Grafite com imagem atribuída ao Coronel Valentim Pereira da Silva.
Grafite com imagem atribuída ao Coronel Valentim Pereira da Silva.

 

Reginaldo Miranda[1]

 

Na abertura de seu livro História da Imprensa no Piauí, o acadêmico Celso Pinheiro Filho aborda a ausência de escolas no Piauí d’antanho. Relembra que a atuação dos jesuítas, entre nós, não se voltou para o terreno da instrução, como fizeram em outras regiões, voltando-se exclusivamente para a exploração das fazendas que lhes deixara por administradores, Domingos Afonso Sertão. Menciona, porém, uma cena peculiar:

“Fenômeno curioso, todavia, é que em todo o período colonial nunca houve falta de letrados, filhos da terra, para os encargos burocráticos da administração, das igrejas, dos cartórios e dos quartéis. Como se teriam instruído, é a pergunta que nos ocorre.

‘É que dos excedentes de alfabetizados, da Bahia principalmente, com que estávamos em ligação mais direta através das boiadas, vinham contratados pretos e mulatos forros, alfabetizados uns, e até mesmo instruídos outros, para ensinarem aos filhos dos fazendeiros, nas próprias fazendas. Na onda destes, iam os crias da casa, filhos dos vaqueiros e criados. Testemunhou este fato, nos sertões de Parnaguá, o naturalista escocês George Gardner. Encontrou-se ali com a família de um fazendeiro, em traje de festa, que se dirigia para outro lugar onde ia haver desobriga. O Mestre-Escola dos meninos, um preto forro da Bahia, ia em seu traje de luxo, um gibão de couro. Era considerado pelo patrão como membro da família, e, como tal, tratado com roda consideração.

‘Tudo, em repetição pela nossa nobreza rural do que acontecera antes, e acontecia então, na nobreza feudal europeia. Os romanos compravam escravos instruídos, para esse fim. Na Rússia tzarista, o chique era cada nobre ter em seu castelo uma preceptora francesa, com o mesmo objetivo”[2].

Esse fazendeiro de que nos fala Celso Pinheiro Filho, é nosso ancestral Valentim Pereira da Silva, senhor de algumas fazendas nas duas bandas do rio Parnaíba, coronel da guarda nacional, comendador da Ordem de Cristo e chefe conservador da vila de Jerumenha.

De fato, a ele e sua família o naturalista George Gardner dedicou uma generosa página de sua obra de registro das andanças, Travels in the interior of Brazil, editada em Londres, no ano de 1846. O encontro data do final do mês de julho e início do mês de agosto de 1839, quando passou alguns dias em companhia da família. É um interessante registro do modus vivendi e costumes da aristocracia rural sertaneja no Período Regencial. Equivocou-se, porém, Celso Pinheiro Filho, quando anotou que o encontro deu-se “nos sertões de Parnaguá”. Na verdade, foi nos sertões do Itaueira e Gurguéia, pertencentes ao extenso termo de Jerumenha. Para maior compreensão do leitor, segue na íntegra o texto do viajante escocês:

 

“No dia 31 [de julho de 1839], de manhã bem cedo, partimos de Algodões, e depois de cavalgar três léguas sobre uma árida chapada chegamos a Golfes, casa solitária situada num outeiro junto de pequeno paul, onde cresciam numerosos buritis. Paramos à margem do pântano, à sombra de grande cajueiro. À tarde, nova jornada de duas léguas levou-nos a pequena casa desabitada, em um sítio chamado Retiro Alegre, situado em belo vale[3], rodeado de altas colinas e abundante em buritis, cujas folhas dão abrigo a numerosas araras de peito alaranjado (canindé). Aqui encontrei um pretinho, que me esperava para me servir de guia à fazenda seguinte (Jenipapo), distante cinco léguas e meia. Foi-me mandado pelo capitão Valentim Pereira da Silva, que eu havia encontrado em Algodões de viagem para visitar o filho e a quem pertencia toda aquela região que ora estávamos atravessando.

‘Quando o velho soube que eu era a pessoa que havia operado várias curas em Oeiras, mostrou grande desejo de que eu visitasse seu filho, que estava de má saúde; e, como a casa deste ficava a apenas poucas léguas fora de nosso rumo direto, consenti em fazê-lo.

