Luiz Ruas discursa tendo ao fundo o poeta Jorge Tufic
Luiz Ruas discursa tendo ao fundo o poeta Jorge Tufic

O próximo Círculo Literário Virtual Entretextos, a acontecer em 04 de julho, às 16h, pelo Zoom, tem como tema  a poesia do padre-filósofo L. Ruas. "Leituras compartilhadas: a poesia de L. Ruas"  centra-se em vasculhar os sentidos do encantamento na poesia do padre-filósofo. Zemaria Pinto, escritor, conferencista, especialista em Literatura Brasileira e Mestre em Estudos Literários e membro da Academia Amazonense de Letras, fará panorama da produção literária de Ruas, apresentando, em seguida, comentário ao poema de sua predileção. Também procedem a leitura e comentário do poema preferido da obra do autor o poeta e advogado Diego Mendes Sousa, autor de diversos livros de poemas e titular da coluna Tinteiros neste Portal, e a professora, tradutora e poetisa Marta Cortezão. O link de acesso estará disponível na home de Entretextos. 

Traçando breve perfil biográfico sobre o autor de Poemeu, escreve em blog o professor  Zemaria Pinto:

"Sacerdote da arquidiocese de Manaus, Luiz Augusto de Lima Ruas nasceu em Manaus em 1931, tendo exercido seu ministério sacerdotal nas paróquias de Educandos, Colônia Oliveira Machado, dos Remédios e Sagrado Coração de Jesus, onde se despediu da atividade religiosa. Ao tempo de sua ordenação, em 1954, passou a lecionar algumas disciplinas em colégios, como o Colégio Estadual (Francês), o Instituto de Educação do Amazonas (Psicologia) e no então Instituto Christus, que teve sempre sua colaboração. Também foi professor de Psicologia, na Faculdade de Filosofia, quando esta foi criada. Iniciou sua atividade jornalística no Universal, jornal da Igreja Católica, que circulava aos domingos, de 1953 a 1958.

Adotando o nome literário de L. Ruas, passou, em 1956, a colaborar com o jornal A Crítica. Dispunha de uma coluna diária, "Ronda dos Fatos", onde cuidava com propriedade de problemas da vida humana. Deixou esse jornal em 1960. Em 1955, a convite de Jorge Tufic e encaminhado por Bosco Araújo, juntou-se ao movimento literário Clube da Madrugada, do qual foi presidente no biênio de 1957-58. Colaborou fartamente no Suplemento, editado pelo Clube, enquanto este circulou encartado em O Jornal, no período de 1962-72.

L. Ruas também esteve envolvido no movimento cinematográfico da cidade, escrevendo para a revista Cinéfilo, que circulou em quatro edições. Todavia, o movimento militar de 1964 fez o padre Ruas amargar dias de prisão, junto com outros companheiros intelectuais e políticos. Faleceu em 1º de abril de 2000, estando sepultado no cemitério de São João Batista.


Obras publicadas:

· 1959 – Aparição do Clown, poesia.
· 1970 – Linha d´Água, crônicas reunidas.
· 1979 – Os Graus do Poético, ensaios.
· 1985 – Poemeu, poesia. Prêmio de Poesia Governo do Estado do Amazonas em 1970.

L. Ruas colaborou também como cronista na Rádio Rio Mar."

Para o professor da Ufam, Marcos Frederico, "Luiz Augusto de Lima Ruas (L. Ruas) é, sem qualquer favor, uma da mais expressivas vozes da poesia do Clube da Madrugada, que renovou as letras amazonenses da década de 50, do século passado". Na última década, o pesquisador Roberto Mendonça coligiu seus poemas líricos em volume de título "Poesia Reunida", Editora Travesia. Mendoça vem se dedicando ao exame da obra do padre, tendo publicado "Cinema e Crítica Literária de L. Ruas"

Saiba mais sobre a produção de L. Ruas no blog Palavra do Fingidor, do professor-literato Zemaria Pinto.

Assista à entrevista do historiador Roberto Mendonça sobre a obra do autor em discussão: