No estado americano de Michigan, a primeira segunda-feira depois do dia 4 de fevereiro sempre é feriado. Dia de Rosa Parks. Ela se tornou a primeira pessoa de seu país a conquistar tal honraria em vida. Logo virão outras homenagens, mas, infelizmente, Rosa não estará mais presente para recebê-las. Na noite do último dia 24 de outubro, a chamada “mãe do movimento pelos direitos civis” morreu de causas naturais, na cidade de Detroit, Michigan, onde vivia desde 1957. Tinha 92 anos e, até pouco tempo atrás, ainda ia a eventos contra o racismo organizados pelo Instituto Rosa & Raymond Parks para o Autodesenvolvimento – criado por ela em 1987 com o nome de seu marido, falecido dez anos antes. Entre dezenas de prêmios, ela recebeu do então presidente Bill Clinton, em 1999, a Medalha Presidencial da Liberdade – a maior condecoração oficial que um civil americano pode ganhar.
Tudo começou em Montgomery, no Alabama. Nos anos 50, o sul dos Estados Unidos não era nada agradável para uma senhora negra de 42 anos. Muitos estados ainda viviam sob segregação racial legalizada, que incluía destinar os assentos traseiros dos ônibus aos negros e os dianteiros aos brancos. Se faltassem lugares, os negros tinham que ir em pé, na parte de trás. No dia 1o de dezembro de 1955, a costureira Rosa Parks saiu do trabalho numa loja de departamentos e sentou no primeiro banco para “pessoas de cor”, no meio do ônibus.
Três paradas depois, o veículo encheu e faltou lugar para um homem branco. O motorista ordenou que quatro passageiros negros cedessem seus lugares, mas Rosa continuou sentada. Em vez de ir para casa, ela foi para a prisão. Acabou sendo considerada culpada, pagou fiança e, dias depois, perdeu o emprego. O caso foi o estopim para que, sob a liderança de Martin Luther King Jr. (até então um desconhecido pastor local), a comunidade negra de Montgomery decidisse boicotar os ônibus. O caso repercutiu em todo o país e, em 21 de dezembro de 1956, a Suprema Corte declarou inconstitucionais as leis racistas do Alabama. Nesta entrevista, concedida no início de outubro, Rosa falou sobre essa primeira vitória – e sobre sua incansável luta contra o preconceito.
História - Já se passaram 50 anos desde o dia em que a senhora se negou a dar o lugar para um homem branco num ônibus de Montgomery. O que mudou na vida do negro americano neste meio século?
Rosa Parks - As relações raciais melhoraram muito. Quando aconteceu o incidente do ônibus, a escravidão já tinha terminado havia quase um século (a abolição nos Estados Unidos aconteceu no dia 6 de dezembro de 1865 ), mas os negros ainda não podiam freqüentar os mesmos restaurantes que os brancos, as mesmas escolas, os mesmos mercados... Nem mesmo votar ou sentar nos mesmos assentos do ônibus. Vivíamos uma segregação racial legalizada e andávamos de cabeça baixa. Os brancos pensavam que eram superiores e não houve um único dia em que eu não tenha me sentido humilhada. Hoje, temos os mesmos direitos que eles. Mas ainda há muita desigualdade e injustiça. O caminho é longo.
Nos seus livros Rosa Parks: My Story e Quiet Strength (“Rosa Parks: Minha História” e “Força Silenciosa”, ambos inéditos em português) , a senhora deixa a impressão de que o incidente do ônibus não foi surpresa para ninguém, já era esperado. A senhora sabia o que estava por vir?
Eu não imaginava que ficaria envolvida até o pescoço no Movimento Pelos Direitos Civis e muito menos que meu ato naquele dia teria um impacto tão grande. Mas já ansiava e lutava por mudanças há muito tempo. Em 1943, entrei ao lado do meu marido para a National Association for the Advancement of Colored People (NAACP, entidade de defesa dos direitos dos negros) de Montgomery. A segregação nos ônibus era uma questão freqüente na NAACP. Nós éramos maioria, o sistema de ônibus dependia da gente. E obedecíamos às regras deles sem questionar. Anos antes do incidente que deu origem ao boicote, eu tive problemas com o mesmo motorista (todos os passageiros negros eram obrigados a entrar pela porta da frente para pagar a passagem, sair do ônibus e entrar de novo por trás. Não era raro o motorista ir embora antes que todos tivessem entrado. Rosa não quis descer certa vez e foi expulsa depois de discutir com o motorista). Mas nada aconteceu daquela vez. Em 1955, estávamos mais unidos e conseguimos chamar a atenção de todos para a minha prisão, a nossa situação e, claro, para o boicote. O incidente não foi planejado, mas já era esperado por causa de toda a tensão que havia entre negros e brancos na época.
