FALANDO DE LITERATURA, SOCIEDADE, POLÍTICA E OUTROS TEMAS
Por Cunha e Silva Filho Em: 28/04/2024, às 22H31
Falando de literatura, sociedade, política e de outros temas
CUNHA E SILVA FILHO(1)
Gosto de conversar muito com pessoas que me caem na simpatia. Não chego ao exagero altruísta da grande e maravilhosa poeta brasileira Cecília Meireles (1901-1964), que segredou uma vez, ou melhor na última entrevista que concedeu a alguém, ser ela uma apaixonada pelo ser humano. Tão magnânima era sua afeição às pessoas que chegava a afirmar que amava até pessoas que nunca tinha visto na vida! Que desprendimento da autora de Romanceiro da Inconfidência! (1953
No tempo em que entrei para a universidade a fim de cursar Letras, Cecília Meireles foi um do autores que constavam para temas de seminário e de trabalho escrito de final de semestre. A mim coube analisar um poema dela. Foi aquele o primeiro contato mais profundo que tive com a poesia de Cecília.
Lembro-me de que fiz uma análise “apaixonada,” segundo me comentou, por escrito, a minha professora de teoria literária, Selma Sanders, na época uma jovem e bela professora, alta, elegante, de cabelos louros, olhos claros e de feições europeias. Era uma das assistentes do poeta, jornalista crítico, ensaísta, memorialista, folclorista e professor de teoria literária (Faculdade Nacional de Filosofia, Universidade do Brasil), Augusto Meyer (1902-1970).
Meyer revezava com ela. Havia uma segunda assistente que lecionava para uma segunda turma de Letras nas modalidades diversas oferecidas pelo cursos de Letras. Essa segunda assistente de Augusto Meyer era uma senhora também bonita, ainda moça, de cabelos lisos e escuros, mais para morena clara.
Seu prenome era Albertina, se não incorro em erro, em relação ao prenome, que não está mais visível na primeira folha cortada ao meio com o passar do tempo.
Era no primeiro semestre de 1966, i.e., faz 57 anos que guardo partes despedaçadas da primeira página das folhas que nos foram distribuídas no primeiro dia de aula de teoria literária daquele ano. Esses velhuscos pedaços da primeira página ainda guardo comigo nos arquivos particulares da minha biblioteca. O sobrenome se encontra impresso e ainda visível: Lupi. Ou seja: Albertina Lupi.
Na primeira folha, aparecia o roteiro do curso acompanhado de informações e, nas folhas seguintes, a continuação de dados bibliográficos e as datas dos seminários a serem realizados. Com os dados do professor regente e dos nomes das assistentes seguidos das datas do roteiro a ser seguido no semestre.
As demais folhas constavam ainda da bibliografia básica a e da bibliografia mais avançada relacionada a livros com ensaios acerca de teoria literária. a segunda assistente ficou com uma outra turma. Eram duas turmas grandes de várias modalidades do curso de Letras: português-inglês, o meu, português-literatura,português-francês,português-latim, português-literatura etc.
Ambas cuidavam de complementar as aulas de teoria literária, apresentar a bibliografia, aliás, muito bem selecionada quanto às obras clássicas e fundamentais para a época, ano de 1966. Essa disciplina, de forma autônoma, não havia no curso científico ou clássico da Teresina do início dos anos 1960 como não há, até hoje, no segundo grau, ou ensino médio Ela se embute nas disciplinas da língua portuguesa com a de literatura, seus estilos de época, sua noções de literatura, as funções da linguagem Jakobsoniana, o estudo de metrificação de escolas literárias,osgênrs narrativos e, finalmente,os exercícios propostos a partir de um dado texto literário, ou não.
Sendo assim, não tinha um preparo teórico maior, mais sólido, quando iniciei o primeiro semestre de teoria literária. No entanto, tinha bastante leitura já feita em Teresina e já tinha cancha de escrever artigos de cunho literários, ou não.
Selma Anders, já citada atrás, ao me devolver o resultado de um trabalho escrito sobre a poesia de Cecília Meireles, me recomendou, por escrito, em nota, ao final do me trabalho, mais ou menos nestes nesses termos: “Francisco, o seu trabalho revela bastante sensibilidade, porém lhe falta maior conhecimento teórico exigido para uma breve interpretação do poema que lhe foi proposto. A sua análise carece de maior amplitude de caráter e elementos formais ao embasamento teórico de sua análise. A um bom entendedor meia palavra basta. Isso me serviu de lição e me abriu novas perspectivas aos meus estudos literários.
Por outro o lado, mesmo com esse “gap” inicial, lá em Teresina, eu,, adolescente, escrevia para jornais locais. Fazia traduções, escrevia artigos, fazia resenhas de obras de autores que me interessavam e analisava livros que me caíam nas mãos. Me lembro de um conto que escrevi tendo por título “A inteligência precoce,”de um artigo com esse título bem sugestivo “O Infinito,” outro referia-se ao “Dia do Estudante,” outro era um conto meio fantástico que me inspirou um relato de um amigo de minha geração. Outros mais sobre os movimentos literários, estilos literários, como um artigo que saiu em duas partes por ser mais longo e versava sobre o movimento literário simbolista.
