda vivo."
Contando com apenas 37 anos, e de maneira inglória, assim morreu um dos maiores compositores da fase de ouro da música popular brasileira."
(RAPHAEL VIDIGAL, TEXTO DIVULGADO EM 1º.5.2011 NO BLOG DE ACIR ANTÃO,
http://acirantao.blogspot.com.br/2011/05/hora-do-coroa.html)
(http://acirantao.blogspot.com.br/2011/05/hora-do-coroa.html)
Dois são os motivos que fazem de Geraldo Pereira um dos maiores sambistas de todos os tempos. Primeiro: ele foi o mais brilhante cultor do samba sincopado. Segundo: em suas letras, atuou como um atilado cronista do Rio de Janeiro de sua época. Vamos às explicações. Na linguagem técnica das partituras, síncope significa prolongar o som de um tempo fraco num tempo forte que vem a seguir. É difícil explicar esse recurso em bom português, sem um instrumento na mão, mas o fato é que ele resulta num ritmo puladinho, requebrado, brejeiro, o chamado samba de gafieira, em oposição ao das escolas de samba.
O ritmo sincopado é também a alma da bossa nova e, não por acaso, nos anos 60, João Gilberto gravou “Bolinha de papel”, de Pereira, comentando na época que ele fora “um inovador sem ter consciência disso”. Pode-se conhecer o compositor através de algumas gravações posteriores de músicas suas. Em 1990, Chico Buarque gravou “Sem compromisso” e, em 1997, foi a vez de Olívia Byington interpretar “Escurinho”, um de seus maiores sucessos, lançada originalmente por Cyro Monteiro. Gal Costa gravou duas versões de outro grande êxito de Pereira, “Falsa baiana”, porém com andamento lento, bem diferente do original.
Como letrista, Geraldo Pereira retratava a vida da malandragem (ele próprio um autêntico representante dela ) e das classes menos favorecidas do Rio de Janeiro, aquela dos morros e dos subúrbios. Seus sambas não enfocam a classe média, como os de Noel Rosa (“Conversa de botequim”, “Coisas nossas”). Falavam de gente humilde. Como a antológica “Acertei no milhar”, um dos maiores sucessos de Moreira da Silva, em que o personagem sonha que ganhou na loteria e compra “um avião azul/para conhecer a América do Sul”. Na poesia de Geraldo Pereira há lugar para o amor, mas nunca do tipo romântico ou derramado, como o de Lupicínio Rodrigues. Ao cantar que deseja uma mulher, ele não faz rodeios: “Escurinha/tu tens que ser minha/de qualquer maneira/te dou meu boteco/te dou meu barraco/que tenho no morro de Mangueira.” Em músicas e letras, Geraldo Pereira criou um estilo próprio, inconfundível, que lhe valeu a posteridade.
(OKKY DE SOUZA, artigo extraído do
DICIONÁRIO CRAVO ALBIM DE MPB online /
VERBETE "GERALDO PEREIRA" / Crítica,
http://www.dicionariompb.com.br/geraldo-pereira/critica)
"QUANDO, NA LAPA OU EM OUTRO LUGAR DA
BOEMIA CARIOCA, AS PESSOAS COMEÇAVAM A FALAR DA
MORTE DE GERALDO PINHEIRO, ERA COMUM ACONTECER
O SEGUINTE: OS OUVINTES DA MESA DE BAR FICAM SILENCIOSOS E
MUITO ATENTOS E O CONTADOR DA ESTÓRIA FALAVA DEVAGAR,
EM TOM (baixo) DE SOFRIMENTO E MUITO RESPEITO, SEMPRE
EXPRESSANDO DRAMATICIDADE E PESAR PELA
ENORME TRISTEZA DO ACONTECIDO"
(Coluna "Recontando...")
