O jogo no jardim
Por: Clarisse de Oliveira Em: 21/08/2009, às 05H28
O JOGO NO JARDIM
Liu Sung foi para o terreno de Li Wang.
Se sentaram em bancos de madeira, diante
do tabuleiro de jogo de bloquinhos de marfim; era
uma espécie de xadrez artistico, com
trabalho mental.
Como o jogo era lento, dava para conversar, que
era o que mais gostavam os amigos, de fazer.
- Então, amigo Liu Sung você contempla o painel
anterior do jardim?
- O painel se realiza sem os raciocinios de nossa
Contemplação, que se faz aos bocados...
- Os bocados não se coadunam com a Eternidade.
- Li Wang, o perfume do jasmineiro expande nosso
pensamento que não se prende como no momento
de tomarmos chá com jasmin seco.
Com seus dedos longos, Li Wang moveu uma pedra
do jogo - e contemplou a jogada com um sorriso
de alegria e paz.
Liu Sung soprou uma longa tragada de
cigarro - e ficou contemplando a fumaça se diluir
no ar, sobre as plantas do jardim.
A criada de Li Wang trouxe um bule de chá e
derramou nos potinhos com tampa para conservar
por mais tempo a quentura da infusão.
Os dois amigos estavam extáticos diante da nature-
za com as flores, os pássaros e insetos que a
sobrevoavam.
O segredo dessa conversa, eram as pausas entre
os pensamentos formulados pelo raciocinio pro-
veniente da contemplação.
- Liu Sung contemplação e conversa, jogo e chá, e
o Verdadeiro Estado que é a Impermanencia
mantida pela Paz da Alma...