Naropa (1016-1100) é um famoso poeta indiano que escreveu algumas das mais belas e filosóficas canções, reunidas em "The Songs of Naropa: Commentaries on songs of
Realization", translated by Khenchen Thrangu Rinpoche e Erik Pema Kunsang. Traduzo sua "Súmula de Mahamuda", que diz:
Homenagem para o estado de grandes felicidades!
Sobre o que é chamado Mahamudra
Todas as coisas são sua própria mente.
Ver objetos como externos é um conceito errado;
Como um sonho, eles são vazios de concretude.
Esta mente, assim como é, é um mero movimento de atenção
Que não tem nenhuma ego-natureza, somente sendo uma rajada de vento.
Vazio de identidade, como o espaço.
Todas as coisas, como o espaço, são iguais.
Porque o 'Mahamudra'
Não é uma entidade que pode ser mostrada.
Nele está a ipseidade da mente
Que é o próprio estado de Mahamudra.
E não é algo a ser corrigido nem transformado,
Mas quando qualquer um vê e percebe sua natureza
Tudo que aparece e existe é Mahamudra,
O grande Dharmakaya que tudo permeia.
Naturalmente e sem inventar nada, permite simplesmente ser,
Este inimaginável Dharmakaya,
Deixando isto ser sem buscar nada é seu treinamento meditativo.
Pois meditar enquanto busca é ilusão mental.
Da mesma maneira que com o espaço e uma exibição mágica,
Nem cultivando nem não cultivando
Como pode você estar separado e não separado!
Isto é a compreensão de um iogue.
Todas as ações boas e ações prejudiciais
Dissolvem-se simplesmente por conhecer esta natureza.
As emoções são sua grande sabedoria.
Como uma selva em fogo, elas são ajudantes do iogue.
Como podem ficar ou podem ir?
Que meditação é fugir para um eremitério?
Sem entender isto, todos os possíveis meios
Nunca trarão mais que liberação temporária.
Quando entender esta natureza, o que vai prender você?
Enquanto sendo atento de sua continuidade,
Não há nem um composto nem um estado não composto
Nem um ser cultivado ou corrigido por um remédio.
Não é feito de nada
A experiência ego-liberada é dharmadhatu.
Pensar na ego-liberação é grande sabedoria,
Igualdade não-dual é dharmakaya.
Como o fluxo contínuo de um grande rio,
Tudo o que que você faz é significante,
Este é o estado desperto eterno,
As grandes felicidades não deixam nenhum lugar para o samasara.
Todas as coisas estão vazias de suas próprias identidades.
Este conceito fixo em vacuidade se dissolve em si mesmo.
Livre de conceito, não segurando nada em mente,
Está em si mesmo no caminho dos Buddhas.
Para o mais afortunado,
Eu escrevi essas palavras concisas de um conselho sincero.
Por isto, possa todo ser sensível
Ser estabelecido em Mahamudra.