[Flávio Bittencourt]

2001: o golpe baixo do Canadá contra a Embraer

Em 2001, para defender a sua fábrica de aviões Bombardier, o Canadá tentou plantar mundialmente a notícia mentirosa de que a carne exportada pelo Brasil era de vaca louca.

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"FAMÍLIA AIR CANADA 

 
 
ACE Aviation
Air Canada
Air Canada Cargo
Air Canada Jazz
Aeroplan
Star Alliance
Centro de Imprensa
Nossa Frota
Frota Atual da Air Canada
Airbus A319
Airbus A320
Airbus A321
Airbus A330
Airbus A340
Boeing 767-200
Boeing 767-300
Boeing 777-200
Boeing 777-300
Embraer 175
Embraer 190
FIN - Frota Air Canada
Novo Air Canada Boeing 787 Dreamliner"
(http://www.aircanada.com.br/aircanada/default.aspx?pageid=195,

sendo que, na página eletrônica original, não há a diferença da

cor do lettering em EMBRAER 190 que acima se vê)

 

 

 

 

 

 

MATÉRIA PRODUZIDA PELA

JORNALISTA SÔNIA FILGUEIRAS,

DA REVISTA ISTO É (Brasil),

trecho (a notícia completa está transcrita

na íntegra, mais adiante):

 

"(...) O Canadá anunciou o boicote sem aviso prévio, não consultou a OMC, o que é de praxe, e não esperou que o governo brasileiro mandasse a papelada sobre os controles sanitários contra a doença. No final da semana, apesar de uma nota da embaixada canadense afirmando que avaliaria as informações brasileiras “da maneira mais rápida possível”, a temperatura ainda era alta. “A nota é insuficiente. O problema tem de ser resolvido com urgência”, disse o ministro-chefe da casa Civil, Pedro Parente, logo após uma reunião ministerial para avaliar a questão, na quinta-feira 8. O próprio presidente Fernando Henrique, que vinha se mantendo afastado da mesa de negociações, entrou no jogo de pressões. “Estou indignado. Não é o modo civilizado de tratar a questão”, declarou, em uma entrevista na tevê em horário nobre. “Acredito que um prazo de 15 dias para resolver a questão é o razoável. A paz é o ideal. Mas, se for guerra, é guerra”, disparou FHC. O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, trabalha com um prazo ainda mais curto. O problema tem de estar resolvido até o final desta semana. Caso contrário, a decisão é iniciar uma retaliação. (...)"

  

   

 Crazy Cow Posters by LookingLens

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A cow investigates the camera

(http://www.zazzle.com/crazy_cow_poster-228651018791881343)

 
 
 
 
 
 
 
 
 File:Air Canada Embraer 190.JPG
 
Air Canada Embraer [EMBRAER 190]
 
 
 
 
 

  

 

" 'Guerra louca' [EXPRESSÃO MUITO BEM bolada PELA JORNALISTA SÔNIA FILGUEIRAS, DA ISTO É]: ESPECIALISTA EM APLICAR GOLPES BAIXOS CONTRA OS INTERESSES COMERCIAIS BRASILEIROS NO CAMPO DA FABRICAÇÃO E VENDA DE PEQUENO E MÉDIOS AVIÕES, O CANADÁ, HÁ UMA DÉCADA - MAIS EXATAMENTE, NA PRIMEIRA METADE DO MÊS DE FEVEREIRO DE 2001 -, DEFINITIVAMENTE PASSOU DOS LIMITES: tentou espalhar pelo mundo afora a notícia (falsa) de que a carne brasileira era de vaca louca"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

   

 

 

 

"EMBRAER VENDE 4 JATOS MODELO 190 PARA TRIP

A  Embraer anunciou nesta terça-feira que vendeu quatro jatos modelo 190 para a companhia aérea brasileira Trip. A operação, a preços de tabela das aeronaves, é avaliada em US$ 172 milhões. Segundo a fabricante de aeronaves, dos quatro aviões, um já estava na carteira de pedidos firmes do quarto trimestre do ano passado.

Os jatos comprados pela Trip serão configurados em classe única para 110 passageiros. Atualmente a companhia tem uma frota de nove jatos modelo 175 da Embraer, com capacidade para 86 passageiros cada. Além desses aviões, a companhia ainda possui 33 turboélices da francesa ATR.

Com o pedido anunciado nesta terça-feira, as encomendas da Trip por jatos da Embraer somam 24 aviões até 2012. Em 2011, a companhia aérea deve receber nove jatos modelo 190, afirma a fabricante brasileira. O pedido acontece em meio à contínua expansão do mercado de aviação brasileiro.

Na véspera, a TAM, líder do setor no país, anunciou compra de 34 jatos por cerca de US$ 3,2 bilhões, projetando um crescimento médio anual do mercado doméstico de 9% nos próximos 20 anos. Em novembro passado, a Gol divulgou compra de até 30 Boeings 737-800 por US$ 2,7 bilhões".

