[Flávio Bittencourt]

A tragédia da derrota da seleção brasileira na final da Copa de 1950

A imprensa brasileira foi implacável com os compatriotas que não conseguiram vencer, como se uma grande derrota, no futebol, não pudesse acontecer.

 

 

  

    

 

 

 

(http://www.girafamania.com.br/introducao/inimigos_leao.html,

onde se lê:

"LEÕES EM SELOS POSTAIS

Do lado direito da tela, selo do Chade que mostra leão, búfalo e girafa. Do lado esquerdo, selo sul-africano que compreende a série 'The Big Five' ")

 

 

 

 

"Waterloo (em valão: Waterlô) é um município da Bélgica localizado no distrito de Nivelles, província de Brabante Valão, região da Valônia.

Foi de Waterloo de onde partiram tropas inglesas, belgas e neerlandesas [HOLANDESAS] para a batalha que decretaria o fim da era napoleônica na Europa em 1815 [A BATALHA DE WATERLOO]. As tropas aliadas eram comandadas por Arthur Wellesley, Duque de Wellington. Ao vencer a batalha final ao lado do Marechal prussiano Blücher, Wellington decidiu batizar a batalha como Batalha de Waterloo pelo simples fato de ter como costume nomear as batalhas com o nome da cidade onde dormira na noite anterior, no caso, Waterloo.

A batalha quase foi batizada de Belle Aliance (nome da fazenda que fora o quartel-general de Napoleão Bonaparte durante a batalha), segundo uma idéia de Blücher."

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Waterloo_(B%C3%A9lgica))

 

 

 

 

 

(http://www.girafamania.com.br/introducao/inimigos_leao.html)

 

 

 

 

"(...) A História narra os seus feitos mais incríveis, as suas conquistas quase impossíveis, os seus lances de heroismo. Ninguém podia vencer Napoleão e ele, em seus sonhos de louco, já se considerava o senhor do mundo. Mas nasceu a derrocada do inesperado: Waterloo. (...)"

(Folha Carioca [JORNAL CARIOCA], 17 de julho de 1950)

 

 

 

 

 

UM IMPONENTE butte ("PEDESTAL" natural [FORMAÇÃO ROCHOSA], esculpido,

ao longo de milhões e milhões de anos, pelos elementos [DA NATUREZA]):

Monument Valley Navajo Tribal Park, USA

 

 

 

 

"Waterloo-Butte-du-Lion-statue" (que, em fraca tradução para o português, poderia

ser chamado de 'PEDESTAL - "plataforma"? - WATERLOO (localidade,

na Bélgica, onde houve a famosa batalha, suprarreferida) DA ESTÁTUA DO LEÃO"

[A IDEIA DE PEDESTAL NÃO É PERFEITA NA TRADUÇÃO DA PALAVRA 'butte', UMA VEZ QUE,

DE ACORDO COM A WIKIPÉDIA (verbete 'Butte', em espanhol), "Un butte es un término empleado en los Estados Unidos y Canadá para designar una prominente colina aislada, de laderas bien pronunciadas y con una pequeña cima plana." (http://es.wikipedia.org/wiki/Butte)]

Fil:Belgium-Waterloo-Butte-du-Lion-statue.jpg

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Waterloo_(B%C3%A9lgica))

 

 

 

 

FOTOGRAFIA CUJO AUTOR É EDUARDO LAGE SANTOS

DE ANTIGA PONTE, TENDO AO FUNDO A CASCATINHA TAUNAY

(FLORESTA DA TIJUCA), NO RIO, CIDADE MARAVILHOSA ONDE,

EM JULHO DE 1950, UMA CALAMIDADE SE ABATEU SOBRE A

GENTE BRASILEIRA, COMO ADIANTE SE VERÁ:

Cascatinha de Tauny
Floresta da Tijuca
Foto: Eduardo Lage Santos

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/aie.jpg.html)

 

  

 

 

A NATUREZA É CARINHOSAMENTE ABRAÇADA, NA FLORESTA DA TIJUCA, RIO

(FOTO: EDUARDO LAGE SANTOS, 2004)

EcoAventuras - programa gratuito de passeios
Foto: Eduardo Lage Santos

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/apr.jpg.html)

 

 

 

 

FLORESTA DA TIJUCA / PEDRA DA GÁVEA (Rio de Janeiro-RJ),

fotografia de Eduardo Lage Santos (2004, postada em set./2005):

Pedra da Gávea
Foto: Eduardo Lage Santos
Setembro de 2005

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/arh.jpg.html

site Terra Brasil org br)

 

  

 

 

Voluntários do PNT
Foto: Eduardo Lage Santos
2005

VOLUNTÁRIOS DO PNT (Parque Nacional da Tijuca), TRABALHANDO, SEM NADA COBRAR

PELO SERVIÇO DE PINTURA DE PLACAS INFORMATIVO-TURÍSTICAS,  idem

[A LEGENDA, que não está no original (site Terra Brasil), É NOSSA]

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/arh.jpg.html)

 

 

 

 

PAU BRASIL (árvore-simbolo da nacionalidade brasileira),

FLORESTA DA TIJUCA:

Pau Brasil
Foto: Eduardo Lage Santos

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/ajj.jpg.html,  

foto: Eduardo Lage Santos)

 

 

 

 

PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

FAZEM TRILHA NA FLORESTA DA TIJUCA,

COMO MOSTRA OUTRA FOTOGRAFIA DE

EDUARDO LAGE SANTOS

(EcoAventuras - programa gratuito de passeios):

Projeto do Terra Brasil para trilha para Portadores de Necessidades Especiais
Foto: Eduardo Lage Santos
2004

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/arh.jpg.html)

 

 

 

 

Projeto do Terra Brasil para trilha para Portadores de Necessidades Especiais:

 

Projeto do Terra Brasil para trilha para Portadores de Necessidades Especiais
Foto: Eduardo Lage Santos
2004

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/arh.jpg.html;

A FOTO DE PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA VISUAL

APALPANDO O TRONCO DE UMA GRANDE ÁRVORE DA

FLORESTA DA TIJUCA (2004) TAMBÉM FOI CAPTADA POR 

EDUARDO LAGE SANTOS)

 

 

 

 

EXPRESSIVA FOTO - DE INCLUSÃO

ECOLÓGICO-TURÍSTICA - OBTIDA POR

EDUARDO LAGE SANTOS, do site

Terra Brasil, POSTADA NO SITE EM: 

DOMINGO,  11 DE SETEMBRO DE 2005:

Projeto do Terra Brasil para trilha para Portadores de Necessidades Especiais
Foto: Eduardo Lage Santos
2004

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/arh.jpg.html)

 

 

 

FOTO DO MESMO AUTOR,

NA QUAL SE VÊ O RESULTADO DA INTERVENÇÃO

ANTRÓPICO-ARQUITETÔNICA, ANTIGA, NO FLUXO

DAS ÁGUAS DA FLORESTA DA TIJUCA:

Foto: Eduardo Lage Santos

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/arh.jpg.html)

 

 

 

TEATRO NO PARQUE:

Teatro no Parque
Foto: Eduardo Lage Santos
2004

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/arh.jpg.html)

 

 

 

 

BICA D'ÁGUA COM CARRANCA LEONINA E BANHEIRA

DE MÁRMORE BRANCO DE CARRARA, NA

FLORESTA DA TIJUCA (RIO, BRASIL):

(http://picasaweb.google.com/113592112149029849305/FlorestaDaTijuca02#)

 

 

Banheira Marmore de Carrara - Outros Artigos de Arte e Antiguidades 

 

BANHEIRA DE MÁRMORE BRANCO DE CARRARA,

anunciada na web pelo valor de:

R$ 30.000,00 [TRINTA MIL REAIS]

(http://todaoferta.uol.com.br/comprar/banheira-marmore-de-carrara-4MNPONHAHK#rmcl,

onde se pode ler a seguinte descrição do produto:

"Raridade-Banheira de Mármore de Carrara trazida em 1890 para o Brasil pela família Santos Correa - Medidas: comp. 1,68+ larg.0,68 + alt. 0.58 - Esculpida em bloco único de mármore, com degrau interno e escoamento em bronze") 

 

  

 

 

 

"The 1954 FIFA World Cup, the fifth staging of the World Cup, was held in Switzerland from June 16 to July 4. The tournament was won by West Germany, who defeated Hungary 3-2 in the final, giving them their first title. . . 60,000 people crammed into The Wankdorf Stadion in Berne to watch the final between West Germany and Hungary, a rematch of a first round game, which Hungary had won 8-3 against the German team. The Golden Team of the Hungarians were favorites, as they were unbeaten for a record of 32 consecutive matches but they had two tough play-off matches. This is one of the most interesting World Cup Finals ever."