13.7.2012 - "Satanizar" João Francisco dos Santos não parece razoável, mas glorificar Madame Satã seria pior ainda - A triste morte de Geraldo Pereira. F. A. L. Bittencourt ([email protected])
HOMENAGEANDO AS GLORIOSAS MEMÓRIAS DE GERALDO PEREIRA,
JOÃO BETHENCOURT E
CYRO MONTEIRO E ABRAÇANDO FRATERNALMENTE TODOS OS PROFISSIONAIS
QUE TRABALHARAM, TRABALHAM E TRABALHARÃO NA FÁBRICA DE FÓSFOROS
FIAT LUX, ATUALMENTE, MARCA DE SWEDISH MATCH DO BRASIL: todos vivem!
DICIONÁRIO CRAVO ALBIM
DE MPB:
"Geraldo Pereira
Geraldo Theodoro Pereira
23/4/1918 Juiz de Fora, MG
8/5/1955 Rio de Janeiro, RJ
Compositor. Cantor.
Filho de Sebastão Maria e de Clementina Maria Teodoro. Tinha três irmãos. Em 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro para morar com o irmão mais velho, Manoel Araújo, conhecido como Mané-Mané e que morava no Santo Antônio, Morro de Mangueira. Passou a trabalhar como ajudante do irmão no balcão de uma tendinha mantida por ele no Buraco Quente, localidade do Morro da Mangueira.
Em 1931, passou a estudar na Escola Pará, em Vila Isabel, posteriormente Escola Olímpia do Couto, onde fez o curso primário. Nessa época, conheceu Buci Moreira, Padeirinho e Fernando Pimenta, que tinham idade semelhante a sua e que se tornariam futuros sambistas.
Pouco tempo depois, deixou de trabalhar na tendinha o irmão e empregou-se como soprador de vidro na fábrica de vidro José Scaroni, na Rua Gonzaga Bastos, lá permanecendo por pouco tempo. Já nessa época, participava de rodas de samba no Morro da Mangueira na casa de Alfredo Português.
Aos 18 anos de idade, tirou sua carteira de motorista, empregando-se na Prefeitura do Rio de Janeiro, no volante do caminhão de limpeza urbana, emprego que manteve por toda a vida. Aprendeu a tocar violão com Aluísio Dias e Cartola. Por volta de 1940, conheceu Isabel, grande amor de sua vida, musa inspiradora de sambas como "Acabou a sopa", gravado em 1940 por Ciro Monteiro e "Liberta meu coração", gravada em 1947 por Abílio Lessa.
Morreu de hemorragia intestinal, aos 37 anos, em conseqüência de uma briga num bar da Lapa com o lendário malandro "Madame Satã".
Em 1938, aos 20 anos de idade, compôs o samba "Farei tudo", em parceria com Fernando Pimenta, proibido pela censura, porque seus versos foram considerados excessivamente ousados para a época. A partir de então, começou a fazer seus primeiros trabalhos musicais, inspirado no movimento denominado "samba do telecoteco", do qual Ciro de Souza era um dos principais articuladores. Em 1939, teve sua primeira música gravada, o samba "Se voce sair chorando", com Nelson Teixeira, registrado por Roberto Paiva, na Odeon. Esse samba foi finalista no Concurso de Músicas Carnavalescas do Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, do Governo Getúlio Vargas, tendo sido tocado nas rádios e cantado nas ruas do Rio de Janeiro, projetando seus autores no meio artístico carioca. Ao fazer o arranjo para o samba, Pixinguinha pediu ao cantor Roberto Paiva que o apresentasse ao autor, pois a originalidade da melodia o havia impressionado imensamente.
De 1940, é o samba de breque "Acertei no milhar" que, segundo pesquisadores, tem letra e melodia de Wilson Batista, constando o nome de Geraldo Pereira na parceria a pedido de Moreira da Silva, que gravou o samba nesse ano pela Odeon. Também nesse ano, Cyro Monteiro gravou na Victor o samba "Acabou a sopa",com Augusto Garcez. No ano seguinte teve nova parceria com Augusto Garcez gravada por Cyro Monteiro, o samba "Ela não teve paciência". Também nesse ano, Aracy de Almeida gravou na Victor o samba "Falta de sorte", com Marino Pinto; Roberto Paiva, também na Victor, o samba "Lembras-te daquela zinha?", com Augusto Garcez, e Isaura Garcia na Columbia o samba "Pode ser?", com Marino Pinto, cuja letra fez inspirado em sua musa Isabel.