Quais são as lembranças que a senhora tem dos 381 dias de boicote?
A cada dia, eu sentia nosso povo mais unido. Martin Luther King Jr. (porta-voz do movimento) comoveu o país com a nossa causa e, apesar da resistência dos brancos, eu não tinha dúvida de que venceríamos. Nós tínhamos outras opções, como ir a pé ou de carona para o trabalho. Já o sistema de transporte não, pois poucos brancos andavam de ônibus. Sem os negros, os prejuízos foram enormes. Eu perdi meu emprego pouco depois do início do boicote e passei a trabalhar em casa, me dedicando totalmente à luta pelos direitos civis. Para todo o nosso povo, foi um período difícil, mas cheio de esperança.
Mas os problemas dos negros não acabaram junto com o fim do boicote. Em 1957, a senhora teve que se mudar para Detroit com seu marido, por causa das constantes ameaças de morte em Montgomery. Trinta anos mais tarde, criou o Instituto Rosa & Raymond Parks para o Autodesenvolvimento. Quando a senhora acha que a luta vai acabar?
Enquanto existir gente que não acredita em liberdade e justiça para todos, meu trabalho não terá terminado.
Como é o trabalho do Instituto?
Temos uma pequena equipe e muitos voluntários maravilhosos. Desde 1987, trabalhamos com mais de 6 mil crianças e jovens entre 11 e 17 anos. São pessoas de diferentes etnias e origens. O programa Pathways to Freedom (“Caminhos para a Liberdade”), por exemplo, reúne jovens do mundo inteiro no verão. Nosso trabalho é fazer com que cada um descubra o que há de melhor em si mesmo.
Aos 92 anos, a senhora continua participando de eventos do Instituto. Essa luta nunca a cansou?
Nunca. Tenho um amor verdadeiro pela minha causa, o que não me deixa cansar. Dediquei 17 anos da minha vida ao Instituto. Há três anos me aposentei, porque tinha certeza de que meu projeto seguiria firme com as pessoas que estão lá. Mas, sempre que posso, participo de encontros com jovens do Instituto. Acho que é importante para eles conhecerem de perto minha história. São sempre encontros emocionantes.
A senhora recebe os jovens na sua casa, em Detroit?
Minha casa era a sede do Instituto em 1987, quando eu e Elaine (Elaine Eason Steele, amiga de Rosa Parks há mais de 40 anos) o fundamos. No ano seguinte, ele passou para a Cadillac Square, também em Detroit. Mas minha casa até hoje é um local de reuniões para jovens e idosos.
Um estudo da Universidade de Harvard, o Civil Rights Project (“Projeto sobre Direitos Civis”), revelou que as escolas americanas estão sofrendo uma nova segregação racial desde o “Caso Dowell”, de 1991, quando a Suprema Corte americana autorizou a volta do zoneamento das escolas por bairros. Em dez anos, a integração de negros nas escolas de maioria branca caiu 10%. Como a senhora vê esse fenômeno?
Com um desgosto terrível. É um pesadelo ver crianças crescendo separadas por raças.
O que a senhora acha dos jovens que participam de organizações racistas espalhadas por todo o seu país – e pelo mundo –, como os neo-nazistas e os seguidores da Ku Klux Kan?
Eles não sabem que quem sente ódio está destruindo tanto o outro quanto a si mesmo. Mas eu estou consciente de que sempre vai haver sofrimento no mundo e pessoas que escolhem odiar. Por isso é importante ouvir a voz da paz. Eu acho que nós perdemos gerações quando não enchemos os corações dos jovens de paz e de objetivos positivos.
A senhora ainda anda de ônibus?
Parei de andar de ônibus em 1999, mas aquele foi meu principal meio de locomoção durante muitos e muitos anos depois do boicote.
Quais são os planos para a comemoração dos 50 anos de aniversário do boicote?
Teremos muitas festas. O Instituto Rosa & Raymond Parks vai comemorar a data de minha prisão, o início e o fim do boicote, meu aniversário de 93 anos... O calendário de festas estará no nosso site em breve.
Qual a imagem que a senhora tem de Martin Luther King Jr.?
A de um homem forte, carismático e determinado a dar a vida pelos seus ideais. Eu não estaria dando esta entrevista agora se meu caminho não tivesse cruzado com o de Martin Luther King no episódio do ônibus.
