Conjuntos musicais em viagem pelo Rio Purus
Músicos de Manaus como o vocalista e tecladista Codajás e Moraiszinho do Sax ou, de Beruri-AM, Barezinho e sua banda, fizeram a alegria de quem seguiu ao Purus a bordo do Alberto Guedes, motor com capacidade para 200 passageiros.
PARTES DE UM SAXOFONE
(http://www.mundomax.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/02/Partes-de-Saxofone.jpg)
"(...) Amigo, você é o mais certo das horas incertas.
(...) Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, mas é muito bom saber, que você é meu
amigo.
Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, mas é muito bom saber, que eu tenho um grande
amigo.
Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, mas é muito bom saber, que esse cara é meu
amigo (...)"
ROBERTO A ERASMO CARLOS, Maracanã, Rio, luminosa noite de 11.7.2009
ESCRAVOS DO SUL DOS EUA (século XIX) - EXPLICA-SE A CADEIA DE ASSOCIAÇÃO
DE IDÉIAS QUE TORNA LÍCITA A EXPOSIÇÃO, AQUI, DESTA FOTOGRAFIA:
Joel Chandler Harris COLETOU ESTÓRIAS DE ESCRAVOS NORTE-AMERICANOS E
ESCREVEU OS CONTOS DE TIO REMUS, aproveitadas décadas depois por Walt Disney:
num quadro (desenho em branco-e-preto) produzido em 1946 por um artista dos
Estúdios Disney chamado Paul Murry, o LUAR (refletido numa lagoa, com moinho
às margens da lagoa) APRESENTADO É, na singela opinião do responsável por esta
Coluna, FORTEMENTE "AMAZÔNICO" (nesse sentido, uma pintura convencional,
com luar amazônico - de Charly João Saraiva -, é, também, adiante apresentada),
constituindo, o quadrinho de Disney/Murry, uma das imagens mais significativas
da história mundial dos quadrinhos [instituído ali um momento de elevação de
atividade (cultural/comercial/lucrativa/burguesa) de entretenimento de massa
ao estatuto de ARTE MAIOR, até onde esse processo se torna possível, num
contexto exacerbadamente elitista e antipopular, ainda que não necessariamente
"antipop", ao menos depois da aceitação da pop art em requintados museus,
centros culturais e galerias de arte do Ocidente, a partir dos revolucionários
anos 1960]
(Só a foto, sem a legenda explicativa acima redigida:
http://questgarden.com/88/01/4/091112091643/index.htm;
sobre o folclore americano e quadrinhos, leia, no final da matéria, artigo de Max, responsável
por blogs como Cadernos de Guerra, Canône Ocidental e outros)
O COELHO QUINCAS, do folclore do sul do EUA,
"DIALOGA" COM O BONECO DE PIXE, sob os olhares
dos perversos urso e raposa de ZÉ GRANDÃO e JOÃO HONESTO,
respectivamente
(http://cadernosdeguerra.blogspot.com/2010/03/imaginacao-e-fantasia.html)
NO TRAÇO DE PAUL MURRY (1911 - 1989), desenhista dos Estúdios Disney (EUA),
o cenário florestal de uma estória do Coelho Quincas [desenho animado e
quadrinhos a partir das estórias de Tio Remus, coletadas pelo escritor e
folclorista estadunidense Joel Chandler Harris (1845 - 1908)] apresenta um
luar que lembra estupendos luares amazônicos; estes, como se sabe,
podem ser melhor contemplados, por exemplo, em lagos amazônicos
(Só a reprodução de duas tiras de quadrinhos:
http://lambiek.net/artists/m/murry_paul.htm)
Pintura BELEZA AMAZÔNICA,
autor: Charly João Saraiva
(http://consultoriainternacional.wordpress.com/arte-plastica/exposicao-5/)
(http://coisaskigosto.blogspot.com/2009/07/gosto-da-lua.html)
