[Flávio Bittencourt]

José Rodrigues entrevistou Jânio Quadros em 1981

Esse curioso depoimento, concedido para o jornal A Tribuna, da cidade de Santos-SP, foi pronunciado em Londres, em setembro de 1981. 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

ANÚNCIO DE CAFÉ,

EM INGLÊS:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.vietnamesecoffees.com/fair-trade-coffee.htm,

sendo que o ex-presidente J. Quadros foi entrevistado

pelo grande jornalista J. Rodrigues quando este último

cobria uma reunião da Organização Internacional do Café

em Londres; pode-se ler, também, na página da web

que divulgou esse anúncio publicitário, o seguinte

slogan:

"Fair Trade Coffee: Sustainable,

Quality Coffee For the Next Generation")

 

 

 

 

JÂNIO QUADROS, FALANDO PUBLICAMENTE

E EXCENTRICAMENTE GESTICULANDO:

(http://democraciapolitica.blogspot.com/2010/07/serra-e-o-janio-que-nao-bebe.html)

 

 

 

 

ACONTECEU, INFELIZMENTE,

EM FEV. / 20:

"Quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010 - 20h13

Perda

Jornalista José Rodrigues morre em Santos, aos 72 anos


Créditos: Paulo Freitas
Atualizado às 23h15

O jornalista José Rodrigues, de 72 anos, morreu nesta quarta-feira, na Santa Casa de Santos, onde estava internado em decorrência de complicações em operação para retirada de um tumor no pâncreas. O velório acontece na Memorial Necrópole Ecumênica, onde haverá, às 16 horas desta quinta-feira, a cremação do corpo.

Rodrigues trabalhou em A Tribuna, onde criou a editoria de Economia. Depois, trabalhou em consultorias sobre o Porto de Santos e era um especialista em café, considerada sua principal área de conhecimento. Ele era correspondente do jornal Valor Econômico.

“José Rodrigues foi uma figura de extrema integridade. Era um idealista. Como profissional de imprensa, atingiu o grau de excelência. Nós, de A Tribuna, o lembraremos sempre como um jornalista que honrou demais a profissão”, disse Carlos Conde, editor-chefe de A Tribuna."
 

 

 

 

 

 

CENA DO PASSADO RECENTE DO BRASIL:

NA MESMA FOTO, INTRIGANTEMENTE,

OS CIVILIZADOS (eles são gentis uns

com os outros, quando não se estão alfinetando

em campanhas eleitorais) POLÍTICOS-DE-LONGO-CURSO

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, FERNANDO COLLOR,

LULA DA SILVA E JOSÉ SARNEY:

(http://afotohistoricanobrasil.blogspot.com/2011_08_01_archive.html)

 

 

 

 

LACERDA E GOULART:

OS EX-ADVERSÁRIOS

CONFABULAVAM PARA VER

O QUE ERA POSSÍVEL FAZER

CONTRA A DITADURA DE 64,

CUJOS cabeças NÃO QUERIAM

LARGAR O PODER, EM HIPÓTESE ALGUMA:

 

 

(http://afotohistoricanobrasil.blogspot.com/2011_08_01_archive.html)

 

 

 

 

 

O CONSERVADOR JÂNIO QUADROS, ENTÃO PRESIDENTE,

HOMENAGEIA, REPRESENTANDO O POVO BRASILEIRO

(que nele massivamente votou, em eleições livres e diretas),

O MÉDICO, ESCRITOR, GUERRILHEIRO REVOLUCIONÁRIO MARXISTA-LENINISTA

E ADMINISTRADOR PÚBLICO (ministro de Estado em Cuba)

ERNESTO CHE GUEVARA:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O EX-PRESIDENTE JK CONFABULA, CONTRA A DITADURA DE 64,

COM O EX-GOVERNADOR DA GUANABARA CARLOS LACERDA:

(http://www.brasilescola.com/historiab/frente-ampla.htm)

 

 

 

 

"JÂNIO QUADRO APARECEU, NO TOPO DA CENA POLÍTICA BRASILEIRA, 

JÁ NA PRIMEIRA VEZ COMO TRAGÉDIA,

e ainda não se sabe bem se quando foi prefeito de São Paulo (NUMA VOLTA QUE

SE PODE CHAMAR DE TRIUNFAL) houve algum tipo de farsa

envolvida no processo"

(COLUNA "Recontando...")

