Sonnet XXXIII


HE THAT GOES back does, since He goes, advance,
Though he doth not advance who gets back,
And he that seeks, though he on nothing chance,
May still by words be said to find a lack.
This paradox of having, that is nought
In the world’s meaning of the things in screens,
Is yet true of the substance of pure thought
And there means something by the nought it means.
For thinking nought does on nought being confer,
As giving not is acting not to give,
And to the same unbribed true thought, to err
Is to find truth, though by its negative.
        So why call this world false, if false to be
        Be to be aught, and being aught Being to be?


Soneto XXXIII


AQUELE QUE REGRESSA, ao fazê-lo, evolui, sim ,
Embora não alcança evoluir quem o faz.
Ainda que nada arrisque, quem procura
De alguém não passa que, carente, se torna.
De ser este paradoxo o que não tem
Das coisas secretas n o significado do mundo,
É, todavia, válido do pensamento para a substância
Daquilo que, não sendo nada, denota algo.
Porquanto do pensamento a ausência a nada decerto se reduz,
Assim como o não dar nulo ato é,
E, ao próprio pensamento lídimo e incorruptível, errar
Posto seja pelo seu reverso, é a verdade encontrar.
Por que, então, considerar falso este mundo se falso ser qualquer coisa
É ser qualquer coisa e, sendo qualquer coisa, ser o Ser?

                                                                            (Tradução de Cunha e Silva Filho)