"Apêndice Paredão antropomorfo" [peça arqueológica que representa uma cabeça humana, segundo a tradição Paredão, cuja ocorrência se verifica no Amazonas; Foto: Fernanda Preto]
(http://fernandapreto.blogspot.com/2009/07/ceramicas-na-amazonia.html
(http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0044-59672009000300025&script=sci_arttext)
(http://www.gartic.com.br/imgs/mural/vi/victtu/1228425059.png)
Em foto de Jair Jacqmont (30.5.2010), o Alberto Guedes
aparece ancorado na Ponta do Leopoldino, local que hoje é
um verdadeiro cartão postal do Lago do Ayapuá (Baixo Purus):
nesse motor apresentaram-se CODAJÁS (MARQUINHO MANAUS,
NOME ARTÍSTICO QUE RECENTEMENTE ADOTOU), MORAISZINHO DO SAX,
OS EXPERIENTES ÉBER, EDIENE E BETO LAMBADA, ALÉM DE BATISTA
(O MAIS NOVO VOCALISTA A INTEGRAR ESSA BANDA MANAUARA) E O
CONJUNTO MUSICAL - a BANDA CIDADE - DO CANTOR E COMPOSITOR
BAREZINHO, DE BERURI-AM
A NETA DE LOURENÇO E FELICIDADE MELLO, MARIA JOSÉ FARIA DE MELLO, matriarca da
Família Nicolau de Mello, do Amazonas, RECEBE A VISITA, EM SUA CASA NO AYAPUÁ (Ponta do
Leopoldino), DE FLÁVIO BITTENCOURT E JAIR JACQMONT, na tarde do sábado, 29.5.2010
Foto: Jair Jaqmont [OBSERVE, POR FAVOR, A FALTA DE SIMETRIA, convergente, ENTRE
A LINHA DA PAREDE onde termina a janela E O LIMITE DA PORTA, convergência que
está em oposição à perspectiva pictórica renascentista - com "ponto de fuga invertido",
portanto (lembrando as linhas do moinho da lagoa, do desenho de DISNEY/MURRY)!
(COM ESSA FOTO, O GRANDE DESENHISTA E PINTOR JAIR JACQMONT DEMONSTRA
SER TAMBÉM EXÍMIO PRATICANTE DA fotografia artística)]
"Os músicos que trabalhando seguiram ao Purus no final de maio último são profissionalmente impecáveis, tocam músicas da preferência de sua audiência eventual e, no barco, em horas de folga, mostram-se muito gentis com os passageiros que apreciam sua arte, dando atenção a todos que lhes pedem para contar estórias de shows e de viagens amazônicas: de fabulosos shows e de - como diria Scarlet Moon de Chevalier - inenarráveis viagens amazônicas "
COLUNA "Recontando estórias do domínio público"
O ARTISTA PLÁSTICO JAIR JACQMONT, UM DOS CO-GESTORES DA ÁREA DE CULTURA DO
AMAZONAS [servidor público lotado na Secretaria de Cultura do Estado], NO INTERIOR DO
AMAZONAS DEMONSTROU TAMBÉM TER PLENO DOMÍNIO DA SEMIÓTICA DA ARTE FOTOGRÁFICA,
em imagem fixa de autoria do responsável por esta Coluna "Recontando estórias do domínio
público", de 28.5.2010, logo antes do por-do-sol, A BORDO DO ALBERTO GUEDES, JÁ NO
RIO PURUS, RUMO AO LENDÁRIO LAGO DO AYAPUÁ
JAIR: a "dica" da audição/visão aqui de
Roberto e Erasmo Carlos no YOUTUBE é para você:
http://www.youtube.com/watch?v=j2Y9OMOczIo
ESTÁDIO JORNALISTA MÁRIO FILHO (MARACANÃ),
RIO DE JANEIRO, 11 de JULHO de 2009
A FOTÓGRAFA FERNANDA PRETO
(http://fernandapreto.blogspot.com/2009/07/ceramicas-na-amazonia.html)
A todos os músicos citados,
aos meus primos Nicolau de Mello e a Jair Jacqmont Cantanhede,
ao artista plástico (pintor) Charly João Saraiva, aos membros da
tripulação, 28 a 31.5.2010, do Alberto Guedes,
agradecendo a Max, responsável pelo Blog Cardernos de Guerra,
ao fotógrafo Celivaldo Carneiro, ao blogueiro Jeso Carneiro e a
Fernanda Preto - a esta última pelas notícias (textuais e fotográficas)
sobre os achados arqueológicos amazonenses da equipe do MAE/USP,
que mostram um pouco da grande produção utilitária e artística
de nossos ancestrais autóctones, vale dizer, dos queridos
VOVÔ ÍNDIO e VOVÓ ÍNDIA, vestígios impressionantes que fornecem
consistência material e moral à construção de um objeto de pesquisa
que não é, "apenas", científico, mas familiar-imemorial, especialmente
nos casos das pessoas que indiodescendentes são
10.6.2010 - Eles são craques na arte de entreter platéias, também na majestosa via fluvial - Há dias, aqui, o título da matéria apresentada foi: "Rogel Samuel, Lourenço Mello e o Lago do Ayapuá", onde se mencionou o irmão de L. Mello, Leopoldino Mello [http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/rogel-samuel-lourenco-mello-e-o-lago-do-ayapua,236,4167.html]. Um dos barcos que seguiu para o festejo da Santíssima Trindade (final de maio/2010) foi o "Leopoldino", de Leonir Mello, sua senhora, Dª Trindade Mello e família; a seguir, é apresentada uma foto (de F. Bittencourt, captada na câmera de J. Jacqmont, artista plástico que também foi visitar o Ayapuá) dessa embarcação [na última fotografia, aparecem os renomados músicos amazonenses Codajás e Moraiszinho do Sax, em atuação num outro motor que seguiu para o mencionado festejo anual, o "Alberto Guedes".
Proa do motor "Leopoldino", homenagem a Leopoldino Mello, da ÉPOCA ÁUREA DA CASTANHA E DA BORRACHA [o barco foi construído recentemente; o homenageado viveu na segunda metade do século XIX e no início do séc. XX; também seguiu ao Festejo o "Alberto Guedes", com capacidade para 200 passageiros] (Foto: Flávio Bittencourt)
No motor Alberto Guedes, repleto de primos da família Mello e muitos amigos, também de Beruri, Codajás (à esquerda) e Moraiszinho do Sax navegando e trabalhando, já no retorno - fluvial - a Manaus, vindos da grande Festa da Santíssima Trindade, no Baixo Purus (margem esquerda)
Além de Codajás e do saxofonista Moraiszinho do Sax, revezaram-se na atuação na banda embarcada em Manaus [Barezinho é o cantor e compositor que lidera a banda de Beruri que tocou dessa cidade ribeirinha até o destino final do barco: a Banda Cidade] vocalistas profissionais como Éber (do Clube Municipal, de Manaus), Ediene, Beto Lambada (que também é guitarrista) e Batista (menos experiente na atuação profissional, mas não menos talentoso como vocalista). Decano do conjunto, Moraiszinho do Sax, por muitos anos foi músico da Banda da Polícia Militar do AM: passando, por tempo de serviço, para a reserva remunerada da Corporação, esse policial-músico de longo curso tanto na Polícia quanto na atuação na noite manauara - sempre tocando saxofone -, juntamente com o não menos competente Codajás (ou Marquinho Manaus, como também é conhecido), conferiu grandeza musical à inesquecível viagem, além de seus colegas músicos que embarcaram em Manaus rumo ao Rio Purus, como também os da banda de Beruri (Banda do cantor e compositor Barezinho) que interpretaram, com competência e emoção, evocando o LAGO MARAVILHOSO (na expressão de Carlos Araujo Lima*) - o Ayapuá -, a música "Gaivota amiga", cujo autor é Lindomar Nicolau de Mello, um dos descendentes do desbravador do Baixo Purus (Manoel Nicolau de Mello) que ainda mantém laços afetivos com a região do fabuloso Lago do Ayapuá. (F. A. L. Bittencourt, [email protected])
Foto: Flávio Bittencourt
(*) - Assim o criminalista amazonense falecido em 1998 referiu-se ao grande Lago de suas férias de infância e adolescência no livro - ainda inédito - Um advogado depõe.
