0

 

[Flavio Bittencourt]

A borrachinha da base da bengala

 

A ponteira deve estar bem aderente ao piso.

 

(http://www.muletascuritiba.com/produto-Ponteira+Bengala/134/13,

onde se lê:

"SOMENTE VENDA R$ 5,00
(disponibilidade sob consulta)

PONTEIRA

Características: Composta em borracha natural. Se firmarmos a Muleta contra o solo, podemos movimenta-la de um lado para o outro que sua base (ponteira) fica totalmente apoiada,  ou seja, toda a circunferencia da ponteira.


Tamanhos: 3/4")

 

 

 

 

 

 

SAPATARIA DO PAPA ANTERIOR: TORNOU-SE PONTO TURÍSTICO DE ROMA

[INCENTIVOU A INDÚSTRIA: HÁ CHAVEIROS INDUSTRIAIS COM SAPATINHOS

VERMELHOS, ALÉM DOS SAPATOS PROPRIAMENTE DITOS, PARA SEREM

CALÇADOS POR PESSOAS OBSCURAS COMO EU E VOCÊ... SE É QUE VOCÊ NÃO

É FAMOSO(A)!] - agora, provavelmente, vão sair de moda:

 

Imagem 1/11: Sapataria do peruano Antonio Arellano, 43, que vive na Itália há mais de 20 anos, tem público seleto formado por padres, bispos e cardeais 

(http://noticias.uol.com.br/album/2013/03/13/conheca-o-local-que-ficou-famosos-como-a-sapataria-do-papa.htm)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 (http://news.yahoo.com/pope-sewn-small-medium-large-173811232.html)

 

 

 

 

 

 

O EX-PAPA (ENTÃO, PAPA) BENTO XVI,

PARTE INFERIOR DE BATINA PAPAL,

EMBLEMA ESPETACULAR,

SAPATO FABULOSO (VERMELHO) E

BENGALA COM PONTEIRA DE BORRACHA,

TALVEZ DO LÁTEX ORIUNDO DA AMAZÔNIA OU

DA MALÁSIA (produto de secular biopirataria do

Império Inglês na Amazônia - mas o novo Papa,

felizmente, é ARGENTINO):

 

 

 

 

 

 

 

  

(http://news.yahoo.com/photos/entertainment-slideshow/pope-benedict-xvi-uses-walking-stick-boards-plane-photo-093100164.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

(http://www.descobertonet.com.br/colunas/ademir.php)

 

 

 

 

 

 

 

 

"SUPERAÇÃO É FUNDAMENTAL"

(http://www.portalsindromededown.com/)

 

 

 

 

 

 

 

PUNHO DE BENGALA COM REPRESENTAÇÃO

ESCULTÓRICA DO PAPA JOAO PAULO II:

(http://www.ebay.com/itm/Pope-Giovanni-Knob-Walking-Stick-Stained-Beechwood-Shaft-/360534687322)

 

 

 

 

 

'DEUS ESCREVE CERTO POR LINHAS TORTAS"

(DITADO POPULAR)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://runescape.wikia.com/wiki/Walking_stick)

 

 

 

 

 

 

 

"MINHA BENGALA DE ALUMÍNIO ERA EMPRESTADA;

MINHA BENGALA DE MADEIRA FOI ARTESANALMENTE PRODUZIDA

POR UM EX-PRESIDIÁRIO QUE NÃO SABE LER (valor: 65 reais; 50 de

material e mão-de-obra, 5 da borrachinha da base (ponteira de borracha)

e 10 do punho, industrializado, de plástico) MAS PRECISA TRABALHAR;

COMPRE OBJETOS RÚSTICO-ARTESANAIS [NOVOS] PARA AJUDAR

QUEM PRECISA [E USADOS, PARA DOAR A PESSOAS FINANCEIRAMENTE

CARENTES]EM VEZ DE COMPRAR OBJETOS ARTESANAIS USADOS,

DE METAL OU DE PLÁSTICO"

 

(O RESP. POR ESTA C. R...)

 

(http://runescape.wikia.com/wiki/Walking_stick?file=Walking_stick_detail.png)

 

 

 

 

 

 

 

PREÇO DA BENGALA PRODUZIDA

EM SÉRIE, DOBRÁVEL, NOVA: MAIS OU MENOS

Rr$ 50,00; SE VOCÊ JÁ TIVER A MADEIRA, O CABO E

A BORRACHINHA DA BASE, A BENGALA ARTESANAL,

ÚNICA E "BENJAMINIANAMENTE AURÁTICA" (todavia,

parecida com as outras, fabricadas com as mãos), ATÉ MENOS

CARA SAIRÁ:

BENGALA ALUMÍNIO T DOBRÁVEL PRATA MERCUR

 

"BENGALA ALUMÍNIO T DOBRÁVEL [cor: prata] MERCUR
Resiste até 100kg. Leve e Dobrável. BC1530 - Cód.:701303

Ref.:Unidade - Marca: Mercur

Saiba mais sobre o produto 
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Pague apenas R$ 45,89
 (o desconto será concedido ao finalizar o pedido)"

(http://www.fibracirurgica.com.br/produtos/detalhe.php?ref=701303&linhas=22) 

 

 

 

 

 

 

 

OBJETO INDUSTRIAL A SERVIÇO DO

TRABALHO MANUAL, NAS MÃOS DE

UM MENINO ATENTO QUE JÁ PRATICA A

MARCENARIA:

 

 

 

 

 

 

Garoto com síndrome de Down usando uma parafusadeira elétrica.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Down)

 

 

 

 

 

 

 

"SER DIFERENTE É NORMAL"

(GILBERTO GIL)

 

 

 

 

 

 A MAIS BARATA, USADA:

 

"Bengala De Madeira

  •  
  • R$ 2000
Produto usado
São Paulo (S. Paulo)"

 

(http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-434921588-bengala-de-madeira-_JM)

 

 

 

