47 milhões de anos

A foto é do CLARÍN, Argentina.

NOVA YORK - Cientistas revelaram nesta terça-feira, em Nova York, o fóssil de uma criatura de 47 milhões de anos que pode ser um elo perdido na evolução dos primatas superiores - macacos, gorilas e os seres humanos. O Darwinius masillae, que vivia no alto da floresta onde hoje é a Alemanha, pesava menos de um quilo quando adulto, mas já apresentava características como os dedos com unhas (e não garras), tal como os primatas mais "avançados". A publicação está na revista científica de acesso livre "PLoS One".

" É a coisa mais próxima que temos de um ancestral. É como um sonho que se tornou realidade "

O fóssil, batizado pelos pesquisadores de Ida, está em estado tão bom de conservação que é possível ver sua pele e traços de sua última refeição. Os restos do animal, que se assemelha a um lêmure (animal parecido com um macaco que vive na ilha de Madagascar), foram apresentados no Museu Americano de História Natural pelo prefeito de NY, Michael Bloomberg. Eles foram descobertos na década de 1980 e pertenciam a uma coleção particular.

 

A pesquisa sobre sua importância foi liderada pelo cientista Jorn Hurum, do Museu de História Natural de Oslo, Noruega. Hurum diz que Ida representa "a coisa mais próxima que temos de um ancestral" e descreveu a descoberta como "um sonho que se tornou realidade". De acordo com ele, a pequena criatura - uma fêmea com menos de um metro de altura - revela detalhes sobre o capítulo da evolução no qual a família dos primatas foi dividida em dois ramos, sendo que um levou ao surgimento dos humanos e outros primatas superiores, como macacos, e o outro levou ao surgimento de "primos" menores e mais distantes, como os lêmures.