Foto: Celivaldo Carneiro, reproduzida no blog de Jeso Carneiro
(http://jesocarneiro.blogspot.com/2006/08/imagens-de-santarm_10.html)
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ARQUEOLOGIA AMAZÔNICA,
por FERNANDA PRETO
Outra etapa de produçao de imagens para o MUSA, foi a documentação das cerâmicas descobertas nos sítios arqueológicos na região de Iranduba. Iranduba fica entre os rios Negro e Solimões e após o período da borracha foi abandonada, e reativada com a zona franca de Manaus e distrito industrial. Esta região possui 100 sitios arqueológicos e há 11 anos se faz pesquisa em um projeto chamado Projeto Amazônia Central, coordenado pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo - Mae/Usp, junto com a Universidade Federal do Amazonas.
Estima-se que no século 16 viviam mas de 5 milhões de pessoas na Amazônia!!! Em aldeias com 10 mil pessoas!!! Sendo que a maior parte dependia da agricultura de plantas domesticadas e semidomesticadas. E a prática dessa agricultura que sempre mudava de lugar, deu espaço para as "TERRAS PRETAS", em função da matéria orgânica depositada nessas áreas. Uma terra extremamente fértil. E onde foram encontradas as peças que fotografei.
urna funerária híbrida (Paredão e Guarita) com tampa. Sítio Lago do Limão. Município de Iranduba, Amazonas, 2005.
apêndice Paredão antropomorfo
vasos Guarita com decoração acanalada e flanges mesiais. Sítio Lauro Sodré. Município de Coari, Amazonas, 2007" (FERNANDA PRETO,
http://fernandapreto.blogspot.com/2009/07/ceramicas-na-amazonia.html)
EXPOSIÇÃO MUSA,
ainda segundo FERNANDA PRETO
"Quinta-feira, 30 de julho de 2009
As imagens que fiz para o MUSA também foram usadas no stand na 61 SBPC. O design dos painéis foi o Marcelo Menezes que fez, meu grande amigo e sócio na Mirabile - arte, design e fotografia.
Equipe do MUSA que trabalhou arduamete para tudo sair lindo assim!"
(FERNANDA PRETO,
http://fernandapreto.blogspot.com/2009/07/exposicao-musa.html)
EM SÃO PAULO-SP, PRECISANDO DE SERVIÇOS DE FOTOGRAFIA E DESIGN GRÁFICO, PROCURE A MIRABILE - ARTE, DESIGN E FOTOGRAFIA!
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ARTIGO INTITULADO "A tradição do bem", de Ulysses Bittencourt, sobre generosas pessoas (Fileto, Cecilinha e Damiana), filhas de Carolina dos Santos - a Tia Calu -, uma ex-escrava afrodescendente estabelecida em Ayapuá, Estado do Amazonas (Brasil)
A TRADIÇÃO DO BEM
por Ulysses Bittencourt
ULYSSES BITTENCOURT, filho do Prof. Agnello Bittencourt (autor de Reminiscências do Ayapuá), geógrafo [A. B.] que residiu e lecionou em Ayapuá, durante o boom econômico da borracha [e da castanha-da-Amazônia, produto florestal que era muito explorado naquela região baixopuruense], NASCIDO EM MANAUS-AM, EM 16.4.1916, E FALECIDO NO RIO DE JANEIRO-RJ, EM 19.3.1993
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"Geralmente o registro que fica de pessoas é o alusivo àquelas de certa projeção social, das que, de alguma forma, grangearam maior ou menor notoriedade pelo sentido de suas ações. Mas todos nós também conhecemos gente humilde e anônima que poderia servir de paradigma aos seus semelhantes e de cujas virtudes só toma conhecimento quem de perto tem a oportunidade de observá-las.
No século passado [retrasado: o Autor refere-se ao século XIX, uma vez que o artigo foi publicado em 1984], no Aiapuá (Rio Purus), viveu Carolina dos Santos, a Tia Calu, ex-escrava da Família Mello, notável por sua bondade. Toda sua longa vida foi voltada à prática do bem, sem exceções e mesmo à custa do maior sacrifício. Tia Calu muitas vezes se privava de algo para socorrer alguém. Sua caridade ficou lendária em toda a região e, o que é mais importante, foi transmitida aos seus descendente. Tendo enviuvado em 1889, veio a falecer nonagenária, cercada de respeito e carinho. De seus cinco filhos, conheci três: Fileto, Cecília e Damiana, figuras adoráveis.