 

 

"VOU ENCOMENDAR AO ARTESÃO QUE CONHEÇO E ADMIRO - 

COMO ARTESÃO - UMA BENGALA IMITANDO PRESA DE NARVAL

COM SAPO ARU (agradeço ao saudoso Prof. Mário Ypiranga Monteiro

pela descrição científica da peça monumental-pequeno-totêmica),

GORDO, MUIRAQUITÂNICO-VERDE  (madeira trabalhada, pintada);

é claro que ficará kitsch, mas é disso mesmo que eu preciso para

comparecer a eventos especial-burgueses: essa bengala vai sair

muito mais cara, mas eu terei direito, daqui a poucos meses, a

adiantamento do 13º salário; se fosse uma bengala de marfim e

jadeíta (que eu não tenho dinheiro para comprar...), a questão é que

a famosa bengala TAMBÉM FICARIA KITSCH, então serve a pintada

de alvi-verde, mesmo"

 

(O resp. C R...)

 

 

 

 

 

 

PAPA FRANCISCO, SÓCIO E TORCEDOR (QUE A PARTIR DE ONTEM

SE TORNOU FAMOSÍSSIMO, MUNDIALMENTE) DO AGORA CÉLEBRE

SAN LORENZO DE ALMAGRO, "rubro-anil argentino" - expressão

que contém uma espécie de paralelismo (não se trata de redundância) 

dito ideológico verdadeiramente poético - de narração radiofônico-futebolística -,

já que A BANDEIRA ARGENTINA é ALVI-ANIL:

Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco I, visitou o San Lorenzo em 2008, ano do centenário do clube

(http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2013/03/futebol-internacional/filho-de-jogador-de-basquete-novo-papa-torce-para-o-san-lorenzo.html) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 (http://olhardireito.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/ana-de-hollanda-discurso-de-posse,236,5381.html [imagem da dir.] e

http://dererummundi.blogspot.com.br/2007/06/o-segredo-do-unicrnio.html [esq.]

http://quodlibetarios.wordpress.com/ [embaixo])

 

 

 

 

 

 

"O BRAVO GUERREIRO AJURICABA DO POVO INDÍGENA MANAÓS

O guerreiro Ajuricaba habitava nas terras dos Manaós, uma tribo indígena que habitava a região entre a cidade de Manaus, capital do Amazonas e Manacapuru, município do outro lado do Rio Negro. Quando da chegada dos invasores portugueses chamados de colonizadores, encontrou nesta terra essa tribo que se identificava como Manaós e que em sua língua significava “Mãe de Deus” e deu origem ao nome atual, Manaus.

Essa tribo também como os Botocudos do Espírito Santo, foram consideradas pelos portugueses como índios orgulhosos e aguerridos pelos brancos invasores.  Estes por sua vez, usando de persuasão, enganavam os Manaós e tentaram até através de casamentos de brancos com índios desta tribo, uma estratégia de ligar-se a eles e assim apaziguar os conflitos, mas um índio chamado Ajuricaba, um dos líderes dos Manaós, desconfiou desta aliança íntima dos cunhados brancos, percebendo a má intenção por parte deles e, tinha razão em sua desconfiança, pois os portugueses que se aproximavam dos índios, buscavam conhecer seus líderes para depois prendê-los que eram enviados para Belém, para serem vendidos como escravos.

 Ajuricaba conseguiu congregar diversas tribos locais e passou a combater o domínio dos portugueses sobre o seu povo, organizando um sistema de combate nos rios e lagos, dificultando com isso, o deslocamento das tropas portuguesas.

Após quatro investidas, frustradas contra Ajuricaba e seus guerreiros, os portugueses matam o filho de Ajuricaba e este com  ódio, lança-se entre os inimigos e lhes causam grandes perdas, um grupo de soldados portugueses o cercaram e o capturaram, sendo preso e amarrado com ferros nos pés e mãos. 

Ao ser levado para Belém para ser julgado e possivelmente condenado a morte, ajudado pelos seus guerreiros que os portugueses tinham capturados, cerca de dois mil, tentam tomar o comando do navio e enfrentaram a tropa de Paes de Amaral Belchior, depois de muito sangue derramado, o levante indígena foi dominado e Ajuricaba ainda amarrado em grilhões para não se sujeitar as humilhações dos portugueses invasores, diante dos inimigos gritou na sua língua indígena, ‘’Esta terra é minha, essa terra é nossa’’e lançou-se nas águas dos rios, Negro e Solimões no local conhecido como Encontro das águas, perecendo no encontro dos dois grandes rios. Gerando uma grande insatisfação aos inimigos portugueses que derrotado por ele diversas vezes, queria fazer de exemplo com a morte através da forca, um exemplo as outras tribos que quisessem se rebelar contra o domínio lusitano em terras dos primeiro habitantes deste País.

Infelizmente não existe em Manaus nos tempos atuais, nenhuma referência desta história de um bravo guerreiro indígena, que preferiu se jogar ao rio acorrentado, a ser morto pelo inimigo existindo apenas nomes de ruas e Conjuntos residenciais com este nome. Até um cemitério indígena que existia no centro da cidade foi destruído e no lugar foi construída uma Praça na frente ao palacete Rio Branco que até bem pouco tempo atrás era a sede do pode Legislativo do Estado do Amazonas, ao construírem um prédio anexo, foi encontrado um grande número de potes e túmulos indígenas. Preocupados com a repercussão do achado, os deputados mudaram a sede do Legislativo para outro local, sem  criar uma lei onde houvesse referência indicando o historio passado dos Manaós e do grande guerreiro Ajuricaba que queiram ou não, também fazem parte da história de Manaus e do Amazonas. Leia também sobre o bravo guerreiro Araribóia no Blog: http://isaiasribeirojs.zip.net   e visite também o Blog indígena;  http://reginacoiama.blogspot.com"

(http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/o-bravo-guerreiro-ajuricaba-do-povo-ind-gena-mana-s)