Entre os políticos e artistas negros que estão em evidência hoje, há alguém que a senhora admire pela luta contra o racismo nos Estados Unidos?
São muitos e, infelizmente, nem todos são conhecidos da grande mídia. É melhor nem começar a listar. Estou com 92 anos e, você sabe, a chance de a memória falhar e eu esquecer alguém é grande.
Saiba mais
Livros
Rosa Parks: My Story, Rosa Parks e James Haskins, Dial Books, 1992 - Autobiografia de Rosa, que conta desde seus tempos de criança até a luta pelos direitos civis, ao lado de Martin Luther King Jr.
Quiet Strength, Rosa Parks e Gregory J. Reed, Zondervan, 1995 - Rosa explica as razões pelas quais se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um homem branco.
Site
www.rosaparks.org - Página principal do Rosa & Raymond Parks Institute, que Rosa criou para ajudar crianças e jovens de todas as etnias e origens.
Filmes
The Rosa Parks Story, Julie Dash, 2002 - Conta, de forma dramatizada, a história de Rosa, com Angela Bassett no papel principal.
Mighty Times: the Legacy of Rosa Parks, Robert Houston, 2002 - Documentário com entrevistas sobre a luta por direitos civis. Muito usado em escolas americanas.
(http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/rosa-parks-orgulho-preconceito-434396.shtml)
O ônibus de Montgomery em que Rosa Parks se negou a ceder seu lugar a uma pessoa caucasiana
YOUTUBE:
http://www.youtube.com/watch?v=EvZSkdDiyso&feature=related
(Aretha [FRANKLIN] sings at the funeral of Miss Rosa Parks)
http://www.youtube.com/watch?v=pRsH92sJCr4&feature=related
([O SENADOR] Barack Obama at Rosa Parks Funeral [NO
GREATER GRACE TEMPLE CHURCH, EM DETROIT])
http://www.youtube.com/watch?v=Q9yRC-8A5xg
(April 9, 1968 - Jacqueline and Edward Kennedy attending Martin Luther King's Funeral)
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NOSSO ARTIGO
SOBRE O FALECIMENTO DE
VIVALDINA BITTENCOURT DOS SANTOS
(TEXTO DE 25.2.2009)
[VOTO DE PESAR FOI PRONUNCIADO,
NA TRIBUNA DO SENADO FEDERAL DO BRASIL -
e registrada nos Anais daquela Casa Parlamentar -
PELO SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO NETO,
que mandou correspondência oficial, concernente,
à família de V. B. SANTOS, produtora rural amazonense]:
"Falecimento de Vivaldina Bittencourt dos Santos
Brasília-DF, 25 de fevereiro de 2009.
Falecimento de Vivaldina Bittencourt dos Santos
Flávio A. L. Bittencourt
Com grande tristeza, comunico o falecimento de minha tia Tertunilla Vivaldina Bittencourt dos Santos, ocorrido anteontem, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009, em Manaus, aos 94 anos de idade.
Neta, por parte de mãe (Tertunilla de Mello Bittencourt), de Lourenço e Felicidade Mello, dentre os filhos do Prof. Agnello Bittencourt apenas ela vivia. Seu nome de solteira era Tertunilla Vivaldina de Mello Bittencourt.
Sentiu-se mal, sofria ela de problemas cardíacos, e foi imediatamente levada por seu neto Diter ao hospital da UNIMED de Manaus, onde não resistiu e infelizmente faleceu. Minha tia Vivaldina iria fazer 95 anos em julho próximo.
A escolha do nome Vivaldina deveu-se à amizade que unia seus pais ao médico baiano, radicado em Manaus, Dr. Vivaldo Palma Lima (1877 - 1949), que, chamado por Agnello e Tertunilla, acompanhou o trabalho de parto da pequena Vivaldina, como havia acontecido anteriormente nos nascimentos de irmãos mais velhos, na casa da Rua Dr. Moreira (Centro, Manaus) de Agnello e Tertunilla.
Com sua irmã, Clementina, foi proprietária do castanhal Açutuba, tendo explorado, por muitos anos, as safras da bertholletia excelsa (castanha-do-Brasil), no Lago do Salsa, região do Lago do Ayapuá, Amazonas.