Fileto viveu sempre no Lago do Ayapuá e lá morreu muito idoso. Cecília ficou solteira e acompanhou fielmente, até o fim, a família de Cacilda e Benjamin de Araujo Lima, cujos filhos e netos ajudou a criar. Com eles morou, viajou pela Europa, conheceu Paris e faleceu no Rio de Janeiro, em 1954. Sempre discreta, só se manifestava para dizer alguma coisa agradável. Nunca a vi reclamar de nada, sequer queixar-se de calor, frio ou cansaço. Tinha, em relação à Vida, um estilo de humildade superiormente filosófico. As punições de fingida severidade que Cecília infligia às crianças mais teimosas lembravam aquele personagem negro do Eça de Queiroz, ao punir a montaria rebelde com uma estocada de guarda-chuva, mas acertando-a de propósito apenas sobre a alabarda da sela. E, assim, conseguia impor-se. Toda solidariedade e amor, Cecília era adorada por quem a conhecia. Hoje, os seus restos repousam no Rio de Janeiro, juntamente com os de D. Cacilda e Dr. Benjamin, no jazigo perpétuo da Família [Cemitério São João Baptista, bairro de Botafogo, Rio].
Damiana casou, enviuvou, teve três filhos, viveu e morreu em Manaus. Era especialista em lavar e passar "fatos" brancos, camisas, punhos e colarinhos, admiravelmente engomados. Em Manaus morou num terreno de propriedade do Dr. Benjamin Lima, onde hoje se acha o Patronato Santa Terezinha. Sua casa de madeira ficava no centro de extenso pomar, tendo à frente um imenso pé de taperebá. Ali havia de tudo - goiabas, mangas, abios, ingás, sorvas, abacates, pupunhas, laranjas, açaí e bacaba - o que se imaginasse. Mas o que mais perdura na lembrança era o café, colhido, torrado e moído no pilão pela própria Damiana - o melhor, sem dúvida, em aroma e sabor. Naquela residência simples, todos eram recebidos sempre com alegria espontânea. Ambiente pobre, mas cheio de magnetismo positivo, de bons fluidos. No início da década de 40, Álvaro Maia [político e escritor amazonense que, interventor nomeado por Getúlio Vargas, governou o Estado por vários anos] doou o Grupo Escolar "Gonçalves Dias" e, usando de sua velha amizade pessoal, conseguiu que Benjamin Lima e Olympio de Menezes vendessem seus terrenos por preços simbólicos, para, na área, erguer a sede do Patronato, na esquina da Av. Sete de Setembro com a Rua Duque de Caxias. Com isso, Damiana foi para outro terreno que os Araujo Lima possuíam, na "Estrada do Parque Dez". Com a morte de Damiana, esse lote, já reduzido em seu tamanho original, veio a ser vendido por seus filhos e passou a integrar a propriedade do saudoso ex-Governador Danilo de Mattos Areosa.
Para essa segunda morada, também Damiana levou seus bons eflúvios. Era chegar e sentir. Além do Raimundo, falecido ainda moço, seus filhos Mariquinha e Manduca (este, funcionário público) não negavam o sangue bom que tinham. Eram de brandura incomum, prontos a auxiliar, satisfeitos quando podiam prestar alguma ajuda, pelo puro regozijo de servir. Na sua humildade, na sua modéstia e no altruísmo de suas vidas, constituíram exemplos das mais raras qualidades caboclas".
