Amazônia profunda: entrevista com um pescador
Por Flávio Bittencourt Em: 01/06/2010, às 07H52
Amazônia profunda: entrevista com um pescador
Pescador, castanheiro e agricultor, ele conhece os segredos da pesca, colheita e quebração da castanha, do corte, afogamento e lavagem (descascação) da malva, da plantação de roça e melancia e da serragem da madeira manejada: Irlhis Gomes da Silva, o Lon.
(http://staynehenrique.blogspot.com/)
REVOADA DE GAIVOTAS NA FOZ DO RIO AMAZONAS
Foto: PORTAL TERRA DA GENTE ponto com
(http://eptv.globo.com/blog/?http://eptv.globo.com/blog/blog.asp?id=62;
em 2.6.2010, contemplando a fotografia acima reproduzida,
Báia Mello [Lenis Nicolau de Mello, um dos descendentes
do desbravador Manoel Nicolau de Mello que ainda explora
castanha e pesca na região do Ayapuá], informou:
"Passando pelo Lago do Pauanema, presenciei uma
revoada de marrecas, fora da época, com milhares
delas. Ah, se eu tivesse levado uma máquina fotográfica!...")
(http://www.avespantanal.com.br/paginas/32.htm)
"Gaivota amiga
Vem me ensinar
Onde é que fica
O Lago do Ayapuá.
Eu vou te ensinar
Pra você saber
As maravilhas
Que esperam por você
Viajando no Rio Purus
E com certeza
Você vai gostar.
Quando tu lá chegar
Tu vai comer
O tambaqui
E o tracajá."
(LETRA DE Gaivota amiga, de
Lindomar Mello, autor também da
melodia dessa canção que o conjunto
musical beruriense denominado
Banda Cidade, com talento e emoção,
interpretou no Alberto Guedes, assim que
desse barco, no Rio Purus, já se podia ver
a boca do Lago do Ayapuá, entre as - muito
distantes uma da outra, aliás - cidades
ribeirinhas de Beruri e Tapauá)
BERURI fica na região central do Estado do Amazonas (Brasil):
O LAGO DO AYAPUÁ, distrito do município de BERURI, fica,
entretanto entre BERURI e ANORI (parte de suas margens são
do município de ANORI-AM) [considerada a região BERURI-ANORI,
o grande Lago fica no centro rigoroso dessa região bi-municipal,
ainda que não fique exatamente no centro de BERURI]; e o
AMAZONAS situa-se na região central da Amazônia (se considerada
sua totalidade, ou seja, não apenas a Amazônia brasileira. da qual o AM
constitui sua parte ocidental)
(http://www.bv.am.gov.br/portal/conteudo/municipios/beruri.php)
Agradecendo a generosidade e paciência
do amigo Lon e ao
povo da região do grande Lago do Ayapuá,
Estado do Amazonas, Brasil
1.6.2010 (Manaus) - Ele conhece os segredos da Floresta Amazônica - Natural de Lago do Uauaçú (região do Lago do Ayapuá, Baixo Purus), nascido em 22.2.1976 (34 anos, em junho de 2010), casado com Marinete Bento Marques - com quem tem dois filhos Giovani (13 anos) e Sarah Vitória (nascida em 23.4.2010, tendo, portanto, 1 mês de idade) -, Lon (apelido de Irlhis Gomes da Silva) concedeu esta entrevista ao Entre-textos em Manaus, em 1.6.2010, depois do retorno a Manaus do ALBERTO GUEDES (capacidade: 200 passageiros), chegado da Festa da Santíssima Trindade, que ocorre todos os anos, no último fim de semana antes do feriado de Corpus Christi. A parte religiosa dessa festa consiste na procissão que sai da capela da Ponta do Leopoldino (Ayapuá) e ela retorna. O barco que sai de Manaus na madrugada da sexta-feira, leva dois conjuntos musicais [um deles embarca em Beruri] para que a parte dançante do evento tenha o sucesso correspondente a dois grandes momentos do festejo - a chegada apoteótica (com fogos de artifício espoucando no céu aiapuaense) dos visitantes, na manhã do sábado, e a coroação da Rainha da Festa (acima de 14 anos) e