‘A cerca de meia légua da fazenda veio encontrar-nos o próprio filho, a quem pertence a fazenda Jenipapo[4], onde ficamos por essa noite, indo ele para outra fazenda chamada Canavieira[5], duas léguas além, onde reside.

‘Na manhã seguinte chegamos a Canavieira em tempo para o almoço e tivemos hospitaleira recepção por parte do capitão e seu filho.

‘Ao examiná-lo, verifiquei que apresentava sintomas de tuberculose incipiente e receitei-lhe. Como é raro aparecer um médico nessa parte do país, tive de receitar para muitos outros doentes, alguns deles vindos de grande distância.

‘A um quarto de milha além de Jenipapo chegamos às margens do rio Gurgueia, que nasce na extremidade sul da província e desemboca no Parnaíba, pouco abaixo do paralelo de Oeiras. Como geralmente ocorre com os rios das províncias do norte, as margens deste são mais densamente cobertas de mata e de aspecto mais verdejante que o resto da região”.

 

Continua o naturalista escocês, discorrendo sobre sua estada em Canavieira, hoje cidade de mesmo nome e sobre a continuidade da viagem pelo Centro-Sul do Piauí:

 

“Fiquei o dia inteiro com os meus hospitaleiros amigos e recebi convite para acompanhá-los na manhã seguinte a uma fazenda distante dali oito léguas e pertencente ao sogro do filho[6]. Para lá se dirigia toda a família, pois o Visitador[7] estava em sua viagem trienal e era ali esperado por esse tempo. Como também este lugar era próximo de nosso caminho, aceitei o convite.

‘Na manhã de 3 de agosto deixamos Canavieira e três léguas além atravessamos o rio Gurgueia, entrando no distrito de Uruçuí[8]. O rio aqui tinha mais ou menos a largura do Clyde[9] em Glasgow, mas era tão raso, que a água não chegava muito acima do meio de meu cavalo. Mais uma légua de caminho e chegamos à casa de um vaqueiro, onde paramos para almoçar e passar as horas mais quentes do dia. A casa era situada num recôncavo, onde fazia um calor insuportável, por falta de brisa. O termômetro marcava 37 graus à sombra e eu sofria terrível dor de cabeça. Só partimos daí às quatro horas da tarde, e como havia quatro léguas a vencer, só chegamos à Fazenda dos Prazeres depois do sol posto. Toda a região que atravessamos com exceção das margens do rio, estava muitíssimo seca, por falta de chuvas.

‘Nosso grupo era bem grande. Além de nós, havia o capitão, seu filho e esposa, uma moça mulata pajeando-lhes a criança que levavam a batizar, três sobrinhos do capitão e um mestre-escola preto, todos vestidos de couro da cabeça aos pés; e além dos negros a pé que puxavam os cavalos de carga havia três montados que serviam de ajudantes.

‘A senhora e a pajem montavam ambas em selas de homens, conforme o costume generalizado no interior do país. O mestre-escola preto era decididamente muito superior a qualquer de sua raça que eu já havia encontrado. Era um crioulo, de fronte vasta e bela, muito bem educado. Era forro e a cor não o impedia de se mover na melhor sociedade da parte do país a que pertencia; com efeito, são os brasileiros, mais talvez que qualquer outro povo, livres de tais preconceitos.

‘O preto tinha imenso fundo de espírito e humor, cujo fluxo ininterrupto mantinha todo o grupo bem disposto, não obstante o enorme calor do dia”[10].

 

Esses relatórios de viagens são importantes fontes para conhecimento da vida e costumes. No caso presente, acompanhamos por alguns dias, na visão de um europeu do norte, uma típica família rural piauiense durante o Período Regencial: os padecimentos e cura de doenças; a hospitalidade sertaneja; os preparativos para o encontro com o padre em desobriga; a maneira como viajavam, homens, mulheres, crianças, senhores e escravos; o batizado das crianças; as peculiaridades das relações entre senhores e escravos; a ausência de preconceitos na sociedade pastoril; por fim, a educação dos jovens para as tratativas do comércio de gado nas feiras da zona litorânea e para o ingresso na vida pública. As notas de Gardner registram alternativas educacionais n’um Piauí analfabeto, com professores contratados a soldo de fazendeiros, para seus filhos, sobrinhos e demais parentes. Interessante é que a família Pereira da Silva optou pela educação dos filhos na própria fazenda, opção que acharam mais vantajosa e/ou confortável, ao invés de enviarem-nos para a escola do primo, em Boa Esperança, Padre Marcos de Araújo Costa. Sim, o padre Marcos de Araújo Costa era primo da esposa de Valentim Pereira, ambos netos de dois irmãos: Domiciana e Hilário Vieira de Carvalho, o moço, respectivamente.

