Por Maria Teresa Piacentini

Excetua-se da regra, naturalmente, a exclamação ou interrogação que faz parte de um nome próprio e que por coincidência venha no final da frase:
 
“Eu não quero presente. Eu quero é dinheiro.” Dercy Gonçalves, atriz que acaba de completar 96 anos, em entrevista no A Casa É Sua, da Rede TV!.
 
Excetua-se da regra, naturalmente, a exclamação ou interrogação que faz parte de um nome próprio e que por coincidência venha no final da frase:
 
“Eu não quero presente. Eu quero é dinheiro.” Dercy Gonçalves, atriz que acaba de completar 96 anos, em entrevista no A Casa É Sua, da Rede TV!.
 
E o ponto da data, para que serve? Configura a data uma frase? Se não é frase, nada de ponto. Frase – resumindo o que dizem as gramáticas – é qualquer enunciado com sentido completo, contenha verbo ou não. Pode ser feita de uma só palavra ou uma reunião delas, e seu sentido é dado pelo contexto. São exemplos de frases sem verbo (o que nos interessa agora): Fogo! Silêncio! Oi, tudo bem? Tudo certo. Muito obrigada pelas flores, meu anjo. Que maravilha... Grandes amores, grandes tormentos.
 
Em princípio, uma data é um fragmento de frase. E fragmento não leva ponto. Se isso não convence, posso acrescentar que não se pontuam os títulos [de livros, capítulos, artigos, matérias de jornal etc.], as assinaturas, nomes de cargos, endereços e todo o cabeçalho de correspondência ou de redação escolar. Se a data aparece numa dessas circunstâncias, não é necessário pespegar-lhe um ponto-final. Eu não chegaria a afirmar que é erro, pois não me agradam as camisas de força em termos de linguagem. Mas recomendo economizar esse pontinho nas datas isoladas.
 
* O VOLP 2009 registra o hífen em ponto-final e dois-pontos