(http://www.youtube.com/watch?v=j_0509v4xZs&NR=1)

 

 

 

 

 

FINAL DA COPA DO MUNDO DE 1954 (4.7.1954),

NA SUÍÇA, NA QUAL A (FAVORITA) EQUIPE PRINCIPAL

DA HUNGRIA PERDEU PARA A SELEÇÃO DA

ALEMANHA OCIDENTAL:

1954 FIFA World Cup Final: Hungary vs. West Germany,

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=j_0509v4xZs&NR=1

 

  

 

 

BELÍSSIMO MURAL-MAPA, CONSTRUÍDO COM AZULEJOS

REQUINTADAMENTE PINTADOS, DA FLORESTA DA TIJUCA

(situado proximamente à Cascatinha Taunay [O LOCAL

É DIARIAMENTE FREQUENTADO POR CENTENAS DE

TURISTAS, BRASILEIROS E ESTRANGEIROS]), COM

BICA COM LEONINA CARRANCA DA QUAL PURÍSSIMA

E CRISTALINA ÁGUA JORRA PARA CAIR EM

ESCULTORICAMENTE TRABALHADA BANHEIRA DE

MÁRMORE BRANCO DE CARRARA (de um só bloco), 

ONDE APENAS PESSOAS DAS NOBRES ESTIRPES DE UM

PUSKASDA HUNGRIA, DE UM GHIGGIA, DO URUGUAI,

E DE UM BARBOSADO BRASIL, DEVER-SE-IAM

MAJESTOSAMENTE BANHAR, ao som das aves da

Floresta da Tijuca, que incessantemente gorjeiam

para maravilhamento auditivo dos visitantes do

MIRANTE DONA MARTA, da CASCATINHA TAUNAY, da

MESA DO IMPERADOR, da VISTA CHINESA e de 

outros pontos turísticos, carioca-fenomenais, 

na subida do Alto da Boa Vista, rumo ao CRISTO REDENTOR

(http://edmojunior.wordpress.com/2011/05/23/cascatinha-taunay-de-35-metros-e-a-queda-dagua-mais-alta-e-famosa-do-pnt/)

 

  

 

 

 

Uruguay vs. Hungría: Semifinal de la Copa del Mundo [DE FUTEBOL] 1954 (Parte 1 de 3),

Youtube:

 http://www.youtube.com/watch?v=b5J5VKz-_jo&feature=related

 

 

 

 

HUNGARY- BRAZIL 4-2 Jun 27 1954

Magyarország-Brazília VB negyeddöntő FIFA World Cup Switzerland,

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=q8thZOBlJqY&feature=related 

 

 

 

 

 


Cascatinha da Tijuca (1816-1821),

[PINTURA] de Nicolas-Antoine Taunay

(http://www.artefazparte.com/2009/08/cascatinha-da-tijuca-1816-1821-de.html)

 

 

 

 

 

 

"SÍTIO DE PROPRIEDADE

DO BARÃO DE TAUNAY":

(http://www.panoramio.com/user/1084455/tags/cascatinha%20taunay%20floresta%20da%20tijuca)

 

 

  

 

 

A INENARRÁVEL CASCATINHA TAUNAY, NO RIO,

CIDADE ONDE SE REALIZOU A "FINAL"

(na verdade, o último jogo de quadrangular-

final) DA COPA DO MUNDO DE FUTEBOL,

EM 1950:

(http://www.geolocation.ws/v/P/35608041/cascatinha-taunay/en)

 

 

 

 

 

"NÃO SE PODE SEMPRE VENCER"

(PENSAMENTO PRECISO E VERDADEIRO, 

POPULARMENTE DISSEMINADO)

 

 

 

 

 

PAINEL DE MAGNÍFICOS AZULEJOS ANTIGOS

NAS PROXIMIDADES DA CASCATINHA TAUNAY,

FLORESTA DA TIJUCA, BAIRRO

ALTO DA BOA VISTA, RIO (BRASIL):

 

 (http://www.geolocation.ws/v/P/35608041/cascatinha-taunay/en)

 

 

 

 

 

Ficheiro:World-cup-poster-brazil-1950.jpg

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_1950)

 

 

 

 

 

"Isten, áldd meg a magyart "

("DEUS, ABENÇOA OS HÚNGAROS", primeiro verso do Hino Nacional da Hungria,

oficialmente denominado Himnusz)

 

 

  

 

 

 
"A Seleção Uruguaia posando antes da partida decisiva contra o Brasil em 1950. Em pé, da esquerda para a direita, estão Varela, o técnico López, Tejera, dois membros da delegação, Gambetta, Matías González, Máspoli, Rodríguez Andrade e outro membro da delegação; agachados, entre outros dois delegados, estão Ghiggia, Julio Pérez, Míguez, Schiaffino e Morán"

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_1950)

 

 

 

 

O HINO NACIONAL DA HUNGRIA

Kölcsey Ferenc: Himnusz

[CANTADO POR GRANDE CORAL,

COM EXECUÇÃO INSTRUMENTAL

AO FUNDO]:

http://www.youtube.com/watch?v=JHG0S75PrD0,

 

onde se lê:

"Hungarian National Anthem
Zene: Erkel Ferenc
"

 

 

 

 

 

"A SELEÇÃO DE FUTEBOL DA HUNGRIA

ERA A GRANDE FAVORITA PARA

VENCER A COPA DO MUNDO DE 1954 -

e perdeu (como havia acontecido

com a seleção brasileira, 4 anos antes)"

(COLUNA "Recontando...")

 

 

 

 

 

O HÚNGARO FERENC PUSKAS (1927 - 2006), GRANDE CRAQUE

DO FUTEBOL DO SÉCULO XX: 

 


(http://www.clauderioaugusto.com.br/2011/04/o-dia-2-de-abril-na-historia-1725-nasce.html,

onde se pode ler:

"1927 - Nasce, em Budapeste, Hungria, o ex-futebolista Ferenc Puskás Biró, o Puskás, um dos melhores jogadores da história, falecido em 17/11/2006.")

 

  

 

 

 

BARBOSA,

UM MÁRTIR BRASILEIRO DO SÉCULO XX: 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.baluzao.com/2010/04/barbosa-2731921-0742000.html)

 

 

 

 

 

 

 

(http://oglobo.globo.com/esportes/mat/2006/11/17/286706179.asp,

onde, infelizmente, se lê [MATÉRIA DE 17.11.2006]:

"Puskas morre aos 79 anos em Budapeste")

 

 

 

 

 

Hino Nacional do Uruguai

(Himno Nacional Uruguayo)

http://www.youtube.com/watch?v=FTV_sevdtag&feature=fvsr    

 

 

 

 

 

"(...) Como diz Milton Neves [CONSAGRADO COMENTARISTA DESPORTIVO BRASILEIRO], futebol é a coisa mais importante do mundo dentre todas as menos importantes. 60 anos depois daquele 2x1, ainda não nos redimimos do pecado de matar Barbosa ainda em vida. Ele não teve no resto de seu tempo aqui na Terra a dignidade que merecia como atleta e pessoa. Ele veio a morrer uma segunda vez exatos 10 anos atrás, esquecido, solitário, rejeitado, encostado. Não deixa de ser reconfortante ver que o brasileiro, tido como um povo alegre e gentil, parece cada vez mais reconhecer que pecou ao matá-lo sem a chance de um julgamento justo. Que ao aproximar de mais uma Copa no país, o futebol seja apenas mais um esporte, e que do campo ao final dos jogos saiam alguns como vitoriosos e outros como vencidos, mas não como condenados perdedores. "

(BALU, no Blog do Balu [LEIA, ADIANTE, POR FAVOR, O ARTIGO DO QUAL ESSE TRECHO FOI PINÇADO, INTEGRALMENTE TRANSCRITO]

 

 

 

 

 

  

(http://terceirotempo.ig.com.br/quefimlevou_especial_foto.php?id=477&sessao=f&foto_id=3818&galeria_id=464)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

(http://esportebrasilis.blogspot.com/2007_08_01_archive.html)

 

  

 

 

"(...) o espetáculo que se desenrolou aos nossos olhos, após o apito final de Georges Reader, foi desses que, por suas caracteristicas impressionantes, tão cedo não sairão da retina daqueles que tiveram o ensejo, o triste ensejo, digamos assim, de presenciá-lo. Aquela multidão de duzentas mil pessoas não teve coragem de deixar o estádio.

Tinha-se a impressão que estávamos em um Dia de Finados, assistindo ao enterro de um ente querido. As dependencias do "Colosso do Derbi", pareciam lotadas por milhares e milhares de parentes e amigos do suposto defunto, que o pranteavam, num silêncio só interrompido pelos soluços de muita gente que não resistiu à intensidade da dor. Lá em baixo, no gramado, os jogadores uruguaios, ao comemorar o grande a grande conquista, pareciam ateus profanando um lugar sagrado...

Quando, minutos depois, a massa começou a deixar o estádio, a tristeza estava estampada em sua fisionomia. Por todas as ruas, por tôdos os cantos, a mesma decepção, a mesma dor. A cidade adormeceu de luto... (...)"

