[Flávio Bittencourt]

O homem que projetou Goiânia

Attílio Corrêa Lima, egresso da Sorbonne e morando no Rio de Janeiro, foi o urbanista que projetou Goiânia.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"O Grande Bazar de Istambul [TURQUIA], um dos maiores mercados cobertos do mundo, divertido e movimentado, possui centenas de lojinhas distribuídas por uma rede de passagens formando 'ruas' "
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O DR. HENRI PROST - professor do Dr. Corrêa Lima na

Universidade de Paris - MOSTRA OS PLANOS URBANÍSTICOS

DA REFORMA DE ISTAMBUL (TURQUIA) A OUTROS CAVALHEIROS

QUE TAMBÉM USAM ELEGANTES CHAPÉUS

(SEM A LEGENDA DESTA COLUNA "RECONTANDO..."

A MAGNÍFICA FOTO DOS URBANISTAS, ARQUITETOS,

ENGENHEIROS E ADMINISTRADORES PÚBLICOS

ENCONTRA-SE, NA WEB, EM:

http://www.citizensofculture.net/event/list/id/409)

 

 

 

 

 

"Henri Prost [DE QUEM O DR. ATTÍLIO CORRÊA LIMA FOI ALUNO, NA SORBONNE], né à Paris le 25 février 1874 et mort le 16 juillet 1959, est un architecte urbaniste français.

Il est co-fondateur en 1911 de la Société française des urbanistes avec les architectes Donat Alfred Agache, M. Auburtin, A. Bérard, Eugène Hénard, Léon Jaussely, A. Parenty, l'ingénieur Jean Claude Nicolas Forestier, le paysagiste Edouard Redont.

Il est membre de la Société centrale des architectes en 1930. À partir de 1932, il co-anime avec Jean Royer la revue Urbanisme. Il est élu membre de l'Académie des Beaux-Arts en 1933.

Il est directeur de l'École spéciale d'architecture de 1929 à 1959.

Bien qu’il ait beaucoup écrit, il a laissé peu de traces publiées, ses productions étant considérées comme appartenant à la littérature grise. Figure exemplaire de l’urbanisme culturaliste dans sa prise en compte de l’héritage local, il ne doit cependant pas être opposé radicalement aux tenants de l’urbanisme moderne progressiste, dans la mesure où ses plans ne furent exempts d’une modernité interprétée avec tact et discrétion[1]. En outre, la collaboration véritable et durable de toute son équipe d’architectes (au Maroc comme en France), permet de caractériser cet urbanisme comme indissociable du travail architectural".

(VERBETE 'HENRI PROST ', Wikipédia [versão em francês],

http://fr.wikipedia.org/wiki/Henri_Prost)

 
 
 
 
 
 
 
 
 

vaca-golfinho[1]


 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

(http://wendymedeiros.blogspot.com/2009_07_01_archive.html)
 

 

 

 

 
 
"Topografia (do idioma grego topos, lugar, região, e graphein, descrever: "descrição de um lugar") é a ciência que estuda todos os acidentes geográficos definindo a situação e a localização deles que podem ficar em qualquer área. Tem a importância de determinar analiticamente as medidas de área e perímetro, localização, orientação, variações no relevo, etc e ainda representá-las graficamente em cartas (ou plantas) topográficas (...)".
 
 
 
 
 
 
 
 
 

                       
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOPÓGRAFO TRABALHANDO [O INSTRUMENTO SOBRE O TRIPÉ
 
É CONHECIDO COMO TEODOLITO (*)]
 
(SÓ A FOTO, SEM A LEGENDA ACIMA APRESENTADA, ESTÁ NA WEB EM:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(*) - Segundo o verbete concernente da Wikipédia, um teodolito "(...) Basicamente é um telescópio com movimentos graduados na vertical e na horizontal, e montado sobre um tripé centrado (norteado) e verticalizado, podendo possuir ou não uma bússola incorporada , entretanto o teodolito foi inventado pelo italiano Ignazio Porro, em torno de 1835. E conforme o telescópio, o mesmo instrumento que permitia a medição de distância, elevação e direção, reduzindo significativamente o tempo usado para um levantamento topográfico aumentando a precisão. (...)".
 
               
 
  
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://albertpiaui.180graus.com/?attachment_id=1687)

 
 
 
 
 
 
 
 

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(Foto: Divulgação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Na pós-graduação em Urbanismo que cursou na Universidade de Paris,
 
Attíio Corrêa Lima estudou com ninguém menos do que Henri Prost"
 
 
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRAILER DE DOCUMENTÁRIO
DE Juca Fernandes A RESPEITO
DE Attílio Corrêa Lima,
Youtube:
 

 

 

 

 

 

 

"Domingos Vellasco, irmão do coordenador das obras da construção de Goiânia, que era - o senador Domingos - um ser de esquerda, fora alvejado, na Rebelião Socialista de 1935, no joelho da PERNA DIREITA (sendo que seu irmão é que era por assim dizer de tendência politicamente conservadora)".