Segundo alguns registros, Valentim Pereira da Silva nasceu em 1795, na fazenda Malhada, situada no vale do rio Piauí, então termo de Oeiras, depois passando ao de Canto do Buriti. Era filho do capitão Francisco Pereira da Silva[11], abastado fazendeiro, vereador de Oeiras, ouvidor-geral (interino) e membro de uma junta de governo do Piauí (1797) e de sua esposa Izabel Francisca Soares, ambos descendentes dos primeiros portugueses que colonizaram o vale do rio Piauí. Pelo costado paterno, era neto de Antônio Pereira da Silva, cavaleiro da ordem de Cristo e de Maria da Purificação, fundadores da fazenda Malhada, ambos naturais de Lisboa. Pelo materno, de Manoel Ribeiro Soares e Maria Josefa de Jesus, fundadores da fazenda da Onça, também na ribeira do rio Piauí, todos abastados fazendeiros e patriarcas de numerosa estirpe.

Foi criado nas barrancas do rio Piauí, onde viveu a infância e juventude, ao lado dos genitores, na fazenda paterna. Certamente, foi alfabetizado por mestres particulares, nos moldes que repetia com os filhos e netos. Cedo assentou praça no regimento de cavalaria miliciana da guarnição do Piauí, ascendendo nos postos militares até alcançar o de capitão, tempo em que encontrou-se com o referido naturalista escocês.

Em 1806, casou-se com a prima Josefa Maria da Conceição, que ficara viúva de outro primo, coronel Antônio Ribeiro Soares, falecido em 1805. Era filha do capitão Gonçalo Francisco da Rocha e de sua esposa Maria Vieira de Carvalho; neta paterna do português Manuel Alves da Rocha e de sua esposa Ignácia da Conceição Miranda do Rosário; neta materna do tenente Hilário Vieira de Carvalho e de sua esposa Josefa Maria da Conceição, filha esta dos portugueses Antônio Pereira da Silva e Maria da Purificação.

Depois das núpcias o casal fixou residência na fazenda Canavieira e depois na Jenipapo, ambas situadas no vale do rio Gurgueia, em cujos arredores assentaram a caiçara de muitos currais de gado curraleiro pé-duro, de cavalares nordestinos, caprinos e outros. O numeroso rebanho era comercializado nas feiras da Bahia, Pernambuco e Maranhão, como também faziam os demais fazendeiros de seu tempo. Era essa quase exclusivamente a atividade econômica do Piauí d’antanho.

Desde muito moço, Valentim Pereira da Silva ingressou na vida pública ocupando diversos cargos por eleição popular e por nomeação do governo.

Era vereador do senado da câmara de Jerumenha, quando estoura a Guerra da Independência, juntamente com Thomé Mendes Vieira (presidente) e João de Araújo Rego. Na sessão solene de 21 de julho de 1821, aquele senado jurou juntamente com o povo da freguesia, veneração e respeito à santa religião católica, obediência e fidelidade ao rei D. João VI e à sua augusta dinastia, assim como submissão à Constituição que fizessem as cortes gerais da nação portuguesa (Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves), congregadas na cidade de Lisboa. Novamente, em 3 de outubro daquele ano, juraram guardar as Bases da Constituição Portuguesa, que fizessem as mesmas cortes.

Por prudência, em sessão de 20 de novembro de 1822, se negaram a seguir o movimento sedicioso deflagrado na litorânea vila de São João da Parnaíba. Esse fato foi comunicado à Assembleia Constituinte, na sessão de 5 de março de 1823, pelo padre e deputado Domingos da Conceição[12].

No entanto, confabulavam em segredo com o grupo de Manuel de Sousa Martins e outros denodados defensores da causa brasileira, em Oeiras. Assim, quando deflagra-se o movimento da independência em Oeiras, Valentim Pereira da Silva e seus pares repetem o gesto no senado da câmara de Jerumenha, desdobrando-se na organização militar e na guerra que sustentaram contra as forças do major João José da Cunha Fidié, governador das armas e leal à corte lusitana. Valentim Pereira da Silva integrou as tropas e defendeu arduamente a causa de seu país, sendo, assim, um dos construtores de nossa nacionalidade.