Tenho comigo um recorte somente da segunda parte publicado em 1963 em jornal de Teresina, entre outros artigos. Penso que os alunos que me liam gostavam de meus artigos e uma jovem até me falou que os lia e que eles iriam ajudá-la muito no exame vestibular. Fiquei esfuziante de alegria.
Era uma época de muita leitura, principalmente de romances em traduções. Lia poesia. Escrevia sobre Coelho Neto, Cruz e Sousa, Humberto de Campos e outros autores. Escrevia e não deixava de ler tudo das obras didáticas do Walter Wey, excelente autordidático tanto para literatura brasileira quanto para literatura português parao curso colegial. Lia outro e outros autores didáticos de língua e literatura brasileira e portuguesa, os quais me chegavam ao conhecimento graças às editoras que os enviava para meu pai.
Fazia tentativas de escrever ficção, fazer um poema, escrever um artigo em inglês, embora com alguns erros sintáticos, sobre a tradução de uma obra em inglês de um ilustre engenheiro piauiense, O governo do estado do Piaui fez um contrato com a professora encarregada de fazer a tradução para o português. Seu nome era Cacilda, Ela fez at radução e não ganhou um tostão furado.
Levei o meu artigo em inglês sobre a tradução da professora Cacilda, mas a redação do jornal me dissera que não o podia publicar em inglês.. Só o aceitariam se eu o publicasse em português. Voltando ao quesito de minha formação intelectual, e, na minha adolescência em Teresina, costumava ouvir atentamente histórias contadas por amigos da minha idade e, a partir dos relatos ouvidos, criava um conto ou coisa que a mim parecesse ser um conto.
Me parece que a professora nunca viu a cor do dinheiro. Ela lecionava, se não estou enganado, na Escola Normal Antonino Freire, Até então, as questões políticas não me atraíam. A mudança temática só ocorreria tempos depois.
Ainda não me achava atualizado com as leituras e novas concepções vieram da divulgação das lições de Afrânio Coutinho trazidas de sua permanência nos EUA, onde trabalhava no Reader’s Diagest e ao memo tempo fazia cursos importantes com o nomes mas em evidência nos estudos literários, linguístcos e filosóficos, como Roma Jakobson, Jacques Maritain, René Wellek e Austin Warren, entre outros, O seu objetivo principal era implantar um novo tipo de estudos literários renovador no que tange à análise da obra literária sacudindo velhos e arraigados modos subjetivos de lidar com o fenômeno literário de viés impressionista ou expressionista que dominava a crítica no país. Por isso aqui encontrou vozes dissonantes ao projeto del., Até mesmo teve que enfrentar um dos mais respeitados críticos ensaistas Álvaro Lins(1912-1970) que domina a chamada crítica de rodapé de importantes jornais do país. Com ele Afrânio Coutinho encetou um longa e “feia” polêmica assim me confirmou um outro grande crítico brasileiro, o Eduardo Portella, já falecido, aliás, muito amigo de Afrânio e pertencente a uma geração mais nova.
No Brasil, Afrânio lutaria para renovar os estudos literários, sobretudo nas universidades e mesmo no ensino médio, renovação proveniente das contribuições valiosas da chamada Nova Crítica, de origem anglo-americana, que a obra de Afrânio Coutinho (1911-2000) traria para o centro do debate da intelectualidade brasileira.Viria com uma “visão armada” dos conceitos e novas abordagens de analisar literatura, em que os elementos s intrínsecos, imanentes à obra eram priorizados nas análises constituíam os pilares formadores da obra literária, onde a linguagem e seus efeitos retóricos levariam o crítico a um julgamento estético, não mais considerando os elementos externos, como a biografia do autor, sua cultura, a sua visão social, sua religião como uma abordagem conducente a uma intepretação do fenômeno literário. Libertar-se desse subjetivismo biográfico seria o papel a ser desempenhado pela Nova Crítica. Combater esse vezo biografico na comprensão da obra literária seria o objetivo maior da crítica renovadora. . A obra seria importante do ponto de vista estético quando se desprendesse dessa falta de objetividade; direcionada a observar o commportsmento da língua-objeto,longe do cediço biografismo que, por vezes, invade os estudos literários do país. a linguagem , os componentes retóricos como a metáfora, os símbolos, as imagem, o ritmo frasal, os artifícios retóricos, o estilo da escrita, i.e., o estilo em lidar com a linguagem é que seria preponderante nos novos estudos literários. A análise de um obra ficaria subordinada a um conjunto de fatores intrínsecos que levaria a conclusões válidas na aferição do nível estético logrado ou falhado de uma obra. Ou seja, a obra, na forma de um gênero escolhido pelo autor, um romance, um conto, uma novela, um poema , seriam vistos como um produto acabado e esteticamente convincente quanto à sua elaboração
Mais tarde, já no curso de Letras me ia enfronhando com os elementos de teoria literária. Para dar um exemplo, os conceitos aprendidos com obras de Afrânio Coutinho, máxime o de “periodização literária,” foram, para a época, um novidade nos rumos que já haviam tomado e substituído os conceitos mais antigos.