 

(IDEM)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
                   HOMENAGEANDO AS MEMÓRIAS DOS DRS.
                   ATTÍLIO CORRÊA LIMA,
                   PEDRO LUDOVICO,
                   BENEDITO NETTO DE VELLASCO,
                   DOMINGOS VELLASCO,
                   HENRY PROST,
                   TODAS AS PESSOAS - as vivas e as infelizmente já desaparecidas -
                   QUE CONTRIBUÍRAM PARA A CRIAÇÃO DA PETROBRAS - DENTRE
                   AS QUAIS, INDIRETAMENTE, RESSALTA-SE O NOME
                   DE MONTEIRO LOBATO - E
                   ABRAÇANDO FRATERNALMENTE
                   O POVO DA CIDADE DE GOIÂNIA, GOIÁS,
                   cidade para onde muitos moradores de Brasília vão pelo menos uma vez por ano, 
                   fazer compras, especialmente de roupas, sapatos, tênis e outros apetrechos de vestir,
                   como cintos, bonés - até mesmo fantasias de carnaval, infantis, em certos casos - e                      assemelhados
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.12.2010 - O neto do administrador público que contratou o Dr. Attílio Ferreira Lima para projetar a cidade de Goiânia prontificou-se a contar a estória desse convite governamental que ficou marcado, para sempre, na história de Goiás - Não quis ele - o neto do Dr. Benedito Netto de Vellasco - que fosse divulgado o seu nome, por modéstia, possivelmente. Ponderei a ele que ninguém foi criticado, até agora, por contar uma boa estória, para talvez "aparecer". PELO CONTRÁRIO, QUEM CONTA ESTÓRIAS É GENEROSO, PORQUE TRANSMITE INFORMAÇÕES MUITAS VEZES VALIOSAS. Pega muito mal, apenas, guardar para si O QUE É DO POVO e de seu domínio cultural, UM DOMÍNIO QUE, VERDADEIRAMENTE, PODE-SE AFIRMAR, É PÚBLICO. F. A. L. Bittencourt ([email protected])
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O HOMEM QUE PROJETOU GOIÂNIA
 
 
 
"Attílio Ferreira Lima foi o urbanista que projetou Goiânia. Entretanto, esta estória começa com um fato curioso acontecido na época da infância de alguém que não se chamava Atílio.
 
Nascido em 1888, na cidade de Goiás (antiga capital do Estado de Goiás), aos 7 anos de idade, ao sentar num banco da praça principal da cidade – em frente à atual Prefeitura, onde funcionara o presídio, anteriormente –, o menino Benedito Netto de Vellasco perguntou a um senhor que estava a seu lado:
 
- Quem é aquele homem que está com aquele aparelho [UM TEODOLITO, instrumento utilizado pelos topógrafos]?
 
A resposta foi:
 
- É um engenheiro.
 
Justifica-se a curiosidade: estava a figura vestida como um caçador inglês, com uma roupa do tipo "safari" de cor cáqui, culote, bota até o joelho, com chapéu arredondado (de abas duras), a manipular o teodolito.
 
Impressionado com o visual da cena, o menino - cujo apelido era "Benedito Capeta", pelas traquinagens que aprontava - definiu, naquele exato momento, a sua futura profissão:
 
- É isso que eu vou ser quando crescer, afirmou o ainda novinho Benedito.
 
Na década de 1910, em Goiás, Benedito fez concurso para telegrafista dos Correios e Telégrafos, para poder chegar, empregado, ao Rio [RIO DE JANEIRO, A CAPITAL DO BRASIL, NA ÉPOCA]. Queria cursar a Universidade, na Capital Federal. Foi o que aconteceu.
 
Mal formou-se e foi encarregado de chefiar uma expedição que tinha como objetivo reparar e duplicar as linhas de telégrafo instaladas pelo Marechal Cândido Rondon. Após cerca de quatro anos, perambulando pelas florestas do Mato Grosso e de Goiás, convivendo com índios e caboclos, ele resolveu dedicar-se à profissão que havia abraçado. Saiu dos Correios e foi para o Rio de Janeiro, onde havia, como já se mencionou, estudado.
 
Nessa época, estava começando a acontecer a ocupação do bairro de Ipanema, quer era um vasto areal situado entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Oceano Atlântico.
 
