A febre verde / Imagens da Gruta de Lascaux, França

O romance de ficção científica é do pioneiro Jeronymo Monteiro e a resenha desse livro é de Miguel Carqueija.

 

 

  

  

 

(http://www.twenga.com.br/dir-Saude-Beleza,Medicamentos,Febre)

 

OUTRO LIVRO DO PIONEIRO J. MONTEIRO,

COM FOTOGRAFIA REPRODUZIDA NA CAPA

DE MUIRAQUITÃ VERDADEIRO (peça "pequena" -

só em tamanho - da arqueologia monumental do

Brasil)

(http://ebooksbrasil.org/nacionais/index.html)

 

  

 

                                                            A Jeronymo Monteiro, em memória

 

5.1.2010 - A Coluna "Recontando..." apresenta-lhes a resenha que o escritor carioca Miguel Carqueija produziu sobre A febre verde.

 

"A Febre Verde (Ronnie Wells = Jeronymo Monteiro) 

Miguel Carqueija – 22/04/2008


AVENTURAS DE DICK PETER no. 2 (mistério – ficção científica)
Edições “O Livreiro” Ltda., segunda edição (Rua Carneiro Leão 267 – S.Paulo – SP)

O segundo volume da coleção de Dick Peter já apresenta elementos próximos da ficção científica. O detetive amador (que na verdade é um engenheiro) cujo lema é 'Veja as coisas com seus próprios olhos' retorna de uma viagem de negócios ao Alasca e descobre que Nova Iorque encontra-se mergulhada na paranóia, com centenas de pessoas morrendo de um mal misterioso, cognominado 'A febre verde' por causa da coloração que se espalhava nas vítimas após a deflagração da febre.

Personagem que foi, também, levado aos quadrinhos na década de 40, Dick Peter é o típico detetive amador que encontra apoio na corporação policial – notadamente o mal-humorado chefe de polícia Morris e o Sargento Cross. A competência de Peter contrasta com todo mundo, pois ninguém senão ele percebe que a epidemia é provocada, criminosa.

Desde já parece difícil de engolir a situação passada por Ronnie Wells: 'As reuniões continuavam se sucedendo na Academia de Medicina em todos os institutos científicos do país.' Não obstante ninguém descobre a causa da moléstia. Ninguém atina com uma única pista.

Pelo que eu notei o que falta mesmo é um embasamento científico, pois o autor não tenta explicar, mesmo superficialmente, o que é que os cientistas faziam ao certo para identificar a enfermidade e porque não o conseguiam. Afinal, a explicação dada no desfecho nada tem de sobrenatural. Quanto à causa criminosa da febre verde, é bastante inconvincente pois o vilão é exageradamente caricatural. Assim mesmo o livro é interessante e divertido". (http://www.scarium.info/2009/resenhas/a-febre-verde-ronnie-wells-jeronymo-monteiro/

===

NO ANO PASSADO (2009): CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE JERONYMO MONTEIRO

A Cidade Perdida - Jeronymo Monteiro - eBooksBrasil


Jeronymo Monteiro


   "Antes que qualquer relógio marque o último segundo adicional de 2008, assinalemos duas datas que não poderiam passar em brancas nuvens: os 100 anos de nascimento de Jeronymo Monteiro e os 60 da primeira edição de A Cidade Perdida, volume 70 da Coleção Terramarear.


   Para os apreciadores de ficção científica, Jeronymo Monteiro é nome que dispensa apresentações. Para os que não o são, basta dizer que se trata do mais importante escritor do gênero no Brasil. Tão importante que, na década de 1990, a Isaac Asimov Magazine (edição brasileira da Asimov’s Science Fiction) criou um 'Prêmio Jerônymo Monteiro' em homenagem ao escritor. É, simplesmente, considerado como o pai da ficção científica brasileira. (...)".


   (http://ebooksbrasil.org/nacionais/index.html)

 

 

===

 




 

 

 

 

 

 

   

 

 

Pintura rupestre (aprox. 20.000 a. C), Lascaux (sudoeste da França)
 
(http://arteetecnologianaescola.blogspot.com/2009_06_01_archive.html)
 
 
 
 

 
(http://artetempo.blogspot.com/2009/11/gruta-de-lascaux-franca.html)
 
 
 

 
 

 

  

 

 

  

(http://www.girafamania.com.br/primitiva/rupestre.html)


 
 


 

 

 

 

  

  

 

 

 

(http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-114386784-gruta-de-lascaux-franca-um-maximo-postal-fdc-cavalos-e-vacas-_JM)

 

===

 

PROFESSORA DOUTORA NIÈDE GUIDON, uma arqueóloga brasileira

(Foto: http://www.pedromartinelli.com.br/blog/?p=693)

 

=== 

 

Artigo "As pinturas rupestres do Brasil: educação para a vida até hoje", por Michel Justamand, da UNIBAN (Universidade Bandeirante de São Paulo)  - Revista Espaço Acadêmico, nº 41, ano IV,  out./2004 

 