Lembre-se de que Coutinho tinha publicado um breve e interessante livro de teoria literária: Notas de teoria literária. Cf.: COUTINHO, Afrânio. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976, 96 p.). Coutinho foi quase um precursor em obras dessa natureza, se não fosse pelo fato de que o erudito Estêvão Cruz, autor didático de importantes obras de latim e língua portuguesa, já em 1940, havia publicado um livro historicamente importante, e pioneiro, Teoria da literatura.(Ver CUZ, Estêvão Teoria da literatura. 2 ed. Porto Alegre: Globo, 1940. Afrânio Coutinho, ao editar o breve livro de teoria literária já citado acima, deu provas suficientes de que também era um autor didático valioso e claro. Essa pequena obra é destinada, segundo nos informa o “Prefácio”, aos estudantes do início do curso de Letras, assim também aos estudantes do ensino médio e de cursos pré-vestibulares. Coutinho foi quem, em primeiro lugar, fez implantar no país a disciplina teoria literária, inclusive
Os problemas sociais, mais tarde, me atrairiam porque, no meu país, as coisas mudam de ruim para bom só depois de muito tempo. Somos um país que retarda qualquer grande mudança substancial do ponto de vista educacional, social e cultural, porquanto a tendência de nossos governantes, nas esferas federal, estadual e municipal é manter, sem intuitos de ações duradouras e responsáveis, mas, ao contrário, a fim de que o que foi feito precariamente de caso pensado é o que vale para os donos do poder..
Se o fosse, seria apenas para auferirem estabilidade e controle do poder político por motivos meramente eleitoreiros, e não visando, por maquinações da politicagem, aos reais e complexos problemas nacionais, os quais requerem ações decisiva, eficazes e permanentes dos governantes, a fim de que fiquem postergáveis para as calendas gregas..Ora, fazer girar, ou melhor, fazer girar uma máquina estagnada e adrede emperrada resulta em mera causa pétrea e, assim, o escritor vai tomado de indignação e passa a criticar os erros e falas dos governantes. Eu chamei a esse tipo de assimilação no que diz respeito a se familiarizar com os elementos fundamentais da disciplina teoria literária, de “perda da inocência.” (SILVA FILHO Cunha e. Sobre esse assunto, resumidamente, ocupo um capítulo do meu livro Apenas memória”(2016). Ver SILVA FILHO, Cunha e, Apenas memórias. Rio de Janeiro Editora Quártica, 2016,p. Ver capítulo 12, p.243-249;
Sendo ainda mais explícito acerca dessa questão tão complexa, eu diria que, sem base de leitura e estudos de teoria literária, um adolescente estudioso e dotado de alguma inclinação à crítica literária, bem pode muito bem conseguir resenhar um livro e até ser vitorioso na sua exposição. Dito isso, penso que o julgamento crítico depende de releituras concentradas, exige muita sensibilidade e muita quilometragem de leituras variadas não só no campo propriamente literário, mas em disciplinas diversas ou correlatas como filologia, linguística, língua vernácula, estilística, filosofia, história, sociologia, geografia, estatística, conhecimento de idiomas, da cultura greco-latina, e - cumpre reiterar embora sendo redundante -, muita leitura : ler. ler ler. O fato é que um jovem que lê muito e se familiariza com leituras diversificadas combinadas com a sua vocação ou talento, se quiser, talento, bossa, poderá se sair bem na sua incipiente atividade de análise da criação literária.
O ato crítico pressupõe uma dimensão de estofo interior da personalidade do crítico e da sua formação cultural, das lições aprendidas com outros críticos, mas - cumpre assinalar -, que o mais recomendável é que, primeiro seja dado como fator determinante a leitura nos vários gêneros literários e não fazer o reverso, dar prioridade primeiro à teoria.Esse era o conselho que me deu, quando eu era jovem o professor A.Tito Filho numa rápida conversa à parte que tive com ele. Ocorreu num encontro de intelectuais e jornalistas do Piauí de passagem pelo Rio de Janeiro a um Congresso de Jornalistas Brasileiros a ser realizado no ano de 1968, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, inclusive como participante estava meu saudoso pai. O prof. A. Tito Filho foi escolhido, já em Porto Alegre, segundo me contou depois meu pai, , para ser o orador do Congresso, além de ser representante principal dos seus colegas e conterrâneos piauienses.
A minha conversa como o meu ex-professor de literatura luso-brasileira se deu em frente a um bar na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro, onde se encontravam outros conhecidos jornalistas piauienses, da comitiva sentados em cadeiras na calçada de um bar, ora conversando, descontraidamente, ora bebericando alguma coisa (provavelmente uma geladinha), ora ainda comendo algum saboroso tira-gosto, também.