Em 1942, Patrício Teixeira gravou o samba "Adeus", com Augusto Garcez; Cyro Monteiro, "Quando ela samba", com J. Portela e "Até quarta-feira", com Jorge de Castro e, Roberto Paiva o samba "Tenha santa paciência", com Augusto Garcez, os três na Victor. Nesse ano, o grupo Quatro Ases e um Coringa gravou na Odeon o samba "Ai que saudade dela", com Ari Monteiro; Moreira da Silva o samba "Voz do morro", parceria dos dois e Dircinha Batista na Odeon o choro "Sinhá Rosinha", com Célio Ferreira.
Teve gravado por Moreira da Silva na Odeon, em 1943 o "Samba pro concurso", com Moreira da Silva e por Odete Amaral, na mesma gravadora, o samba "Jamais acontecerá", com Djalma Mafra. Nesse ano, fez grande sucesso com o samba "Você está sumindo", com Jorge de Castro, gravado por Ciro Monteiro, seu grande intérprete, amigo e protetor. Neste mesmo ano, apresentou-se no programa "Vesperal das moças", na Rádio Tamoio do Rio de Janeiro. Fez algumas apresentações esporádicas na Rádio Nacional.
Em 1944, seu samba "Sem compromisso", com Nelson Trigueiro foi gravado na Continental pelos Anjos do Inferno. Os sambas "Voltei mas era tarde", com Príncipe Pretinho foi lançado na Victor por Cyro Monteiro e "Carta fatal", com Ari Monteiro foi gravado por Odete Amaral na Odeon. Nesse ano, obteve novo grande sucesso na voz de Cyro Monteiro com "Falsa baiana", um dos grandes sambas da música brasileira, inspirado na esposa do compositor Roberto Martins, incapaz de sambar no carnaval, com sua fantasia de baiana. "Falsa baiana" chama a atenção por sua originalidade melódica e estruturação rítmica. Segundo Nelson Sargento, "depois dessa música, a coisa mais difícil era encontrar Geraldo no morro de Mangueira". Ainda em 1944, participou do filme "Berlim na batucada", de Luiz de Barros, interpretando o papel de cabo Laurindo.
Em 1945, teve o samba "Bolinha de papel", que apresentava sutis inovações ritmicas lançado pelo grupo Anjos do Inferno, mas que nessa versão não obteve grande sucesso. Nesse ano, teve três sambas gravados por Déo na Continental, Chegou o dia", com Elpídio Viana, "Conversa fiada" e "Mais cedo ou mais tarde". Também no mesmo ano, lançou seu primeiro disco, pela Continental, interpretando os sambas "Mais um milagre", de sua autoria e "Bonde Piedade", com Ari Monteiro, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional. Em 1946, teve gravados os sambas "Abaixo de Deus", com Elpídio Viana, por Alcides Gerardi na Odeon e "Ai mãezinha", com Ari Monteiro, "Até hoje não voltou", com J. Portela e "Golpe errado", com Cristóvão de Alencar e David Nasser, por Cyro Monteiro e "Vai que depois eu vou", pelo grupo Anjos do Inferno, todos na Victor. Teve ainda mais dois sambas lançados por Déo na Continental: "Só quis meu nome" e "Ainda sou seu amigo".
Em 1947, Cyro Monteiro gravou com sucesso na RCA Victor o samba "Pisei num despacho", com Elpídio Viana, samba de admirável ritmo, com uma letra rica e bem humorada. Também nesse ano, Abílio Lessa gravou na RCA Victor o samba "Liberta meu coração", com José Batista, confissão apaixonada para a mulata Isabel, que trabalhava como pastora em diferentes programas radiofônicos, com versos como: "Meu coração é um escravo perfeito/ que vive acorrentado em meu peito/ solta este pobre sofredor/ que padece demais por teu amor."