(FOLHA CARIOCA, Rio de Janeiro, 17.7.1950,

http://www1.uol.com.br/rionosjornais/rj42.htm)

 

 

 

 

Barbosa - A carreira até a Copa de 50

[REPORTAGEM DE JORNALISMO TELEVISIVO],

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=cwVc30P44fI&feature=related

 

  

 

 

"El primer arquero negro de la historia de la selección brasileña [BARBOSA] murió pobre, humillado y condenado. La prensa casi no registró su muerte. Barbosa no se habría sorprendido. La segunda muerte de Barbosa será la definitiva".

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=JWR-NMCxxzs&feature=related

 

 

 

 

Barbosa - O filme

[CURTA-METRAGEM,

COM ANTÔNIO FAGUNDES],

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=79_EafE8asQ

 

 

 

 

"PARABÉNS, ZICO, POR VOCÊ TER DISPENSADO A

BARBOSA, UM MÁRTIR BRASILEIRO DO SÉCULO XX,

CARINHO E ATENÇÃO ESPECIAIS, NO ALMOÇO QUE VOCÊ

PROMOVEU PARA HOMENAGEAR OS FUTEBOLISTAS -

OS QUE AINDA ATUAVAM PROFISSIONALMENTE OU OS

JÁ APOSENTADOS - QUE DEFENDERAM AS CORES BRASILEIRAS

EM COPAS DO MUNDO"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

 

 

"VEJA, POR FAVOR, HOMENAGEM DESTA COLUNA AO GRANDE ZICO,

CLICANDO EM:

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/o-galinho-de-quintino-falou,236,6673.html

('O GALINHO DE QUINTINO FALOU ')"

(IDEM)

 

 

 

 

Osesp 2009: Hino Nacional [DO BRASIL],

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=IL9QPxn155I

 

 

 

 

 

 

                                                  AGRADECENDO A EDUARDO LAGE SANTOS

                                                  PELAS IMAGENS FOTOGRÁFICAS QUE 

                                                  COMPETENTEMENTE FLAGROU,

                                                  DE ASPECTOS DA FLORESTA DA TIJUCA, RIO,

                                                  HOMENAGEANDO TODOS OS PARTICIPANTES DOS

                                                  PROJETOS DE INCLUSÃO ECOLÓGICO-SOCIAL DA

                                                  ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL DENOMINADA

                                                  TERRA BRASIL, EM MEMÓRIA DO

                                                   MÁRTIR BRASILEIRO DO SÉC. XX

                                                   BARBOSA,

                                                   QUE NASCEU, VIVEU E MORREU PARA

                                                   NOS MOSTRAR, COM O SEU GRANDIOSO

                                                   EXEMPLO EXISTENCIAL, QUE NÃO DEVEMOS NOS SUICIDAR

                                                   EM SITUAÇÕES EXTRAORDINAMENTE ADVERSAS,

                                                   lembrando que possivelmente contribuiu para

                                                   o esplêndido não-suicídio de Barbosa o fato de a

                                                   seleção de futebol da Hungria, integrada, como se sabe,

                                                   pelo exemplar futebolista Puskas

                                                   (disparada FAVORITA PARA VENCER A

                                                   COPA DO MUNDO DE 1954) não ter conquistado

                                                  o cobiçado "caneco", naquele ano-salvador-de-Barbosa,

                                                  quatro anos depois da horripilante tragédia

                                                  brasileira de julho de 1950 - afinal, não foi só

                                                  o BRASIL FAVORITO que perdeu Copa do Mundo! -, AO IMORTAL

                                                  FERENC PUSKAS,

                                                  in memoriam, E

                                                  ABRAÇANDO FRATERNALMENTE

                                                  TODOS OS FUTEBOLISTAS URUGUAIOS - do

                                                  passado e do presente - NA PESSOA DO

                                                  "CARRASCO DO BRASIL EM 1950",

                                                  O ANTIGO CENTRO-AVANTE - ULTRACOMPETENTE - 

                                                  GHIGGIA, BEM COMO O

                                                  GRANDE ATOR BRASILEIRO  DE TEATRO, CINEMA E TELEVISÃO

                                                  ANTÔNIO FAGUNDES e todas as pessoas

                                                  que participaram do planejamento, das filmagens e

                                                  dos trabalhos de pós-produção do excelente filme em curta-metragem

                                                  BARBOSA, COMO TAMBÉM O FABULOSO

                                                  ZICO, O GALINHO DE QUINTINO,

                                                  CRAQUE MAIOR DO PASSADO RECENTE DO FUTEBOL BRASILEIRO,

                                                  A QUEM SE DESEJA MUITA SAÚDE E VIDA LONGA,

                                                  UM SER  HUMANO GENEROSO QUE, QUANDO REUNIU

                                                  EM ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO OS

                                                  ATLETAS E EX-ATLETAS BRASILEIROS QUE PARTICIPARAM

                                                  DE COPAS DO MUNDO DO FUTEBOL, DEFENDENDO A CAMISA DA

                                                  SELEÇÃO BRASILEIRA, TRATOU COM GRANDE ATENÇÃO

                                                  E PARTICULAR CARINHO BARBOSA,

                                                  UM MÁRTIR BRASILEIRO DO SÉCULO XX,

                                                  que Zico soube respeitar, com a máxima fidalguia e

                                                  coração profissional-filial

   

 

 

23.10.2011 - A imprensa brasileira foi implacável com os compatriotas que não conseguiram vencer, como se uma grande derrota, no futebol, não pudesse acontecer - Pavorosa derrota da seleção brasileira de futebol, na tarde de 16.7.1950, no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, no Rio. (SE AS VITÓRIAS FOSSEM BUROCRATICAMENTE OBRIGATÓRIAS, VALE DIZER, AUTOMATICAMENTE OBTIDAS PELO SIMPLES FATO DE UM onze - NO CASO DO FUTEBOL - ENTRAR EM CAMPO, QUE VALOR SERIAM A ELAS ATRIBUÍDAS, adrede sabidas, como os resultados de "jogos de comadres" [PARTIDAS CUJOS RESULTADOS SÃO COMBINADOS, COM O TIME DERROTADO FACILITANDO O CONDENÁVEL - já que muitas vezes é comprado - RESULTADO]?)  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

O RIO NOS JORNAIS,

COPA DO MUNDO (ANO: 1950) /

PORTAL UOL, não mencionado(s)

o(s) nome(s) do(s) autor(es) da

pesquisa: 

 

"COPA DO MUNDO

Ano: 1950

Aqueles que compareceram ao Estádio Mendes de Morais, na tarde de ontem, cheios de fé e alegria no onze brasileiro jamais poderiam imaginar que, numa partida decisiva, onde bastava o empate para nos dar o título máximo, pudessemos deixar o gramado vencidos. E sobretudo vencidos por um quadro que, embora fazendo jus ao triunfo, por ter aproveitado as duas oportunidades que se lhe ofereceram, foi, no atual certame, menos produtivo e menos positivo do que a equipe brasileira.

Por isso mesmo, o espetáculo que se desenrolou aos nossos olhos, após o apito final de Georges Reader, foi desses que, por suas caracteristicas impressionantes, tão cedo não sairão da retina daqueles que tiveram o ensejo, o triste ensejo, digamos assim, de presenciá-lo. Aquela multidão de duzentas mil pessoas não teve coragem de deixar o estádio.

Tinha-se a impressão que estávamos em um Dia de Finados, assistindo ao enterro de um ente querido. As dependencias do "Colosso do Derbi", pareciam lotadas por milhares e milhares de parentes e amigos do suposto defunto, que o pranteavam, num silêncio só interrompido pelos soluços de muita gente que não resistiu à intensidade da dôr. Lá em baixo, no gramado, os jogadores uruguaios, ao comemorar o grande a grande conquista, pareciam ateus profanando um lugar sagrado...

Quando, minutos depois, a massa começou a deixar o estádio, a tristeza estava estampada em sua fisionomia. Por tôdas as ruas, por tôdos os cantos, a mesma decepção, a mesma dôr. A cidade adormeceu de luto... (...)

Tristeza geral causou a vitória do Uruguai sôbre a seleção brasileira, na tarde de ontem, justamente no momento em que o campeonato do mundo estava ao alcance de nossas mãos. Tristeza geral, repetimos, mas não a tristeza mansa dos que sabem perder; era antes uma espécie de revolta contra tudo e contra todos, a condenação inapelável dos nossos jogadores, a severa crítica contra a nossa tática de jogo e, finalmente, um mundo de acusações desabando, implacável, contra o técnico Flávio Costa. Numerosas substituições de jogadores começaram, de repente, a ser apontadas como necessárias a uma vitória que já estava bem distante.

Os mesmos jogadores que abateram com tremendas goleadas os selecionados da Espanha e da Suécia, já não se apresentavam aos olhos do público como os esforçados "cracks" que tantos aplausos mereceram... Tudo estava esquecido, condenado, imprestável. Zizinho, apenas, era o condutor das mais belas jogadas. Mas, Jair não passava de um fantasma dançando na tarde triste do Maracanã; e Ademir, o goleador em primeiro lugar na Copa do Mundo, era tão inútil quanto uma coisa morta. Esse o terrivel julgamento do nosso público após soar o apito final...