A. Tito Filho, o prof. Arimathéa, segundo os estudantes e mesmo professores amigos o tratavam no Liceu Piauiense, era, sem dúvida, um bom leitor e escritor, assim como um ótimo pesquisador e jornalista prolífero em termos de publicações em jornais piauienses
Lia o que quer que me desse na telha ou surgisse lá em casa de meus pais, sobretudo na última residência em que morei, por pouco tempo, com eles. Ou seja, na Rua 24 de Janeiro, Sul. Entretanto, o fato de eu não ter tanto conhecimento mais profundos em teoria literária, não me impediu de pensar, de forma independente, sem a obrigatoriedade acadêmica das inseparáveis e imponentes muletas teóricas, de preferência alienígenas mas, apenas com a intuição e a vocação complementada pelo textos que lia de ensaios de literatura brasileira, em autores como Tristão de Athayde (pseudônimo de Alceu Amoroso Lima,). Por exemplo, podia citar, entre outros, a Pequena história de literatura brasileira que li ainda em Teresina. (Ver CARVALHO, Ronald. Pequena história da literatura. brasileira. 12 ed. rev. Rio de Janeiro: F.Briguet & Cia. Editor, 1964. de Ronald de Carvalho, obra que, de resto, foi, a meu juízo, dura e injustamente criticada por Assis Brasil (1929-202).
Não concordo com o julgamento que lhe fez daquela obra de Ronald de Carvalho (1892-1935) que, a par de ser poeta e ensaísta, foi um scholar , um estudioso, competente e versado em problemas brasileiros. Haja vista, a sua produção literária que deixou publicada, a despeito de ter tido vida curta, pois fora atropelado por um carro no Centro do Rio de Janeiro aos 46 anos. Era muito moço ainda.. Como ensaísta, dele temos um obra que não pode ser absolutamente subestimada. Trata-se oe livro Estudos brasileiros. Rio de Janeiro: Nova Aguilar S.A,; Brasília, INL, 1976, 322 p.) sobre variados temas sociais, histórico, questões diplomáticas (guerra Guerra Cisplatina), sobre fronteiras na América latina. estudos literários, ou seja, abrangendo uma gama de relevantes autores nacionais, inclusive até discorre sobre o Macunaíma (1928). de Mário de Andrade (1893-1945)
Lia, com denodo, vontade e continuamente, além do prazer propiciado pela leitura de romances, contos, poesias, revistas da época, jornais, gibis, nos quais eu mesoa colaborei durante um bom tempo, ainda morando em Teresina. Li ,já o disse linhas atrás, um número bem considerável de romances estrangeiros traduzidos, que pululavam para as minhas mãos sedentas de leituras. Talvez isso me tenha sido decisivo a fim que, no futuro, o doce prazer de ler,, o" prazer do texto” de Roland Barthes (1915-1980), de ler grandes obras de variadas espécies e temas estivesse sedimentando o meu espírito e o meu intelecto para enfrentar, igualmente, com tenacidade, independência e coragem, a minha natural tendência a julgar, analisar e interpretar obras literárias nos vários. gêneros. Julgamentos de obras que me desafiariam a argúcia de critico precocemente. A propósito dessas considerações de leitor adolescente, ver o meu livro As ideias no tempo /Tersina: Senado Federal, 2009, p. 30-31.
A teoria literária era, praticamente, uma novidade para mim ao ingressar no curso de Letras, assim como as propostas de trabalhos, metodologias, abordagens serem utilizadas e previamente planejadas. Esta disciplina teria que cursar obrigatoriamente, uma vez que comecei o curso pelo antigo regime de avaliação, com programação semestral, diferente do regime de créditos que seriam na base de escolhas de tantos créditos que o discente desejasse cursar até que completasse o total exigido por lei. Uma outra novidade: eu, com essa mudança radical para o novo sistema de avaliação, fui obrigado a cursar mais uma disciplina, o grego, cujo conteúdo de um semestre teria que ser ensinado ao aluno com certo açodamento e, ademais, cem detrimento da qualidade do conteúdo ensinado. Antes do sistema de credito, não havia que cursar grego na minha modalidade, português- inglês, só latim. Não que não o desejasse, mas sim porque teria que cursar mais um ou dois semestres. Isso prolongaria o término da minha graduação.Entretanto, como demorei a terminar o meu curso de Letras,malé, do fato de qe a Faculdade de Letras passara ao regime de créditos e o curso de Letras que funcoonava, segundo já sobre isso me referi, na Avenida Antônio Carlos, e ainda com um Anexo, em prédio antigo pertencente ao Tribunal Eleitoral, o qual ficava onde é, hoje, um espigão, do qual é proprietário de um ou dois andares, o Petit Trianon, a Casa de ,Machado de Assis, ouseja, a Academia Brasileira de Letras (ABL).