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 81, em Londres, preocupado com a tensão social
e defendendo o direito de voto dos analfabetos
Foto (...): arquivo, publicada com a matéria

[DE A TRIBUNA (de Santos)]

(http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0077b.htm)

 

 

 

 

(http://6em1.weblog.com.pt/2005/10/o_meu_contributo_para_o_dia_da)

 

  

 

 

 

                              AGRADECENDO AO ERUDITO PROFESSOR VOLTAIRE SCHILLING,

                              PELO ARTIGO QUE PRODUZIU SOBRE O EX-PRESIDENTE J. QUADROS, E

                              PARA O JORNALISTA-DE-LONGO-CURSO JOSÉ RODRIGUES,

                              em evocação de saudade

                                                                                   

  

 

23.11.2011 - Esse curioso depoimento do Prof. Jânio da Silva Quadros, ex-presidente brasileiro, foi concedido (em Londres) ao jornal A Tribuna, em setembro de 1981 - José Rodrigues, de A Tribuna, de Santos, entrevistou o hiper-excêntrico ex-professor, ex-prefeito de São Paulo (Capital), ex-governador (do Estado de São Paulo) e ex-presidente Jânio Quadros.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

  

A TRIBUNA, de Santos,

APRESENTOU, EM SET. / 1981:

"Minhas cinzas quero dispersas em C. Grande, SP e Curitiba"

No dia 17 de setembro de 1981, em Londres, o ex-presidente Jânio Quadros concedeu uma entrevista exclusiva ao então editor de Economia de A Tribuna, José Rodrigues, que cobria uma reunião da Organização Internacional do Café (OIC). Nesta entrevista, Jânio falou de sua vontade de ser cremado, da origem de sua fortuna, de seu temor pela política econômica brasileira e ainda de sua admiração por este jornal e pelo ex-diretor Nascimento Júnior.

A seguir, alguns trechos da entrevista:

- É voz corrente no Brasil que o senhor só possuía um terreninho em São Paulo. Mas o sr. viaja e apresenta uma situação estável. Como se explica essa sua posição?

- Bem, eu poderia remetê-lo ao Imposto de Renda. Lá está a minha declaração, que é pública. Quem deseje, pode até obter a fotocópia, tem a minha licença ampla. Mas quero contar uma coisa ao senhor. Eu ganhei uma pequena fortuna escrevendo. À roda de Cr$ 1 milhão, àquela época, na gramática. Ganhei outra pequena fortuna no dicionário. Quer a gramática, quer o dicionário, estão esgotados. Vou ganhar mais ao regressar, com uma nova edição. Está sendo preparada. Virei pintor e não pintava parede, não; pintava telas mesmo. E vendi todas as que pintei e vendi-as muito bem.

- E além disso?

- Além disso eu sou herdeiro de meu pai. Herdeiro único e agora herdeiro de minha sogra. Herdeiro único. Meu sogro foi, durante muitos anos, dono da farmácia Esfinge, e era uma das duas farmácias que não fechavam dia e noite.

- Em que lugar?

- No Anhangabaú. Ganhou uma fortuna dando injeções nos árabes e turcos do Anhangabaú, muitos dos quais são até meus amigos. E minha sogra morreu há algum tempo. É só ir ao inventário no Palácio da Justiça e verificará que sou um herdeiro substancial. Não dou os valores porque não sei como meu advogado procedeu e, de repente, cometo uma inconfidência.

- Já teve problemas financeiros?

- Esse problema nunca tive. Cumpre notar, ainda, o seguinte: como prefeito, jamais gastei o que recebia. Guardava. Muito parcimonioso. Como governador, jamais gastei o que recebia, durante quaro anos, e como presidente, também. É curioso, mas tome nota o senhor que é jornalista: prefeito de São Paulo, governador de São Paulo, presidente da República nunca têm oportunidade de colocar a mão no bolso. Alguém sempre corre à frente.

- E os vencimentos como ex-presidente da República?

- Eu recusei esses vencimentos que a Constituição destina para os ex-presidentes. Achei que não me deveria tornar pensionista do Governo, para ficar mais à vontade. (Esses vencimentos corresponderiam hoje, 1981, a cerca de Cr$ 450 mil mensais [ESSA CIFRA NÃO EQUIVALE AO VALOR DE HOJE, EM REAIS, PORQUE A MOEDA ERA O CRUZEIRO e não o Real]). No momento em que eu morrer, Eloá, minha mulher, se quiser receber, que o faça. Já me terei convertido em cinzas. Porque há um documento meu que fala na cremação. E só vou ser cremado depois de ter consultado d. Evaristo. Porque sou católico. Essas cinzas, desejo sejam dispersas sobre Campo Grande, São Paulo e Curitiba, e estou certo de que não vou poluir as três cidades, porque serão muito poucas.

