Marco do Mundo
W. J. Solha
"Avesso à noite de autógrafos, Solha, seis meses atrás, lançou o romance Arkáditch enviando gratuitamente pelos Correios exemplares de sua obra aos interessados que lhe enviaram uma mensagem pelo e-mail. E informa que fará o mesmo. “Já despachei 300 exemplares do poema longo através dos Correios - aqui para a Paraíba, para o resto do Brasil e algumas pessoas do exterior - e tenho mais 200 para quem quiser recebê-los. Basta que mandem nome e endereço postal para [email protected]” - informa Nilto Maciel
O que dizem os leitores
Li, duas vezes, seu formidável Marco do Mundo. Tão formidável que falar sobre ele se torna dificílimo, pois tratar em prosa o que é tão alta poesia raia as fronteiras do impossível. Ainda mais: teria que ir além. Na verdade, só quem pode mesmo tratar de Marco do Mundo é... Marco do Mundo! Nos perdemos e nos encontramos nele como o que ele é: realmente um mundo. Sim, nos encontramos, fazemos parte dele e de todo o seu espanto – e nele somos tudo, inclusive anjos com asas como mãos postas às costas (imagem simplesmente fabulosa). E aí está o mundo, um universo, que é o seu poema: história, literatura, textos sacros, tumultos, meditações, lendas, religiões, heresias, pintura, poesia... sobretudo poesia, claro. E a inelutável sorte do Poeta: “Independência ou morte!” Tudo se fazendo no Tempo – na bruma de lossiglos. E, ao final, fatalmente, o encontro da Forma... Marco do Mundo é poema de raríssima densidade e abrangência.
Ruy Espinheira Filho
Marco do Mundo é o turbilhão mental de um trigal, continuação da tempestade poética que você desencadeou há tempos. Um grande concerto de rock poético/profético.Todas as culturas, todas as alucinações, você cidadão do mundo plantado no umbigo da Paraíba.
Afonso Romano de Sant'anna
Sua arte, além de lírica, é igualmente impressionista e cósmica. Elíptica e abrangente. Você já é primeiro time há muito tempo.
Caio Porfírio Carneiro
Li o Marco do Mundo de uma assentada. Parei em alguns versos que me tocaram, considerada a singularidade do lirismo. Mas seu poema, caudaloso e caleidoscópico, bem à sua maneira, tem as fundações no ephos. Daí seu tom quase permanentemente prosaico. Você possui o fôlego para os grandes temas, a ansiedade das coisas totalizantes e a inquietação da angústia da influência. Digamos que, para reinventar a história do mundo, em especial, a história cultural do mundo (talvez fosse melhor história espiritual à Hegel), você arquiteta, com sua rica e intensa mathesis - segundo Barthes, conjunto de saberes - uma estranha, surpreendente e delirante bricolagem. A construção do Marco/Mundo me parece a própria elaboração do Marco/ Poema. A veia filosófica comporta também uma reflexão estética, interna e itinerante. Pensar o mundo é pensar a poesia. No final, a trajetória do poeta, percorrendo os círculos infernais das palavras, me lembra a Divina Comédia. Há alguma coisa daquela luz dantina (e não dantesca), quando o poeta parece viver o Paraíso da "encerrada obra". Se você ousar - e você tem tutano para isso - faça um terceiro longo poema nessa linha de preocupação. Com Trigal com Corvos, você terá uma soberba trilogia poética. Abraço forte.
Hidelberto Barbosa