Os cursos de Letras agora transformados em Faculdade de Letras, em prédio independente, pois da Casa d’talia fora transferido, provisoriamente, para a Avenida Chile, numa construção meio precária em que acontecera, por pouco tempo, uma Exposição Portuguesa.Eram deficientes e algo improvisadas as novas condições de estudos tanto para o estudantes quanto para o corpo docente.Era realmente um deus-nos-acuda.: havia galpões que se tornaram salas de aulas, de sorte que, havia um galpão gigantesco, situado numa espécie de porão destinado a neles estudarem várias modalidade do cursos de Letras, ou seja, virou uma babel, onde professores aqui falavam em inglês, ali espanhol, mais adiante, alemão, e assim sucessivamente. No primeiro andar, as salas eram bem melhores do que aquele horrendo galpão, uma autêntica Torre de Babel do tempo do Velho Testamento quando os homens que, em geral, desejam ser superiores a Deus, na construção da famosa e malograda Torre, se viram, de repente, confusos sem saber entender a língua de um e de outro, o que os impediu a continuarem a desafiar o poder de Deus. Não é isso um conto de carochinha não, mas está registrado até num capítulo do livro dos livros, a Bíblia Sagrada.Tanto não é conto da carochinha que o linguista Mario Pei,, em sua interessante obra All about language, faz alusão à Torre de Babel e não m,e parece estar fazendo pouco caso da história bíblica. (ver PEI, Mario, All about language. London: The Bodley Head,, 19956, p.9-10,
Para diretor da Faculdade de Letras, foi designado o professor Afrânio Coutinho, que teve um batalha campal, da qual, com muito esforço, saiu vitorioso.Para conseguir realizar as mudanças necessárias tanto no curriculo dos cursos quanto na implantação pela primeira ve,z dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado). Mas nem tudo que reluz é ouro, porquanto houve contratempos vários entre Afrânio Coutinho e as condições de uma Faculdade funcionar nos anos da ditadura militar. Daí um certo caráter de acontecimentos imprevisíveis, ou de natureza administrativa na Faculdade de Letras, assim como outros problemas relacionados a alunos e professores estrangeiros. Deu certo apesar dos pesares. Eu, como aluno, tive prejuízos quanto ao meu tempo de concluir o bacharelado e alicenciatura. Mas , como diz um provérbio inglês que, por vezes, costumo empregar: “Where there is a way, there is a will.." .. Bem sei que Afrânio Coutinho mostrou-se insatisfeito com essa transferência para bem longe, .
Em Teresina, tive um excelente professor de literatura luso-brasileira, o A, Tito Filho (1924-1992), já mencionasdo. o melhor e mais talentoso mestre que tive no velho Liceu Piauiense (depois chamado Colégio Estadual “Zacarias Góes”)..Suas aulas encantavam os adolescentes, seus alunos. Sobre o que penso do A. Tito Filho. (Consultar o meu livro Apenas memórias (op.cit., p.38-40. ), assim como meu outro livro As ideias no tempo(op. cit,p.74-76.. no qual dedico um capítulo a uma resenha da excelente da obra Chico’s bar é a solução; Teresina: COMEPI. 1981,186 p.., Essa obra não é ´nada menos do que um útil dicionário de anglicismos, resultado positivo de uma pesquisa criteriosa e paciente não só para a época de sua publicação, mas ainda proveitoso a quem aprecia estudos lexicográficos, tão fundamentais a um trabalho dessa natureza. De resto, não é a primeira vez que autor demonstra inclinação à pesquisas filológicas. Antes, já havia feito um trabalho escrupuloso com preciosas notas semântico-linguísticas a um edição de um romance do escritor piauiense Abdias Neves (1876-1928), de título Um manicaca (1909).
No entanto, o Arimatéa não tinha forte embasamento de teoria literária nem tampouco outros da sua geração, porquanto não eram formados em Letras (as Faculdades de Letras só surgiram na década de 1930), ainda que fossem muito cultos e até eruditos e com um faro admirável para a pesquisa lexicográficas, como era o aso de A,Tito Filho.. Para completar o seu perfil de intelectual operoso e dinâmico, não posso esquecer aqui de mais um dado a que faz jus: A.Tito Filho foi, seguramente, um dos maiores oradores do Piauí.
Meu pai, Cunha e Silva(1905-1990) o admirava muito. O Arimatéa era dotado de uma incomum habilidade oratória, a qual seria sua “facilidade de expressão,” segundo sintagma oportunamente usado pelo meu pai, e a sua voz bem modulada e a sua gestualidade das mãos e do olhar faziam brilhar ainda mais a sua carismática personalidade de escol, de um mestre nato e admirado por mais de uma geração de estudantes que, no velho Liceu Piauiense, lhe ouviam com atenção e se regozijavam com as suas aulas-conferência, de improviso, abordando assuntos diversos, os quais iam da literatura à vida política local e nacional, à economia, a temas sociais e culturais, assuntos controvertidos, como diferença entre parlamentarismo e presidencialismo, divórcio, educação, vida urbana, historiografia, direito, temas governamentais, pefis de figuras ilustres piauienses etc.Foi um cronista de mão cheia, como evidencia o seu livro Teresina, meu amor(1973), uma livro de crônicas admirável, o que lhe rendeu um elogio de Paulo Rónai() numa página literária do Jornal do Brasil, cujo recorte eu possuía até algum tempo atrás. Contudo, se perdeu com mudanças de residência. Rónai era um tradutor internacionalmente premiado, que se dedicou à tarefa hercúlea de traduzir toda a Comédia humana() , obra de Honoré Balsac (1799-1850). Rónai foi um conhecido poliglota e notável ensaísta húngaro muito entrosado com a literatura brasileira, professor de latim e francês do Colégio Pedro II,
Os professores de língua portuguesa do meu tempo de ginásio e clássico eram pessoas formadas ou não em alguma área geralmente direito, medicina, engenharia, mas tinham cultura ou se tornavam autodidatas em algumas disciplinas. Não passaram, todavia, pelo curso de Letras. Esses cursos e faculdades não existiam ainda no país, sobretudo em estados pobres como era o Piauí. Em geral, os professores dessas dsiciplinas do ensino médio formavam-se mais em direito e, caso tivessem inclinação aos estudos do vernáculo, filológicos, linguísticos, ou à literaturas brasileira e portuguesa, se tornariam professores, alguns até ótimos, como foi o exemplo do A.Tito Filho. No entanto, em assuntos de teoria literária, não possuíam o conhecimento teórico mais profundo e acadêmico, que só seriam conhecidos, em sua maior amplitude, e locus próprio, com a criação das chamadas Faculdades de letras e de filosofia na década de 1930 do século passado. Para informaçõs mais detalhadas. (Ver o meu o meu livro Breve introdução ao curso de Letra: uma orientação. Rio de Janeiro: Litteris/Editora Quártica, 120 p. Cf. p. 16-17.