No ano seguinte, teve os sambas "Brigaram pra valer", gravado por Roberto Paiva e "Chegou a bonitona", por Jorge Veiga, ambos na Continental, parcerias com José Batista. Nesse ano, pela gravadora Star lançou os sambas "Roubaram o lírio de ouro", com Arnaldo Passos e "Vou dar o serviço", com José Batista, aparecendo no selo do disco como "Geraldo Pereira e Suas Pastoras". Em 1949, Roberto Silva gravou na Star o samba "Minha companheira" e Roberto Paiva na Continental o samba "Brigaram pra valer", com José Batista. Nesse ano, teve "Que samba bom", gravado por Blecaute na Continental, que se tornou um dos maiores sucessos de vendagem da década, levando-o inclusive pela primeira vez a reclamar com a gravadora seus direitos autores pelas vendas dos discos. Ainda nesse ano, Blecaute gravou o samba "Chegou a bonitona", com José Batista.
Em 1950, voltou a gravar, pelo selo Star, sendo um dos primeiros contratados da nova gravadora, lançando os sambas "Pedro do Pedregulho", de sua autoria e "Ela", de Arnaldo Passos e Osvaldo Lobo, com acompanhamento de Lírio Panicalli e sua orquestra, passando a partir de então a gravar regularmente. Deixou um total de 30 gravações. No mesmo ano, gravou os sambas "Se o meu amor voltar", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti e "É hora cabrocha", de Elpíio Viana e Jorge e Castro. No ano seguinte, gravou de sua autoria e Arnaldo Passos o samba "Ministério da economia", sua primeira incursão no terreno da política, elogiando ironicamente a criação do Ministério da Economia pelo presidente Getúlio Vargas. A letra descreve as agruras de um habitante do morro que, não agüentando a inflação, havia mandado sua "Nêga bacana meter os peitos na cozinha da madame em Copacabana". O lado A desse disco tinha o samba "Domingo infeliz", de Arnaldo Passos e Abelardo Barbosa, o popular locutor de Rádio e depois apresentador de Tv Chacrinha.
Em 1952, gravou a marcha "Tribo do Caramuru", de Hélio Ribeiro e Álvaro Xavier e o samba "Polícia no morro", que já naquela época atestava a chaga social da violência na cidade. Nesse ano, gravou os sambas "Escurinha", de sua autoria e Arnaldo Passos e "Ser Flamengo", de Ferreira Gomes, Bruno Gomes e Airton Amorim, através do qual definia sua preferência pelo clube de futebol carioca, assim como Wilson Batista e Cyro Monteiro faziam na mesma época. Nesse ano, seus sambas "Aquele amor", com Arnaldo Passos foi gravado por Marlene e "Cego de amor", com Wilson Batista, foi gravado por Déo, ambos na Continental com acompanhamento de Severino Araújo e sua orquestra Tabajara. Na Odeon, Dircinha Batista registrou o samba "Fugindo de mim", com Arnaldo Passos, Valdir Machado e Cristóvão de Alencar e na gravadora Victor, Heleninha Costa lançou o samba "Não consigo esquecer", com Arnaldo Passos. Também em 1952, transferiu-se para a gravadora RCA Victor e em seu primeiro disco lançou os sambas "Coitadinha fracassou", de Hélio Nascimento e Arnaldo Passos e "Dama ideal", de Alcebíades Nogueira e Arnaldo Passos. Participou ainda do filme "O rei do samba", de Luis de Barros.