Há, porém, muita coisa esquecida. Na pressa das conclusões ditadas pela decepção da grande surpresa, foi esquecido o próprio valor dos jogadores uruguaios; o fator sorte, tão importante em futebol, que favoreceu em todos os sentidos a seleção oriental; e, mais do que tudo, a própria razão de todos os acontecimentos.

Um dia, Napoleão, meio louco e meio soldado, saiu da França e começou a dominar o mundo. Os seus exércitos foram crescendo em entusiasmo e se transformaram numa gigantesca horda invencível. A História narra os seus feitos mais incríveis, as suas conquistas quase impossíveis, os seus lances de heroismo. Ninguém podia vencer Napoleão e êle, em seus sonhos de louco, já se considerava o senhor do mundo. Mas nasceu a derrocada do inesperado: Waterloo. Seria possivel a destruição dos exércitos e dos planos do poderoso conquistador? Em Santa Helena, sozinho e amargurado, êle próprio não encontrou a explicação que o universo inteiro procurava, atônito. Ele apenas perdera a batalha...

A seleção do Uruguai equivale ao nosso Waterloo na "Copa do Mundo". Envolvidos pelo entusiasmo justissimo das vitórias iniciais, com a nítida superioridade sôbre os jogadores europeus, esquecemos a possibilidade de uma surpresa tão desagradável e tão inesperada. Começamos, portanto, a procurar justificativas numa provável e inexistente culpa dos nossos jogadores e do seu técnico. Esquecemos tudo, até mesmo a nossa condição de "donos da casa", de organizadores, em 1950.

Felizmente, não tiveram maiores consequências os comentários das rodas exaltadas. Pouco a pouco, vai nascendo maior ponderação nos julgamentos, menos apressados, e fazemos raciocínios. Vamos recebendo a amarga derrota como ela deve ser aceita e acatada: com a certeza de que, pelo menos, ontem, á tarde, os uruguaios jogaram melhor futebol. E com êles estava a sorte e o destino da Copa do Mundo..." Folha Carioca, 17 de julho de 1950.

"E o que ninguém previa aconteceu. O Brasil perdeu o campeonato do mundo na última partida, ficando o cobiçado trofeu em poder dos uruguaios. Foi mais uma lição, dentre as tantas que já temos tido, deixando fugir o triunfo a hora decisiva. E agora não existe qualquer desculpa. Das outras vezes culpava-se o ambiente estranho, a torcida contrária, o juiz e tantas outras coisas que seriam de consôlo ás derrotas que tantas vezes já nos impuseram argentinos, italianos e os próprios uruguaios, de quem somos velhos fregueses. Domingo tinhamos tudo a nosso favor: o campo, a torcida e, além disso, o "handicap"do empate que nos garantiria o titulo. O juiz Mr. Reader teve uma arbitragem perfeita e a êle não se pode atribuir a menor responsabilidade pelo fracasso do nosso selecionado.

Perdemos porque jogamos menos. Os uruguaios foram superiores na técnica e no coração. A Taça "Jules Rimet" está em boas mãos. Nas mãos daqueles que na hora decisiva souberam disputá-la com classe e com flama. São êles os merecedores do título de campeões do mundo.

Quem assistiu o quadro nacional jogar com a Suécia e com a Espanha, uma verdadeira orquestra sinfônica, nem por sombra reconheceria o mesmo quadro naquele que domingo jogou no Maracanã contra os orientais. A sinfônica desafinou e diluiu as esperanças dos duzentos mil espectadores que madrugaram no estádio e dos milhões de torcedores de todo o país que pelo rádio acompanhavam ansiosos o desenrolar da peleja.

Muitos argumentam com o azar para explicar a derrota, mas não reside no imponderável a explicação do fracasso. Ele veio em consequência do bom desempenho dos uruguaios e das falhas do nosso "onze". Falhas que sempre existiram e que nos cansamos de apontar desde os primeiros jogos. O nosso quadro jogou sempre, praticamente com três homens na linha de frente - Zizinho, Ademir e Jair. Os pontas Chico e Friaça jamais tiveram condições técnicas para integrar a seleção. Quando se tratava de enfrentar adversarios mais fracos e principalmente que adotam o sistema europeu de jogo, sem marcação pessoal sôbre os jogadores, as falhas desapareciam e os elementos fracos eram esquecidos ante a virtuosidade e a eficiência do trio central.

Mas com os uruguaios a coisa foi diferente. Eles adotam sistema de jôgo semelhante ao nosso, marcando rigidamente os dianteiros, e, além disso, sabiam que o "team do Brasil resumia-se, na linha atacante, a Ademir, Zizinho e Jair. Sôbre êstes três homens, foi feita uma marcação eficiente, um verdadeiro bloqueio e o resultado não se fez esperar. Na final o "placard" acusava 2 a 1 para os uruguaios.

A responsabilidade principal recai, pois, sôbre o técnico, teimando em incluir um Friaça bizonho e sem condições de jôgo e insistindo com um Chico confuso e dispersivo, quando tinha um Rodrigues em plena forma para ser lançado. Adãozinho, outro elemento de valor, ficou todos os jogos na cêrca quando poderia ser lançado no centro, deslocando-se Ademir para a ponta direita, como o próprio Flávio já fez uma vez com excelentes resultados, num sul-americano.

Além disso, faltou aos nossos jogadores, a flama necessária, coisa que sobrou aos nossos adversários. Do naufrágio salvaram-se Zizinho, Bauer, Augusto e Juvenal. Os restantes deixaram-se levar pelo nervosismo e jogaram abaixo da critica, inclusive Jair, acovardado com a marcação severa do velho Obdulio Varela.

E como se não bastasse tudo isso, Bigode, um jogador sempre eficiente, disputou uma partida sem qualificativo, fazendo asneiras a grande e deixando-se bater tôdas as vezes pelo admirável Gighia, o ponta direita do Uruguai. Também Barbosa esteve num dia negro, engolindo um autêntico frango no "goal" que deu a vitória aos orientais. (...)" Diário do Povo, 18 de julho de 1950.

"Perdeu o quadro brasileiro, na tarde de anteontem, uma oportunidade que jamais teve qualquer outro, para o conquista do titulo máximo do fuebol mundial. Não foi correspondido o sacrificio de milhares de torcedores. Para o quadro nacional, não mediram exigencias, aqueles que tudo receberam com abnegação as inúmeras dificuldades. Desde noites ao relento até o perigo constante após, a entrada no Estadio. Sofreu o torcedor contra todos os fatores, com um unico desejo. Vitoria do quadro nacional. E, infelizmente, não foi correspondido todo este sacrificio.

Vimos um quadro sem a mínima noção do que significava aquela massa humana comprimida desde as primeiras horas da manhã. Jogaram os nossos, com um completo desinteresse pelo resultado final da luta contra os uruguaios. Não faltou ao quadro nacional, nada absolutamente nada para jogarem com mais estimulo. Assim, o resultado foi um "scratch" psicologicamente derrotado, se agigantar contra o pseudo campeão mundial confiante em goals que naturalmente viriam do céu. Sofreu o selecionado nacional, uma derrota, a perda de um titulo, contra um quadro que teve a seu favor, apenas noção de responsabilidade e desejo de vencer.

Teve o selecionado uruguaio o prêmio de uma vitoria que não pode sofrer contestação. Vencendo o Brasil, conquistaram o titulo pela segunda vez de campeões mundiais. A êles o nosso reconhecimento pela fibra e bravura demonstrada na peleja final do IV Campeonato Mundial de Futebol. Aos nossos, que a lição sirva de exemplo e em competições futuras recuperem o prestigio tão tristemente perdido, numa batalha, que ao povo brasileiro sòmente trouxe a desilusão." Diário do Rio, 18 de julho de 1950.

"A derrota foi um golpe. Ninguem deixou de sentí-lo. Quando o Uruguai marcou o segundo goal o silencio que se fez no Estadio - o silencio de duzentas mil pessoas - chegava a assustar. Era a desolação da derrota. A multidão ficou parada sem querer acreditar no que via. O Estadio não se enchera para aquilo. Não fôra para aquilo que se travara a batalha das cadeiras, das arquibancadas e das gerais. Não fôra para aquilo que milhares de brasileiros tinham vindo ver o último match do campeonato do mundo. Todas aquelas duzentas mil pessoas haviam marcado encontro no Estadio para saudar os brasileiros como campeões do mundo. Por isso o Estadio se tornou pequeno: era o maior do mundo mas nele não podia caber todo o Brasil. As outras cincoenta milhões de pessoas que ficaram de fora, perto e longe, no centro, no norte e no sul do Brasil.

Tudo parecia anunciar a vitoria final, embora desta vez os adversarios dos brasileiros fossem os uruguaios. Fosse, sobretudo, o coração dos uruguaios. Irresistivelmente se formou o pior dos ambientes para os brasileiros, o melhor dos ambientes para os uruguaios. O pior dos ambientes para os brasileiros porque parecia o melhor; o melhor dos ambientes para os uruguaios porque parecia o pior. Foi o que não se quis ver antes do match.