Voltando ao período do início do curso de Letras, como o tempo, sozinho, como sempre o fiz por gostar de estudos autodidáticos, ficava embevecido com o poeta Augusto Meyer, proferindo magníficas aulas-conferência no velho Anfiteatro da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (depois chamada UFRJ).Com ele, o grande poeta gaúcho e ensaísta primoroso, aprendi a ter um olhar mais aguçado, diferente e mais abrangente do fenômeno literário, sobretudo de poesia. Foi um privilégio haver assistido às conferências desse magistral mestre e scholar Algumas palavras suas ainda me ressoam no pensamento, e já vão tantos anos, sobretudo referentes à criação literária. Segundo ele, o fenômeno literário se torna, no seu amplo espectro, uma questão epistemológica, pois a reflexão literária é sempre um somatório de influências provenientes de todos os lados, porquanto nada se perde na apreensão de todo esse universo de influências convergentes que ativam a nossa capacidade de invenção e a construção de formas diferentes no tocante aos gêneros literários. Nada, que é humano e cultural, se perde no conjunto de assimilação de um saber e de uma experiência humana, dos quais promana o fenômeno literário. Essas múltiplas influências, orbitando em torno da interioridade do autor e em forma de, por assim dizer, “irradiações,” vão-se internalizando na mente do escritor e, se perseguida com determinação e vontade de produzir, o levam a criar realidades bem mais densas e profundas do que as referencialidades poderiam realizar. A literatura, em todas as suas manifestações, é um fenômeno abrangente de dados apreendidos e colhidos na própria realidade empírica e social. Sendo que tais dados da experiência são frutos do a aludido conjunto de influências múltipla.
Após estas relembranças, passemos a enfocar o tema geral deste artigo ou melhor dizendo, da fusão da crônica, do memorialismo e da biografia ou autobiografia. São três formas literárias que se embricam entre si, e cada uma tem o elemento diferenciador. Esse artigo que vai já ficando mais longo, teve, inicialmente o objetivo de ser uma pequena crônica falando sobre o final de 2013, ora desejando um Feliz Natal e Ano Novo, ora “resmungando”(aqui me valeu a inspiração do poeta e ensaista de artes plásticas Ferreira Gullar() que , num dos seus belos artigos publicados na Folha de São Paulo, deu a um deles o título de “Resmungão” sobre os males do país. Ano que não me parece ter começado bem, sobretudo pelo calor insuportável de mais de quarenta graus e pela tragédias das inundações ocorridas no estado do Rio de Janeiro. Desta vez, a raiva das águas se virou para Xerém, um distrito de Duque de Caxias, perto da subida para a linda cidade de serrana de Petrópolis.
.Não preciso repisar o déja vu dessa tragédia anunciada que, ano após ano, flagela impiedosamente os moradores fluminenses.Segundo um antigo morador desse distrito, nunca houve tanto volume dágua descendo do alto e subindo praticamente pelo bairro todo, deixando atrás de si só destruição, pessoas desaparecidas, pessoas mortas, enfim, uma população que perdeu tudo que tinha: casa, móveis, eletrodomésticos, documentos, mantimentos. Mais parecia um terremoto a tromba dágua que se abateu sobre Xerém, lugar que conheci nos anos setenta quando lá lecionei em colégio estadual. Sei que deixei muito alunos que ainda provavelmente moram ainda lá e são hoje adultos, pais ou mães de famílias, quem sabe, até avós.