Gravou na RCA Victor os sambas "Falso patriota", de David Raw e Victor Simon e "Cabritada malsucedida", de sua autoria e W. Vanderley e, na Sinter, os sambas "Chorei...chorei", de Carlos Alfredo, Valtrudes Silva e Ramalho Nelo e "Reminiscência da Lapa", de João Correia da Silva, Isaulino Silva e Eduardo Guedes, em 1953. No ano seguinte, foi contratado pela gravadora Columbia e lançou os sambas "Olha o peroba", de Buci Moreira e Albertina Rocha e "Maior desacerto", de sua autoria, Ari Garcia e Silva Jr. Nesse ano, participou do espetáculo "Clarins em fá", na Boate Esplanada, em São Paulo, fazendo grande sucesso com o samba "Olha o peroba", de Buci Moreira e Albertina Rocha. Também no mesmo ano, gravou seus dois últimos discos com o sambas-choro "Professor de natação", de Avarese e Maurílio Santos e "Juraci", de sua autoria, a marcha "Conduta do Taioba", de Aldacir Louro, Rubens Fausto e Antônio Neto e o profético samba, já que morreria sete meses depois do lançamento do disco, "Eu vou partir", de sua autoria.
Em 1955, três meses antes de falecer subitamente viu seu último sucesso gravado em disco, o samba "Escurinho", que conta a trajetória de um escurinho pacato, que de uma hora pra outra muda de comportamento e sai pelos morros comprando brigas, lançado em fevereirto daquele ano por Cyro Monteiro. Depois de sua morte seus sambas continuaram a ser regravados por inúmeros cantores e cantoras.
Em 1956, teve o samba "Falsa baiana" regravado por Guio de Morais e seu Ritmo na Todamérica. Três anos depois, foram gravados por Roberto Paiva na Odeon os sambas "Escurinho", e "Pedro do Pedregulho" e por Jorge Veiga na Copacabana o samba "Acertei no milhar".
Em 1960, no LP "Descendo o morro" volume 1, Roberto Silva regravou o samba "Escurinho". Em 1963, Roberto Silva regravou na Copacabana o samba "Pisei num despacho". Em 1967, o grupo Os Cinco Crioulos regravou na Odeon o samba "Brigaram pra valer".
Em 1971, Paulinho da Viola regravou o samba "Você está sumindo" e João Gilberto recriou com sucesso o samba "Bolinha de papel" para o disco que fazia parte da série "História da Música Popular Brasileira", da Editora Abril dedicado à obra do compositor. Para o mesmo disco foram regravados os sambas "Chegou a bonitona", por Blecaute; "Escurinha", por Jorge Veiga e "Escurinho", por Roberto Silva. No mesmo ano, Gal Costa regravou o samba "Falsa baiana" no LP "Gal a todo vapor". Em 1974, Chico Buarque incluiu o samba "Sem compromisso", com Nelson Trigueiro no LP Sinal Fechado.
No LP "Roberto Silva interpreta Haroldo Lobo, Geraldo Pereira e seus parceiros", lançado em 1976 por Roberto Silva, teve regravados os sambas "Escurinho", "Os caprichos meus", "Lembras-te daquela "zinha"?"; "Pisei num despacho" e "Você está sumindo". Este últimno samba foi regravado no ano seguinte por Cyro Monteiro no LP "Sambistas de bossa e sambistas de breque" e por Paulino da Viola em 1978 no fascículo da Nova História da Música Popular Brasileira da Abril Cultural. Em 1979, seu samba "Ministério da economia" foi proibido pela Censura Federal de ser gravado por Leci Brandão. Em 1980, este samba foi finalmente liberado e gravado por Monarco no LP "Evocação V" lançado pelo Estúdio Eldorado. Do mesmo disco faziam parte ainda as composições "Mais cedo ou mais tarde", interpretado por Jards Macalé; "Onde está a Florisbela?", por Batista de Souza; "Pedro do Pedregulho", por Vânia Carvalho; "Pisei num despacho", por Jackson do Pandeiro; "Pode ser?", por Cristina e "Se você sair chorando", cantado por um coral. <!