Poemas de Abhay K. (1980 –, Índia)
Por Marcos Freitas Em: 27/01/2023, às 14H23
Traduções de Poemas de Abhay K. (1980 –, Índia)
ÚLTIMO ADEUS A MEU PAI
Para Rajendra Singh (1945-2006)
Eu espero às margens do sagrado rio Ganges
meu pai viajar sua última jornada
Eu espero ansiosamente para ver o seu rosto,
para capturar o último vislumbre da luz
que iluminou meu caminho desde quando nasci
Seu corpo logo será consumido pelo fogo sagrado
e sua alma se fundirá na eternidade
A luz que tem ido para fora da Terra
agora vai luzir brilhantemente no céu
O sagrado rio Ganges vai levar suas cinzas aos vastos azuis oceanos
e lá ele descansará em paz
E cada vez que eu olhar para o céu
Eu vou vê-lo sorrir
Eu espero às margens do sagrado rio Ganges
pela vinda de meu pai
para o último adeus
Eu me sinto vazio, tudo aconteceu tão rápido
Meus olhos se enchem de lágrimas
chorando alto
Eu quero o meu pai, eu quero o meu pai de volta
Ele não fala, ele não falará comigo novamente
Nós não vamos compartilhar um sorriso, como sempre
quando retornava à casa
Eu sei que este encontro é diferente, apesar de parecer igual
Pai, você sabe quanto tempo eu esperei para estar com você
Eu mesmo secretamente marquei um encontro onde nós iríamos para uma caminhada
seria verão, inverno, neve ou chuva
mas veja eu estou aqui
esperando às margens do sagrado rio Ganges
perguntando como eu deveria me despedir
pensando se seria igual
se deveria eu acreditar que você está indo
Eu devo ser forte, eu sou seu filho.
O QUE FAZER?
O que fazer
quando todos os sonhos se tornam realidade
e nada sobra para ser alcançado,
e nada há mais para lutar ou morrer
quando a radiante verdade está brilhando acima
e todas as dúvidas se foram
pavimentando o caminho da beleza pura?
[Tradução do inglês]
Publicado na Revista da Academia de Letras do Brasil – ALB, Ano 2, Número 3, jan./jun., 2020, ISSN 2674-8495.
NA RAIA
Amigos remadores
nas águas rochosas,
remem adiante,
por mais turbulentos os rios,
acendam uma vela,
por mais escura seja a noite,
não tenham medo
remem adiante
remem adiante.
OH TEMPO
Oh tempo, pare um instante,
deixe-me absorver cada momento de sua plenitude,
que seus belos matizes e cores
fiquem quietos
não se movam,
você corre muito ligeiro
desacelere
espere um instante
deixe-me cuidar de você.
[Tradução do inglês]
Publicado na Revista da Academia de Letras do Brasil – ALB, Ano 4, Número 7, jan./jun. - 2022, ISSN 2674-8495.
ABHAY KUMAR [ABHAY K.] - Nascido em 1980, é um poeta-diplomata indiano. Atualmente, atua como vice-diretor geral do Conselho Indiano de Relações Culturais (ICCR), em Nova Delhi. Serviu como o 21º Embaixador da Índia em Madagascar e Comores de 2019 a 2022. Suas coleções de poesia publicadas incluem Stray Poems, Monsoon, The Magic of Madagascar, The Alphabets of Latin America, The Prophecy of Brasília, The Eight-Eyed Lord of Kathmandu, The Seduction of Delhi entre outros, enquanto seus livros editados são CAPITALS, 100 Grandes Poemas Indianos, 100 Mais Grandes Poemas Indianos, Novos Poemas Brasileiros, The Bloomsbury Anthology of Great Indian Poems, The Bloomsbury Book of Great Indian Love Poems entre outros. Sua tradução de Meghaduta e Ritusamhara de Kalidasa recebeu o Prêmio de Livro de Poesia do Ano do Kalinga Literary Festival 2020-2021. Ele gravou seus poemas na Biblioteca do Congresso. Seu poema 'The Partitioned Land' foi ensinado na Cornell University no outono de 2021. Seu livro-poema 'Monsoon' foi escolhido pela professora assistente da Universidade de Harvard, Sarah Dimick, para estudo sobre Clima e Literatura. Seus escritos abrangem poesia, arte, memórias, democracia global e diplomacia digital. Seu Hino da Terra foi traduzido para mais de 150 idiomas e foi tocado nas Nações Unidas para comemorar o 50º aniversário do Dia da Terra. Também escreveu um hino para o SAARC, estimulando a busca por um hino oficial do SAARC. Escreveu um 'Hino da Lua' para celebrar o sucesso da Missão Lunar Chandrayaan-2 da Índia. Escreveu um 'Hino a Marte' para inspirar a geração mais jovem a explorar nosso vizinho planeta vermelho. Compôs hinos para todos os planetas do Sistema Solar. Ele recebeu o SAARC Literary Award por sua contribuição à poesia contemporânea do sul da Ásia e foi indicado para o Pushcart Prize 2013. Foi homenageado com o Asia-Pacific Excellence Award, em 2014. Seu livro The Seduction of Delhi foi indicado para o Prêmio Jovem Escritor Muse India-Satish Verma 2015. Eleito membro correspondente estrangeiro (Cadeira 01), da Academia de Letras do Brasil – ALB. Livros de Poesia: Enigmatic Love : Love poems from Moscow (Bookwell|2009); Fallen Leaves of Autumn (ArtXpress|2010); Candling the Light(Yash|2011); Remains (HarAnand|2012); The Seduction of Delhi(Bloomsbury|2014); The Eight-eyed Lord of Kathmandu (Bloomsbury India |2018) & (The Onslaught Press, Oxford & Paris|2017); The Prophecy of Brasilia (Bilingual edition in English and Portuguese| GaNa, Brazil|2018); The Alphabets of Latin America: A Carnival of Poems (Bloomsbury India |2020); The Magic of Madagascar (Bilingual edition in French and English|L'Harmattan, Paris|2021); Monsoon (Sahitya Akademi, India, 2022); Stray Poems (Poetrywala, India, 2022). Livros traduzidos: Uttering Her Name by Gabriel Rosenstock (Salmon Ireland) into Hindi|2015; Meghaduta by Kalidasa into English (Bloomsbury|2021); Ritusamhara by Kalidasa into English (Bloomsbury|2021). Livros editados: Anthology of Contemporary Indian English Poetry (Enchanting Verses Literary Review|2016); CAPITALS (Bloomsbury|2017); 100 Great Indian Poems (Bloomsbury|2017); 100 More Great Indian Poems (Bloomsbury India|2019); The Bloomsbury Anthology of Great Indian Poems (Bloomsbury India|2020); New Brazilian Poems (Ibis Libris|2019); The Bloomsbury Book of Great Indian Love Poems (Bloomsbury|2020); The Book of Bihari Literature (HarperCollins|2022). Não-fição: River Valley to Silicon Valley (Bookwell|2007), republished as Becoming A Civil Servant (Kalinjar|2015); 10 Questions of the Soul (2010); Colours of Soul (Cvet Dushi) (2011).