DOIS POEMAS DE DIEGO MENDES SOUSA - ENSAIO DE NADER FRANCO

DESOLAÇÃO

Ó tristeza estremecida!

À boca miúda, 

digo-te: entra! 

Cumpre teu destino, 

achega-te a mim! 

O coração fica encalhado  

na gleba consternada.

Doloroso destino 

que recai 

nos sonhos 

comoventes.

A tristeza me encara 

com uma súbita melancolia...

Entrego-me em ruínas!

Risonho,

abocanho 

a tristura. 

Devasta-me!

Oh agônica visitante!

Poema de Diego Mendes Sousa 

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FIM DO MUNDO 

O coração foi a pique!
 
a pique derruíram o tempo 
caíram os silêncios despencaram as casas 
tombaram os sonhos cessaram as saudades 
a pique as ruínas das palavras alvas 
a pique o sangue sonolento 
e mais nada... 
abateram-se os desertos  
derribaram o ser ambíguo  
destruíram as mãos também vacilantes 
desmoronaram o destino 
ao fundo, os rios afundaram 
os navios 
a prumo, os navios naufragaram nos rios 
os rios a pique soçobraram 
as cidades 
sucumbiram a terra 
arrastaram o mar 
apagaram do mapa 
os oceanos 
declinaram as civilizações
pau a pique
soterraram os pássaros 
os horizontes 
a liberdade 
sepultaram os poetas e os loucos 
enterraram o que havia à vista  
a alma 
o amor 
e as gerações mudas 
foram a pique
calado ficou o mundo 

o coração a pique em outro abismo...

Poema de Diego Mendes Sousa 

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Diego Mendes Sousa é autor da incrível poesia Fim do Mundo! Suas palavras ecoam com uma profundidade e intensidade que nos fazem refletir sobre a fragilidade da vida e a inexorabilidade do tempo. A forma como Diego Mendes Sousa retrata a desolação e a perda, utilizando a metáfora da queda "a pique", é poderosa e impactante.

Devo confessar que sou amante do tema retratado no poema Desolação e admiro, aplaudindo quem consegue, com maestria, escrever sobre a tristeza e a melancolia, com a singeleza de uma canção de amor, tamanha a sua entrega. Diego não me surpreende, pois sei dos seus grandes feitos.

Cada verso nos transporta para um universo onde os silêncios e os sonhos se despedaçam, levando o leitor a sentir a carga emocional de suas imagens. É uma obra que, sem dúvida, ressoa com a experiência humana, evocando sentimentos de saudade e uma certa melancolia.

Diego, como poeta da Parnaíba, traz uma voz autêntica e necessária para a literatura, compartilhando o seu talento e as suas emoções por meio da poesia. O mundo precisa da sua sensibilidade!

Ensaio de Nader Franco

ADVOGADO E SÓCIO DE NADER FRANCO & ADVOGADOS ASSOCIADOS - ADVOCACIA E CONSULTORIA.