 

 

 

 

 

UMA BENGALA INDUSTRIALIZADA [que não chega a ser

pós-moderna-da-era-da-globalização]

FEITA COM ELEMENTOS DE PLÁSTICO (CABO),

MADEIRA (HASTE ou TRONCO), METAL (ESTRUTURA

DA BASE) E BORRACHA (4 PONTEIRAS, DA BASE):

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://portuguese.alibaba.com/product-gs/adjustable-tripod-and-quad-cane-walking-stick-black-base-bronze-aluminum-tube-689361567.html) 

 

 

 

 

 

 

"Apoio que virou esporte

Um exemplo prático dos benefícios da bengala veio da Finlândia. É a caminhada nórdica ou caminhada com uso de bastão, uma técnica utilizada originalmente para facilitar a locomoção na neve. Transformada em esporte, a modalidade foi trazida para o Brasil em 2002. Logo passou a ser uma das atividades preferidas entre os alunos do professor Felipe Lauriano Leme. Principalmente entre aqueles com mais de 60 anos. “Nessa idade, as pessoas tendem a ter uma postura prejudicada”, explica. Além do apoio durante a caminhada, o exercício com bastão possibilitaria uma melhora da postura e um fortalecimento dos braços e pernas. A diferença com a bengala é que, em vez de segurada apenas de um lado, os praticantes da caminhada nórdica utilizam o apoio de dois bastões. “Os benefícios seriam maiores”, afirma o professor. O esforço físico, contudo, também."

 

(http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=967979)

 

 

 

 

 

 

"Tratado Glauco de Versificação

Glauco-Mattoso

Foto Dozotros

Poucas pessoas entendem tanto de técnica do verso quanto o poeta paulistano Glauco Mattoso, ex-editor do “Jornal Dobrabil” nos anos 1970.  Glauco celebrizou-se como uma vanguarda-de-um-homem-só, de uma marginalidade escancarada e escandalosa. Em seu trabalho misturam-se a impudência gay e o datilografismo como linguagem verbivisual, o concretismo e a coprofagia, o rock skin-head e o anarquismo político, o sadomasoquismo e a desconstrução metalinguística, o soneto impecável e o pecado mortal.  Pode ser que em algum lugar remoto do mundo (no Butão, na Bósnia, no Camboja) exista algum poeta com fórmula parecida.  No Brasil não tem. Acaba de sair, pela editora Annablume (São Paulo) “Tratado de Versificação” em que Glaucoexporta para o papel impresso o copioso material teórico, exemplificado, que já estava disponível em seu saite.  O nome diz tudo: é um tratado ensinando a identificar, reconhecer e utilizar as possibilidades métricas do verso.  Ouso afirmar que a maioria dos poetas sérios das nossas Academias de Letras não conhece essa técnica tão bem quanto o ceguinho punk-escatológico de Vila Mariana.  Eu, que também não conheço, fico feliz com a publicação do livro, porque sou gutemberguiano e paleozóico, e de agora em diante, quando tiver uma dúvida técnica (“Minha Nossa Senhora, isto aqui é um dáctilo ou um espondeu?  É um heróico puro ou um alexandrino andrógino?”), basta ir à estante, em vez de ligar a geringonça cibernética e aguardar conexão.

Aviso logo que sou suspeito para falar, porque sou discípulo poético do autor e sou citado no livro, com glosas a uns motes de jaez fescenino que não me atrevo a repetir aqui, pois esta coluna é lida pela família paraibana. Glauco disseca não apenas as formas métricas clássicas do soneto, da ode, etc., mas também deita e rola na métrica da nossa poesia popular (sextilha, mourão, martelo, etc.) que ele domina com uma maestria de fazer inveja àqueles violonistas japoneses que tocam samba tão bem quantoBaden Powell.

Num artigo na revista eletrônica “Cronópios”, Glauco afirma, com a ortographia antiga que prefere: “As ultimas gerações litterarias se accommodaram na desculpa de que, tendo as modernas tendencias ‘abolido’ as formas fixas, todos os poetas estariam automaticamente desobrigados de dominar e até de conhecer regras de versificação. Isso me lembra um bando de alumnos relapsos que, certos da approvação pela ‘progressão continuada’, consultam seus botões: ‘Estudar p’ra que, si ja passei de anno? Apprender a compor versos? Pra que, si ja me considero poeta e ninguem me desmente?”.

A poesia marginal dos anos 1970 trouxe de volta à poesia em geral doses de irreverência, de coloquialismo, de informalidade, de palavrão, de gíria, de ludismo verbal sem compromisso.  Neste processo, perdeu-se (mas não em Glauco Mattoso) um tipo de conhecimento técnico que este manual recupera.  Não é por existir o rap que devemos jogar no lixo as partituras.

Braulio Tavares"

(http://cartunistasolda.com.br/2013/02/21/tratado-glauco-de-versificacao/)

 

 

 

 

 

 

"Penso, logo cago - Glauco Mattoso

Penso, logo cago - Glauco Mattoso

#5 PENSO, LOGO CAGO [1977]
Glauco Mattoso 

Eu não nasci, 
pois não me lembro de isso ter acontecido. 
Não morri, 
pois também não me lembro que isso tenha acontecido. 
E, se não nasci nem morri, das duas uma: 
ou sou Deus ou não existo. 
Ora, como nem tudo que eu quero acontece 
e nem tudo que acontece eu quero, 
não sou Deus. 
Portanto, não existo. 
Logo, não penso. 
Então este raciocínio é falso, 
e nesse caso eu não passo de um mero amnésico. 
De qualquer maneira, nada tem importância: 
se perco a memória, 
tanto faz que tudo seja ou não verdade. 
Basta dar a descarga 
e passar pro papel. 


NOTA: Foi publicado originalmente no "Jornal Dobrabil" e seu discurso sofismado joga com o duplo sentido (filosófico e fecal) da escatologia. O poema está incluído na coletânea "Memórias de um pueteiro" e na antologia "Poesia digesta: 1974-2004".

(http://travessao.webnode.com.br/products/penso-logo-cago-glauco-mattoso/)

 

 

 

 

 

 

"(...) surge o poema-pílula, citando Estatística, de Joca de Oliveira: "A vida é muito sutil:/ Na favela Mata-Sete/ Sobrevivem mil!" (OLIVEIRA: 2007, p.1), Justiça social, de Valmir Jordão: "Coca para os ricos/ Cola para os pobres/ Coca-cola é isso aí!" (JORDÃO: 2007, p.1), ou, ainda o poema-piada como De peixes in aquario: "Transição de Mileniun/ Onde as diferenças são/ Iguais/ E todas as distâncias/ Vizinhas./ A solução não é só líquida;/ Fique peixe,/ Que a era e de AQUÁRIO!" (IDEM). [...]".

 

(http://www.cronopios.com.br/site/ensaios.asp?id=2653,

"Pirraça de cacos de sol: a poesia brasileira e as transgressões contemporâneas,

ensaio de Beatriz Bajo")

 

 

 

 

 

 

 

BENGALAS DE BAIÃO (PORTUGAL):

 

(http://baiao9a.blogspot.com.br/2010/11/tradicoes-de-baiao-tradicao-ja-nao-e-o.html,

ONDE SE LÊ:

"(...) As primeiras oficinas de bengalas surgiram em Gestaçô nos finais do século XIX. Alexandre Pinto Ribeiro foi a pessoa que trouxe a técnica para o Concelho e fomentou a sua construção. Utilizou uma técnica inovadora, a técnica da dobragem, isto é, baseia-se na dobragem das pontas de madeira amolecida em água a uma elevada temperatura e com ajuda de uma barra metálica, o que permite aproveitar uma maior quantidade de matéria prima e obter um produto de maior qualidade.

Com o desenvolvimento desta técnica, Gestaçô começou a ser conhecido como o ponto de referência de produção de bengalas, surgindo assim bastantes encomendas.
 
Com a experiência foi-se aperfeiçoando a técnica, introduzindo elementos decorativos nas bengalas, designadamente, cabeças de animais, cerejeira polida, incrustações de madrepérola, prata ou ouro. 

Actualmente as bengalas perderam importância a nível de estética, sendo mais utilizadas como peças de museu e pelos universitários na queima das fitas.(...)"


(http://baiao9a.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 2010

freguesias

 
 

Ancede é uma vila e freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 11,83 km² de área e 2 618 habitantes (2001). Densidade: 221,3 hab/km².
Ancede é a terceira freguesia mais importante, ao nível de densidade populacional, do concelho de Baião. No entanto teve sempre um lugar de destaque graças ao Convento de Ancede e à sua vasta produção vinícola. Fazem parte da freguesia os lugares de Costa,SequeirosLavandeiraPenalvaPonte NovaLordelo,Cimo de VilaEsmorizEiriz entre outras. Freguesia com uma grande riqueza ao nível do associativismo, de onde se destacam associações como Banda Marcial de Ancede, Associação Desportiva de Ancede eAssociação Desportiva do Arco.
De referir ainda o enorme património histórico da vila, com construções desde o período Neolítico, passando pelos caminhos romanos, pontes românicas e igrejas e solares de arquitectura barroca.
Composta por inúmeros lugares, desde o período medieval, e importantes propriedades clericais, até ao liberalismo constituía o couto de Ancede.
Cumprindo uma aspiração antiga, foi elevada a vila em 12 de Junho de 2009.
 
 


Campelo é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 16,39 km² de área e 2 775 habitantes (2001). Densidade: 169,2 hab/km².







Frende é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 2,67 km² de área e 815 habitantes (2001). Densidade: 305,2 hab/km²






Gestaçô é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 14,08 km² de área e 1 417 habitantes (2001). Densidade: 100,6 hab/km².
Situada entre as Serras do Marão e de Montemuro, é uma freguesia essencialmente agrícola, onde se produz um dos mais apreciados Vinhos Verdes da região. A imagem de marca desta freguesia são as famosas bengalas feitas artesanalmente, e únicas no país. Freguesia na qual nasceu Soeiro Pereira Gomes, um dos grandes nomes do neo-realismo literário em Portugal, escreveu o livro Esteiros.





Gôve é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 12,27 km² de área e 2 030 habitantes (2001). Densidade: 165,4 hab/km².
Foi vila e sede de concelho, constituído por uma freguesia, até ao início do século XIX. Tinha, em 1801, 987 habitantes.








Grilo é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 6,11 km² de área e 680 habitantes (2001). Densidade: 111,3 hab/km²







Loivos da Ribeira é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 2,61 km² de área e 562 habitantes (2001). Densidade: 215,3 hab/km².









Loivos do Monte é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 9,81 km² de área e 395 habitantes (2001). Densidade: 40,3 hab/km².







Mesquinhata é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 3,16 km² de área e 408 habitantes (2001). Densidade: 129,1 hab/km².







Ovil é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 18,53 km² de área e 901 habitantes (2001). Densidade: 48,6 hab/km².
Nesta freguesia, no lugar de Vilarelho, nasceu em 1957 o escritor António Mota 


Brasão
 
Ribadouro é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 3,07 km² de área e 410 habitantes (2001). Densidade: 133,6 hab/km². É conhecida como "A Sala de Visitas" do concelho de Baião, devido á sua magnifica beleza natural.
Ribadouro é conhecido pela sua paisagem e pelo diversificado ecossistema, pois para alem da fauna e flora aquatica (Rio Douro) tem também montes onde se avista uma flora bela e fauna!
 
 
 



Santa Cruz do Douro é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 10,14 km² de área e 1 803 habitantes (2001). Densidade: 177,8 hab/km².