--[if gte mso 9]><xml> Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> </xml><![endif]--> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:roman; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1107304683 0 0 415 0;} @font-face {font-family:Calibri; panose-1:2 15 5 2 2 2 4 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-520092929 1073786111 9 0 415 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin-top:0cm; margin-right:0cm; margin-bottom:10.0pt; margin-left:0cm; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-fareast-font-family:Calibri; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-language:EN-US;} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:10.0pt; mso-ansi-font-size:10.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-fareast-font-family:Calibri; mso-hansi-font-family:Calibri;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> <!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} </style> Ainda em 1980, foi homenageado pela escola de samba Unidos do Jacarezinho com o enredo "Homenagem a Geraldo Pereira", cujo samba-enredo foi feito por Monarco. Em 1981, João Nogueira regravou os sambas "Você está sumindo" e "Escurinha". No carnaval de 1982, o compositor foi homenageado no enredo "Geraldo Pereira eterna glória do samba", de João Ramos Pacheco, da Escola de Samba Unidos do Jacarezinho.Em 1983, foi homenageado pela Funarte com o LP "Geraldo Pereira - Pedrinho Rodrigues e Bebel Gilberto" no qual a dupla Pedrinho Rodrigues e Bebel Gilberto interpretaram as seguintes obras do sambista: "Quando ela samba", com J. Portela, "Falsa baiana", "Mais um milagre", "Que samba bom", com Arnaldo Passos, "Até quarta-feira", com Jorge de Castro, "Boca rica", com Arnaldo Passos, "Vai, que depois eu vou", "Escurinha", com Arnaldo Passos, "Escurinho", "Minha companheira", "Liberta meu coração", com José Batista, "Você está sumindo", com Jorge de Castro, "Bolinha de papel", "Pisei num despacho", com Elpídio Viana, "Acertei no milhar", com Wilson Batista, "Sem compromisso", com Nelson Trigueiro, "Acabou a sopa", com Augusto Garcez, "Chegou a bonitona", com José Batista, "Até hoje não voltou", com J. Portela, "Resignação", com Arnô Provenzano, "Bonde da Piedade", com Ary Monteiro, "O pagamento ainda não saiu", com Ariel Nogueira, e "Ministério da Economia", com Arnaldo Passos. Em 1990, Chico Buarque voltou a gravar "Sem compromisso" em seu disco gravado ao vivo na França. Em 1991, o samba-enredo "Homenagem a Geraldo Pereira", de Monarco, foi gravado por Monarco e lançado no CD "Monarco - A voz do samba", do selo Kuarup. Em 1995, foi lançado o livro "Um escurinho direitinho: A vida e a obra de Geraldo Pereira", de autoria de Luis Fernando Vieira, Luiz Pimentel e Suetônio Valença lançado pela Editora Relume Dumará, RJ. Em 1996, Zizi Possi incluiu em seu show o samba "Escurinha", e Gal Costa regravou com grande sucesso o samba "Falsa baiana", em seu CD acústico MTV. Nesse ano, Paulinho da Viola regravou "Que samba bom" em show gravado ao vivo no Canecão, RJ. Em 1998, foi lançado o Nº "Geraldo Pereira", da séire "MPB - Compositores" da Editora Globo. Junto ao fascículo foi incluído um CD com 12 de suas composições interpretadas por diferentes astros da música popular, tais como, Cláuia e Zimbo Trio, Zizii Possi, Cristina e Monarco. Nesse ano, o samba "Resignação", com Arnô Provenzano, foi incluído no disco "Chico Buarque de Mangueira" lançado por Chico Buarque.