As inundações, no estado do Rio de Janeiro, poderiam ser contidas ou reduzidas caso os governos, governador e prefeitos, juntos se dispusessem a equacionar estratégias de tal sorte que os desmoronamentos não atingissem tal magnitude de provocar grandes perdas humanas e pertences das famílias assoladas pela fúria das águas, da lama, e da subida do nível das águas cobrindo até os tetos das habitações. Os rios viram mares, as margens desaparecem, se alastrando e levando de roldão tudo que encontram em seu caminho, à semelhança, guardadas as proporções, do “estouro da boiada,” um belíssimo texto de Rui Barbosa(). É um quadro terrível, que lembra também, assim que as águas baixam, uma cidade arruinada por um terremoto. Deveria haver, em cada estado, uma secretaria contra os acidentes da Natureza, os quais não são causados só por esta, mas pelas condições de terrenos em que se constroem habitações nos bairros e cidades do Rio de Janeiro.Não existem, por parte do governo estadual ou das prefeituras municipais, uma política séria e responsável que, além de ter que fiscalizar com rigor o uso do solo inadequado para construção de moradias simples, tem a obrigação gerencial de se acautelar, antecipando-se aos flagelos das inundações, com sistemas de alarme que sejam acionados a tempo de a população poder se retirar da iminência do perigo.
Os governos que temos tido sequer utilizam as verbas federais destinadas a prevenções de acidentes naturais. Usam o mínimo possível dos recursos disponíveis e, ao contrário, são céleres em dar prioridades a outras obras, como, só para mencionar uma, a reforma do Maracanã, a qual custou fábulas de dinheiro. Dinheiro esse que seria muito útil nas reformas e reequipamentos de hospitais, na melhoria da segurança da sociedade e da educação pública, que está em níveis cada vez mais baixos no que concerne à qualidade do ensino.
O flagelo das águas em alguns estados brasileiros é tão perverso quanto o das secas do Nordeste. São dois males crônicos do país. Se perpetuaram e se tornaram uma segunda natureza para gáudio e a insensibilidade ( o oxímoro vale para esta crônica pródiga de indignação explícita ou implícita) de nossos sucessivos governos.Decididamente, não interessa aos nossos governantes e políticos encontrarem um remédio eficaz para enfrentarmos esses dois ciclos, o do excesso de água e o da falta de água.Vários países do mundo já reduziram o problema da seca. Por exemplo, países que se localizam em áreas desérticas já se tornaram férteis, produzindo alimentos e desenvolvendo boa agricultura graças aos modernos recursos técnico-científicos de que dispõem seus governos.
A questão das inundações desencadeadas por chuvas torrenciais e o “polígamo das secas” não são uma sina, algo da fatalidade de um país. Se a chamada e eufemística “vontade política” encena alguns gestos e pequenas ações determinadas pelos governos, mas de forma paliativa, o certo e líquido é que nada se tem concretizado de duradouro e efetivo na administração pública. Não há desejo de que os grandes males crônicos sejam resolvidos ou se aproximem de ações corretas e com objetivos de melhorar a sociedade. Por esse motivo e outros é que os desastres, os acts of God, são realmente desgraças “anunciadas.” Ora, de tanto irem e virem, os desastres da Natureza-Mãe se tornaram banalizados como são hoje banalizadas as múltiplas e recorrentes perdas de vidas humanas, perdas materiais nesse universo “líquido” e indiferente à sorte alheia. Oh, humanidade” diria um personagem o narrador do romance Moby Dick (1851), de Herman Melville (1819-1891)) Há ainda a questão de um outro mal, não menos nocivo, a corrupção, o superfaturamento, a desídia. As mortes de pobres não comovem mais os governos.Resolver a questão social brasileira mobilizando maciçamente todas as suas esferas dos governos federal e estaduais e municipais não daria mais votos a profissionais da política minúscula nacional. A grande sacada da inoperância e má administração são os remendos, as correções pontuais, não o ataque a fundo contra os males crônicos que remontam a priscas eras, do Brasil Colônia, passando pelos dois Impérios, atravessando a República Velha e a Nova República e atingindo os nossos tempos atuais.
Deslocando-nos para a política propriamente dita, a paisagem por vezes parece um teatro de comédia ou de ópera-bufa, que, aliás, nos lembram tempos recuados como o período em que Martins Pena escrevia sua hilariantes peças. teatrais.Na verdade, o Brasil literário refrata o Brasil político-social. Ler autores como Gregório de Matos, Manuel Antonio de Almeida, Machado de Assis (ficção e crônica), Lima Barreto, Euclides da Cunha, Antônio Fraga, João Antônio e muitos outros mais, em muito nos ajuda a entender o que somos e o que fomos ou ainda o que seremos, o que só caberá aos poetas, pois, alguns deles, são vates, ou seja, fazem prognósticos para o futuro.
O lexema “vate” provém do latim e significa “profeta” ( Cf. MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 6 ed, São Paulo: Cultrix, 1992 ,p.507. O dicionarista de termos literários Martins Gray (Ver GRAY, Martin. Dictionary of literary terms.Second edition. Terceira impressão. Longman York Press: 1994, p.300, ensina que, em inglês, o lexema é “vatic,” do latim “vates”, como em português, e se refere a poesia, gênero que "... se inspira por ação divina” e é sinônimo de “bardo". Gray ainda ensina que esse segundo lexema diz respeito ao “poeta profeta ”(aspas minhas) e conclui assim: “... também é usado pelos romanos quando aplicados aos druidas.”