BrasãoSanta Leocádia é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 4,56 km² de área e 641 habitantes (2001). Densidade: 140,6 hab/km².
Constituiu, até ao início do século XIX, a honra da Lage.
Santa Leocádia é a freguesia que dá o nome ao concelho e foi sede do senhorio de Baião. Existe no lugar de Arrabalde, uma capela que não chegou a ter altar e outra em ruínas no lugar dos Valados, cuja tribuna em puro estilo renascença foi mudada pelos proprietários para o oratório da Casa das Quartas, onde uma bula de Sé Apostólica concede que se celebre o Santo Sacrifício. Na Igreja Matriz,é notável também o túmulo do interior(medieval);a nobreza e a robustez da torre sineira; bem como as siglas célticas da parede norte exterior,mesmo em frente da entrada do cemitério.
 
Brasão
 
 
Santa Marinha do Zêzere é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 10,64 km² de área e 2 852 habitantes (2001). Densidade: 268,0 hab/km². É a segunda vila mais importante do concelho.
Nesta terra existe Banda da Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere. A prestar auxilio a comunidade temos os Bombeiros Voluntarios de Santa Marinha do Zêzere. O dia da Padroeira é 18 de Julho durando as festas normalmente 3 dias.
 
 
 


São Tomé de Covelas é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 6,20 km² de área e 724 habitantes (2001). Densidade: 116,8 hab/km². Até Julho de 2001, era chamada apenas de Covelas.
 
 
 
 
 


Teixeira é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 20,85 km² de área e 874 habitantes (2001). Densidade: 41,9 hab/km².
Foi vila e sede de concelho entre 1514 e 1836. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 931 habitantes.








Teixeiró é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 4,66 km² de área e 444 habitantes (2001). Densidade: 95,3 hab/km².








Tresouras é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 4,83 km² de área e 520 habitantes (2001). Densidade: 107,7 hab/km².







Valadares é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 8,10 km² de área e 885 habitantes (2001). Densidade: 109,3 hab/km². Por aqui passava uma das variantes do Caminho de Santiago.




 
Brasão
 
 
 
 
Viariz é uma freguesia portuguesa do concelho de Baião, com 5,20 km² de área e 602 habitantes (2001). Densidade: 115,8 hab/km².
 
 

SEXTA-FEIRA, 5 DE NOVEMBRO DE 2010

 
TRADIÇÕES DE BAIÃO
 
 A «Tradição já não é o que era», fomos recolher algumas das tradições da nossa terra, tirando fotografias e conversando com as pessoas. Verificamos que em Baião muitas das tradições persistem no tempo... ficam aqui algumas que conseguimos recolher e que ainda hoje se fazem.
 
A Desfolhada:
 
(...)"
[http://baiao9a.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html]
 
 
 
 
 
 
 
 

"(...) As rupturas corroboraram para um cenário hibrido em que as intersecções compõem a arte poética, na qual inseridas as muitas vozes contemporâneas reverberando em um tempo multíplice e complexo, de significados variados, contraditório e fendido. A realidade referencial foi diluída pelo craquelê de imagens que se entrelaçam ao cenário atual, cedendo lugar à hiper-realidade, construída pelos simulacros que permanecem insistentemente no presente.

Nesse sentido, todas as cristalizações e endurecimentos discursivos relacionados à unidade e centro foram paradigmas quebrados pela ficção pós-modernista, sobretudo pela poesia. Haja vista o poema Defectivo, de Glauco Mattoso, que inventaria as ações defeituosas da conjugação sem flexões do sistema sócio-político nacional: "eu mordo/ tu mastigas/ ele engole/ nós digerimos/ vós cagais/ eles policiam" (MATTOSO: 2007, p.1).

A falta de contornos temporais, espaciais e de individualidade para a definição do homem acabam por convertê-lo em nada, em um objeto vazio, dessubstancializado porque a ele é impossibilitada a veracidade. No espaço atual da hiper-realidade, o texto e seus mecanismos fundamentam novos signos invocando-a. (...)"
 
[Beatrz Bajo, texto - proficiente, acima citado -  Pirraça de cacos de sol: a poesia brasileira e as transgressões contemporâneas,
http://www.cronopios.com.br/site/ensaios.asp?id=2653] 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BENGALA BENGALA B RASILEIRA,
BENGALA BRASILEIRA
PÓS-MODERNA (para deficientes
visuais):
 

 

(http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/07/brasileiro-cria-bengala-eletronica-de-baixo-custo-para-deficientes-visuais.html) 

 

 

 

 

 

 

 

OS ÍNDIOS E SEUS PORRETES DE MADEIRA

(tacapes, bordunas):

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.aliancaalvinegra.com/2010/01/peguem-seu-tacapes/,

FOTO REPRODUZIDA EM:

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/haicai-da-bengala-do-desabrigado,236,8604.html) 

 

 

 

 

 

 

14.3.2013 -   F.

 

 

Quinta-feira, 14/03/2013

"TERCEIRA IDADE

Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo / Azize Malucelli, 85 anos: após queda, idosa precisou recorrer à bengalaAzize Malucelli, 85 anos: após queda, idosa precisou recorrer à bengala
SAÚDE

Vencido o preconceito, idosos aproveitam benefícios da bengala

Instrumento, que serve como apoio, ajuda a prevenir as quedas, mais comuns na terceira idade

 
 
 
Publicado em 28/01/2010 | NATÁLIA CANCIAN, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO - [email protected]

O começo foi difícil. Anna Kozuk resistiu o quanto pôde ao uso da bengala: só aderiu ao equipamento há seis anos, por causa de uma prótese que lhe rendeu a necessidade de um apoio ao caminhar. Hoje, aos 84 anos, já não se vê sem a companhia do instrumento de alumínio que segura na mão esquerda. “Às vezes eu saio sem bengala na rua e parece que eu estou caindo”, conta.