Em 2002, seus sambas "O pagamento ainda não saiu", com Haroldo Lobo; "Pisei num despacho", com Elpídio Viana; "Você está sumino", com Jorge de Castro; "Chegou a bunitona", com José Batista e "Carta fatal", com Ari Monteiro, foram incluídos no espetáculo "O samba é minha nobreza", dirigido por H. B. de Carvalho e apresentado no Teatro Odeon na Cinelândia, RJ. Tanto no show como no CD duplo gravado com o repertório do show, esses sambas foram interpretados por Roberto Silva, um dos seus mais fiéis intérpretes. Em 2004, foi homenageado no espetáculo "Geraldo Pereira - um escurinho brasileiro", criação de Ricardo Hofstetter com direção de Daniel Herz e com a presença do ator Jorge Maya. Em 2005, por ocasião dos 50 anos de sua morte foi homenageado pelo jornalista Luís Pimental com uma crônica no Jornal do Brasil na qual o jornalista assim se referiu ao compositor: "O melodista - a quem se atribui a invenção ou pelo menos a burilada do samba sincopado - e letrista de versos livres e arrojados ("Tá louca, chamando pra casa/Agora que o samba enfezou/Vou com a turma pras cabeças/ Não me aborreça, vá que depois eu vou"), viveu apenas 37 anos, mas sua obra valiosíssima tem sido revisitada e regravada em vários momentos e por nomes marcantes da MPB".
- ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB - A História de nossa música popular de sua origem até hoje. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
- AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
- CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
- MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
- SARGENTO, Nelson & DUARTE, Francisco. Geraldo Theodoro Pereira. Rio de Janeiro: Funarte, 1985.
- SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.
- VASCONCELOS, Ari. Panorama da música popular brasileira - volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.
- VIEIRA, Luis Fernando; PIMENTEL, Luís e VALENÇA, Suetônio. Vida e obra de Geraldo Pereira. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1995.
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"Madame Satã
João Francisco dos Santos, Madame Satã, nasceu em 25 de fevereiro de 1900 na cidade de Glória de Goitá em Pernambuco.
Foi dado por sua mãe a um senhor ainda menino e pouco depois fugiu com uma mulher que lhe ofereceu um emprego no Rio de Janeiro.
Passou a maior parte de sua vida nas ruas boêmias da Lapa, no Rio de Janeiro.
Negro elegante, pobre limpo, célebre marginal, valentão, artista, homossexual com orgulho, analfabeto inteligente, capoeirista e carnavalesco. Assim foi definido uma das personalidades mais marcantes e famosas que a Ilha Grande já teve.
João ficou conhecido como Madame Satã porque ganhou um concurso de fantasias em 1938 fantasiado de morcego com muitas lantejoulas que lembrava uma personagem do filme Madame Satã (filme exibido na época).
Algumas semanas após o baile de carnaval do Teatro da República, João e seus amigos gays foram até o Passeio Público (Centro do Rio) onde sempre se reuniam para as "prosas", quando foram abordados por policiais e levados à delegacia.
Chegando lá, o policial perguntou à João qual era o seu apelido e com medo de alguma represália, João (conhecido como malandro) não disse qual era o seu verdadeiro apelido.
Por coincidência o policial estava no baile de carnaval na ocasião que o Malandro ganhou o concurso e o reconheceu: "Não era você que se fantasiou de Madame Satã e ganhou o concurso do baile de carnaval este ano?
E desde então o Malandro da Lapa passou a ser conhecido como Madame Satã.
Após despontar como um dos primeiros travestis dos palcos brasileiros ganhou fama como valente em escaramuças na Lapa, principal reduto da boemia e da malandragem carioca nos anos 30, quase sempre resistindo à prisão por autoridades policiais.
Nos anos 40 saía de Madame Satã, uma referência à personagem que ele encarnava travestido como cantor e ator, e que lhe valeu o título de Rainha do Carnaval por três vezes.
Fonte: www.ilhagrande.org
Madame Satã
João Francisco dos Santos (1900 - 1976), o pernambucano Madame Satã, era bastante famoso no baixo mundo carioca; homossexual, negro, artista de cabarés decadentes e, acima de tudo, valente, um homem que não levava desaforo para casa. Já matara, já brigara centenas de vezes, na maioria para defender seus direitos, em uma época que direitos para pessoas como ele não eram respeitados, e já passara dezenas de anos preso pelos mais diversos motivos. Seu encontro e sua briga com Geraldo Pereira naquele dia fatídico do mês de maio de 1955 hoje estão envoltos em lendas, disse-me-disse, meias verdades e que tais.