É claro que não podemos também deixar de ler alguns grandes autores e teóricos como Oliveira Viana, Gilberto Freire, Caio Prado Júnior, Nelson Werneck Sodré, Sérgio Buarque de Holanda, Tristão de Athayde, osquais , além de outros, se debruçaram a estudar o Brasil e seus problemas com seriedade e competência.E eu diria com o poeta John Howard Payne (1792-1852):“ Time and patience conquer everything.” Payne foi poeta comediógrafo e viajante americano e foi o autor da letra da canção “Home, sweet home,” escrita por ele numa prisão em Londres. (Cf.: CAMPOS JR.,.J .L English Portuguese Dictionary.23. ed. São Paulo: Edições LEP,1954., 1043 p. Finalmente, me vejo compelido a falar, mais uma vez, da escalada de violência nas cidades brasileiras, com ônus maior para o eixo Rio-São Paulo. Para quem acompanha notícias desse tema, é preciso falar também da violência entre pessoas que não são traficantes nem marginais. Trata-se da violência derivada de relacionamento amoroso, de traição, de ambição por herança, de estupros no seio da família, na vizinhança, nos condomínios de parricídio, de matricídio, violência galopante nas ruas, quer nas metrópoles, quer em cidades menores.
Violência que mais depende de uma reeducação moral da sociedade, de desenvolvermos, desde o período infantil, os bons e saudáveis hábitos de convivência, de respeito, de solidariedade, de civilidade, qualidades do relacionamento humano que está num ponto mais baixo em termos de valores éticos e comportamentais. Violência que seria muito reduzida pela carência de boa educação, o de orientação escolar, familiar, de falta de um educação espiritual, de uma educação integral condigna e sem prevenções ou, como hoje se diz, sem preconceitos de qualquer natureza. Leiam o velho e eminente educador e pedagogo português Mário Gonçalves Viana (1900-1977 ).Violência de nível social (exclusão social tanto dos bens materiais quanto bens culturais, os quais devem ser concedidos a todos os níveis sociais, conforme argumenta um robusto e sempre atualizado ensaio de Antonio Candido (1918-2017), de título “O direito à literatura”, do livro Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995, p. 235-263 ou provocada pelo consumo de drogas de um membro da família ou de membros da mesma família Violência entre políciais militares e traficantes ou milicianos, ou até entre policiais e policiais, naquele sentido do texto magistral e teórico de Antonio Candido, que é ”A dialética da malandragem, ” principal fundamentação da minha Tese de Doutorado em literatura brasileira, defendida em 2002 na Faculdade de Letras ( UFRJ). Enfim, violência contra idosos (etarismo), contra doentes mentais, gêneros, moradores de rua, violência de política bipolarizada (caso brasileiro) entre a esquerda e direita ou extrema-direita, sendo que o esquerdismo brasileiro não é, na práxis, tão diferente, no que tange às regalias e privilégios faraônicos dos poderosos dos três poderes, o que não passa de uma contradictio in terminis
Por tudo isso e por mais ainda, deve-se mobilizar a sociedade no sentido de exigir das autoridades melhor educação, saúde, segurança, lazer e oportunidades de progredir social e culturalmente (diminuindo as assimetrias sobretudo nas modernidades (Eduardo Portella), usando o lexema no plural e, com isso, comungando com o pensamento avançado e civilizado de um dos mais brilhantes críticos literários brasileiros, a par de ser um teórico de literatura original e um pensador de alta envergadura intelectualA demagogia dos dois últimos governos não vai resolver todas essas questões cruciais para termos uma pátria da qual possamos nos orgulhar e na qual possamos confiar na esfera da cidadania e da convivência em sociedade.
(1)CUNHA E SILVA FILHO:: Membro efetivo, cadeira nº 30, da Academia Brasileira de Filologia- ABRAFIL. Pertence à União Brasileira de Escritores (UBE – Seção Piauí)); Atualmente, é colaborador da Revista romena “ORIZONT LITERAR CONTEMPORAN, sediada em Bucareste. Dir. de Daniel Dragomeriscu. Escreve há muitos anos para o Site Entretexto direção do escritor, professor, poeta, ficcionista e ensaísta Dilson Lages Monteiro. Assina seu Blog “As ideias no tempo.” Seu Blog, por enquanto, está desativado por motivos técnicos, mas o leitor pode consultar os seus arquivos. Escreve também para o Site www.academi.edu. com – Francisco da Cunha e Silva. Escritor, crítico literário, cronista, ensaísta, tradutor de poesia estrangeira, articulista, ex-professor Titular de língua inglesa do Colégio Militar do Rio de Janeiro(CMRJ), ex-professor de literatura brasileira e língua inglesa do curso de Letras, de língua inglesa instrumental e de língua portuguesa dos cursos de Comunicação e Jornalismo da Universidade Castelo Branco (UCB). É Pós-Doutor em Literatura Comparada, Doutor e Mestre em Literatura Brasileira e Bacharel e Licenciado em Português-inglês pela Universidade Federal do Rio e Janeiro (UFRJ). Foi colaborador, por muito tempo, desde a adolescente, de revistas e importantes jornais de Teresina, Piaui. Foi colaborador de jornais e revistas de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e no exterior.