UMA PAÍS ATACADO POR BANDIDAGEM
Por Cunha e Silva Filho Em: 29/07/2022, às 17H50
Um país atacado por bandidagem (Versão atualizada)
Cunha e Silva Filho
Se é certo que vários problemas foram discutidos pelos candidatos à Presidência da República, também não é menos certo que o grande problema nacional - mais agudo deles, por sinal - não foi abordado nas suas raízes: a violência, a criminalidade, as balas perdidas recorrentes, os assaltos, as mortes de inocentes de todas as idades. No Rio de Janeiro, a cidade parece estar vivendo uma guerra civil, não para derrubar governos, mas para disputar o espaço do tráfico nas favelas cariocas.
A situação é tão grave que os marginais não respeitam mais nem as Forças Armadas e o que as televisões mostram são rajadas de metralhadoras, tiroteios diários e por toda os espaços territoriais da cidade onde existam favelas campeia o desespero dos moradores, líderes do tráfico determinam que o comércio circunvizinho seja fechado. As UPPs já não dão conta dos fins a que se propuseram seus idealizadores. A criminalidade continua atormentando os moradores das favelas, ditando ordens, transformando esses espaços, quer nos morros, quer na terra, onde quem manda e quem canta de galo são facções rivais que desafiam a autoridade constituída, ou seja, o governador. Já correm notícias de que o PCC já se introduz, no estado de São Paulo, na política, na educação, em creches, e no transporte em massa. Aonde, me perguto indignado e sobressaltado, vamos parar com esses "governos paralelos " ? Issso é praticar atos mortais contra a segurança nacional e nada se tem visto de palpável em respostas a esses gravíssimos provblemas da parte dos governos atual do Estado do Rio de Janeiro e do Planalto. Estamos, no pior dos mundos possíveis, com medo até de andar nos centros das principais cidades brasileiras, à frente das quais o eixo Rio de Janeiro-São Paulo.A questão exige urgência urgenteíssima da parte do mandatário da Nação.
A questão tem que ser tratada como uma rebelião não originada de luta pelo poder político ou governamental, mas deflagrada pela ausência de estratégias adequadas dos órgãos de segurança pública. O país está sem leme no item da segurança pública, tanto na cidade quanto no campo. O mais gritante é que nenhum dos candidatos a Presidente da República apresentou nada consistente concreto como um Plano de Reforma da Segurança Pública Nacional para a elaboração do qual , de forma emergencial, ações impactantes das forças militares devem ser efetuadas com inteligência, alto sentido de brasilidade, num combate sem trégua à criminosos de toda espécie.
A sociedade mudou substancialmente nas duas últimas décadas e o tratamento a ser dispensado à diminuição da violência não deve ser adstrito somente aos poderes armados, mas ao concurso indispensável de outras áreas do conhecimento e de forma multidisciplinar. As áreas jurídicas, sociológicas, antropológicas, das ciências políticas, da história, da geografia, da informática, todas, devem se unir na luta incessante para debelarmos o cancro endêmico da criminalidade. Além disso, instituições respeitadas como as igrejas devem ter igualmente papel saliente, junto com as escolas, as universidades. Cidades brasileiras que outrora eram modelos de vida sossegada, como Florianópolis, Curitiba, São Luís, estão se transformando em lugares de alta criminalidade, à semelhança de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Os governos do Lula e o de Dilma, assim como os posteriores até chegarmos ao governo do presidente Bolsonaro (logo ele um ex-militar e com muitos assessores militares, inclusive ministros da Defesa, pouco ou nada fizeram para melhorarem as aflições do povo brasileiro. As estatísticas de vítimas fatais da violência de adultos e de menores são assombrosas. Até me dá a impressão de que nem o governo federal nem os estaduais não estão assistindo a programas de televisão onde a extrema crise da criminalidade é reportada diariamente. E não vamos chamar isso de sensacionalismo, pois as reportagens gravadas estão aí para serem vistas pelos governantes e pelos órgãos de segurança pública. Basta fazer uma estatística dos registros de ocorrência nas delegacias brasileiras para verificarmos o caos em que estamos afundados e sem ver nenhuma perspectiva de melhoria.
Naturalmente, se não houver imediatas medidas tomadas no que diz respeito ao nosso sistema penal, inclusive com propostas como a prisão perpétua, e a diminuição da maioridade penal, estaremos levando a sociedade brasileira a um beco sem saída. Ou seja, enquanto não alijarmos o crime da impunidade, ou outras brechas das leis penais, aí existentes e realimentadoras da própria crise da criminalidade, assim como outras indecências da legislação como “prisão domiciliar,” comutação da pena por “bom comportamento,” a delinquência, os crimes hediondos, os sequestros, as “saidinhas”de bancos, as balas perdidas, as mortes banais, e a presença nas ruas de marginais de alta periculosidade, menores e adultos, as explosões de caixas eletrônicos praticadas por quadrilhas de facínoras, o país virará uma terra de ninguém, um faroeste de malfeitores que não respeitarão as leis e a convivência harmoniosa da sociedade brasileira, ora clamando por socorro aos quatro cantos do país.
Todos os candidatos, em pleitos presidenciais anteriores, negligenciaram, fugiram à questão mais grave do país simbolizado pelo binômio: violência-impunidade, de alta urgência para os debates de programas de governo. Vejo, por outro lado, que, nos debates entre os candidatos existem mais formalidade e limites de tempo e, assim, as questões mais complexas não são discutidas com a relevância e o sentido de urgência que merecem. A imagem do país no exterior não é de guerra civil propriamente, se bem que, nas estatísticas de mortes causadas por crimes contra inocentes, possa a ser muito alta em vítima fatais.
Aguardo que, na próxima corrida para a presidência, os candidatos se lembrem de levantar esse problema comentado aqui, quer dizer, o mais aflitivo da sociedade brasileira.