Os uruguaios e não os brasileiros se tinham colocado numa posição única. Podiam perder de cinco e estava bem. Voltariam para Montevidéu de cabeça erguida. Todos os uruguaios, os que tinham vindo animar a "celeste", os que não tinham podido vir, e que ficaram de longe a torcer por eles, seriam unânimes em reconhecer que eles haviam feito o máximo. Qualquer resultado era bom para os uruguaios que quase tinham perdido da Espanha e da Suecia, goleadas pelo Brasil. Para o Brasil só havia um resultado bom: a vitoria. O Brasil tinha tudo a perder, o Uruguai nada tinha a perder. Tudo explicava e justificava de antemão, uma derrota uruguaia. Nada parecia sequer explicar ou justificar a simples hipótese de uma derrota do Brasil. Tudo isso aumentava tremendamente a responsabilidade do scratch brasileiro.

É preciso levar em conta essa responsabilidade tremenda para que se compreenda a especie de inibição de alguns jogadores brasileiros. A inibição de Bigode que em certos momentos quase não podia caminhar em campo, a inibição de Barbosa que nos dois lances decisivos se movimentou sempre com atraso fatal. Quando os jogadores brasileiros foram surpreendidos pela possibilidade da derrotas não resistiram. Pouco se mostraram à altura das circunstancias. A ameaça de derrota veio no pior dos momentos: quando a vitoria que se esperava parecia consagrada. Depois do goal de Friaça que valia por dois. O goal de Friaça, porém, não deu ao scratch brasileiro a tranquilidade necessaria para assegurar a vitoria. Os brasileiros, em vez de se guardarem, de repousarem mais na defesa, entregaram todas as esperanças no ataque.

Não se contentaram em vencer: queriam vencer por dois, por três, queriam golear. Golear um adversario que lutava sobretudo para não ser goleado. E que, por isso, no um a zero, se concentrou mais na defesa. Aquele um a zero que surgira no inicio do segundo tempo servia aos uruguaios como um grande resultado. Assim os uruguaios não se perturbaram, lutaram para manter aquele um a zero que embora contra era sempre uma porta aberta para o empate. Se o um a zero era um grande resultado para o Uruguai um empate seria como uma vitoria.

Os brasileiros, pelo contrario, viram no um a zero um placard pequeno demais para a festa da vitoria. E chegado o empate receberam-no como um desastre. Sem se lembrarem que o empate lher daria o campeonato do mundo. Aceitaram melhor o zero a zero. O zero não os perturbou. Mesmo durante todo um tempo. A medida que o tempo passava os brasileiros se sentiam melhor. Daí o volume cada vez maior de ataques que realizaram.

Houve um momento em que os uruguaios quase perderam a cabeça. Mas no primeiro tempo. Voltaram mais tranquilos no segundo tempo. E voltaram mais tranquilos porque o resultado do primeiro tempo fôra excepcional para eles. Depois do um a zero até o um a um se contentaram em conter a ofensiva brasileira que se tornava cada vez mais desesperada. E digo desesperada porque os brasileiros se deixaram empolgar pelo dominio e martelgram sempre no lugar errado. Na especie de ferrolho formado pela defesa uruguaia. Sem aprovitar a lição de um único goal. A maneira de invadir a defesa uruguaia não era pelo centro aferrolhado, era pelas pontas. Tanto que Friaça não teve dificuldade em abrir o escore. Alem disso no centro só havia Ademir para invadir a area, e Zizinho para ajudar a invadi-la, para forçar uma invasão. Jair ficou de fora da area, a ponto de forçar Chico a deslocar-se para forçar a defesa uruguaia com arrancadas corajosas. Enqando o placard esteve de um a zero os jogadores brasileiros se deixaram enganar pelo dominio parecido ao daquele com a Suiça. Só que desta vez os adversarios dos brasileiros não eram os suiços, eram os uruguaios. (...)

O que não estava nos calculos de ninguem era uma derrota contra o Uruguai. Por isso eu digo que se formou o pior ambiente para o scratch brasileiro. O ambiente da vitoria certa. Não foi a certeza de vitoria que derrotou os brasileiros. Foi a imperiosidade da vitoria. A exigencia de vitoria. E de grande vitoria. Ninguem discute a superioridade do football brasileiro sobre o uruguaio. Nem mesmo os uruguaios, até depois da vitoria. Uma das maiores glorias da celeste há de ser esta: a de ter derrotado os melhores jogadores de football do mundo, o quadro que realizara as suas maiores exibições de que há memoria no football mundial. (...)" - Jornal dos Sports, 18 de julho de 1950.

"Não vamos culpar ninguém pelo que aconteceu. Não é justo, e, além do mais, é um menospreso ao adversári, que foi valente e fez jús à vitória.

Depois, em nada adiantará. Não nos devolverá o título. É claro, que houve falhas. Falhas porém, que, para quem acompanha futebol sabe ser comum em pelejas como a disputada na tarde fatídica de domingo, no estádio Municipal.

Perdemos um título que parecia ajustado para nós. Perdemos, todavia resta-nos o consôlo de termos perdido com dignidade, e para quem, na verdade, são autênticos campeões, - os uruguaios.

Mas deixamos de lado tudo isso. Passemos aos fatos.

A peleja começouem um ambiente demasiadamente otimista para os nossos rapazes. Imprensa, rádio, paredros, emfim, toda aquela imensa massa que se comprimia no estádio Municipal, inclusive os proprios delegados uruguaios, não pensavam em insucesso do Brasil. Os recentes feitos contra a Iugoslávia, Suécia e Espanha não podiam deixar dúvida. O Brasil jogando em casa, com a assistência a favor e com o mesmo quadro, não podia perder para o Uruguai, que vinha de um empate cavado contra os ibéricos e uma vitória difícil sôbre os nórdicos. Afirmar-se coisa diversa, é querer ser profeta.

O que se sabia, - e disso nunca discordamos de quem assim pensava, - era que os "celestes" nos obrigariam a lutar muito pela vitória. Jamais, porém, podia se supor em derrota, mesmo levando em conta que em três outras vezes anteriores (24, 28 e 30), foram os nossos rivais os herois da jornada.

Este otimismo, pois, justo sob todos os títulos, foi a causa da derrota. Embora Flavio o combatesse energicamente, conversando com cada "crack" a quem explicava tudo; embora chegasse até a ser grosseiro com visitantes da concentração que falavam aos atletas como se já fossem campeões; nada disso valeu. O otimismo que tomara conta de todos, e passara-se também aos "cracks". E isso foi fatal para as nossas cores. Em partidas de futebol ninguém ganha na véspera. O jogo é jogado em campo, para onde vão onze atletas de cada bando lutar pelo mesmo objetivo: a vitória.

Enquanto isso ocorria em relação aos brasileiros, no lado dos orientais tudo era diferente. Pensavam em vitória. Todavia, encaravam o prélio dentro do prisma certo. Tinham os uruguaios sobre os ombros a responsabilidade de o prestígio dos campeões de 24, 28 e 30. Sabiam que um empate seria fatal. Medindo todas essas coisas foram para campo dispostos a vencer. (...)" A Manhã, 18 de julho de 1950.

"As lagrimas que humedeceram quase 50 milhões de olhos bem exprime a dôr, a desolação do publico brasileiro pelo resultado imprevisto de domingo no Estadio Municipal. E sem desprestigio da verdade, pode-se dizer que, o publico não merecia tão dolorosa recompensa pelo sacrificio, por tudo que fez no sentido de prestigiar o nosso selecionado e render-lhe as homenagens que fariam jus, no caso da conquista do titulo. As noites de vigilia por que passou na ansia de adquirir um ingresso para penetrar no estadio, as horas interminaveis que permaneceu na fila com tal proposito, amanhecendo ainda na porta do estadio, sem satisfazer as naturais obrigações de uma alimentação regular, provou que o povo se mostrou indiferente a propria razão da normalidade, para presenciar o choque que consagraria onze jogadores e 50 milhões de brasileiros! Todos os sacrificios eram infimos de mais, para atender a tão grandes anseios do coração.

As duas jornadas anteriores não deixavam transparecer quaisquer duvidas, quanto a possibilidade de conquistarmos o titulo, porque a convicção do torcedor não se baseava nas considerações honestas da imprensa e outros veículos de informações. Ele havia presenciado com os seus proprios olhos, as duas vitorias gigantescas que não davam margem a receios, quanto a batalha final, a que seria memoravel e gloriosa para as nossas cores. E quando chegou o domingo, nesso domingo de sol e de vida, que seria marcado na historia, como um dia de gloria para a nossa patria, notou-se uma agitação sem precedentes, porque o publico já as primeiras horas da manhã, colocava-se em fila, na ansia de penetrar no estadio para assistir a um prelio que só seria iniciado 9 horas depois (!)