- O sr. disse que teme pelo futuro devido à política econômica atual?

- A minha apreensão é uma só. A da tensão social. Veja como o padre Veekmans (era um consultor do presidente Eduardo Frei, do Chile) vê o Brasil. É um país que ainda não está integrado, tem 30 milhões de analfabetos, inteiramente marginalizados, tem um proletariado rural também marginalizado. Só agora o proletariado urbano está adquirindo consciência. Então, o primeiro dever de um político parece ser o de propiciar a integração do país. O de criar uma sociedade brasileira. Isso só será possível - e quando afirmo tal coisa meus amigos se horrorizam - inclusive com o voto do analfabeto. A integração no Brasil só será possível quando cada brasileiro se sentir brasileiro e puder participar da vida nacional.

- Que lembranças lhe trariam Santos neste momento?

- Agora eu gostaria de um preito de saudade. Eu me vinculei enormemente ao Nascimento Júnior. Nunca eu encontrei um jornalista assim, reto, sério, responsável, que fez de A Tribuna uma tribuna de São Paulo. Os seus editoriais eram lidos cuidadosamente por mim. Eu, governador do Estado, os lia..."

(http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0077b.htm)

  

 

 

 

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O PORTAL TERRA

DIVULGOU ARTIGO

DO PROF. VOLTAIRE SCHILLING SOBRE:

 

"Renúncia e Legalidade II: o fenômeno Jânio Quadros

por Voltaire Schilling

  

Revelando-se admirável administrador, cioso da verba pública, puritano e moralizador, e, por conseguinte, sem máculas de corrupção, Jânio Quadros, logo após ter sido prefeito de São Paulo (1953-1954), o primeiro a ser eleito desde 1930, conseguiu o feito de, praticamente sozinho, bater, em 1955, a máquina eleitoral do PSP (Partido Social Popular) de Ademar de Barros, um ex-cacique varguista que controlava politicamente o estado de São Paulo.

O povo paulista o adorava, mesmo com suas costumeiras esquisitices e o seu jeito de falar estrambólico. Ideologicamente, Jânio Quadros era um poço de ambigüidades, oscilando entre os getulistas e os anti-getulistas, fazendo sempre questão de aparecer como um homem que estava acima dos partidos, fora da intrigalha que alimenta a rotina de um político convencional. Não era de direita, muito menos de esquerda.

O carisma e a vassoura
O símbolo da sua campanha era a vassoura, com a qual ele pretendia varrer a corrupção e a desordem instalada no país. A isso se somou seu inquestionável carisma, o que fez dele o mais prestigiado tribuno popular desde o desaparecimento de Getúlio Vargas. Logo, não foi difícil para ele bater o general Henrique Teixeira Lott, o principal adversário, da coligação PSD-PTB, no pleito de 3 de outubro de 1960.

Eleições de 3 de outubro de 1960
Candidato / Coligação / Total de votos
Jânio Quadros (UDN-PDC-PTN): 5.636.623 (48%)
Henrique T.Lott (PSD-PTB): 3.846.825 (32%)
Ademar de Barros (PSP): 2.195.709 ( 20%)

Nota: na mesma eleição, João Goulart (PTB), concorrendo à vice-presidência, obteve 4.547.010, Milton Campos (UDN) conseguiu 4.237.419, e Fernando Ferrari (MTR), 2.137.382. Como a constituição de 1946 permitia que os vices concorressem em faixa própria, João Goulart assumiu como vice de Jânio Quadros, apoiado pela UDN, opositora do PTB. No Congresso a situação de Jânio não era boa, visto que a coligação PSD-PTB ficou 55% das cadeiras, além das 8% dadas ao PSP de Ademar de Barros."

 

 

Ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, venceu a eleição de 1960 à presidência da República na campanha baseada na moralidade da política, .... Foto: Reprodução

Ex-prefeito e ex-governador de SP, venceu a eleição de 1960 à presidência da República na campanha baseada na moralidade da política
Foto: Reprodução

(http://noticias.terra.com.br/educacao/historia/noticias/0,,OI5313813-EI16743,00-Renuncia+e+Legalidade+II+o+fenomeno+Janio+Quadros.html)