[Flávio Bittencourt]

Lima Barreto era literariamente superior a Machado de Assis

Álvaro Moreyra, em As amargas, não... Lembranças, contou a estória do idoso diretor de uma repartição da Prefeitura, que aguerridamente sustentava essa hipótese, desde quando ainda era jovem.

 

 

 

 

 

 

 

 

"Morreu, na Tijuca, o diretor aposentado de uma repartição da Prefeitura. Teve tremendas discussões, e muitas vezes chegou aos sopapos, por sustentar que Lima Barreto era superior a Machado de Assis. Estava com quase oitenta anos e não admitia, velho, como não admitira, moço, que houvesse diante dele outra opinião. Lima Barreto, sim! Machado de Assis, não! Era o motivo de sua vida. As últimas palavras que exclamou neste mundo foram estas: - E, entretanto, nunca li nem um nem outro!"

 (ÁLVARO MOREYRA, As amargas, não... Lembranças)

 

 

 

 

O IMORTAL LIMA BARRETO, RETRATADO

EM CARICATURA DE SUA ÉPOCA:

Lima Barreto 01

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.brasilcultura.com.br/cultura/as-enchentes/)

 

  

 

 

MACHADO DE ASSIS, GÊNIO DA LITERATURA UNIVERSAL

(escritor brasileiro que, hoje, vai sendo traduzido para várias línguas,

o que não acontecia em seu tempo, infelizmente),

NO TRAÇO, RECENTE, DO CARICATURISTA FRAGA:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.flickr.com/photos/fragadesenhos/1820414622)

 

 

 

 

BRIGA FEIA EM DESENHO REPRESENTADA:

 

 
 

 

(http://elainequinzani.blogspot.com/2011/04/barraco-na-fila.html)

 

 

 

 

O CASAL EUGÊNIA E

ÁLVARO MOREYRA,

NA CARICATURA

DE ALVARUS:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

  

 

 

 

27.9.2011 - Do ponto de vista da qualidade literária, o conjunto da obra de Lima Barreto é superior à totalidade dos livros seus que Machado de Assis conseguiu que fossem publicados - Não sei se isso é verdade, só sei que o grande Álvaro Moreyra contou a estória do chefe de repartição da Prefeitura que defendia, indo até aos sopapos para que as conclusões dele prevalecessem, que, literiamente, Lima Barreto era superior a Machado de Assis.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

"O peso do cérebro humano é calculado em 1.360 gramas, mais ou menos; mais o do homem, menos o da mulher. O cérebro que pesa sobre todos é o do elefante: 4.500 gramas. Se o elefante não pensa, não é por falta de matéria prima. Talvez seja por falta de liberdade de pensamento..."

(ÁLVARO MOREYRA, As amargas, não... Lembranças. Rio de Janeiro, Editora Lux, 1954, p. 197)

 

 

 

 

CRÔNICA DE LIMA BARRETO SOBRE PROBLEMA URBANO QUE ATÉ HOJE, INFELIZMENTE, AINDA NÃO FOI RESOLVIDO:

"As enchentes

Lima Barreto 01As chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam no nosso Rio de Janeiro, inundações desastrosas. Cronica de Lima Barreto de 1915.

 

As chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam no nosso Rio de Janeiro, inundações desastrosas.

Além da suspensão total do tráfego, com uma prejudicial interrupção das comunicações entre os vários pontos da cidade, essas inundações causam desastres pessoais lamentáveis, muitas perdas de haveres e destruição de imóveis.

De há muito que a nossa engenharia municipal se devia ter compenetrado do dever de evitar tais acidentes urbanos.

Uma arte tão ousada e quase tão perfeita, como é a engenharia, não deve julgar irresolvível tão simples problema.

O Rio de Janeiro, da avenida, dos squares, dos freios elétricos, não pode estar à mercê de chuvaradas, mais ou menos violentas, para viver a sua vida integral.

Como está acontecendo atualmente, ele é função da chuva. Uma vergonha!

Não sei nada de engenharia, mas, pelo que me dizem os entendidos, o problema não é tão difícil de resolver como parece fazerem constar os engenheiros municipais, procrastinando a solução da questão.

O Prefeito Passos, que tanto se interessou pelo embelezamento da cidade, descurou completamente de solucionar esse defeito do nosso Rio.

Cidade cercada de montanhas e entre montanhas, que recebe violentamente grandes precipitações atmosféricas, o seu principal defeito a vencer era esse acidente das inundações.

Infelizmente, porém, nos preocupamos muito com os aspectos externos, com as fachadas, e não com o que há de essencial nos problemas da nossa vida urbana, econômica, financeira e social.

           Vida urbana, 19-1-1915

Lima Barreto"

(http://www.brasilcultura.com.br/cultura/as-enchentes/)

 

 

 

 

 

"Quando eu morrer, com certeza vou para o céu. O céu é uma cidade de férias, férias boas que não acabam mais. Assim que chegar, pergunto onde mora a minha gente que foi na frente. Converso. Conto coisas do mundo. Saudades. E depois quero ir à casa de São Francisco de Assis, para ficar amigo dele, amigo de verdade, sem segredos, sem falar mal um do outro, amigo de todos os dias, amigo mesmo, tão amigo, tão íntimo, que ele há de me chamar: Alvinho! E eu hei de lhe chamar: Chiquinho!..."

(ÁLVARO MOREYRA, As amargas, não... Lembranças. Rio de Janeiro, Editora Lux, 1954, pp. 90 - 91)