Esse povo que esquecendo todas as agruras da vida, havia aprendido a sorrir em todos os instantes, trazendo nos labios aquela esperança convicta, emudeceu ao cabo dos noventa minutos de batalha, porque a decepção o deixou estremecido. Aquela imensa multidão ficou imovel, paralizada, sem saber o que fazer, como quem ainda estivesse aguardando alguma coisa, a jornada gloriosa, o sonho dourado que durante varios dias, enriqueceu os seus corações. Só mais tarde, quando o sol se escondeu, foi que o povo compreendeu que a sua presença na Maracanã de nada mais valia e assim começou a retirar-se numa lenta e trsistonha procisão, acompanhando o féretro da ilusão mais linda que viveu. (...)" O Jornal, 18 de julho de 1950.

"Não houve nem as correrias costumazes à saída do estadio. Era uma autentica retirada que empreendia aquela torcida exausta, coberta, de pó e tristeza. Esconderam as serpentinas. Jogaram fora os confetis, entregaram-se ao cansaço. Parecia até a madrugada de quarta-feira de cinzas. Ninguem falava. Só no bonde, passados os primeiros instantes, começaram os argumentos. Procurava-se justificar, ninguém conseguia. Chegou por fim o desabafo: foi o azar. Azar de que? De muitas coisas. Não viram que começamos, hoje, pelo lado contrário? Não viram que pela primeira vez atacamos contra a avenida Maracanã, de inicio? argumentou um. E logo outro: e tambem pela primeira vez o Ademir não abriu o escore? tudo isto deu azar. Só isto, não. Vocês nào viram o principal, argumentou um terceiro. O maior azar foi o Mendes de Morais. Êle é que foi o culpado. Como dá azar o nosso amigo... Surgiram os apartes. É mesmo. começou por chamar os uruguaios de campeões do mundo... E o locutor: O Prefeito vos falou uma vez e o time venceu. O Prefeito dá sorte. Puxa, vai para o olho mecânico a Ramona.

Descemos, pensando na maneira original daquela gente humilde encarar uma adversidade. Mas tinhamos de continuar caminho. E lá fomos de lotação para a zona sul. A conversa interrompida com a nossa chegada, retomou logo o fio:

- Foi mesmo uma atitude infeliz do Mendes de Morais.

Olhamos surpresos. Também ali a superstição vigorava? Mas não. Desta vez eram outras as razões.

O Prefeito nunca deve ter ouvido em psicologia. Aquela historia das duzentas mil pessoas esperando pela vitoria e dos cinquenta milhões querendo o triunfo deveria ser dita numa situação justamente inversa a da nossa. Se nos sentissemos inferiorizados, se entrassemos em campo com o moral abatido, convencidos da impossibilidade de vencer. Aí sim um estimulo daquela natureza. Porém nunca na situação de hoje. O Prefeito aumentou-lhes a responsabilidade, trouxe mais encargos sôbre seus ombros, aumentou o nervosismo, enfim enfraqueceu-os. O fato é que não podia perder a oportunidade da demagogia... eram duzentas mil os presentes, sem falar nos radio-ouvintes..." Correio da Manhã, 18 de julho de 1950.

AS MANCHETES

Este "Goal" Eliminou O Brasil - Tristeza Na Face De Todos - Tombou De Pé O Brasil - Os Uruguaios Jogaram Melhor E Daí A Derrota da Nossa Seleção No Prélio Efetuado Ontem (Folha Carioca)

Venceram Os Melhores - Merecidamente Os Uruguaios Sagraram-se Campeões Do Mundo - Ante Um Adversario Forte, Evidenciaram-se As Falhas Do Nosso Selecionado - A Culpa Do Tecnico - Novo record Mundial De Renda - Notas (Diário do Povo)

Faltou Fibra Aos Jogadores Nacionais Que Não Corresponderam Á Espectativa de 200 Mil Torcedores Representando 50 Milhões De Brasileiros (Diário do Rio)

Mario Filho: O Segredo Da Vitória Dos Uruguaios: Só Os Brasileiros Tinham Tudo A Perder (Jornal dos Sports)

Vitória De Raça - Lutando Com Alma E Coração, Reconquistarm Os Uruguaios A Sipremacia Do "Soccer" Mundial - Não Vamos Culpar Ninguem - Otimismo Fatal (A Manhã)

Ainda Nos Resta Um Ingrato Consolo: A "Copa" Ficou Na América, Provando A Inconteste Supremacia Da Nossa Escola (O Jornal)

Vai Para O Olho Mecânico A Romana (Correio da Manhã)

(
http://www1.uol.com.br/rionosjornais/rj42.htm)

 

  

 

 

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A SEGUIR, TRADUÇÃO DE ARTIGO PUBLICADO NA

REVISTA SELEÇÕES DE READER'S DIGEST

(TOMO LIII, nº 315, AGO. / 1997,

pp. 61 - 67): 

   

 

"O goleador húngaro 

Um retrato de talento e perseverança   

 

O Real Madrid ganhava do Sevilha de 7 x 0. A partida estava próxima do final. Contudo, para dois jogadores do Real Madrid o desafio ainda não havia terminado. A duas rodadas do fim do campeonato, Alfredo Di Stéfano, grande ídolo da torcida e Ferenc Puskas, goleados recém-contratado, disputavam o título de artilheiro. Cada um deles já havia feito dois gols na partida. No campeonato, o húngaro Puskas achava-se atrás do argentino Di Stéfano por apenas um gol.
Aos 45 minutos do segundo tempo, uma bola longa foi jogada para o lado esquerdo do campo, onde Puskas se encontrava. Ele conseguiu levar vantagem sobre o zagueiro do Sevilha. O espanhol correu como louco, porém Puskas, no canto da área, estacou e dominou a bola, lançando-a para a esquerda. O robusto zagueiro perdeu o equilibrio na inútil tentativa de tomar a bola. O caminho para o gol estava livre para Puskas.
Vários jogadores da defesa e o goleiro se posicionaram no instante em que o goleador do Real Madrid preparava a perna esquerda para o legendário chute. Entretanto, em vez de chutar em direção ao gol, deu um passe e a bola cruzou a área até os pés de Di Stéfano que, livre diante das redes, fez o gol sem hesitar. Os 60 mil torcedores presentes ao Estádio Bernabeu, em Madrid, naquele dia 5 de abril de 1959, celebraram com Di Stéfano, que se tornou o artilheiro do campeonato com 23 gols, dois à frente de Puskas.

 

Os torcedores também aplaudiram Puskas - não apenas pela técnica sensacional, mas pelo espírito de equipe e pelo que sua presença entre os melhores jogadores daquela época simbolizava: a vitória da força de vontade e perseverança.    

 