Depois disseram que o compositor já estava muito doente, emagrecendo a olhos vistos; disseram até mesmo que, quando de seu aniversário, em abril desse ano, passara mal no banheiro, com crises de vômito. Diziam também que já vinha evacuando sangue há algum tempo e que seu fígado estava em frangalhos, o que era de se esperar pela vida desregrada que levava.
Uma das versões conta que sua morte aconteceu logo depois de uma briga de bar - por causa de um copo de chope - com Satã, que, como vimos, ostentava a fama de valente. Depois da discussão no Restaurante Capela, na Lapa, Satã teria acertado um soco no rosto de Geraldo Pereira, que, bêbado, perde o equilíbrio e cai na calçada, na porta do bar. Com a queda, bate com a cabeça no meio-fio, ficando desacordado, sendo carregado para o Hospital dos Servidores, onde morreu dois dias depois de "hemorragia intestinal reincidente". Muitos de seus amigos, porém, garantem que ele morreu de câncer.
Madame Satã assim contou para o Pasquim o incidente com Geraldo Pereira:
"Eu entrei no Capela, estava sentado tomando um chope. Ele chegou com uma amante dele (ainda vive essa mulher), pediu dois chopes e sentou ao meu lado. Aí tomou uns goles do chope dele e cismou que eu tinha que tomar o chope dele e ele quis tomar o meu copo, e eu disse pra ele: 'Olha, esse copo é meu'.
Aí ele achou que aquele copo era dele e não era o meu. Então peguei meu copo e levei para a minha mesa. Aí ele levantou e chamou pra briga. Disse uma porção de desaforos de palavras 'obicênias', eu não sei nem dizer essas coisas. Aí eu perdi a paciência, dei um soco nele: caiu com a cabeça no meio fio e morreu. Mas ele morreu por desleixo médico, porque foi para a assistência ainda vivo."
Contando com apenas 37 anos, e de maneira inglória, assim morreu um dos maiores compositores da fase de ouro da música popular brasileira.
Fonte: decadade50
Madame Satã, o filme
O diretor Karim Aïnouz leva às telas a história de João Francisco dos Santos, mais conhecido como Madame Satã.
Rio de Janeiro, 1932. No bairro da Lapa vive encarcerado na prisão João Francisco (Lázaro Ramos), artista transformista que sonha em se tornar um grande astro dos palcos. Após deixar o cárcere, João passa a viver com Laurita (Marcélia Cartaxo), prostituta e sua "esposa"; Firmina, a filha de Laurita; Tabu (Flávio Bauraqui), seu cúmplice; Renatinho (Felippe Marques), sem amante e também traidor; e ainda Amador (Emiliano Queiroz), dono do bar Danúbio Azul. É neste ambiente que João Francisco irá se transformar no mito Madame Satã, nome retirado do filme Madame Satã (1932), dirigido por Cecil B. deMille, que João Francisco viu e adorou.
Fonte: adorocinema"
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"Segunda-feira, Janeiro 25, 2010
Oswaldinho da "Caixa de Fósforo"...
... que também é da "cuíca". Uma simpatia que fez o Antenados mais alegre neste sábado. Falamos sobre o centenário de Adoniran Barbosa e os 456 anos de SP. Já no começo do programa, Oswaldinho disse que iria "tocar" algo para a gente, apesar de eu não ter visto nenhum instrumento no estúdio. Quando virei para dar a hora certa e chamar a música, ele tirou seu segredo do bolso. Com uma caixinha de fósforo, o percussionista fez a festa. (...)"
(A JORNALISTA QUE ASSINA, EM SEU BLOG, "Carox",
http://www.carox.blogger.com.br/2010_01_01_archive.html)