Dedicando-se à construção de casas, começou a enriquecer. Tornou-se, ainda, algo como um embaixador informal de Goiás no Rio de Janeiro, pelos amigos que já tinha e pelos novos contatos que conquistou.
 
Nesse panorama, quando seu amigo de infância, o governador (na verdade, interventor) Pedro Ludovico [DE GOIÁS] decidiu construir a nova capital - Goiânia -, tomou a decisão mais lógica: convidou-o para ser o coordenador das obras da futura capital.
 
Recebendo uma carta do Governador, leu o trecho, "curto e grosso":
 
"- VELLASCO, ME ARRANJA UM URBANISTA PARA PROJETAR A CIDADE".
 
Viu-se Benedito em palpos de aranha: arquitetos ele conhecia muitos, mas urbanista, ele não conhecia nenhum.
 
E não é que o destino o premiou? Logo depois de ter recebido a missão de indicar quem iria projetar Goiânia, passa casualmente por suas mãos um jornal carioca, onde estava a seguinte notícia, aproximadamente:
 
"CHEGOU DE PARIS O ARQUITETO ATÍLIO CORRÊA, APÓS CURSAR URBANISMO NA UNIVERSIDADE SORBONNE".
 
Procurou Vellasco o número do telefone do Dr. Atílio no catálogo telefônico e não o encontrou. Teve de ir até o Clube de Engenharia, onde conseguiu levantar o que desejava.
 
Foi, então, bater às portas do Dr. Atílio. (*risos*)
 
Recebido por uma senhora fina e solícita, logo após foi apresentado ao homem, que lhe perguntou:
 
"- A que devo a sua visita?".
 
"- Eu vim convidá-lo para projetar a futura capital do Estado de Goiás".
 
A reação foi inusitada: o Atílio ([sic] *risos*) ficou mais branco do que já era e praticamente foi segurado pelo autor do convite e pela senhora que lá estava, pois parecia que iria desmaiar.
 
Ele fez o plano urbanístico da nova capital de Goiás, bem como os projetos dos prédios administrativos, inclusive o do palácio de governo. E, assim, tornou-se um dos arquitetos mais celebrados, na época.
 
Mas essa estória não acaba aqui. Gostaria de acrescentar que, quanto ao Benedito, em razão de ter coordenado com competência as obras da construção de Goiânia, ele cresceu politicamente, sem se dar conta.
 
Certo dia, recebeu o "convite" (impositivo):
 
"- VELLASCO, TU VAIS SER O NOSSO SENADOR".
 
Resposta do Vellasco ("mais risos"):
 
"- QUERO NÃO, DÁ PRO MEU IRMÃO, QUE ESTÁ F. (lascado). (*gargalhadas*)
 
Domingos Vellasco era o cidadão que estava f. (lascado).
 
O "f." justificava-se: oficial do Exército, Domingos havia participado da Intentona Comunista, ao lado de Prestes, quando levou um tiro que o deixara com a perna direita dura. Após ter sido anistiado, tornara-se deputado estadual em Goiás. Tanto como oficial do Exército, quanto como deputado estadual, ganhava pouco. Como senador, destacou-se na campanha do Petróleo é Nosso, que levou à criação da Petrobras. Conclusão: o Atílio nasceu de bumbum pra lua. Já imaginou se houvesse vazado a informação de que o governador de Goiás estava atrás de um urbanista para projetar a capital? Políticos e outras autoridades ter-se-iam carneado para obter o serviço para os seus apaniguados, urbanistas ou não.
 
Disso concluo que, para o sucesso, não basta a capacidade que se tem: tem de haver SORTE. O Atílio foi o homem certo, na hora certa e no jornal certo. (*gargalhadas*)
 
Atílio, que foi também paisagista, elaborou, em 1930, um plano diretor para Niterói e, na década de 40, concebeu o projeto da cidade de Volta Redonda e da Fábrica Nacional de Motores. Seu projeto mais conhecido, além da concepção de Goiânia, é o da edificação do Aeroporto Santos Dumont (1937), no Rio. Sua obra arquitetônica foi influenciada pela arte de Le Corbusier e influenciou, de acordo com certos autores, o projeto de Oscar Niemeyer para Pampulha, em Belo Horizonte (1942). Morreu precocemente, aos 42 anos de idade, em acidente aeronáutico acontecido no Aeroporto Santos Dumont, vindo de São Paulo, em 27 de agosto de 1943, tendo deixado esposa e um filho".
 