FERENC Puskas nasceu em Budapeste, no dia 2 de abril de 1927. O pai, do mesmo nome, era jogador do Kispest, clube onde continuou como treinador depois de se aposentar. A atividade rendia o suficiente para o sustento da família. A esposa, ele, o pai, a filha Éva e o filho viviam numa quitinete, de cuja janela se via um pátio, a 200 metros.
Este pátio, delimitado por um álamo de cada lado, era o Lipták Grund, primeiro campo de futebol na vida do jovem Puskas e centenas de outros meninos da vizinhança. Depois da aula, podiam ser encontrados ali, treinando com bolas de meia. Os que perdiam eram ridicularizados. Assim, os menos competitivos logo ficavam de fota.
Aos 8 meses, Öcsi, apelido de Puskas (que significa Júnior), já chutava a bola com tanta força que a mãe, Margit, temia pelas vidraças. Quando menino, gostava de dormir abraçado à bola. A senhora Puskas - que para ajudar no orçamento familiar passava a ferro camisas numa fábrica de roupas - não castigava o menino. Muitas, vezes, envolvido no jogo, Puskas não aparecia para almoçar. Quando a fome apertava, entrava na cozinha, cortava um pedaço de salsicha e outro de pão, e voltava correndo para perto dos colegas. "Sempre tive tudo de que precisava", relembra Öcsi.
Segundo a irmã Eva, dois anos mais nova, esse "tudo" às vezes incluía uma boa surra dada pelo pai. Certa vez, foi castigado por ter ganho no jogo de cartas toda a mesada de um amigo. A mãe devolveu o dinheiro aos pais o perdedor.
Aos 10 anos, Öcsi já era um dos mais requisitados jogadores do campo vizinho. Os garotos mais velhos escolhiam Öcsi ou o amigo József Bozsik para compor os times. Por isso, os dois jogavam sempre em campos opostos. Mas tornaram-se amigos inseparáveis, no campo e fora dele. Riam muito das comédias de O gordo e o magro, e às vezes eram expulsos do cinema por fazer piadas durante filmes românticos.
"Éramos como irmãos", recorda Puskas. Na volta do cinema, pegavam o bonde num ponto para saltar no seguinte ou brincavam de chutar pedras. Porém, não tinham muito tempo para ficar à toa. Às 8 horas da noite Öcsi geralmente já estava na cama, lendo algum livro de literatura barata, comprado com dinheiro ganho nas apostas durante as peladas.
Numa tarde de outono de 1937, Nándor Szûcs, olheiro do Kispest, foi espiar o jogo no Lipták Grund. Depois chamou Cucu (pronuncia-se Tsu-tsu), apelido de Bozsik, dois anos mais velho que Puskas.
- Tenho vaga para você no juvenil - revelou. - Arrume uma fotografia e venha assinar o contrato.
Öcsi ouviu aquilo e no mesmo instante implorou:
- Deixe-me ir também. Cucu e eu estamos acostumados a jogar juntos.
Szûcs balançou a cabeça:
- Não, você ainda não tem nem 11 anos - disse.
A idade mínima para entrar no time era 12. O menino magrelo não desistiu. Pediu, implorou, argumentou, até que o treinador ergueu os braços.
- Está bem! Se alguém perguntar, diga que tem 12 anos.
A partir daquele dia, Puskas e Bozsik passavam de dez a 15 horas por dia treinando num gramado, sob a direção do pai de Puskas. Jogavam em gol pequeno (trave de apenas um metro de largura, sem goleiro) e faziam exercícios obrigatórios. Öcsi não gostava muito de correr e às vezes mergulhava no canal que havia junto ao campo. Um de seus passatempos favoritos era pôr um bastão enfiado na trave e fazer apostas para ver quem conseguia arrancá-lo com chute. Quando não podiam entrar em campo, ficavam observando a técnica dos jogadores adultos. Aquilo que viam os grandes fazendo 20 vezes, eles depois repetiam 60 vezes. Öcsi gastava as traves praticando chutes em movimento e pênaltis.
Em 1943, quando Puskas fez 16 anos, foi chamado para o time principal do Kispest. Ganhou o menor uniforme. Mesmo assim, ficou parecendo uma camisola no corpo franzino do iniciante. No entanto, não parecia muito à vontade: era pequeno, podia ser facilmente derrubado e não conseguia chutar com o pé direito. Em compensação, tinha velocidade tão explosiva que chegava à frente da maioria dos jogadores, além de ter grande intimidade com a bola. Era capaz de dar passes de 40 metros com precisão telescópica, ou parar a bola e dominá-la com destreza.
Em agosto de 1945, Puskas teve a primeira chance de jogar na Seleção Húngara. Fez a estréia com um gol, numa partida contra a Áustria. Parecia tão seguro na seleção quanto em seu clube.
"Os adversários podem jogar melhor, mas a bola é redonda para todos", dizia ele.
Em 1947, era tratado como celebridade pela imprensa. Neste mesmo ano foi notado pelo Juventus, que tentou levá-lo para a Itália. Não conseguiu. Puskas preferiu continuar jogando em casa, cercado de amigos.
Mas o sucesso meteórico pareceu subir-lhe à cabeça. Cada vez mais, tratava as pessoas com arrogância. Durante o campeonato húngaro de 1947, num jogo contra o Diósgyor, Puskas, capitão do time, desafiou a autoridade do técnico do Kispest, Béla Guttman, e vetou a decisão de substituir o zagueiro central, acusado de jogaro com violência. Pior: em certo jogo da Seleção Húngara contra a Bulgária, em 1948, Puskas derrubou um zagueiro adversário que o havia empurrado. Ferenc Hidas, presidente da Federação Húngara de Futebol, repprendeu Puskas e ameaçou suspendê-lo. Puskas retrucou:
"Serei jogador de futebol por muito mais tempo que você presidente." Por causa disso, Puskas foi suspenso por um ano da Seleção Húngara. Para evitar a punição, não teve outro remédio senão pedir desculpas em público. Embora as autoridades desportivas também estivessem aliviadas ao ver anulada a suspensão do ídolo, para o próprio Puskas o episódio foi uma lição: precisava engolir o orgulho em nome da paixão pelo futebol.
Agora, conhecia os limites. E embora ainda fosse o jogador de maior comando dentro de campo, já não perdia o controle. Com isso, a autoridade aumentou e tornou-se capaz de inspirar e disciplinar os colegas.
"Não vêem que estamos no prejuízo?", gritava para os companheiros, apontando o uniforme nacional, quando as coisas não iam bem.
Em 1950, seu time jogou as semifinais com o nome de Kispest, mas ao vencer o campeonato já se chamava Honvéd (que significa exército). O PArtido Comunista, que naquele ano se consolidava no poder, reorganizou os esportes, criando novas entidades. Os jogadores do Honvéd tornaram-se soldados em massa, recebendo patentes de acordo com o desempenho em campo. Puskas começou como primeiro-tenente e logo se tornou major, mas raramente era visto de uniforme.
O grnade acontecimento daquele ano na vida de Puskas ocorreu no dia 10 de abril, quando se casou com a jogadora de handebol Erzsébet Hunyadvári, 18 anos, depois de dois anos de namoro.
A época feliz também teve seus momentos de tristeza: em 1952, Öcsi perdeu o pai, morto aos 50 anos após doença repentina. O jogador de futebol fez de tudo para salvá-lo, mandando buscar remédios na Itália. Não adiantou. "Meu pai era muito querido, muito calmo", contou Öcsi. "Eu o amava muito."
Erzsébet não deixou que ele ficasse remoendo a dor. Nessa época, freqüentavam teatros, óperas e espetáculos de dança folclórica. Tinham um casamento equilibrado. E o nascimento da primeira filha do casal, Aniko, em 1952, trouxe alegria especial.
No entanto, a principal paixão de Puskas ainda era o futebol, que vivia época de ouro na Hungria. Entre 1947 e 1956, Puskas foi convocado para a Seleção 84 vezes, marcando 83 gols em partidas internacionais. Foi o artilheiro da Liga Húngara por quatro temporadas seguidas, e seu time, Honvéd, foi cinco vezes campeão nacional. A imprensa esportiva internacional da época declarou ser ele o melhor jogador de futebol do mundo.
O "time de ouro", como era conhecida a seleção húngara, ganhou fama e conquistou a medalha de ouro nos jogos olímpicos de Helsinque, no ano de 1952. Em 1953, venceu a Inglaterra pelo incrível placar de 6 a 3 em pleno estádio Wembley, acabando com nove anos de invencibilidade dos ingleses "dentro de casa". Em cinco anos, o time perdeu apenas uma vez: justamente a final da Copa do Mundo de 1954, em Berna, contra a Alemanha - apesar de ter vencido os alemães por 8 a 3 nas semifinais.
Öcsi jamais engoliu aquela derrota. Embora tivesse aprendido a lidar com o próprio orgulho, o time precisou retornar a Hungria sem muito alarde, em razão das ameaças anônimas. A casa de Puskas teve de ser vigiada 24 horas por dia e seus parentes saíam à rua acompanhados por seguranças. A comissão técnica começou a achar que havia algo errado com Puskas. Em 1955, ele ficou no banco de reservas durante quatro partidas. Parecia ter perdido o velho brilho nas jogadas e tornava-se mais lento em campo devido ao excesso de peso. Aparentemente, a estrela de Puskas se apagava.
Em novembro de 1956, quando o Hovéd se encontrava no exterior participando da Copa da Europa, espalhou-se a notícia de que as tropas soviéticas estavam brutalmente difundindo a revolução. Puskas e outros jogadores pediram à Federação Húngara de Futebol permissão para viajar à América Latina, onde participariam de uma turnê para qual haviam sido convidados. A autorização foi negada. Mas o time decidiu ir. A Federação reagiu, anunciando suspensões contra os jogadores, e procurou a FIFA, pedindo confirmação para as punições.
A maioria dos jogadores decidiu voltar para a casa após a turnê na América do Sul. Puskas, sem dúvida, teria feito o mesmo, porém voltou atrás quando ficou sabendo da campanha de difamação que a imprensa comunista vinha fazendo contra ele - campanha esta que a propaganda oficial húngara manteria pelo resto da carreira do jogador.
No início, Puskas não se importou com a suspensão de um ano e meio que recebeu da FIFA. O principal era já ter mulher e filha a salvo em Bordighera, Riviera Italiana. Entretanto, logo começaria a desesperar-se, por não poder ganhar dinheiro nem treinar. Ainda por cima, desenvolveu uma úlcera de estômago, que precisava de tratamento. A família vivia numa pequena pensão e os gastos com alimentação e moradia rapidamente acabaram com suas economias.
O maior goleador do mundo e sua família encontravam-se à mercê da caridade dos amigos. Puskas contava os dias para o fim da punição. Aos 31 anos, com 18 quilos acima do peso ideal, pensava: Será que ainda existe um bom time no mundo capaz de me aceitar?
Existia. Em abril de 1958, o Real Madrid ofereceu-lhe um contreato, Puskas ficou exultante com a proposta. Poucos dias depois, quando a temperatura em Madrid era de 25 graus, vestiu meias grossas, dois ou três pares de calças sobrepostas e cinco suéters. Por seis semanas correu exaustiuvamente, sozinho. As glórias do passado não significam nasa, pensava, a cada passo. Estou lutando por meu futuro.
Seis semanas depois, apresentou-se ao Real Madrid e começou a treinar sem reclamar. Quem o encorajava era a família. Os amigos estavam longe e ele, sem entender a língua, sentia-se um estranho na cidade. Sujeitava-se a tudo em sua nova posição. Durante sua passagem pelo Real Madrid só comia frutas e vegetais, não tocava numa gota de álcool, dormia e acordava no horário.
Os sacríficios valeram a pena. Pancho, como os torcedores espanhóis passariam a chamá-lo, conseguiu cidadania, fez novos amigos e retribuiu a confiança do Real Madrid, tornando-se artilheiro por quatro temporadas. Dez anos mais tarde, em maio de 1969, participou do jogo de sua despedida. 