Essa já é a segunda bengala que Anna utiliza. A primeira que comprou, de madeira, ela diz que esqueceu no portão de casa. Quando voltou para buscar, não estava mais lá. Segundo o comerciante Leandro da Silva, que trabalha em uma loja de materiais médicos, a perda em decorrência do esquecimento é um dos principais motivos que levam o idoso a trocar de bengala. Caso contrário, “a pessoa que compra uma bengala pode ficar anos com uma”, ressalta o vendedor.

Apoio que virou esporte

Um exemplo prático dos benefícios da bengala veio da Finlândia. É a caminhada nórdica ou caminhada com uso de bastão, uma técnica utilizada originalmente para facilitar a locomoção na neve. Transformada em esporte, a modalidade foi trazida para o Brasil em 2002. Logo passou a ser uma das atividades preferidas entre os alunos do professor Felipe Lauriano Leme. Principalmente entre aqueles com mais de 60 anos. “Nessa idade, as pessoas tendem a ter uma postura prejudicada”, explica. Além do apoio durante a caminhada, o exercício com bastão possibilitaria uma melhora da postura e um fortalecimento dos braços e pernas. A diferença com a bengala é que, em vez de segurada apenas de um lado, os praticantes da caminhada nórdica utilizam o apoio de dois bastões. “Os benefícios seriam maiores”, afirma o professor. O esforço físico, contudo, também.

Escolha certo

Enquanto muitos hesitam em usar, colecionadores de bengalas buscam, cada vez mais, modelos diferenciados. No Paraná, uma das coleções mais representativas foi a do ex-deputado Aníbal Khury, que chegou a ter mais de 200 bengalas. Mas, no dia a dia, quem foi aconselhado a utilizar a bengala só precisa mesmo de uma delas. Confira algumas dicas antes de comprar a sua e não esqueça de respeitar sempre a recomendação médica:

Tipos

> O fisioterapeuta Francisco Zanardini alerta para a diversidade de tipos desse equipamento. “Basicamente as bengalas são feitas em madeira ou alumínio, fixas ou reguláveis em sua altura, com cabos de apoio da mão curvo, tipo “T” ou personalizados, com apoio único ou suplementar de 4 pontas”.

Altura

> “Não basta ir à loja e comprar uma bengala. Tem que regular a altura, saber em que mão vai utilizar”, avisa o geriatra Rodolfo Pedrão, que ressalta a importância de um auxílio profissional. Segundo ele, a bengala deve estar na mesma altura do fêmur e deve ser segurada no lado contra-lateral à lesão.

Borracha

> Ainda de acordo com o geriatra, a regularidade da troca da borracha de cada bengala depende do desgaste e dos locais onde a pessoa vai caminhar. “É interessante que a pessoa sempre esteja atenta para que a borrachinha esteja bem aderente ao piso”, explica.

Preço

> Com exceção dos modelos artesanais, os preços de cada bengala variam entre R$ 15 e R$ 70, conforme o material utilizado na fabricação.

O aposentado Luiz Rosaldo Cardoso, de 75 anos, começou a usar o apoio há 20 anos. E não tem planos de largar. “Se eu não usar a bengala eu não tenho equilíbrio no corpo”, relata. “É a minha terceira perna. Sem ela não dá”, diverte-se, fazendo uma comparação com a faixa etária em que se encontra: a terceira idade.

Embora os relatos de Anna e Luiz sejam positivos, a bengala ainda divide opiniões dos idosos. Para driblar a visão negativa a respeito do equipamento, o geriatra e presidente da seção paranaense da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG-PR), Rodolfo Alves Pedrão, costuma lembrar aos pacientes que, além da necessidade de usar por uma questão de apoio, a bengala pode ter ainda um caráter de elegância. “É um acessório, mas com benefícios”, explica.

Segundo o geriatra, as principais vantagens do uso da bengala estariam na diminuição do risco de quedas e na melhora da segurança e conforto ao caminhar. O equipamento é indicado para pessoas que têm problemas de equilíbrio, sofrem de doenças ósteo-mio-articulares e musculares ou possuem algum tipo de sequela nas articulações, causadas por doenças neurológicas, entre outras. “Se o idoso está com dor para caminhar, ou se recuperando de uma cirurgia, ele vai ter mais conforto com a bengala”, afirma Rodolfo.

Quedas

Aos 85 anos, Azize Malucelli não imaginava que viria a utilizar a bengala um dia. O motivo que a levou a adquirir o instrumento é o mesmo de pelo menos outros 30 mil idosos: as quedas. De acordo com informações do Minis­tério da Saúde, os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento de fraturas em idosos aumentam a cada ano. De janeiro a outubro de 2009, foram R$ 57 milhões em internações por esse motivo.

“Atualmente uma das importantes abordagens da fisioterapia junto ao idoso é a prevenção de quedas”, alerta o gerontólogo e fisioterapeuta Francisco Zanar­dini, que costuma recomendar o uso de bengalas a alguns de seus pacientes. Segundo ele, em situações de redução da força muscular, perda de equilíbrio ou doenças degenerativas dos membros inferiores, a bengala pode ter função complementar ao tratamento. “O uso da bengala pode ser associado às diferentes terapêuticas impostas”, diz. Três meses depois de ter caído, Azize garante: 'Agora eu já estou bem melhor'."

 

 

(http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=967979)

 

 

 

 

 


BENGALA de Charles Miller (VERDADE HISTÓRICA, DE ACORDO COM QUEM VENDIA

A PEÇA E COM O LEILOEIRO); interessa-nos aqui sua forma e não a veracidade

da consideração sobre a história da antiguidade valiosa): 

Peças históricas vão a leilão, entenda o valor histórico delas

(http://educacao.uol.com.br/album/2012/09/14/leilao-apresenta-pecas-historicas-imperiais-e-de-titulares-do-imperio-brasileiro.htm#fotoNav=6) 

"Introdutor do futebol no Brasil

Charles William Miller

24/11/1874, São Paulo (SP)
30/06/1953, São Paulo (SP)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
[creditofoto]

Charles Miller introduziu o futebol no Brasil

Charles Miller foi jogador, árbitro, dirigente e é considerado o pai do futebol no Brasil. Apaixonado por esportes, também foi o fundador da Associação Paulista de Tênis.