Consolidada a Independência e assegurada a nossa unidade nacional, retornou a sociedade à vida cotidiana, continuando nosso biografado no criatório e comércio do gado, assim como no exercício de seu posto militar e dos cargos administrativos de sua comuna.

Em 1839, alquebrado pela lida na pecuária, recebe o viajante escocês que em seu livro de registro das andanças, o chama de velho. De fato, já era avô, embora tenhamos encontrado alguns registros que o dão com a idade de 44 anos. Embora não participando diretamente das tropas que combateram na repressão à Balaiada, as ajudou em sua formação e manutenção, seja com o envio de seus familiares e agregados, seja com recursos financeiros.

Nas eleições de 1848, candidatou-se a deputado provincial, alcançando uma suplência[13]. Nesse tempo, exercia o posto de coronel comandante superior da guarda nacional no município de Jerumenha.

Em 14 de março de 1849, por ocasião do aniversário natalício da Imperatriz, foi Valentim Pereira da Silva agraciado com as insígnias de comendador da ordem de Cristo, juntamente com o padre Marcos de Araújo Costa, Thomaz de Aquino Osório, Francisco José de Araújo Costa, José Mendes Vieira, José da Cunha Lustosa e José Rodrigues Coelho[14].

Em 24 de dezembro de 1849, recebeu do presidente da província, Anselmo Francisco Peretti, mensagem de agradecimento pelos relevantes serviços prestados nos termos de Jerumenha e Pastos Bons, este último no Maranhão, cujo teor é o seguinte[15]:

 

“Tendo de entregar amanhã a presidência ao Exmo. Sr. Presidente Dr. Ignácio Francisco Silveira Mota, e tendo de deixar muito breve o território d’esta Província, faltaria ao meu dever se a V. M.ce não agradecesse o empenho que sempre mostrou durante a minha administração pela conservação da paz n’esse município, e o muito que me coadjuvou a mantê-la no vizinho termo da vila de Pastos Bons da Província do Maranhão, mostrando-se sempre solícito no cumprimento de minhas ordens, e sempre desejoso de empregar-se no serviço do país e do Monarca. Queira V. M.ce aceitar com esta expressão de reconhecimento e ao sincero afeto e consideração, que lhe consagro”.

Por diversas vezes, exerceu os cargos de vereador, delegado de polícia e juiz municipal de Jerumenha. Por portaria de 22 de janeiro de 1851, foram nomeados suplentes de juízes municipais do termo de Jerumenha: 1º. Valentim Pereira da Silva; 2º. Antônio Ribeiro Soares; 3º. José Pereira da Silva; 4º. Martinho Alves da Rocha; 5º. Basílio Francisco da Rocha; e 6º. José Felipe de Miranda. Segundo um jornal de oposição, “perpetuou-se com esta última nomeação o domínio dos mandões e potentados de Jerumenha; assim aprouve a S. Exa., que talvez desconhecendo o jugo tirânico a que até hoje tem estado sujeitos os povos d’aquele Termo, feudo à muitos anos dos Valentins, Ribeiros, Basílios & acedeu facilmente aos empenhos dos dominadores e exclusivistas, concordando n’essa nomeação prejudicial ao bem público e a reta distribuição da justiça”[16].

Evidentemente, são compreensíveis protestos da oposição. Permanecendo no exercício desse cargo, foi novamente nomeado pelo presidente Junqueira, para o quadriênio que se iniciou em 14 de dezembro de 1858, na ordem seguinte: 1º Coronel Antônio Ribeiro Soares; 2º Major José Pereira da Silva; 3º. Tenente-Coronel Antônio Martins da Rocha; 4º Tenente-Coronel Basílio Francisco da Rocha; 5º. Coronel Valentim Pereira da Silva; 6º. Major Mathias Luiz da Silva, esse último sendo o único liberal[17].

Em 31 de janeiro de 1869, na geral para eleitores, houve grande triunfo dos conservadores em Jerumenha, sendo eleito eleitores de paróquia José Raimundo de Abreu, José Lino Alves e Rocha, Eliseu Pereira da Silva, Cláudio Pereira da Silva, Marcos Rodrigues d’Araújo Costa, Valentim Pereira da Silva e Dario Pereira da Silva[18].