(Publicado em A crítica, de Manaus, 14.12.1984,
republicado em Patiguá (coletânea póstuma de crônicas de U. B.),
Rio de Janeiro: Copy & Arte, 1993, pp. 104-105)
BENJAMIN FRANKLIN DE ARAUJO LIMA: além de Agnello Bittencourt, que se
casou com uma filha de Lourenço e Felicidade chamada Tertunilla Mello,
Benjamin Lima também se tornou genro - ao se casar com Cacilda, irmã
de Tertunilla - do casal Cel. Lourenço e Dª. Felicidade Mello; o mencionado
geógrafo [A. Bittencourt (1876 - 1975)] relata, no opúsculo Reminiscências
do Ayapuá (Rio de Janeiro: A. Bittencourt, 1966) conversas travadas com
seu sogro L. Mello, por exemplo, SOBRE FÁBULAS DE LA FONTAINE, como
também viagens de sua família, feitas juntamente com a família de
Benjamin Lima, ao Lago do Ayapuá [TRECHO DESSA OBRA
PRECIOSA SERÃO NESTA COLUNA BREVEMENTE TRANSCRITAS,
F. A. L. Bittencourt] (Só o retrato desenhado de B. Lima, sem a legenda
acima conferida, está, na Web, em:
http://www.obidos.com.br/personalidades/lima.htm)
OBS. - O ESCRITOR ROGEL SAMUEL TRANSCREVEU
EU SEU BLOG UM TRECHO DO LIVRO CITADO, DE
A. BITTENCOURT:
http://historiadosamantes.blogspot.com/2009/01/agnello-bittencourt-reminiscncia-do.html
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Blog CADERNOS DE GUERRA, produzido no estado de Minas Gerais (Brasil), por MAX [Não é mencionado o nome completo do responsável pelo blog]
"24/03/2010
[continuação e conjecturas a respeito do post anterior]
Uma interseção interessante entre o trabalho de Propp sobre a morfologia dos contos maravilhosos e a literatura fantástica dos séculos XIX e XX pode ser encontrada, curiosamente, em Walt Disney. (Depois que escrevi é que percebi a temeridade da afirmação... mas vamos lá.)
Disney adaptou vários contos populares em versões "amaciadas", como Branca de Neve, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e outros - acho que todo mundo viu pelo menos algum desses "clássicos Disney". Não sei se alguém se lembra, entretanto, do Coelho Quincas - que vivia fugindo e enganando os dois brutamontes descerebrados João Honesto (o nome é uma ironia com a raposa mais que larápia) e João Grandão, o urso. Esse conto se baseia em um personagem que tem grande ressonância na cultura afro-americana, mas que não diz nada pra nós - talvez o mais próximo que tenhamos desse personagem seja o Saci, o curupira ou Pedro Malasartes.
Brer Rabbit, no original, é um personagem arquetípico da tradição oral afro-americana, baseado em dois animais mitológicos africanos, a aranha Anansi, do povo
Ashanti, e Ijapa, uma tartaruga
Ioruba. Como esses arquétipos, sofre perseguição de animais maiores, e sempre sai ileso usando sua inteligência superior, sua rapidez de pensamento e, se tudo o mais falhar, sua maior velocidade. (Esses personagens não são incomuns na tradição européia, onde vão desde Pedro Malasartes -
Pedro Urdemales - ou mesmo, para ficar num exemplo recente, o personagem em que se baseia a peça Till, do Grupo Galpão).
Bom, Disney adaptou a história para desenho animado, e a curiosidade é que, num determinado momento do primeiro desenho, o arte-finalista esqueceu de desenhar uma cerca sobre um precipício - e o Quincas estava apoiado nessa cerca. Quando passou o desenho, Quincas apareceu então apoiado em pleno ar, desafiando as leis da gravidade... para surpresa e gargalhada geral dos desenhistas. Diz a lenda que foi a partir desse escorregão que perceberam o potencial desafiador do desenho e iniciaram, a partir desse episódio, aquelas circunstâncias fantásticas onde o personagem anda sobre o ar e só cai quando percebe que não há nada debaixo dele - ou só sente dor quando vê que a mão está pegando fogo, e inúmeras outras situações absurdas como essas...
PS: Só para adicionar um tempero mais fantástico - nesse caso, da minha imaginação, puramente - o bispo Berkeley, com seu nominalismo, a ser levado ao pé da letra, permitiria situações assim na nossa realidade. Mas isso já é muita viagem... só pra chatear os filósofos recentes que tentam ressuscitar o bom bispo.