Nascido no bairro paulistano do Brás, filho de um escocês e uma brasileira de origem inglesa, Charles Miller viajou para Hampshire, na Inglaterra, aos nove anos de idade para estudar. Lá aprendeu a jogar futebol, rugby e críquete.

Aos 17 anos, Charles já se destacava no futebol, o que lhe deu a chance de disputar 34 partidas pela Banister School, marcando 51 gols. Pelo St. Mary ele jogou 13 partidas e fez três gols. Pelo Condado de Hampshire também emplacou três gols, só que em seis partidas. Isso, além de enfrentar por duas vezes o famoso time inglês Corinthian (sem o "s"), que serviria de inspiração aos paulistas em 1910.

Charles Miller retornou ao Brasil em 1894 para trabalhar na São Paulo Railway Company (companhia inglesa de ferrovias), tornando-se também correspondente da Coroa Britânica e vice-cônsul inglês em 1904.

Na época do seu retorno, havia apenas um clube na cidade, o São Paulo Athletic, fundado em maio de 1888 pela colônia britânica, que oferecia a prática do críquete. Como havia trazido duas bolas da Inglaterra, uniformes e um conjunto de regras, Miller tentou difundir o futebol. O primeiro jogo foi realizados em 15 de abril de 1895 entre Funcionários da Companhia de Gás X Companhia Ferroviária São Paulo Railway.

Como artilheiro do São Paulo Athletic Club (SPAC), Charles Miller ganhou os três primeiros campeonatos em 1902, 1903 e 1904. Foi também o criador do drible ou passe com o calcanhar, jogada que viria a ser conhecida com o nome de "Charles", em sua homenagem.
 

Miller foi fundamental na montagem da Liga Paulista de Futebol, a primeira do Brasil. Foi ele que sugeriu o nome do primeiro presidente do Sport Club Corinthians Paulista". 

(http://educacao.uol.com.br/biografias/charles-william-miller.jhtm)

 

 

 

 

 

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O NOVO PAPA, FUTEBOL, POVO E ÔNIBUS

(o Papa do Povo):

 "Futebol/Bastidores - (- Atualizado )

Filho de jogador de basquete, novo Papa torce para o San Lorenzo

São Paulo (SP)

A Igreja Católica anunciou, nesta quarta-feira, Jorge Mario Bergoglio como seu novo Papa. E o argentino que será chamado de Francisco I possui ligações diretas com o esporte. O primeiro Papa latino-americano é filho de um ex-jogador de basquete e torcedor do San Lorenzo de Almagro.

Francisco I visitou o time do coração enquanto cardeal e foi presenteado com camisa e flâmula. Além disso, o novo Papa adquiriu uma carteira de sócio da equipe 14 vezes campeã nacional no ano do centenário. A paixão pelos Cuervosteria surgido na infância, quando frequentava o clube enquanto o pai jogava basquete.

O jornal argentino Olé, além de citar 'la mano de Dios', brincou com mais uma ‘santidade’ no país: "Maradona, Messi... e agora Jorge Mario Bergoglio, eleito como o novo Papa. O cardeal recebeu 77 votos e será chamado Francisco I. Pela primeira vez na história, o máximo pontífice é argentino. E é torcedor do San Lorenzo.”

Reprodução
Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco I, visitou o San Lorenzo em 2008, ano do centenário do clube
Em 16 de março de 2008, Bergoglio fez sua última visita aos corvos, que comemoravam os 100 anos do clube. Na ocasião, o cardeal foi convidado para celebrar a missa em alusão ao centenário e prometeu ajudar os dirigentes azulgranas no combate à violência no esporte.

 

Segundo um site de torcedores do San Lorenzo, Francisco I passou bom tempo da visita ao clube relembrando a equipe que faturou o título do Campeonato Argentino de 1946. Os jogadores exaltados pelo cardeal foram Armando Farro, René Pontoni e Rinaldo Martino."

(http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2013/03/futebol-internacional/filho-de-jogador-de-basquete-novo-papa-torce-para-o-san-lorenzo.html)

 

 

 

 

 

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PORTAL CRONÓPIOS -

ANO 8 - VIVÍSSIMA LITERATURA -

ENSAIOS:

"13/08/2007 23:21:00

Pirraça de cacos de sol: a poesia brasileira e as transgressões contemporâneas


 

Por Beatriz Bajo

 

 

 

Introdução

 

A procedência da poesia está entrelaçada à da linguagem propriamente dita e não se sabe onde foi que este implexo se destituiu e o discurso não-poético ganhou proeminência cotidiana. Assim, tais discursos foram distanciando-se da intimidade simbólica na qual se criaram dicotomias entre a linguagem e seus significados mais primários.

À poesia, então, cabe a restauração dessa distância. É ela que vai atrelar nome e coisa desassociados ao longo do tempo. Há um retorno à essencialidade da linguagem, em seu primitivismo imagético. Nesse sentido, "ao mesmo tempo, cada novo poema do futuro que o presente alcança cria, com sua ocorrência, um pouco desse passado" (ANTUNES: 2007, p.1).

Este trabalho devassa a poesia brasileira contemporânea através da investigação dos múltiplos fragmentos que configuram o discurso lírico atual. Assim sendo, Pirraça de cacos de sol pesquisa as novas considerações espacio-temporais que estão aglutinadas a uma contextura sem forma e sem rosto na qual a subjetividade é decomposta.

Por conta da globalização — um processo ideológico que busca a homogeneização mundial —, a sociedade contemporânea descobriu-se, sob o ponto de vista identitário, dilacerada, sobretudo, no que concerne à produção discursiva, fendida em sua estrutura concebida até então. Em contrapartida, tal sistema corroborou com a insurgência de questões antagônicas.

