[Antonio Carlos Rocha*] 

A língua dos ciganos é o romani (ou romanês, romaneske, romanê), que possui inúmeros pontos de correlação com o sânscrito e é somente oral, já que os ciganos não escrevem em romani com vistas a publicação. Na Europa, por causa das inúmeras organizações representativas do povo cigano, existem algumas publicações que divulgam a língua por meio de cartilhas de alfabetização, gramáticas, além de diversas revistas e jornais dessas organizações que, mesmo escritos na língua local (espanhol, francês, italiano, inglês, russo etc),  apresentam vocábulos ciganos.

Por meio de formas dialetais (manuche, calão), ciganos das mais diversas partes do mundo podem, contudo, se entender razoavelmente, considerando-se que tem como base lingüística o romani.

A língua romani possui um sistema de declinações que não difere muito do latim ou do grego clássico, e menos ainda do sânscrito, com que, como já vimos, ela é aparentada.

Quando o romá saiu da Índia, havia no romani três gêneros, como em alemão, mas o neutro desapareceu durante a Idade Média, provavelmente por influência do persa.

Os parágrafos acima encontram-se nas páginas 48 a 52, do livro Os Ciganos Ainda Estão na Estrada, recém lançado pela editora Rocco, de Cristina da Costa Pereira, graduada em Letras pela UFRJ.

Cristina afirma, logo no início que, embora não tenham Pátria, nem pertençam a uma nação, os ciganos constituem uma etnia reconhecida pela União Romani Internacional, reconhecida pela ONU, em 28 de fevereiro de 1979.

A origem dos ciganos encontra-se no noroeste da antiga Índia, onde hoje é o Paquistão. Eles não aceitavam o sistema de castas e então, em 1500 antes de Cristo começaram a deixar o solo indiano.

Especialistas em Ciganologia afirmam que a Bíblia faz referência a este povo nômade.

São 176 páginas bem escritas e bem pesquisadas por esta contista e poetisa que já representou o Brasil no Congresso Internacional de Ciganos, em 2006, na Itália.

 

 (*) http://estudoliteraturas.blogspot.com.br