PS 2: Apesar de ter sido recolhido na cultura oral do sul escravagista dos Estados Unidos, a forma tomada pela narrativa escrita - principalmente nas narrativas do "Uncle Remus" de Joel Chandler Harris - é claramente condescendente e racista, como no famigerado Cabana do Pai Tomás (outro "uncle" no original,
Uncle's Tom Cabin). A narrativa de Disney não traz isso de maneira perceptível, tentando ficar somente no caráter lúdico-didático das fábulas e contos populares originais". (MAX)
(http://cadernosdeguerra.blogspot.com/2010/03/imaginacao-e-fantasia.html)
O COELHO QUINCAS (Br'er Rabbit [Brother Rabbit,
Mano Coelho]) CONTRACENA COM ZÉ GRANDÃO
(Br'er Bear [Brother Urso, Mano Urso]) EM PÁGINA DE
ESTÓRIA EM QUADRINHOS DE WALT DISNEY,
DESENHADA POR PAUL MURRY, PUBLICADA
EM JANEIRO DE 1946
(http://pmurry.blogspot.com/2009/01/as-tiras-com-o-quincas-1946.html)
VISITE OS BLOGS DE Max, ENTRE ELES O CADERNOS DE GUERRA E O CÂNONE OCIDENTAL:
http://cadernosdeguerra.blogspot.com e
http://canoneocidental.blogspot.com
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SERVIÇO: Como chegar lá
MEMBROS DA FAMÍLIA NICOLAU DE MELLO,
DO AMAZONAS, QUE O CONVIDAM PARA O FESTEJO
A SER REALIZADO EM JUNHO/2011, NO LAGO
DO AYAPUÁ: A SRª. MARIA JOSÉ (ao centro), COM
SEUS FILHOS GRACI E LEONIR: em razão da grande
afluência de parentes, amigos e interessados, no
próximo ano, possivelmente, dois grandes motores -
cada um deles com capacidade para 200 passageiros
(lotação que JAMAIS é ultrapassada) - serão fretados
para levar os convidados de Manaus e de Beruri
ao Ayapuá (OS FRANGOS E BOLOS QUE SÃO OBJETO
DO LEILÃO [cujo objetivo é cobrir despesas do
Festejo, para que, no ano próximo, ainda mais atrações,
segurança e conforto sejam oferecidos aos convidados]
SÃO REQUINTADAMENTE ELABORADOS e gastronomicamente
decorados NA RESIDÊNCIA DA SRª MARIA JOSÉ, localizada na
Ponta do Leopoldino, às margens do Ayapuá)
CONHEÇA, COM CONFORTO E SEGURANÇA, O Lago do Ayapuá [de preferência,
durante o festejo da Santíssima Trindade, quando 4 ou 5 soldados da PM de Beruri
policiam a festa dançante, animada por excelentes bandas de música de Manaus e
de Beruri, comemoração que acontece depois da procissão e "vira a noite"
(até às 7 horas da manhã do dia seguinte, com revezamento dos conjuntos,
na atuação musical ao vivo e intervalos, poucos, com execução de som gravado)
no fim de semana imediatamente anterior ao feriado de Corpus Christi:
bailes na noite do sábado / madrugada de domingo - e na noite seguinte]
(Informações: telefone de Leonir Mello, (92) 3641-2057, Manaus-AM),
outras informações (dia, hora e local da saída do barco, preços [transporte fluvial,
refeições], possibilidades de ocupação de camarote ou noites em redes-de-dormir):
e-mail: [email protected]
[recados p/ Leonir Mello - A/C de Adriana Mello, da firma BISCOITO REGIONAL
FAZENDA AYAPUÁ]
CONTATO PARA CONTRATAÇÃO DOS MÚSICOS
PARA EVENTOS EM PERCURSO FLUVIAL OU
EM TERRA FIRME (Manaus, Beruri):
(92) 3641-2057, falar c/ Leonir Mello
NO LAGO DO AYAPUÁ sua presença é benvinda!
