CALEIDOSCÓPIO NO BRASIL E NO MUNDO

CUNHA E SILVA FILHO

Carescemos, no mundo contemporâneo, de alvíssaras. Por mais que procuremos, a realidade bruta dos homens e da Natureza se destacam impiedosamente. Ao olharmos para o Brasil, ainda algumas incertezas de que ele atinja um nível razoável de bem-estar e paz nas ruas, nas cidades e no interior. Se voltarmos nossa atenção para o mundo, o cenário não é tampouco nada agradável: continua firme, a guerra estúpida entre a Ucrânia e a Rússia. Isso para darmos um só exemplo entre tantos e tantos malfeitos humanos da contemporaneidade.

Não estamos nem falando da, praticamente, destruição pelo fogo que se propagou por uma parte do Havaí em meio a um ciclone de grandes proporções. O Havaí é um arquipélago, no Pacífico, que, nos desencontros da História, ficou pertencente aos EUA lá pelos anos 40. Tem uma história política interessante, cheia de mudanças desde uma monarquia até um estado democrático com uma cultura diversificada em etnias asiáticas e europeias. Os EUA, com o estado do Havaí, ficou constituído de 50 estados.

Não sabemos ao certo se o incêndio foi provocado pelos ciclones, ou por ações humanas criminosas ocorridas no belo estado americano do Havaí. Tudo virou destroços.

Moradores sobreviventes, inclusive uma brasileira e um brasileiro, numa entrevista televisiva, lamentavam e choravam por tudo que perderam com a destruição tanto material quanto em vidas humanas. Foram pegos de surpresa e, diz-se, que lá existe um sistema de sirene mais eficiente do mundo. Nem por isso foi acionado a fim de dar tempo paras as pessoas deixarem os recantos mais perigosos das chamas e  das labaredas impiedosas queimando tudo que encontravam pela frente, um dado ainda mais trágico: muitos habitantes, alguns estrangeiros, brasileiros se jogaram nas águas do Pacífico a fim de escaparem do sinistro. O número de mortos foi alto e quase nada se pôde aproveitar do desastre.

Quando, pela primeira vez li ou vi fotos do Havaí num livro no qual, em inglês, se falava dos estados norte-americanos, fiquei simplesmente deslumbrado pela paisagem aprazível desse estado, pelos seus costumes, pelos seus habitantes originais. Uma paisagem tão bela que serviu de cenário para uma antiga série de filmes policiais passados na televisão: “Hawaii Five -0” que assistia com prazer em razão da beleza da ilha, de suas praias, das havaianas com seus trajes típicos, enfim, do encanto da natureza exuberante. Também me agradavam os dramas vividos pelos policiais, suas aventuras e perigos. Sei que houve um remake da série, mas a ele não assisti.

Por outro lado, no Brasil, um item é campeão de fase recorrente: a violência selvagem, as balas perdidas, os massacres de pobres e favelados, de policias mortos em confronto com bandidos bem armados. Crianças mortas sem saberem por quê. A trágica violência brasileira já se tornou um lugar-comum. Diariamente, conforme lembrou alguém, no país inteiro acontecem assaltos, sequestros, em suma, crimes que vão de um roubo de celular a uma onda de crimes de alto potencial: homicídios, feminicídios, pessoas desparecidas, assaltos a residências, nas ruas, no asfalto e nas favelas ou comunidades como hoje são mais designadas na imprensa e nas redes sociais.

Na mistura e diversidade de assuntos tomando conta da vida num mundo infelizmente globalizado, e reportando-me ao Brasil, fico sem saber entender por que, na questão da alta violência que o país vem enfrentando, o presidente Lula nunca atacou de frente o desafio de resolver ou melhorar as proporções trágicas e gigantescas da violência brasileira.

Só faz, na imprensa, declarações gerais, superficiais e rasas parecendo que o gravíssimo problema não pode ser um objeto de um grande debate nacional envolvendo várias esferas do poder público. No entanto, é o povo quem, nas ruas perigosas, enfrenta a marginalidade impune. Queremos saber até aonde vai a omissão do governo federal diante de males nada desprezíveis  no que tange ao tema da violência de vária naturez, a qual   desassossega a Nação.

Uma Nação que se preze não deve pensar apenas em estatísticas sobre economia, manutenção de juros altos da taxa da selic ditada pelo Banco Central, desastrosa, e que só faz estragos no bolso do brasileiro de bem. Nem tampouco entendo por que não muda o presidente do Banco Central. Afinal, um presidente do Brasil é quase um rei...