da Boneca Viva (de 5 a 8 anos de idade), no início da noite do dia seguinte -, por contar com música de qualidade, ao vivo. Há, depois da mencionada coroação, um de leilão frangos assados e deliciosos bolos, preparados na casa da matriarca do Ayapuá, Maria José Faria de Mello, viúva do finado Sr. Lamarão [o lucro auferido no leilão "destina-se à Santa, para manutenção da igreja, compra de velas etc.", como informa Lon]. O casal morou durante décadas, numa residência flutuante na beira da Ponta do Leopoldino. A casa - de madeira - da veneranda senhora Maria José atualmente situa-se em terra firme, vindo, na faixa de terra onde foi construída, em seguida, a Capela da Santíssima Trindade (também de madeira), logo depois estando edificada a sede onde há o baile e, por fim, as barracas de vender comida e as casas (como a sede, ainda de madeira, como todas as construções dali) para alojar os que acorrem à Ponta do Leopoldino na época da festa. Conta o Sr. Lon que o povo tomava a benção de Lamarão e de Maria José. "Era uma questão de respeito a eles", sendo "o povo" os agregados (os colocados dos castanhais) e os clientes [as estradas de castanhas não eram caminhadas por todos, uma vez que alguns moradores preferiam pescar, trabalhar na roça, fazer farinha, sendo diferentes, portanto, os clientes dos agregados, não sob o aspecto da projeção social, mas no da divisão do trabalho]. O casal era presenteado, tanto pelos colocados, quanto pelos clientes, com a tapioca, o beiju, um pé-de-moleque e, às vezes, mixira de peixe-boi ou anta, além de uma carne de queixada, um miúdo de pirarucu, um cacho de banana (para colocar no miúdo de pirarucu, com cará), uma saca de macaxeira (aipim), uma cocada feita da castanha, um tracajá - cuja carne, dizem, é mais gostosa do que a da tartaruga [a tartaruga é muito gordurosa] etc. A matéria desta Coluna que se seguirá a esta entrevista com o pescador amazonense abordará algum aspecto da viagem, que foi verdadeiramente impressionante, ocorrida entre 28 de julho e 1º de julho. Uma vez que se mencionou música ao vivo, possivelmente falar-se-á, então, sobre a qualidade da execução musical (parte instrumental) e da interpretação dos vocalistas, que proporcionaram aos passageiros do ALBERTO GUEDES o prazer de ouvir ninguém menos do que, por exemplo, Waldick Soriano, Tom Jobim, Gonzagão, Reginaldo Rossi, Gilberto Gil e Barezinho & Bukinho, estes dois últimos compositores do município do Beruri (Estado do Amazonas, Brasil), no interior do qual está situado o lendário Lago do Ayapuá. F. A. L.Bittencourt ([email protected])
LON, do Uauaçu
(IRLHIS GOMES DA SILVA), trabalhador florestal: entrevista
Especial para o Entre-textos
PARA LER A ENTREVISTA, CLIQUE NO SEGUINTE LINK:
A CASA GRANDE DO AYAPUÁ, com netos de Lourenço e
Felicidade Mello sentados no banco do jardim
(Foto - captada em 1928 - extraída de Reminiscências do Ayapuá, de
Agnello Bittencourt, reproduzida por Rogel Samuel em:
http://historiadosamantes.blogspot.com/2009/01/agnello-bittencourt-reminiscncia-do.html)
A essência e o óleo do pau-rosa vem sendo usado a séculos pelas etnias do Amazonas. É usada no combate a artrite, esgotamento nervoso, catarro crônico, sífilis, leucorreia, aerofagia e males do coração. Também é considerado como redutor da albumina do sangue.Tradicionalmente o chá feito com sua casca e folhas é considerado anti-espasmódico, digestivo, peitoral e excitante. (Fonte)"
(http://www.scielo.br/img/revistas/aa/v34n1/a18fig01.jpg)