De fato, por largos anos o coronel Valentim Pereira da Silva exerceu uma liderança natural na vila de Jerumenha, em cuja posição sucedeu ao tio-afim Hilário Vieira de Carvalho e aos primos José e João Vieira de Carvalho. Com o tempo foi passando essa liderança, isto é, a chefia conservadora de Jerumenha, aos sucessores Antônio Ribeiro Soares, Francisco Mendes da Rocha e José Raimundo de Abreu.

Faleceu o coronel Valentim Pereira da Silva, em sua fazenda Jenipapo, hoje Riacho do Mendes, em 26 de março de 1872, com 77 anos de idade, deixando larga folha de serviços prestados à sua terra. É muita vasta a sua descendência, oriunda de três filhos, a saber: 1. Coronel José Pereira da Silva, cuja descendência mudou-se para o vale do rio Balsas, no Maranhão, fundando a cidade de Loreto; deles descende o ex-governador Luís Coelho Alves Rocha; 2. Coronel Ricardo Pereira da Silva, falecido prematuramente, em 1861, deixando um filho, Francisco Pereira da Silva, que fixou-se na fazenda Retiro, vale do rio Itaueira; e 3. Ana Joaquina da Conceição, casada com o primo major José Felipe de Miranda, sendo numerosa sua descendência. Por fim, sua morte foi lamentada em 26 de abril de 1873, pelos redatores do jornal O Piauhy[19], órgão do partido conservador.

 

 

 


[1] REGINALDO MIRANDA, advogado e escritor, membro da Academia Piauiense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí. E-mail: [email protected]

[2] PINHEIRO Fº, Celso. História da imprensa no Piauí. 4ª Ed (Revista e Ampliada). Teresina: Bienal, 2017.

[3] Vale do rio Itaueira.

[4] Hoje Riacho do Mendes, fazenda à margem de riacho de igual nome, afluente do rio Gurgueia, no antigo município de Jerumenha, hoje de Canavieira. Ganhou esse nome em homenagem a um seu proprietário, major Francisco Mendes da Rocha, casado com uma neta de Valentim Pereira da Silva.

[5] Hoje cidade de mesmo nome.

[6] Fazenda Prazeres, de Gonçalo Francisco da Rocha, falecido em 1838, primo de Valentim Pereira da Silva e de sua esposa, além de sogro do filho deste, José Pereira da Silva, evidentemente, casado com uma prima.

[7] Padre Joaquim de Almeida e Silva acompanhado do padre Antônio Joaquim da Conceição, escrivão e promotor da visita; vigário encomendado: Pe. Manuel da Silva Ribeiro, falecido em 1853.

[8] Distrito de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que deu origem à cidade de Bertolínia, muito vasto, nele correndo, entre outros, o rio Uruçuí.

[9] Rio da Escócia, banha a cidade de Glasgow.

[10] GARDNER, George. Viagem ao interior do Brasil, principalmente nas províncias do Norte e nos distritos do ouro e do diamante durante os anos de 1836-1841; tradução de Milton Amado. Belo Horizonte, Itatiaia; São Paulo, Ed. da USP, 1975.

[11] Biografado no primeiro tomo de Piauienses Notáveis.

[12] Diário do Governo, n.º 56. Lisboa, 6.3.1823

[13] O Governista, 4.3.1848.

[14] Publicador Maranhense, 14.4.1849; A Voz da Verdade, 6.6.1849.

[15] Correspondência com o mesmo teor foi endereçada ao tenente-coronel Antônio Ribeiro Soares, enteado de Valentim Pereira da Silva, que o sucedeu na chefia política de Jerumenha.

[16] O Echo Liberal, 27.3.1851.

[17] O Propagador, 22.10.1858.

[18] O Piauhy, 27.2.1869.

[19] “A mão fatal do destino parece que pesa sobre o partido conservador deste termo! Não faz ainda um ano que tivemos de lamentar os tristes passamentos dos nossos amigos coronel Valentim Pereira da Silva e major Valentim Pereira da Rocha! Hoje somos surpreendidos pelo prematuro falecimento de nosso caro amigo, tenente João José Nogueira, membro d’uma das mais importantes famílias da província, deixando inconsoláveis uma família numerosa e muitos amigos dedicados![19]” (O Piauhy, 26.4.1873).