[de acordo com orientação acima já assinalada,
NA ÉPOCA DO REFERIDO FESTEJO VOCÊ SERÁ
MELHOR RECEBIDO, UMA VEZ QUE HÁ O APOIO,
TAMBÉM, DA PREFEITURA DE BERURI, com
presença de autoridades municipais nos eventos da
FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, além da recepção
apoteótica, c/ fogos de artifício explodindo, banda
tocando a musica "GAIVOTA AMIGA" e - na entrada do
GRANDE LAGO - c/ circunvoluções de lanchas com esquis,
rabetas (canoas), voadeiras e jet skis, na celebração do
encontro dos visitantes com a rica existência atual GRANDE LAGO,
sob a evocação histórica da Conquista da Região, em 1852, pelo
DESBRAVADOR DO AYAPUÁ, CAP. MANOEL NICOLAU DE MELLO,
sua família e colaboradores]
A CASA GRANDE DO LAGO DO AYAPUÁ - das quais
restaram, atualmente, apenas ruínas -, em 1928:
A ÂNCORA QUE VOCÊ VÊ, NESSA FOTO, ENTRE O BANCO
ONDE ESTÃO NETOS ADOLESCENTES DE LOURENÇO E FELICIDADE MELLO
E A CASA GRANDE ESTÁ ATUALMENTE, EM PEDESTAL, NA PONTA DO
LEOPOLDINO: tire uma fotografia, em Ayapuá, junto à ÂNCORA DO PIONEIRO!
(http://historiadosamantes.blogspot.com/2009/01/agnello-bittencourt-reminiscncia-do.html)
NO TRAÇO DO GENIAL DESENHISTA E CRIADOR BELGA HERGÉ
(1907 - 1983), o "Licorne", galeão cujo comandante era um ancestral
do personagem Cap. Haddock chamado Francisco Cavaleiro de
Haddock
(http://kis90bd.free.fr/les_zamignoufs/pages/dvd_tintin_07.php)
[Não restando imagens do navio do Cap. Nicolau de Mello, a imagem
acima reproduzida é meramente ilustrativo-aproximada]
EM SEU NAVIO "CAROLINA", EQUIPADO PARA NAVEGAR TAMBÉM EM ALTO MAR,
o Cap. Manoel Nicolau de Mello desbravou, em 1852, a região do Lago do Ayapuá,
depois de prestar bons serviços no leva-e-trás passageiros e carga entre Manaus
e o grande Lago, depois de abandonado, naufragou, tendo permanecido submerso
nas águas do Ayapuá até que sua âncora foi içada por caboclos mergulhadores:
esse monumento náutico (a âncora que, hoje, está sobre pedestal, com inscrição
em pedra com dizeres sobre o feito histórico, colocada pela Família Nicolau de Mello),
a respeito do qual escreveu um artigo o Prof. Agnello Bittencourt (Reminiscências
do Ayapuá, 1966, artigo transcrito ao final desse livro), hoje é fotografado pelos
visitantes do Ayapuá, que sempre desejam guardar a sua lembrança ao lado
da ÂNCORA DO "CAROLINA", quando comparecem ao Festejo da Santíssima Trindade
(Imagem, sem a legenda acima lida: http://xisbeicon.wordpress.com/2009/11/)
O ARTISTA PLÁSTICO E CO-ADMINISTRADOR DA CULTURA
AMAZONENSE JAIR JACQMONT JUNTO A ÂNCORA DO
"CAROLINA", NAVIO A VELA COM O QUAL O DESBRAVADOR
CAP. MANOEL NICOLAU DE MELLO E AUXILIARES PENETRARAM
NO LAGO DO AYAPUÁ, EM 1852: MONUMENTO NÁUTICO DE
GRANDE SIGNIFICÂNCIA HISTÓRICO-SOCIAL, PRESERVADA E
COM SATISFAÇÃO MOSTRADA PELA FAMILIA MELLO AOS
ILUSTRES CONVIDADOS DOS FESTEJOS QUE ANUALMENTE
ACONTECEM NA PONTA DO LEOPOLDINO, UM DOS CARTÕES-
POSTAIS DAQUELA FABULOSA REGIÃO DO BAIXO PURUS
Foto: Flávio Bittencourt (manhã de domingo, 30.5.2010)
A CAPELA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, na
Ponta do Leopoldino, antes da saída da
procissão
Foto: Jair Jaqmont (início da noite de sábado,
29.5.2010)
CONFIRA O CONTEÚDO DE:
http://www.youtube.com/watch?v=EjAPT1fZ6F0&feature=related
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