[Flávio Bittencourt] Discurso de posse de Márcio Souza na Academia Amazonense de Letras

De acordo com o pesquisador Zemaria Pinto, a instalação solene da Sociedade Amazonense de Homens de Letras (S. A. H. L.), nome original da A. A. L., deu-se a 9 de janeiro de 1918, uma quarta-feira.

 

 

 

 

 

   

"QUANDO NOS DEPARARMOS COM O ONOMÁSTICO (nome próprio) MAYNILA,

DEVEMOS LEMBRAR DE QUE SE TRATA DA FORMA, EM LÍNGUA FILIPINA,

DE SE DIZER MANILA, que é a capital das Filipinas. ALIÁS, NÓS É QUE DIZEMOS

MANILA NO LUGAR DA - MAIS CORRETAMENTE PRONUNCIADA E GRAFADA -

PALAVRA MAYNILA, TOPONÍMICO QUE PASSOU A SUGERIR INTENSA ALEGRIA

PARA O AMAZONAS  E PARA O BRASIL, DEPOIS DA AUSPICIOSA VITÓRIA DE

LARISSA RAMOS, MULHER MAIS BONITA DO MUNDO, EM NOVEMBRO DE 2009,

NA REFERIDA MAYNILA / MANILA, DE ACORDO COM O RESULTADO DO

CONCURSO  MISS TERRA 2009."

 

Coluna "Recontando estórias do domínio público"

 

 

   

 

 

"Quando preciso saber de notícias de Manaus, leio o Amazonas em Tempo e

A Crítica online. Já quando quero me aprofundar em temas políticos e culturais

do Amazonas, procuro acessar o Blog do Holanda e o Entre-textos, mas, há poucos

dias, soube da morte do ex-deputado Wallace Souza pelo Twitterdo Dez Minutos,

mesmo [DEZ MINUTOS: órgão (diário) que circula em Manaus no formato de tablóide,

noticioso que também pertence ao dono do Diário do Amazonas, cujo site - tanto

do Diário do Amazonas, quanto do Dez Minutos - é o D24]"

 

ROBERTA CHRISTIAN (Roberta Christian da Silva), universitária e minicontista manauara

cuja estória, até então inédita, intitulada "Desculpe, ele veio sentar no jardim", que ainda

não caiu no domínio público, sobre o inesperado comparecimento, a um chefe de família, 

da "velha da foice", num jardim residencial comum (casa de um só pavimento: habitação

não-suburbana [de classe média, possivelmente]), foi divulgada neste espaço do

Entre-textos - e pode ser lida clicando-se em:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/fotografias-para-ilustrar-contos-de-petti-christian-e-aragao,236,3427.html

 

 

 

 

 

 

 

("Larissa Ramos [estudante da Escola Técnica de Manaus, adolescente morena de cabelos compridos que aparece acocorada, no centro da foto, quarta pessoa da esquerda para a direita, que hoje é universitária e modelo], com colegas do curso de Edificações do CEFET" [FOTO DIVULGADA NO BLOG DO ATUAL VICE-GOVERNADOR DO AMAZONAS OMAR AZIZ],

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/miss-terra-2009-estudando-com-alegria-em-manaus,236,3219.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LARISSA RAMOS, A MULHER MAIS BONITA

(POR DENTRO E POR FORA) DO UNIVERSO,

NOS DIAS ATUAIS

(SÓ A FOTO DA REPRESENTANTE MANAUARA

DO BRASIL NO CONCURSO MISS TERRA - 2009,

QUE ACONTECEU EM NOVEMBRO, NAS FILIPINAS,

SEM A LEGENDA ACIMA CONFERIDA, ESTÁ, NA WEB,

EM:

http://belezaamazonas.blogspot.com/2009/11/larissa-ramos-em-manila-miss-earth-2009.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A AMAZONENSE TEREZINHA MORANGO, UMA DAS

DAS MAIS CELEBRADAS VENCEDORAS DO CONCURSO

MISS BRASIL, nasceu em São Paulo de Olivença, interior

profundo da Terra de Ajuricaba

Revista "SHOW" capa do exemplar nº 7, publicada em Agosto de 1957, com a "Miss Brasil" desse ano, Terezinha Morango
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[larissa+ramos+miss+earth+2009.jpg] 
 
CONJUNTO DE SERES ESPECIAIS, clicadas pelo conceituado fotógrafo Larry Fernando:
CONCURSO DE BELEZA MISS TERRA 2009, ACONTECIDO EM NOVEMBRO DO ANO PASSADO
NA CIDADE DE MANILA, FILIPINAS (A AMAZONENSE, DISPUTANDO O PRIMEIRO LUGAR ENTRE 80 BELDADES UNIVERSAIS, VENCEU O CONCURSO, como não poderia deixar de acontecer, aliás!)
 
(SEM A LEGENDA ACIMA DIGITADA, a espetacular foto está em:
fonte, de acordo com o blog BELEZA AMAZONAS: www.pbase.com/larshell
 
 

 

 

 

GOVERNARDOR EDUARDO RIBEIRO, estadista que inteligentemente se decidiu pelo início das obras de construção do célebre Teatro Amazonas

(http://portalamazonia.globo.com/pscript/noticias/noticias.php?idN=102238)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

FILETO PIRES FERREIRA GOVERNAVA O GRANDE ESTADO DA AMAZÔNIA OCIDENTAL QUANDO HOUVE A FABULOSA INAUGURAÇÃO DO T. A., EM 1896: O GOVERNADOR AFRODESCENDENTE EDUARDO GONÇALVES RIBEIRO, O Pensador, JÁ NÃO MAIS ESTAVA NO PODER, NO AMAZONAS

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/a-brasileira-que-venceu-o-concurso-miss-terra-2009,236,2960.html 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
MÁRCIO SOUZA: desde outubro de 2004 é membro da Academia Amazonense
 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"As Folias do Látex
Márcio Souza
As Folias do Látex, de Màrcio Souza, é uma espécie de releitura do passado onde o ciclo da borracha no Amazonas foi tomado como um caso exemplar para mostrar as contradições do extrativismo e de como interesses internacionais se puseram em jogo numa área de matéria prima privilegiada. É mais um mosaico de como os grandes interesses econômicos internacionais agiram na Amazônia diretamente ou por meio de seus representantes nativos.Editora Valer, 3 ed. 168 páginas".  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

             Homenageando os governadores do Amazonas Eduardo Ribeiro, Fileto Pires,

             Ramalho Júnior, Antônio Bittencourt, Jonathas Pedrosa, Álvaro Maia, Plínio Ramos Coelho,

             Gilberto Mestrinho, Arthur Reis José Lindoso, os prefeitos de Manaus

             Agnello Bittencourt, Vivaldo Lima, José Francisco de Araujo Lima e Paulo Pinto Nery

             (in memoriam), os atuais governador e vice-governador da Terra de Ajuricaba, respectivamente,

             Eduardo Braga e Omar José Abdel Aziz e o ex-presidente do Clube da Madrugada,

             Francisco Marques de Vasconcelos Filho

 

 

 

2.8.2010 - Samuel Benchimol, Agnello Bittencourt (*), Araujo Lima (José Francisco de Araujo Lima), Carlos de Araujo Lima, Djalma Batista, Mário Ypiranga Monteiro, Ruy Lins, e Nunes Pereira, entre dezenas outros de extraordinariamente cultos amazonenses ou nascidos em outros estados, mas radicados em Manaus, pertecenceram à ALL, assim como, hoje, Thiago de Mello (**), Luiz Bacellar, Arlindo Augusto dos Santos Porto (***), Robério Braga (****), Zemaria Pinto  (*****), Tenório Telles (******) e Elson Farias (*******) e mais de outras trinta personalidades da elite intelectual baré a esse silogeu pertencem - Quando Márcio Souza ingressou na AAL, em 2004, proferiu um discurso cujo teor merece ser divulgado, mercê da lucidez das idéias nele contidas. Na próxima semana, se Deus assim permitir, será aqui transcrito o discurso de posse de Agnello Filho (Agnello Uchôa Bittencourt), historiador e administrador de empresas e instituições de Cultura (Casa de Rui Barbosa, Academia Brasileira de Letras) que foi recentemente homenageado no nome de importante centro de estudos e pesquisas que foi inaugurado no município de Iranduba, Estado do Amazonas, Brasil. Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, aliás, Benchimol e Bittencourt, colegas de Faculdade de Direito e amigos de infância, tentaram, apesar da idade (eram muito jovens), alistar-se para seguir entre os pracinhas brasileiros que foram combater o nazifascismo no teatro de operações da Itália. De acordo com o Prof. Benchimol (Amazônia, um pouco antes e além-depois), o Comandante do E. B. em Manaus, na época da II Guerra Mundial, elogiou-os, mas disse que os heróicos soldados escolhidos para a histórica missão eram um pouco mais velhos. São estórias do grande Amazonas, que aqui são contadas e recontadas, à saciedade. Boa leitura do discurso de Márcio Souza (********) e boa semana! F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

(*) - Leia trecho fabuloso da lavra de A. Bittencourt, no qual há relato de estória haurida no interior do Amazonas, sobre onça pintada e caboclo ribeirinho, nesta Coluna "Recontando...", em:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/amazonas-o-professor-agnello-conta-estorias-de-ribeirinhos,236,3047.html 

(**) - Foto do grande poeta de Barreirinha-AM Amadeu Thiago de Mello está, nesta mesma "Recontando...", em:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/resenha-de-power-inferno-de-baudrillard,236,4403.html

e notícia sobre ele pode se encontrada clicando-se em:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/estorias-anonimas-na-internet,236,2361.html, matéria cuja continuação, com resumo biográfico, pode ser localizada, na web, em: http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/aconteceu-no-ix-encontro-verde-das-americas,236,2364.html

(***) - Leia texto de Arlindo Porto, neste mesmo espaço de critica construtiva e admiração do pacifismo, do ambientalismo e das coisas bonitas, no seguinte link:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/a-extincao-dos-homens-de-bem,236,4332.html 

(****) - Capa de livro de Robério Braga está reproduzida aqui na "Recontando...":

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/a-brasileira-que-venceu-o-concurso-miss-terra-2009,236,2960.html  

(*****) - Duas fotos nas quais Zemaria Pinto aparece você pode ver, nesta "Recontando...", em:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/o-pintor-jorge-palheta-no-blog-do-rocha-de-manaus,236,4187.html 

(******) - Afetuosa referência a Tenório Telles está, nesta Coluna de Entre-textos, em:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/carlos-zamith-historiador-do-futebol-bare,236,3876.html 

(*******) - Um poema de  Elson Farias, que já presidiu a A. A. L., sobre antigos carnavais de Manaus, você pode ler aqui nesta Coluna, em:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/manaus-1900-o-carnaval-segundo-o-poeta-elson-farias,236,3422.html 

(*******) - Fotos de gravações de adaptação televisiva do romance Mad Maria (minissérie da Tv Globo) você pode ver, na "Recontando...", em:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/nacionalizando-o-aragao-discute-o-fazer-poetico-em-filgueiras,236,4456.html

 

 

"DISCURSO DE POSSE DE MÁRCIO SOUZA NA ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS
 
 
Hoje é uma noite de evocações e de celebração. Somente aqueles que experimentaram da vida podem fazer evocações, pois como afirmou o poeta e dramaturgo espanhol Jacinto Benavente: “Ninguém aprende a viver pela experiência alheia; a vida seria ainda mais triste se, ao começarmos a viver, já soubéssemos que vivíamos apenas para renovar a dor dos que viveram antes”. Assim, evocar é buscar cumplicidade com as experiências passadas, com as histórias humanas que já se foram, com as existências que lutaram e superaram suas contingências. Celebro, portanto, esta noite, a feliz coincidência de contar com antecessores que trilharam caminhos tão semelhantes aos que percorro. Araújo Lima na interpretação da nossa região. Gebes Medeiros na prática teatral. Dois caminhos que não se bifurcam, mas que convergem, que deságuam como afluentes no grande rio que é a Amazônia. Araújo Lima e Gebes Medeiros foram homens apaixonados pelo que faziam.
Ah, a paixão! Da mesma forma que em matéria de sexo não podemos nos dar ao luxo da inocência, em termos de Paixão não é possível a imparcialidade. Como uma totalidade, a paixão é uma das contradições da condição humana.
Os surrealistas, que se abandonavam ao acaso e aos instintos, consideravam a força da paixão como o principal motor de todas as ações da existência. Assim, na perspectiva de Breton, a paixão estava corporificada no que ele chamava de "amor louco", um rasgo de insanidade que acometia os amantes e os tornava criaturas acima e - muitas vezes - contra as leis e restrições sociais. Aos surrealistas, portanto, a Paixão trazia um componente subversivo que ao se apossar dos corpos dos amantes, dominava-lhes a vontade e os transformava em perigosos agentes capazes de destruir a ordem social. O amor/paixão deixava de ser mero instinto e se tornava subversão, gravitando da intimidade interpessoal dos amantes para se chocar com os destinos coletivos. Da mesma forma como dizia Kant, que as escolhas individuais decidiam por todos os homens, os surrealistas consideravam o amor/paixo um ato social.
Como a Paixão significa completa rendição de quem se apaixona, e as sociedades humanas necessitam de regulamentos, controles, proibições, desencorajamentos e interdições para impor limites e estabelecer a convivência, a contradição logo se estabelece. A Paixão é assim, um dos grandes temas da condição humana, com igual peso e força seja nas sociedades primitivas, sejam feudais, orientais, ocidentais, teológicas, materialistas, patriarcal ou matriarcal - qualquer uma sociedade tentou e tentara restringir e regular os extremos da Paixão, gerando desapontamentos, revoltas e, quase sempre, tragédias. Especialmente porque as restrições sociais quase sempre acabam se tornando obscurantistas, destrutivas, repressivas e cruéis, empurrando os apaixonados a situações de limite. O resultado é que o conflito gera uma das mais potentes fontes de energia cultural, influenciando todos os campos da existência e, por conseguinte, as formas mais altas de conhecimento do mundo e do ser, como é a arte. A Paixão, por esta perspectiva, absorve os temas da transgressão e da ambivalência, dois portos preferencialmente visitados pelas expressões artísticas. 
Com Araújo Lima, este médico dedicado e talentoso, nascido na Ilha de Marajó em 1884, mas que viveu e estudou em Manaus, antes de ir para o Rio de Janeiro, onde concluiu seus estudos, aprendemos que os estudos amazônicos precisam ser escritos com paixão, e no maior número possível, o mais urgentemente possível, por autores da região. Não devemos esquecer que, nos últimos tempos, quase todas as opiniões e propostas - algumas absurdas - para o futuro e o desenvolvimento da Amazônia foram sendo afoitamente apresentadas por gente sem nenhuma ou quase nenhuma experiência amazônica. Um recente historiador norte-americano, por exemplo, em livro que pretendia fazer a história do rio Amazonas, ignorou solenemente aspectos cruciais da conturbada vida política da Amazônia no alvorecer do século XIX e introduziu um capítulo inteiro sobre as caçadas e as aventuras de Theodore Roosevelt, ex-presidente norte-americano que esteve pelas selvas do Mato Grosso e Rondônia no começo do século XX, como se isto fosse um importante momento da história regional. Diga-se de passagem, o feito do senhor Roosevelt foi descobrir certo rio que todo mundo já conhecia. Araújo Lima, que acreditava nos efeitos redentores da educação, tinha consciência de seu papel como intelectual e médico numa terra como a nossa. Seu livro magistral, “Amazônia, a terra e o homem”, de 1933, é o primeiro esforço científico para compreender a geografia humana dessa civilização que aqui se desenvolvia, herdeira de tantas culturas diferentes, de tantas paixões humanas.. “Amazônia, a terra e o homem”, livro escrito num estilo claro, sem didatismos, elaborado numa linguagem de fácil compreensão, que ressalta os aspectos climáticos, espaciais e ambientais de uma trajetória histórica carregada de dramas e heroísmos, como tem sido a luta de nosso povo, é obra clássica de referência, com preciosas informações científicas válidas até hoje.
Com Gebes Medeiros, não menos apaixonado, aprendemos que é preciso enfrentar as dificuldades quase instransponíveis de fazer teatro na província, se desejarmos ver a cena amazonense brilhar. Ele parecia saber que o teatro foi de todas as artes a mais privilegiada pela paixão, porque se confunde com o desejo anti-normativo de enfrentar as sociedades e por ter nascido da recusa do ritual religioso. O teatro sendo paixão elegeu a Paixão como seu primeiro objeto. Pode-se afirmar que as tragédias de Ésquilo marcam a primeira dramaturgia como o espaço em que a humanidade enfrenta os deuses e se afirma como humanidade, utilizando a paixão como a força capaz de superar até mesmo os piores castigos divinos.
 
Trabalhando num tempo em que não havia leis de incentivo, programas de apoio às artes cênicas, numa cidade ferida pela crise econômica, Gebes Medeiros e os seus companheiros do Teatro Escola do Amazonas, encontraram na Paixão pelo teatro o poder gerador, a marca da necessária da transgressão, mesmo involuntária, encenando peças como “A Prostituta Respeitosa”, de Jean Paul Sartre, uma das poucas vezes que se teve oportunidade de ver tal espetáculo no Brasil. Ao encontrar no teatro a capacidade humana de fazer da arte uma experiência universal, Gebes Medeiros sintonizou Manaus com o melhor da civilização. Ele sabia, como homem de teatro, que em sua prisão, Prometeu parece ter sido vencido pelos deuses, mas sua paixão é maior que os grilhões que o prendem ao penhasco. Esta dimensão que a Paixão de Prometeu ganha ao superar a punição, rompe para sempre as limitações humanas, incandescendo a existência com o poder de ser radical, abarcando na mesma significação a obsessão de Antígone, o ardor juvenil de Romeu e Julieta, a angústia dos passageiros da Barca do Inferno, a inexorável ambivalência de existir de Hamlet e a sarcástica desesperança dos mendigos a espera de Godot. Graças a Gebes Medeiros a cidade de Manaus nunca deixou de experimentar a paixão do tablado. Não deve ser mera coincidência que o Teatro Escola do Amazonas, grupo de Gebes Medeiros, tenha deixado de funcionar em 1967, um ano antes da fundação do TESC - Teatro Experimental do SESC do Amazonas.
 
Sob a inspiração desses meus antecessores, com o espírito pacificado e a vaidade sob intenso controle que chego a este momento de minha vida. Não houve nenhuma renúncia para entrar nesta casa, e sei que o simbolismo deste ato pouco tem a ver com a substância maior que é o mistério da criação artística. Uma coisa pode ser derivativa da outra, assim como as honrarias e as alegrias de ser escritor, e seus dissabores, tem a ver com o ato de escrever e publicar livros, mas a essência mesma é livre e soberana, implacável, pois o ofício do escritor é solitário. Ao fazer tal afirmação, quero deixar claro o que significa para mim este momento. Entrar numa Academia de Letras não torna ninguém melhor escritor, não transforma nulidades em criadores, medíocres em gênios. Mas porque a humanidade é gregária e associativa, as Academias de Letras reúnem criaturas que desejam superar suas próprias limitações, criaturas inconformadas consigo mesmas, com as injustiças de existir, com a própria finitude. E porque as mais nobres ações humanas são voltadas para a defesa da vida, esses que se associam em Academias de Letras escolheram as palavras, a criação literária, como arma para enfrentar a brevidade da vida. Ars longa, vita brevis, disseram os antigos. A arte perdura, a vida é curta. Talvez tudo não passe de ilusão. De vaidade, enfim.
 
E, no entanto, aqui estamos todos a alegremente nos iludir. Façamos de conta que assim é, que há algum significado nisso tudo. E mais, que há conseqüências. Mesmo que as Academias de Letras não produzam o milagre de melhorar a arte de seus membros, talvez elas sejam o lugar ideal para melhorar as qualidades humanas de cada um, pelo convívio afável irmanado no amor às letras, pelo embate de idéias, pelo exercício da sofisticação crítica, pela influência civilizatória na comunidade em que se inscrevem. Isto se chama cidadania, e não é por outro motivo que as Academias de Letras apareceram no alvorecer da democracia moderna, e foram instrumentos importantes para a sua consolidação no mundo como hoje o conhecemos.
 
Afirmei no começo que esta é uma noite de evocações, e assim devo dizer que muitos antigos acadêmicos, em suas moradas no Olimpo amazonense, estão neste momento perplexos com a minha presença aqui. Outros estarão neste momento a se divertir, a dizer que cedo ou tarde isto iria acontecer. Quanto aos primeiros, prometo que não vou perturbar-lhes a paz. Mas quanto aos outros, não posso deixar de evocá-los na memória afável do Dr. Djalma Batista, o grande cientista e humanista, crítico de arte, militante das causas sociais, que foi presidente desta casa. Tive o privilégio de ser seu amigo, a despeito das diferenças de geração e graças à sua generosidade. Ele se divertia muito com o radicalismo do adolescente que eu fui, posso dizer que o estimulava, comprazia-se em ouvir minhas críticas ácidas, meus ataques ao conformismo de certos intelectuais, minha intolerância com a mediocridade provinciana. Quantas vezes em sua casa, nas rodadas de conversas com meus queridos amigos Gualter, Djalma, Gilma, Edith e Marilena, conversas que invariavelmente giravam em torno do cinema, mas que logo se transformavam em acirrados debates culturais sobre a nossa condição de cidade perdida no tempo e no espaço, graças às provocações bem humoradas, carregadas de fina ironia, do Dr. Djalma Batista. Pois é, Dr. Djalma, não pense que o adolescente se rendeu. Agora que caminho inexoravelmente para a conclusão de minha existência, calejado pelas jornadas da vida, continuo o mesmo radical, intolerante com a mediocridade provinciana, avesso ao conformismo, insatisfeito com a condição abjeta em que a maioria de nosso povo continua a viver. Se em seu tempo estes não eram os temperos ideais para ser um acadêmico, hoje a Academia Amazonense de Letras quer de seus pares exatamente tais virtudes, que se coadunam com o tempo de construir, de fazer desse mundo, desse nosso país, desse nosso estado, de nossa cidade, um lugar em que todos possam ter uma existência digna e justa, livres da barbárie do pensamento único que a cultura de massas quer impor, capazes de usufruir da beleza das artes, das delícias de ler um romance ou uma poesia, de ser gente integralmente. Ao recepcionar o historiador Arthur César Ferreira Reis nesta casa, o Dr. Djalma Batista disse que estava escrito que um dia o grande estudioso de nosso período colonial, ex-governador de nosso Estado e introdutor dos modernos conceitos de administração pública entre nós, seria membro da Academia Amazonense de Letras. Sim, talvez essas coisas já estejam escritas em algum livro mítico, anotado por algum anjo torto, que vira as páginas com o tédio dos que padecem de eternidade. )E como não corremos o risco de padecer de eternidade, terminemos com Miguel Unamuno que nos disse: “Procura viver em contínua vertigem apaixonada; somente os apaixonados levam a cabo obras verdadeiramente duradouras e fecundas”.
 
Manaus, outubro de 2004.
 
 
 
VISITE O site DO ESCRITOR MÁRCIO SOUZA:
 
 
 
 
 
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VITÓRIA MUNDIAL, NA ÁSIA, DE MOÇA AMAZONENSE (FILIPINAS, NOV./2009)
 
"Brasileira Larissa Ramos é coroada Miss Terra

22 de novembro de 2009 - 12h53 - atualizado às 14h35

Larissa Ramos é coroada Miss Terra em concurso nas Filipinas Foto: EFE

 

 

 

 

 

 

  

 

 

  

 

Larissa Ramos é coroada Miss Terra nas Filipinas
22 de novembro de 2009
Foto: EFE

A brasileira Larissa Ramos foi coroada Miss Terra no concurso internacional de beleza realizado neste domingo (22) nas Filipinas, no qual disputavam mulheres de cerca de 80 países. Larissa, 20 anos, nasceu em Manaus, e é a atual miss Amazonas.

"Belezas por uma causa" é o lema deste concurso de beleza, realizado nas Filipinas desde 2001 com o objetivo de conscientizar sobre a poluição do meio ambiente e os efeitos da mudança climática.

A vencedora do concurso receberá US$ 20 mil e se tornará porta-voz da Fundação Miss Terra e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)".

(http://diversao.terra.com.br/gente/noticias/0,,OI4115675-EI13419,00-Brasileira+Larissa+Ramos+e+coroada+Miss+Terra.html).

 

 

LEIA, AQUI NA COLUNA "RECONTANDO ESTÓRIAS DO DOMÍNIO PÚBLICO", TRÊS MATÉRIAS SOBRE A AVASSALADORA CONQUISTA MUNDIAL DE LARISSA RAMOS:

 

1) http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/a-brasileira-que-venceu-o-concurso-miss-terra-2009,236,2960.html;

2) http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/ainda-o-concurso-miss-terra-2009,236,2985.html

3) http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/miss-terra-2009-estudando-com-alegria-em-manaus,236,3219.html

 

 

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"Quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Larissa Ramos em Manila Miss Earth 2009....