(RELATO DE UM NETO DO ENG. BENEDITO NETTO DE VELLASCO)
 
  
 

 

 

 

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HISTÓRICO DA TOPOGRAFIA,

TEXTO ELABORADO NO ÂMBITO

DO MUSEU DE TOPOGRAFIA

DA UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL

DO RIO GRANDE DO SUL

 

 

"HISTÓRICO DA TOPOGRAFIA
A palavra TOPOGRAFIA tem sua origem na escrita grega, donde TOPOS significa lugar e GRAPHEN significa descrição. Desta maneira pode-se dizer que a TOPOGRAFIA é a ciência que trata do estudo da representação detalhada de uma porção da superfície terrestre.  
Desde os primórdios da civilização, ainda em seu estágio primitivo, o homem tratou de demarcar sua posição e seu domínio. Sem saber, ele já aplicava a Topografia.  
Os babilônicos, os egípcios, os gregos, os chineses, os árabes e os romanos foram os povos que nos legaram instrumentos e processos que, embora rudimentares, serviram para descrever, delimitar e avaliar propriedades tanto urbanas como rurais, com finalidades cadastrais.  
 
GROMA EGÍPCIA
Instrumento primitivo para levantamentos topográficos.
Era utilizado em áreas planas para alinhar direções até objetos distantes e então,
transferir as linhas de visada para o solo, mascando neles linhas retas.
Alternativamente era possível marcas os ângulos necessários para erguer
construções como as pirâmedes.
 
A partir destes métodos topográficos rudimentares foram obtidos dados que possibilitaram a elaboração de cartas e plantas, tanto militares como geográficas, que foram de grande valia para a época e mesmo como documento histórico para nossos dias.
 
MAPA DE GA-SUR (3.800 a 2.500 AC)
Este é considerado um dos mapas mais antigos, foi encontrado na região da Mesopotâmia.
Representa o rio Eufrates e acidentes geográficos adjacentes.
É uma pequena estela de barro cozido que cabe na palma da mão e que foi descoberta perto da cidade de Harran, no nordeste do Iraque atual.
Interpretação do mapa referido ao lado




MAPA DE ZHENG HE
Este mapa chinês é, além de um guia de navegação, o relato da última viagem de Zheng He,
almirante da frota imperial em meados do século XV.
No alto à esquerda, aparecem as costas da Índia, o Sri Lanka à direita e o litoral africano logo abaixo.

(http://www.ufrgs.br/museudetopografia/museu/museu/his_topo.html)

 
Atualmente, graças ao avanço tecnológico, os aparelhos modernos e altamente sofisticados, permitem obter uma descrição do modelado terrestre com precisão exigida para projetos de grande complexidade bem como para a locação final desses projetos no terreno.  
O primeiro mapa-múndi conhecido foi elaborado por Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.), discípulo de Tales, que no século VI AC tentou representar o mundo como um disco que flutuava sobre as águas. Algum tempo mais tarde Pitágoras, chegou a conclusão que a Terra era redonda iniciando assim uma nova escola.


MAPA DAS ILHAS MARSHALL
Este curioso mapa é feito de tiras de fibra vegetal, representando a área oceânica do arquipélago formado pelas
Ilhas Marshall, no Pacífico, a nordeste da Austrália.
Algumas ilhas estão representadas por conchas presas às tiras.  
As linhas curvas representam as direções predominantes das ondas.
 
No século III AC Eratóstones (276-196 a C.) iniciou as medidas para a determinação do círculo máxima do Globo terrestre, chegando ao valor de 45.000 km. Este pesquisador foi o primeiro a tentar medir o raio da Terra. Mais tarde, no século II AC, Hiparco de Nicea(160-120 a C.) trás para a Grécia os conhecimentos babilônicos sobre a graduação sexagesimal do círculo e a partir daí define a rede de paralelos e meridianos do globo terrestre.  
No século I , Marino de Tiro define os princípios da geografia matemática e estabelece, pela primeira vez, a posição astronômica de numerosos lugares e cidades, especialmente na zona mediterrânea.  
No século II Claudio Ptolomeu (90-168 d.C.) realiza suas observações astronômicas na cidade de Alexandria e escreve sua principal obra denominada Megalé Sintaxis ou Grande Construção que trata da Terra, do Sol, da Lua, do Astrolábio e de seus cálculos, das Elipses, um catálogo de estrelas e finalmente os cinco planetas e suas diversas teorias. Esta obra recebeu o título de El Almagesto na língua árabe.  
A obra de Ptolomeu aceita as medidas do grado e estabelece, através de cálculos, o comprimento do circulo máximo, para o qual obteve o valor de 30.000 km. O erro associado a esta medida origina a falsa impressão de que a Europa e a Ásia se estendiam por mais da metade de toda a longitude terrestre, quando realmente cobre apenas 130°.