Era viúva e teve um filho (Agnello Bittencourt Neto), infelizemente já falecido, que lhe deu um casal de netos. Não conheceu seu avô Lourenço Mello (Coronel da extinta Guarda Nacional, proprietário de castanhais e seringais em Beruri, Surara e Ayapuá e colaborador eventual, com artigos de caráter antropofolclorista publicados na imprensa de Manaus), falecido em Lisboa em 1905 - o romance Teatro Amazonas (2008) de Rogel Samuel tem Lourenço Mello como um de seus personagens -, todavia, Vivaldina conviveu com sua avó Felicidade, viúva do deputado estadual à Assembléia Estadual Amazonenses, de 1903 a 1905, Lourenço Mello, durante a infância, vivida no região aiapuaense, no Baixo Purus.
Conheceu o ex-governador do Estado do Amazonas Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt, seu avô paterno, que faleceu em 1926 (Vivaldina nascera em 1914).
Quando em 1921 o fotógrafo e cinegrafista luso-amazonense Silvino Santos e o comerciante Agesilau Araújo (filho do patrocinador do filme, Comendador J.G. Araújo) imortalizavam em imagens em branco-e-preto o Rio Purus e os Lagos do Ayapuá e do Piraiauara - além de inúmeras outras regiões do Amazonas - no clássico documentário No paiz das amazonas, exibido na Exposição da Independência (Rio de Janeiro, 1922), Vivaldina tinha 6 ou 7 anos de idade e vivia em Ayapuá.
Sempre se referia ela com muita saudade não só ao tempo de sua infância e juventude, mas também à época em que, já adulta, com a irmã Clementina, já falecida, ia sempre ao lago maravilhoso [a expressão é de Carlos de Araújo Lima, na autobiografia inédita Um advogado depõe], cuidar dos negócios de extração e venda da castanha e visitar amigos e parentes naquela fabulosa região baixopuruense.
Meu pai, o escritor amazonense Ulysses Bittencourt (1916 - 1993), que publicava crônicas histórico-ensaísticas nos anos 1980 no jornal A crítica, de Manaus, e foi membro da AAL e do IGHA (Academia Amazonense de Letras; Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas), lembrava sempre que, em meados dos anos 1950, ficou comovido quando certa vez, visitando o Salsa, ao entrar no flutuante de suas irmãs Clementina e Vivaldina e olhar para a parede interior daquela residência simples e fluvial de caboclo ribeirinho, viu apenas duas fotos de minhas irmãs (eu ainda não havia nascido) Ana Amélia e Zulmira, meninas colegiais, de tranças nos cabelos, em uniformes do Colégio Andrews, do Rio de Janeiro, fotografias que meu pai havia oferecido em férias anteriores. Afinal, Agnello Bittencourt (1876 - 1975), pai daqueles que ali se encontravam em quase religiosa celebração no seio da selva latifoliada - a "última grande região virgem do planeta" -, havia lecionado em Ayapuá, aos curumins e às cunhatãs que vinham em suas igarités, às vezes sozinhos(as), remando de longe, em (como digo) saga sobre saga de mais de um século e meio de heróicas vivências e muito trabalho honesto, com fascinantes estórias (pessoais, sociais, políticas e até cinematográficas/literais), que ainda haverão de, pelos menos algumas, ser descritas pelo citado romancista (Rogel Samuel), se assim Deus permitir - e ele quiser literariamente desenvolver (pelo menos quatro estórias de caboclo Agnello Bittencourt carinhosamente contou, no pequeno-grande opúsculo adiante mencionado, sendo que, na coletânea de artigos publicados em Manaus Mosaicos do Amazonas, o mestre de gerações da Rua Doutor Moreira descreveu cerimônias indígenas no artigo "Os muras do Ayapuá", trabalho jornalístico que foi continuado pelo irmão de Vivaldina, Ulysses, cujas crônicas historiográfico-afetivas sobre o Ayapuá estão nas coletâneas Raiz (1985) e Patiguá (póstuma, 1993) e também vieram a lume inicialmente na imprensa de Manaus.
Na última fotografia reproduzida no opúsculo Reminiscências do Ayapuá, de meu saudoso avô Agnello - que já estava com quase 90 anos de idade (faleceu com 98 anos) na última viagem que fez ao Baixo Purus -, aparece, com pouco mais de 50 anos de idade, sua filha Vivaldina, com outros parentes e amigos, ouvindo o que o já idoso professor aposentado do Estadual (antigo Pedro II) de Manaus e ex-prefeito de Manaus, contava, ao pé da âncora do navio Carolina, monumento histórico-náutico que parcialmente aprece em fotografia reproduzida ao final desta comunicação (o Carolina foi a embarcação na qual o capitão pernambucano Manoel Nicolau de Mello (pai de Lourenço) desbravou o Baixo Purus, no início da segunda metade do século XIX), sobre a ecologicamente magnífica, ubérrima e humanamente muito generosa região onde Agnello trabalhou e conheceu sua esposa Tertunilla, mãe de Vivaldina.
