NOTA AO LEITOR :

 A carta  abaixo fara parte de meu livro Correspondência ativa e passiva de Cunha e Silva Filho

Do blog “Entre sem bater”, de Kenard Kruel

     Caríssimo Cunha e Silva Filho. Em primeiro lugar, quero dizer da grande admiração que eu tinha e tenho pelo seu pai, Cunha e Silva. Eu o visitava constantemente na Jacob Almendra, ou o via, nas sessões de sábado, na Academia Piauiense de Letras, na presidência do professor A. Tito Filho, que me tinha como uma espécie de assessor de comunicação, assim como José Fortes Filho, atualmente presidente da Academia de Letras de Sete Cidades.

       Depois, dizer que estou lendo, agora com mais vagar, seu livro Ideias no tempo, um encantamento de obra. Fui diretor, por pouco tempo, da biblioteca pública do Estado.

      Quando meus filhos (Rafael, Gabriel, Samuel, Arthur e Otto) iam lá, era uma grande festa. Eu me sentia o pai mais feliz do mundo. Seus passeios no Arquivo Público, quando o seu pai, Cunha e Silva, era diretor me fizeram lembrar isso, com enorme alegria.

       Quem sabe um dia mereço crônica de um deles lembrando suas lembranças assim de magia e sedução. Você revendo Amarante e Teresina ao sabor da boa memória, os apontamentos que você faz de Cramoza, Clóvis Moura, Francisco Miguel de Moura, Elmar Carvalho, M. Paulo Nunes, O. G. Rêgo de Carvalho, Alberto da Costa e Silva, entre outros autores caros da nossa literatura, que são aulas não só de ensinamentos literários mas, sobretudo, de olhar com outro olhar alguns desses autores, o belo estudo Graça Aranha e a questão do academicismo, que nada fica a dever a Rubião: compaixão ou ódio, no dando, ainda, Drummond: o cronista entre a tradição e a modernidade, me fazem ficar horas com seu livro debaixo das mangueiras aqui de Altos de Menezes Y Morais.

    Eu é que sou grato por ter conhecido você e por pode ler suas belas obras, entre elas, por exemplo, Da Costa e Silva: uma leitura da saudade, que me fez amar ainda mais esse nosso grande poeta de Amarante de Carvalho Neto. Luiz Mendes Ribeiro Gonçalves, numa das cartas a A. Tito Filho, diz que Da Costa e Silva tinha a inteligência nas mãos, por ser, também, desenhista, pintor e escultor. Balonista. Fazedor de máscaras de carnaval. Fazedor e empinador de papagaios. Além de esteta do verso.

     Fico devendo comentário melhor, mais abalizado sobre seu livro Ideias no tempo. Fique de tocaia. E, não se deixe de mim. Com fé, esperança e amor, seu amigo e admirador Kenard Kruel.

Teresina, fevereiro de 2011