MAPA DO MUNDO
Este mapa-múndi foi desenhado no século X. Fazia parte de uma letra
capitular numa página de um manuscrito com iluminuras.
 
Do mapa de Ptolomeu não se conhece nenhum exemplar, porém foram realizadas numerosas cartas com esta denominação até a entrada do século XVII. Destas cartas as mais conhecidas são os Atlas publicados em 1477 em Bolonha, o de 1478 em Roma e o de 1482 em Ulm.  
No século XI o hispanico-árabe Azarquiel, inventa a Azafea, astrolábio de caráter universal baseado na projeção da esfera sobre um plano que contém os pólos e que calcula a posição dos astros determinando sua altura sobre a linha do horizonte.  
No século XIII aparece a Carta Pisana cuja construção se baseava em rumos e distâncias; os primeiros eram medidos por agulhas magnéticas e pelas rosa dos ventos; a segunda calculada pelo tempo de navegação.
 
Em 1374 Jaume Ribes de Mallorca, edita a obra intitulada "Mapamundi", conhecido como Atlas Catalán de 1375. Em 1420 o Infante Dom Henrique de Portugal, funda a Escola de Navegadores em Sagres e poucos anos após ocorre uma autêntica revolução na produção de cartas e mapas motivada pela divulgação e ressurgimento das teorias de Ptolomeu e pela invenção da imprensa, o que ocasionou a possibilidade de se estampar os mapas sobre pranchas de bronze.  
Em 1500, Juan de la Cosa edita sua famosa carta que contém o traçado da linha equatorial e a do trópico de Câncer.


CARTA DO MUNDO - 1500
Carta elaborada por Juan de la Cosa, piloto da 2ª Expedição da Columbus
 
Em 1519 Pedro e Jorge Reinel constroem, em Sevilha, um planisfério com o equador graduado e destinado à expedição de Magalhães.  
Gerhardt Kremer (1512-1594), que adota o nome de Mercator, define uma nova projeção cilíndrica na qual as linhas loxodrómicas (direção de rumos constantes que percorrem os barcos em sua navegação) se apresentem como linhas retas. Uma nova etapa no estuda da figura da Terra nasce com as definições da lei da gravitação universal.  
 
Gerhardus Mercator (1512-1594)
Geógrafo, cartógrafo e matemático flamengo.
Autor de um planisfério (1569) construído numa projeção por ele concebida, 
usada até hoje nas cartas náuticas, a Projeção de Mercator.
 
No século XVII, Huygens calculou o valor do achatamento terrestre seguindo o raciocínio de Newton, entretanto sem aceitar que a densidade das capas terrestre fosse homogênea, considerando sim toda a massa concentrada em seu centro. O século XVIII se caracteriza pelo desenvolvimento da instrumentação topográfica. A luneta astronômica, idealizada por Kepler em 1611 e a construção de limbos graduados dão lugar aos primeiros teodolitos. Ao mesmo tempo, a invenção do cronômetro e do barômetro, possibilitaram a medida do tempo e a determinação de altitudes.  
Em 1873, Listing propõe o nome de Geóide a forma da terra que é definida como a superfície equipotencial do campo de gravidade terrestre que coincide com a superfície média dos mares e oceanos em repouso, idealmente prolongada por debaixo dos continentes.  
Em 1945, Molodensky, demonstrou que a superfície física da Terra pode ser determinada a partir, somente, de medidas geodésicas, sem a necessidade do conhecimento da densidade da crosta terrestre.
 
A Topografia estuda, em nível de detalhe, a forma da superfície física da terra com todos seus elementos sejam naturais ou artificiais e como um preenchimento da rede geodésica. Desta maneira a Topografia fica como a responsável pelos trabalhos de levantamento planimétricos e altimétricos. Entretanto nos últimos anos, com o desenvolvimento da instrumentação eletrônica e da informática que opera neste setor, a exigência de programas ligados a Engenharia que necessitam de modelos digitais do terreno com precisão altimétrica que são questionáveis de serem obtidas por procedimentos fotogramétricos, e a maior versatilidade que nos oferece a nova instrumentação na fase de locação, tem dado um novo protagonismo a Topografia moderna nos campos de aplicação da Engenharia e áreas afins.  
A visita a esse Museu constitui uma verdadeira aula de história, através da qual pode-se acompanhar toda a evolução ocorrida ao longo de mais de um século na disciplina de Topografia, ministrada por esta Universidade, através dos diversos equipamentos topográficos e cartográficos, aqui expostos".