Os que conheceram tia Vivaldina guardarão dela a imagem da pessoa meiga, competente e solícita que sempre foi, mas que não se deixava enganar nos negócios que envolviam o pragmático conhecimento do preço do hectolitro da castanha nas praças de Manaus e de Belém. Como Clementina e Vivaldina não eram proprietárias de um motor (lancha de transporte de passageiros e carga), iam ao Ayapuá nos recreios da navegação regular, às vezes superlotados, com o risco que esse meio de transporte sempre envolve. Como acima afirmei, o que ali aconteceu foi saga em cima de saga. Afinal, não foi por acaso que o Comendador J.G. Araújo ordenou que se filmasse, em 1921, para que que nas grandes capitais mundiais se visse a beleza e a produção extrativista e pesqueira do Lago do Ayapuá. E não é à toa que recentemente (17 de janeiro de 2009) o escritor Rogel Samuel, em seu internáutico "blog" afirmou que a (verdadeira) casa grande [residência de Felicidade e Lourenço Mello] do Ayapuá, onde Vivaldina passou sua infância, "pode ser um protótipo" - as palavras são do grande escritor amazonense - do (ficcional) fabuloso Palácio Manixi, do Alto Juruá. E Samuel Benchimol, em Manáos-do-Amazonas - Memória Empresarial, vol. 1, refiriu-se a Wenceslau Nicolau de Mello, o tio de Vivaldina que substituiu (administrativa e simbolicamente) Lourenço Mello, depois da morte de Da. Felicidade Mello, como "o rei da castanha [do Amazonas]".
O Ayapuá, o Salsa, o Piraiauara e o Uauaçu, seus administradores, coletores de castanha e suas respeitadas famílias - além dos admiradores que se preocupam com o futuro ecológico e humano da região - estão de luto.
Assim é que eu e demais parentes e amigos de D. Vivaldina, entristecidos, sentimo-nos no dever de com você compartilhar a infausta notícia da morte de minha tia
Tertunilla Vivaldina Bittencourt dos Santos (1914 - 2009).
(http://www.portalentretextos.com.br/colunas/todas-as-artes/falecimento-de-vivaldina-bittencourt-dos-santos,213,1531.html)
"Justificação
O Voto de Pesar que ora requeiro justifica-se.
Seu objetivo é homenagear uma empresária agrícola
do Amazonas, a Sra. Vivaldina Bittencourt dos Santos.
Com sua irmã Clementina, foi proprietária de um
castanhal na região do Lago de Salsa, região do Ayapuá, a
que dera o nome de Castanhal Açutuba. Pessoa muito
simples, mas dedicada ao trabalho, foi produtora de
Castanha-do-Brasil por muitos anos, conquistando a
amizade da população da área.
Sala das Sessões, 19 de março de 2009. – Senador
Arthur Virgílio, Líder do PSDB [NO SENADO FEDERAL].
(http://www.senado.gov.br/publicacoes/diarios/pdf/sf/2009/03/19032009/05827.pdf)
Foto do Senador: Sergio Lima / Folha Imagem
ARTHUR VIRGÍLIO NETO, DIPLOMATA BRASILEIRO,
ADVOGADO, PRATICANTE DE JIU-JITSU,
EX-PREFEITO DE MANAUS, EX-MINISTRO-CHEFE DA SECRETARIA-GERAL
DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, EX-DEPUTADO FEDERAL (EST. DO AMAZONAS),
EX-SENADOR DA REPÚBLICA (IDEM):
REQUERIMENTO Nº 261, DE 2009
Requer voto de pesar pelo falecimento
ocorrido dia 23 de fevereiro de 2009, em Manaus,
da Sra. Vivaldina Bittencourt dos Santos,
empresária agrícola no Amazonas
Requeiro, nos termos do art. 218, do Regimento
Interno, a inserção em ata, de Voto de Pesar pelo
falecimento
em Manaus, da Sra. Vivaldina Bittencourt dos Santos,
empresária agrícola no Amazonas,
ocorrido no dia 23 de fevereiro de 2009.
Requeiro, também, que esse Voto de Pesar seja
levado ao conhecimento da família de Dona Vivaldina.