 

Depois de aposentado como jogador, Puskás ainda trabalhou como técnico e supervisor em vários lugares do mundo.      

 

MAS AINDA FALTAVA algo em sua vida: a terra natal. Em 1976, a mãe de Öcsi morreu. Porém o jogador não obteve permissão para ir ao enterro. O mesmo aconteceu em 1978, quando foi impedido de ir à Hungria para o funeral do amigo de infânica Cucu (que havia retornado em 1957).
Desde 1989, o casal Puskas tem dividido seu tempo entre a Hungria e Benidorm, na Espanha. Sua filha, Aniko, e as duas netas, Elizabeth e Réka, hoje na faixa dos 20 anos, moram em San Sebastian. "Elas adoram quando vamos à Hungria por que trazemos hurka e kolbász (salsichas húngaras)", conta Öcsi.
Dia 20 de janeiro de 1997. Ferenc Puskas está cercado de celebridades no hall do Hotel Bayerischer Hof, Munique. Parece um pouco nervoso na roupa impecável, enquanto amigos e personalidades do esporte se aproximan para comprimentá-lo. Quando seu nome é chamado, dirige-se ao pódio para receber o troféu da Federação Internacional da História e Estatística do Futebol, por seu 511 gols em 533 partidas de campeonatos nacionais e internacionais - 94 na frente dos demais jogadores.  

 

Para Öcsi Puskas, garoto valente do campinho do Kispest que nunca teve muita paciência com sentimentalismos, este é momento raro: encontra-se visivelmente emocionado enquanto os flashes são detonados à sua volta. Dá um largo sorriso e, orgulhoso, recebe o prêmio, símbolo de talento, força de vontade e perseverança."     

(http://reocities.com/Augusta/2076/puskas.html)

 

  

 

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MAIS SELEÇÕES

(NO BLOG DO GAVIÃO):

 

"Filosofia de Seleções de Reader's Digest
Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou: - Além do cantar dos pássaros, você esta ouvindo mais alguma coisa? Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: - Estou ouvindo um barulho de carroça. - Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia. Perguntei ao meu pai: - Como pode saber que a carroça esta vazia, se ainda não a vimos? Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça esta vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz. Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: "Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz..." Pense nisso... e observe à sua volta!!! (Colaboração de Rogério A.R.)"

(http://blogdogaviao.blogspot.com/2011/06/filosofia-de-selecoes-de-readers-digest.html

 

 

 

 

 

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BLOG DO BALU [DANILO BALU]

(ABRIL / 2010):

 

"Quarta-feira, 7 de abril de 2010

Barbosa - *27/3/1921 +07/4/2000.    

 
 
 
"El primer arquero negro de la historia de la selección brasileña murió pobre, humillado y condenado. La prensa casi no registró su muerte. Barbosa no se habría sorprendido. La segunda muerte de Barbosa será la definitiva".
Juan Villoro em “Dios es Redondo

Alguns cronistas dizem que no dia 16 de Julho de 1950 mais de 200 mil pessoas compareceram ao Maracanã na final contra o Uruguai para presenciar o que seria um então inédito título de uma Copa do Mundo pela nossa seleção. Tal qual o primeiro treino de Garrincha no Botafogo, dizem que se você sair por aí perguntando aos mais velhos, encontrará mais do que 200 mil dizendo que presenciaram tudo diretamente do estádio.

Naquele dia, não é nem preciso falar, aconteceu o
Maracanazo, uma história incrível de superação no esporte que nos dói justamente porque fomos nós os derrotados. A dor daquela partida, a maior do futebol em nosso país, machuca mesmo quando falamos de algo que completa agora em Julho 60 anos e parece nunca cicatrizar. Mas eu queria era mesmo falar de outro fato testemunhado por aquelas 200 mil pessoas.

 

O futebol é caprichoso, em instantes eterniza vilões e consagra heróis. Assim como nem sempre a glória é justa, a marca que deixa em alguns “culpados” é longe de ser legítima. E foi assim com Barbosa, o Moacir Barbosa do Nascimento, o goleiro daquela seleção.

Naquela tarde, os milhares de presentes viram sem perceber a primeira morte de nosso ex-goleiro. Barbosa, segundo dizem, era um goleiro excepcional, “seguro e elástico, dotado de excelente senso de colocação, que jamais temeu mergulhar nos pés dos adversários”. Ele foi o primeiro negro a assumir a posição da seleção canarinho e, também por causa daquela derrota, só voltamos a ver outro negro como titular em 2006. Junto do segundo gol uruguaio, veio um sofrimento tão grande que não demorou sequer, como já disse aqui, a aparecer quem dissesse que negros não eram aptos a jogar na posição.

Como diz Milton Neves, futebol é a coisa mais importante do mundo dentre todas as menos importantes. 60 anos depois daquele 2x1, ainda não nos redimimos do pecado de matar Barbosa ainda em vida. Ele não teve no resto de seu tempo aqui na Terra a dignidade que merecia como atleta e pessoa. Ele veio a morrer uma segunda vez exatos 10 anos atrás, esquecido, solitário, rejeitado, encostado. Não deixa de ser reconfortante ver que o brasileiro, tido como um povo alegre e gentil, parece cada vez mais reconhecer que pecou ao matá-lo sem a chance de um julgamento justo. Que ao aproximar de mais uma Copa no país, o futebol seja apenas mais um esporte, e que do campo ao final dos jogos saiam alguns como vitoriosos e outros como vencidos, mas não como condenados perdedores.

(http://www.baluzao.com/2010/04/barbosa-2731921-0742000.html)

 

  

 

 

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SOBRE A CASCATINHA TAUNAY,

NO RIO, no blog de Edmo Jr.:

"(...) A queda d’água ficava no Sítio da Cascatinha (propriedade da família Taunay), mas o topo da cascata era parte da Fazenda Bela Vista, que pertenceu ao Visconde de Asseca (até 1810), ao Conde de Gestas e ao espólio deste (até 1850), ao Visconde de Souto (até 1864), ao Conde de Bonfim (até 1873), ao Barão de Mesquita (até 1886), a Francisca Elisa de Mesquita (até 1888) e ao Conselheiro Mayrink (até 1897). Esta foi a última desapropriação da Floresta da Tijuca.

Atualmente, no outro lado da estrada, encontra-se o Jardim da Cascatinha, ponto de observação da ponte Job de Alcântara recebendo as águas em curso da cascata. No mesmo lado, existe uma lanchonete e um estacionamento, cuja atração é o estilo neoclássico da Estela de 4 faces, de alvenaria e estuque. Ela foi confeccionada em 1928, com desenhos e textos em homenagem a Taunay.

1º face: Neste Sítio da Cascatinha Taunay vieram em 1817 estabelecer-se, a fim de observar a natureza brasileira em sua intimidade, os irmãos Taunay, membros da Missão Artística de 1816, fundadora da Escola Nacional de Bellas Artes. Nicolau Antonio 1755-1830, Augusto Maria 1768-1824.

2ª face: Em memória destes tão prestantes servidores do Brasil, ordenou o Exmo Sr. Washington Luiz Pereira de Sousa, Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, que se lhes consagrasse esta oblação no local de sua antiga casa patrimonial. Agosto de 1928.

3ª face: Desenho da Cascatinha Taunay. Alto da Boa Vista. Sítio de propriedade do Barão de Taunay 1855. 4ª face: Retrato. Felix Emilio Taunay(1795–1881).

Na parede do estacionamento há um mapa da floresta, mostrando estradas, recantos e edificações. O painel (1943) é uma obra em azulejaria portuguesa, nas cores azul e amarelo. (...)"

(http://edmojunior.wordpress.com/2011/05/23/cascatinha-taunay-de-35-metros-e-a-queda-dagua-mais-alta-e-famosa-do-pnt/)

 

 

 

 

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Maracanazo gol de Gigghia,

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=Y2zNWLWD-6M

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.panoramio.com/user/1084455/tags/cascatinha%20taunay%20floresta%20da%20tijuca)

 

  

 

FLORESTA DA TIJUCA / CORAL DE CRIANÇAS NO PARQUE (2004),

fotografia de Eduardo Lage Santos:

Coral de crianças no Parque
Foto: Eduardo Lage Santos
2004 

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/aqq.jpg.html)

  

  

 

LAGO DAS FADAS, FLORESTA DA TIJUCA,

FOTO: Eduardo Lage Santos:

Lago das Fadas
Floresta da Tijuca
Foto: Eduardo Lage Santos

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/aif.jpg.html

 

 

 

A MISTERIOSA PEDRA DA GÁVEA:

 

Pedra da Gávea
Foto: Eduardo Lage Santos

(http://www.terrabrasil.org.br/itb_galeria2/main.php/v/pnt_rj/ame.jpg.html,

foto: Eduardo Lage Santos)