(http://www.adag.org.br/adag2010/imprensa-noticias.php?id=510)

 

 

 

 

                          HOMENAGEANDO OS INTELIGENTES DONOS DA EMPRESA AIR CANADA

                          E TODOS OS PROFISSIONAIS QUE TRABALHARAM OU AINDA TRABALHAM NA

                          EMBRAER

 

 

 

20.3.2011 - O Canadá é especialista em usar de "baixaria" (aplicação de golpes comercialmente desonestos) em competições comerciais - Mas é claro que quando a sua falta de ética ultrapassa os limites do razoável, quem sai perdendo é o próprio Canadá. (OS SENHORES PROPRIETÁRIOS DA COMPANHIA AÉREA AIR CANADA NÃO QUEREM NEM SABER DISSO: compram aviões EMBRAER.)  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

   

 

 

REVISTA ISTO É INDEPENDENTE
(FEV. / 2001)
  

"N° Edição:  1637 |  14.Fev.01 - 10:00 |  Atualizado em 20.Mar.11 - 05:23
 

Uma guerra louca

Ministros, empresários e até FHC cerram fileiras contra o Canadá, que, para atacar a Embraer e defender a sua Bombardier, diz que a carne exportada pelo Brasil é de vaca louca

Sônia Filgueiras

  

A guerra entre Brasil e Canadá, desencadeada na última semana, mostrou a face selvagem das disputas na arena do comércio internacional. Em uma atitude inédita, o governo canadense suspendeu a importação de carne brasileira sob a alegação de não dispor de informações suficientes para se convencer de que o produto brasileiro estivesse livre da fatal doença da vaca louca. Embora o Canadá negue, em Brasília ninguém tem dúvida de que o bloqueio canadense não passa de uma represália na disputa dos dois países pelo bilionário mercado de aeronaves regionais, uma briga que se arrasta há quatro anos na Organização Mundial do Comércio (OMC), uma espécie de tribunal mundial para solução de disputas comerciais entre os países. O boicote à carne veio apenas 24 horas depois de o governo brasileiro ter conseguido adiar por 15 dias a contestação canadense ao programa federal de incentivo às exportações – o Proex. O Canadá quer o fim do programa, que financia, a juros mais baixos, a fabricação de aviões pela Embraer. Diz que é um subsídio disfarçado, o que prejudica a fabricante canadense Bombardier, principal concorrente no mesmo mercado. A pendenga já custou ao Brasil uma derrota no final do ano passado, quando a OMC deu ao Canadá o direito de compensar prejuízos de US$ 1,4 bilhão por conta dos financiamentos. O contencioso Bombardier-Embraer andava onde devia: no tapetão da OMC, dentro das regras. O boicote canadense foi considerado um golpe desleal, fora do campo.

O Canadá anunciou o boicote sem aviso prévio, não consultou a OMC, o que é de praxe, e não esperou que o governo brasileiro mandasse a papelada sobre os controles sanitários contra a doença. No final da semana, apesar de uma nota da embaixada canadense afirmando que avaliaria as informações brasileiras “da maneira mais rápida possível”, a temperatura ainda era alta. “A nota é insuficiente. O problema tem de ser resolvido com urgência”, disse o ministro-chefe da casa Civil, Pedro Parente, logo após uma reunião ministerial para avaliar a questão, na quinta-feira 8. O próprio presidente Fernando Henrique, que vinha se mantendo afastado da mesa de negociações, entrou no jogo de pressões. “Estou indignado. Não é o modo civilizado de tratar a questão”, declarou, em uma entrevista na tevê em horário nobre. “Acredito que um prazo de 15 dias para resolver a questão é o razoável. A paz é o ideal. Mas, se for guerra, é guerra”, disparou FHC. O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, trabalha com um prazo ainda mais curto. O problema tem de estar resolvido até o final desta semana. Caso contrário, a decisão é iniciar uma retaliação.

O governo brasileiro prefere negociar e nem de longe imagina chegar a extremos, como cortar relações com o governo canadense. Mas preparou um cardápio revanchista variado, com itens tradicionais e golpes sofisticados. O Brasil pretende entrar com uma reclamação contra o Canadá na OMC e estuda processar o país pelos prejuízos causados aos exportadores brasileiros, que já acumulam contêineres nos portos. Também pode convencer importadores de produtos canadenses a trocar de fornecedor, remanchar na concessão de vantagens oficiais, como empréstimos do BNDES, a empresas canadenses instaladas no País. Coube ao ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, orientado pelo próprio Fernando Henrique, passar o recado. “Gostaria de saber se o Canadá é um país de uma empresa só”, perguntou Pimenta, na quinta-feira 8, em uma reunião com três gigantes canadenses do ramo de telecomunicações, todas com investimentos milionários do Brasil. Em outras palavras, para proteger a Bombardier, o governo do Canadá se arrisca a estimular a má vontade brasileira para com o restante do empresariado daquele país.

(http://www.istoe.com.br/reportagens/40100_UMA+GUERRA+LOUCA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage)