[Flávio Bittencourt] Daniel Torres, cultuado autor espanhol de estórias em quadrinhos

As narrativas protagonizadas por seu conhecido herói Roco Vargas são objeto de estudos acadêmicos em profundidade e rasgados elogios de especialistas em HQ de FC.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 (http://www.darkhorse.com/Books/47-584/Rocco-Vargas-HC)

 

 

 

 

 

 

 (http://www.darkhorse.com/Books/12-466/Rocco-Vargas-Walking-with-Monsters-HC)

 

 

 (http://paulowdesigner.wordpress.com/page/83/)

 

 

(http://www.sandrogarcia.blogger.com.br/2004_12_01_archive.html)

 

 

 

 

 

 

 

"Não existem espaços vazios no desenho de Daniel Torres, ou mesmo nas histórias. Tudo está completamente cheio de objetos, referências, culturas e coisas dos mais variados locais e momentos deste século XX. (...)"

(TRECHO INICIAL DA APRESENTAÇÃO DA TRADUÇÃO BRASILEIRA DE TRITON,

DE DANIEL TORRES, adiante reproduzida - a citada apresentação - integralmente)

 

 

 

 

 

 

                                Homenageando DANIEL TORRES e

                                agradecendo a SANDRO GARCIA pelas

                                informações transmitidas desde quando

                                ele publicava um fanzine em parceria com a

                                CONSUELO

 

 

 

3.8.2010 - No universo de uma arte gráfico-sequencial associada ao que é cômico e infanto-juvenil, a capacidade de um artista da nona arte conseguir impor-se como criador de aventuras que agradam a um público menos jovem, geralmente muito exigente, é flagrante sintoma de enorme talento - Daniel Torres, que nasceu em Valência (Espanha), em 20.8.1958, é um dos maiores autores de quadrinhos da atualidade. F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

SANDRO GARCIA ESCREVE SOBRE A ARTE DE DANIEL TORRES (DEZ / 2004)

 

12/22/2004 11:11:09 PM

 

"Quarta-feira, Dezembro 22, 2004


Acabei de atualizar este texto que havia sido publicado no extinto zine "Pandorga" que editei com a Consuelo entre 94 e 96. O texto saiu no nº 3 em Novembro de 94. Me impressiona que um talento como Daniel Torres tenha tão pouco material publicado no Brasil.



A harmonia entre passado e futuro na HQ de Daniel Torres.

Nascido em 1958, na região de Valência, Espanha, Daniel Torres define a HQ como "ciência exata", onde tudo tem relação entre si, como em uma equação matemática. Através de seus quadrinhos de ficção-científica, Torres cria um coquetel de informações tanto gráficas quanto históricas, sem provocar desordem ao leitor. Com absoluta originalidade, seus trabalhos partem de uma espécie de reciclagem de lugares comuns ou histórias de personagens consagrados como Tintim, do artista belga Hergé, ou dos americanos Lee Falk, criador de Mandrake e Alex Raymond criador de Flash Gordon. Mas suas influências não se reduzem só a artistas ligados aos comics. Em seu trabalho há traços da sua formação em arquitetura, do desenho industrial e publicitário, informações cinematográficas e literárias em convívio perfeito entre objetos e decorações da década de 30 e 40 com o design dos grandes automóveis dos anos 50.

Os primeiros trabalhos de Daniel Torres foram publicados na revista espanhola "El Víbora" em 1980. Mas foi através dos personagens "Opium" e "Roco Vargas" que seus trabalhos se tornaram conhecidos fora da Espanha.

Hoje, Daniel Torres é um dos maiores artistas gráficos da Espanha, e o seu currículo mostra a sua versatilidade artística. Para citar alguns exemplos, além das HQs, Torres também trabalhou na campanha da loja Fnac de Madrid em 1993, em 99 cuidou da nova imagem da editora Norma (que vem publicando todos os seus trabalhos), inclusive Torres desenhou um painel de 16x16 mêtros para a faixada do edíficio sede da editora. Atualmente ele se dedica a um projeto de animação em 3D chamado "Fórmula Nitro", um desenho futurista sobre carros de corrida. Mas nestes quase trinta anos de trabalho, Torres realizou muitos outros projetos, que vou listar em ordem cronológica no final deste texto.

No Brasil, infelizmente, quase nada da sua obra foi lançado. A princípio, foram publicados alguns de seus desenhos feitos em preto e branco em números esporádicos da revista "Animal", da VHD Diffusion, que foi responsável também pela publicação do álbum "Triton", o primeiro a trazer as aventuras siderais de Roco Vargas, lançado no Brasil em 1989.

"Triton" descreve o planeta terra em 1982, assolado por uma grande estiagem. O personagem Armando Mistral, um escritor de ficção científica, se mostra indiferente ao problema, preferindo viver confortavelmente em seu luxuoso clube particular "Mongo". A chegada de uma carta em nome de Roco Vargas (verdadeira identidade de Mistral) quebra a tranquilidade da história. Seu remetente o Dr. Pierre Covalsky conhece o passado glorioso de Roco e agora necessita das habilidades espaciais do herói para concluir seu plano que salvaria a Terra - trazer do planeta Triton enormes icebergs, que no contato com a atmosfera terrestre se transformariam em chuva.

Já o álbum "Opium" foi publicado no Brasil, pela Abril Jovem no mesmo ano que "Triton", em três capítulos. Nele, somente as histórias são de Daniel Torres, os desenhos ficaram por conta de Incha e Ramón Marques e o roteiro é de Peres Navarro. Durante todo transcorrer da história, a grande metrópole retratada em "Opium", que em meio ao estilo retrô dos carros e figurinos e dos traços futuristas dos edíficios, torna-se palco dos maquiavélicos ataques de Sir Opium e seus auxiliares Gulp e Acapulco Gim. Fugindo a regra, os vilões dessa história sempre saem vitoriosos.

Daniel Torres - cronologia dos principais trabalhos
1983 - É publicado Opium.
1985 - Faz ilustrações para revistas americanas.
1993 - Trabalha na campanha publicitária da Fnac de Madrid.
1994 - Publica "Tom", a história do dinossauro que viaja pelo mundo.
1997 - Faz trabalhos para a DC Comics e Kitchen Sink Press.
1997 - É organizada uma compilação do personagem Roco Vargas.
1999 - Desenha a nova imagem da editora Norma.
2000 - "Tom" é transformado em desenho animado e faz enorme sucesso.
2000 - Lança novo álbum de Roco Vargas e a revista infantil "Dibus"
2001 - Se dedica ao projeto de desenho em 3D "Formula Nitro", história sobre carros de corrida ambientada no futuro". (SANDRO GARCIA,

http://www.sandrogarcia.blogger.com.br/2004_12_01_archive.html)

 

 

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O PORTAL LAMBIEK ASSIM ENFOCA D. TORRES E SUA ARTE

 

 

"Daniel Torres

(b. 1958, Spain)

Sabotage, by Daniel Torres
Daniel Torres started his career in 1980, when he graduated from the Valencia School of Fine Arts. He was published in the underground magazine El Vibora with his comic character 'Claudio Cueco'. After this, 'Asesinato a 64 Imagenes por Segundo', 'Alas y Azar', 'El Angel Caido' and other stories followed. In 1982, he launched the adventures of his new hero, Rocco Vargas, in titles such as 'Triton', 'El Misterio de Susurro' and 'Saxxon'.
comic art by Daniel Torres
This graphically drawn space-opera, featuring nightclub-owner, science-fiction writer and space hero Rocco Vargas, showed that Torres is an artist of the Clear Line, especially influenced by Belgian artist Ever Meulen (Eddy Vermeulen). This very successful series was published in the United States in 1984. While the adventures of Rocco continued to unfold, Torres created 'El Octavo Dia' in 1993 and started 'Aphrodite' for Penthouse Comix in 1997".
(http://lambiek.net/artists/t/torres_d.htm)
(http://lambiek.net/artists/t/torres_d.htm)De verre ster, by Daniel Torres

 

 

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APRESENTAÇÃO DA TRADUÇÃO BRASILEIRA DE TRITON

 

"AS REGRAS DO JOGO

Não existem espaços vazios no desenho de Daniel Torres, ou mesmo nas histórias. Tudo está completamente cheio de objetos, referências, culturas e coisas dos mais variados locais e momentos deste século XX. Uniformes do exército colonial inglês, luminárias dos anos cinquenta e, em um dos prédios reconhecemos detalhes do Palácio da Alvorada (é, aquele de Brasília). Os carros são enormes, como era moda antes da crise de energia, as máquinas são enormes, como eram antes da invenção do transístor, e estão em naves espaciais cujos pilotos usam o uniforme da RAF. Mas o caos é só aparente. Nada está onde está por acaso. Não existe lugar para o acaso no trabalho de Torres. Para o cr´tico Pierre Masson, "existe, e isto é claro, o objetivo de desmontar o leitor, de nunca lhe apresentar exatamente o que ele espera, de suscitar, por uma dosagem bem calculada de familiaridade e de inesperado, por situações estereotipadas mas cheias de humor, um efeito de estranhamento". Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, nada é mais distante de Torres que a idéia de fabricar um "look in" e coisas do tipo. Ele chega a falar que HQ deveria ser uma ciência exata. "O desenhista deve ter um objetivo claro e, em seguida por em funcionamento a fórmula que permitirá atingir aquela meta. No meu trabalho não faço nada que não seja extremamente lógico. Eu quero que o resultado seja exatamente conforme imaginei antes de começar a desenhar. É um ideal sobre o qual me direciono. Mas tudo se torna muito importante desta perspectiva" (Les Cahiers de La BD). E, se as referências são tantas, é porque Daniel Torres tem uma enorme capacidade de armazenar imagens. Um devorador de imagens. Em uma estrevista para  "

=== em edição ===