A (má) fama
Por Maria do Rosário Pedreira Em: 18/05/2011, às 20H03
[Maria do Rosário Pedreira]
Um semanário da nossa praça, num suplemento dedicado às 100 figuras mais influentes do País, incluiu-me na categoria de «visionários e empreendedores». A escolha foi certamente do editor de cultura José Mário Silva – e agradeço-lhe a generosidade e a simpatia; estas coisas dão umas boas escovadelas ao ego quando nos sentimos um pouco cansados ou desapontados, embora saibamos (eu e, muito provavelmente, o jornalista que me nomeou) que não se trata exactamente de influência, coisa que às vezes até me dava bastante jeito ter. No entanto, este tipo de (boas) notícias tem um efeito igualmente nocivo: na semana que se seguiu à publicação, já eu tinha mais uma dúzia de originais para ler, mais cem pessoas a quererem ser minhas amigas no Facebook (quase todas potenciais escritores, poderia jurar) e muitas mensagens – algumas longas e explicativas – para ler na caixa de entrada do meu Outlook. Às vezes (quase sempre) isto da fama não é nada bom…