Morre Anibal Beça
Em: 25/08/2009, às 17H39
Morreu na manhã de hoje (25), vítima de complicações renais e infecção generalizada decorrentes do diabetes, o poeta, compositor, teatrólogo e jornalista amazonense Anibal Beça, de 62 anos.
De acordo com o filho do escritor, Ricardo Antonio Turenko Beça, que também é médico e acompanhou o pai na luta contra o diabetes, Aníbal foi internado por conta de complicações renais, que culminaram em uma infecção generalizada. "Todos os procedimentos médicos foram realizados, mas infelizmente ele não resistiu", disse.
Em junho deste ano, Aníbal Beça já havia sido internado na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Beneficente Portuguesa, onde foi submetido a hemodiálise, depois de complicações renais decorrente do diabetes. Em pouco tempo ele conseguiu se recuperar e retornou à dedicação à literatura e à cultura amazonense.
O velório do escritor será realizado, a partir das 10h30, na funerária Almir Neves da rua Monsenhor Coutinho, no Centro de Manaus. Segundo Ricardo Turenko Beça, o enterro deve ocorrer entre 16h e 17h de hoje, no cemitério São João Batista, na zona Centro-Sul.
Anibal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto nasceu no dia 13 de setembro de 1946 e ocupava a cadeira de número 28 na Academia Amazonense de Letras. Além dos inúmeros trabalhos em poesia que publicou durante sua vida literária, o escritor era bastante conhecido como animador cultural no Estado.
Trabalhou como repórter, redator e editor, em todos os jornais de Manaus. Foi diretor de produção da TV Cultura do Amazonas, conselheiro de cultura, consultor da Secretaria de Cultura do Amazonas.
Foi vice-presidente da União Brasileira de Escritores (UBE-AM), presidente e vice-presidente da ONG “Gens da Selva”. Presidiu o Sindicato de Escritores do Estado do Amazonas e Conselho Municipal de Cultura.
Neste ano de 2009 completaria 43 anos de atividade literária e 47 de atuação na música popular, tendo vencido inúmeros festivais de MPB por todo o Brasil.
O Destino
(Pastorália com três leituras para solo de avena)
Em cerdas de seda arremeto em pausa
meu coração toca arremato em pouso
música de pasto linha de nervura
nervos de galope todo corpo é frouxo
na ravina clara todo corpo é fúria
As línguas de fogo são galhos erguidos
incendeiam tufos tuas mãos ardentes
brasas de gramínea regendo canteiros
amornam primícias e a secreta rosa
no rubro casulo desvela essa tosa
Um sol veste orgasmo nas ervas das águas
e se põe arco-íris remato regato
e o jato de curva molhado regaço
alavanca a anca tão umida/mente
em forte arremesso sereno adormeço
Anibal Beça
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