Piauí, Serra da Capivara, pintura rupestre - Foto: Roberto Linsker, Terra Virgem"Diferentemente do que sabemos por meio dos grandes manuais e ou enciclopédias mundiais de arte, história, cultura e outros espaços acadêmicos. Ou ainda nos manuais didáticos do Brasil. Aqui no Brasil também se fez pinturas rupestres – são pinturas feitas nas rochas, usando-se do ocre para executá-las (gordura vegetal e animal) na maioria das vezes. E ficaram registradas ao longo de muitos anos. Há muito tempo atrás, podendo chegar até a 50 mil anos antes do presente, no Brasil, mas não somente.
As pinturas rupestres foram produzidas pelos primeiros habitantes do Brasil. E estes habitantes deixaram nas pinturas registradas, muito provavelmente segundo nosso entender, suas ações sociais neste registro visual. Uma das ações sociais seriam as educativas.
As transmitiram por meios educativos, acreditamos nesta tese, pois as pinturas repetem-se por extensões enormes e também porque foram identificados vários estilos de pintar os mesmos signos. Mostrando desta maneira que houve trocas culturais e de aprendizado entre os grupos ou mesmo dentro dos grupos que aqui viviam.
Como afirma Anne-Marie Pessis, que “Durante o período inicial do estilo Serra da Capivara, a região era pouco habitada. Sabemos que outros grupos, minoritários, partilharam o mesmo espaço junto às comunidades culturais de Serra da Capivara. Grupos que não tinham o domínio da técnica gráfica, mas que incorporaram às suas culturas esta prática rupestre das comunidades dominantes. Estas populações seriam responsáveis por outra tradição de pintura rupestre existente no Nordeste do Brasil, a tradição Agreste”. (PESSIS, 1989: 14/15).
As tradições de rupestres pinturas em São Raimundo Nonato permitiram incorporarem idéias, técnicas e práticas nas sociedades que não as tivessem , como era o caso da tradição Agreste, que surge por influência da tradição Nordeste¸ representada em sua subtradição Serra da Capivara.
As pinturas rupestres seriam o registro da história social dos habitantes daquele período. Onde lhes era possível afixarem seus costumes e práticas cotidianas. Costumes que permitiriam outros grupos ou futuras gerações de seus próprios grupos utilizassem-se destas informações registradas.
Estas ações sociais que retratariam, então, a nosso ver, parte do cotidiano da época como caca, danças, rituais, lutas territoriais, animais que viviam naquele momento – um cotidiano muito parecido com o nosso atualmente, onde precisamos lutar para garantir o que nos pertence por direito – dos grafismos puros (que não temos condições de interpretar), cenas de sexo e cenas de brincadeiras, entre outras.
Com certeza, estes locais são, em grande parte, reocupados, pois estão carregados de informações sobre o entorno que foram passadas e/ou estão ali representadas, conseqüentemente os novos ocupantes poderiam decodificá-las. Como aponta Pedro I. Schmitz, assim: Os principais sítios localizam-se em abrigos rochosos, grutas e cavernas e indicam certa estabilidade de (re) ocupação, tanto nas camadas sedimentares quanto nas pinturas das paredes.(SCHMITZ, 1999: 57).
Era de uma necessidade sem precedentes deter os conhecimentos a respeito dos meios de subsistência, pois não se poderia perder tempo diariamente em busca da caça, pesca e/ou coleta de frutas. Por este motivo às pinturas teriam o papel de retratar com precisão os locais onde foram desenhadas informando o que havia naquele meio. Assim Niéde Guidon afirma que A base econômica continuava sendo a caça, a coleta e a pesca: as pinturas rupestres retratavam com detalhes a evolução sociocultural desses grupos durante pelo menos 6 mil anos, o que constitui um dos mais longos e importantes arquivos visuais sobre a Humanidade disponível, hoje, no mundo.(GUIDON, 1998: 43/44).
Para E. Adamson Hoebel quase todas as inter-relações sociais são dominadas pela cultura existente. Não temos notícia de nenhum grupo humano sem cultura. ..., uma sociedade humana é mais do que mero agregado expressando comportamento instintivo. A sociedade humana é uma população permanentemente organizada de acordo com sua cultura.(HOEBEL, 1982: 222/223).
Ao julgar que as comunidades humanas são compostas por grupos intercambiantes (inclusive como nós hoje, veja a globalização), cujos membros fazem parte de um todo mestiço nas relações existentes entre si, principalmente no caso da cultura, cuja produção executada por esses homens/mulheres é um material exemplar para as pinturas rupestres.
Se todos os grupos humanos têm sua própria cultura e interagem significa que, além de se manifestarem culturalmente, ainda transmitem seus conhecimentos. Por meio da cultura produzida por estes grupos humanos das mais diferentes formas estéticas, e por meios educativos.
A partir destas cenas podemos, então, depreender que houve sim no território brasileiro, como em outros locais do mundo, história e educação muito antes de 1500. O Brasil com sua imensa extensão territorial teria também uma grande complexidade de formas, estilos de pinturas e locais pintados. Auxiliando a comprovar que as escolas rupestres teriam se disseminado.
Entendemos as pinturas rupestres foi uma das mais importantes, (senão a mais), formas sociais de garantir a transmissão cultural e pedagógica da época. E que contribuiu para a interação e a relação entre humanos e destes com a natureza. E sobreviveu até hoje para nos prestando o testemunho do que foi a sociedade de ontem no Brasil.
As pinturas nos mostram, desde muito tempo, que devemos lutar e muito para que a nossa sobrevivência garanta-se. E que sem esta nada conseguimos. E, ainda, que por meio da educação social esta luta torna-se mais fácil de ser vencida.
O humano só se faz em sua plenitude por meio de lutas. E os primeiros habitantes do Brasil já sabiam disto – assim como também nos sabemos. Para que possamos compreender melhor a nossa própria historia antiga e ver nela um reflexo para o nosso cotidiano. Façamos em nossas vidas muitas lutas políticas, sociais, culturais e para a sobrevivência. Como já fazemos em nossas praticas cotidianas de educadores sociais que todos somos. Façamos, também, nossas festas, viagens e passeios, entre outras praticas sociais em nome de nossos prazeres. Como nos mostram os antigos habitantes de nosso Brasil que viveram muito bem, relacionando-se entre si, com o meio ambiente e com os outros grupos humanos que aqui viveram. Diferentemente o que pensamos!!!". (MICHEL JUSTAMAND,
 
===
 
 
Tutankamon, fotografia de Giovani Ricciardi