O sistema, no qual a atual realidade se insere, acreditou na subjugação das culturas. No entanto, em detrimento à arquitetura uniformizadora, emergem como conseqüências incontroláveis o multiculturalismo e seus discursos minoritários, através dos quais se encontram as tentativas de resgate de suas culturas periféricas.

Assim que a sociedade contemporânea, enfatizando neste trabalho a poesia, encontra-se inserida em um contexto no qual estão sendo derrubadas (não só, mas também) as barreiras de tempo e espaço, devido aos avanços tecnológicos relacionados à comunicação que registram esta como a era virtual.

A ruptura desses limites legitima a criação do entrelugar, além de validar a presença não-presente dos sujeitos sem-rosto em uma hiper-realidade. Novas concepções acaloram discussões a respeito dos acontecimentos virtuais, espaço no qual mora a poesia contemporânea, como um craquelê de imagens que se entrelaçam ao cenário atual.

 

1. O esgarçamento do centro

O ponto nevrálgico da questão pós-moderna é o questionamento acerca do referente para a construção da realidade discursiva. A história da humanidade (o passado) somente pode ser conhecida pelos indivíduos de agora através de discursos. E, como é de público conhecimento, os produtores da realidade de até então se enquadravam no modelo: homem, branco, hetero e pertencente à elite.

Por conta dos registros históricos nunca terem sido representativos da realidade social, no caso específico, brasileira, além disso, do apartamento entre nome e coisa, a poesia funciona como a criação de paradoxos, ambigüidade e analogias que corroboram com a perversão da referencialidade.

Assim como demonstrando O caminho de agora, Karina Jucá assinala a fragmentação e a provocação dos temas cristalizados que vêm fundamentando os conceitos discursivos: "Luz prismada de um único feixe/ Voz crispada pelo discurso/ O transcurso dos peixes da represa ao norte/ As torres incendiadas em silencio." (JUCÁ: 2007, p.1).

O que a ficção contemporânea pretende, então, é arquitetar a ressignificação do mundo, em que se dá voz às classes minoritárias, abrangendo, assim, as perspectivas marginalizadas. Nesse sentido, apesar de haver um passado, o que foi registrado até agora não é verossímil, não há possibilidade de contato com a verdade inteira. Ou seja, todo discurso é metade de uma verdade: "Subverter é a única reação não totalizante possível" (HUTCHEON: 1991, p.156).

Seguindo esse pressuposto, "O particular, o local e o específico substituem o geral, o universal e o eterno" (HUTCHEON: 1991, p.133). De tal modo que surge a reescritura como uma das estratégias da ficção pós-moderna fundamentada em uma estética experimentada como auto-reflexiva, através da qual são questionadas as categorias de verdade, de tempo e de sujeito que, continuamente, caminharam vinculadas às implicações culturais que submeteram por muito tempo a percepção humana.

Tanto na História como na História da literatura, tudo o que se passa no tempo ocupa um lugar no espaço. Assim se deu também na Modernidade, momento em que havia espaços vazios a serem preenchidos pela tecnologia. Época na qual as ocupações se deram no macro, como as grandes navegações. Quando cessam os espaços primitivos, dão-se as navegações pelo micro; explora-se a virtualidade através da internet.

A poesia encontra-se hoje em sites, revistas e jornais on-line com destaque para Germina Literatura, Cronópios, Mnenozine, Sibila, Algaravária, Corsário, Zunái – as escolhas afetivas –, Revista Agulha, O Casulo, O Secrel, Armadilha Poética, Lasanha, Desfolhar, Palavrarte, além dos blogues. Os espaços virtuais estão tomados pela ficção poética que se espalha como vitrais em mosaico.

Antes disso, a concretude entra no poema, ou seja, pega-se o objeto no poema a partir da Poesia Concreta que adveio de influências das vanguardas européias como o Futurismo e Dadaísmo. O Concretismo foi arquitetado por Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari. Estes preconizaram uma poesia que torna o espaço um agente componente do organismo poético. Mallarmé em Um coup de des (1897), Pound em The cantos, Joyce em Ulysses eFinnegans wake e Apollinaire em Caligrammes alteraram todo o trajeto da poesia da época até os dias atuais, através do emprego da tipografia, de substantivos e de ideogramas.

Além da exploração visual, atualmente encontra-se a especulação sonora e eletrônica, a poesia funde-se a outras manifestações artísticas como as artes plásticas, recorrendo até às expressões não-verbais (acarretando debates sobre o pertencimento ao gênero poético). Assim sendo, o laconismo, o espessamento da linguagem, a procura pelo estranhamento e a peleja contra o excesso de discursividade serão sempre recursos inerentes à qualidade poética.

No entanto, o descomedimento com relação a essa liberdade pode acabar por diluir o gênero igualmente no que concerne ao exagero canônico de metrificação, rimas e do subjetivismo tão combatidos pelos vanguardistas e modernistas. Tais afirmações coadunam-se ao que Costa Pinto afirma sobre concepções acerca da poesia contemporânea, a influência do Modernismo e que há duas correntes poéticas, uma lírica na qual aparecem Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade e, outra, experimental, objetiva proferidas por Oswald de Andrade, João Cabral de Melo Neto e a poesia concreta. (COSTA PINTO apud AMARAL: 2007, p.1).

De acordo com Flávio Carneiro em No país do presente, Haroldo de Campos caracteriza a modernidade, lançando mão de uma expressão de Ernst Bloch, como o princípio-esperança. Com exceção da literatura convencional da geração de 45, esse princípio sustenta as vanguardas entre as décadas de 20 e 60, estendendo-se até 70, numa escritura sempre combativa, lutando contra os adversários, que ora foram os burgueses, ora os coronéis, a ditadura; fabricando, assim, novas ditaduras. Já que, para a existência dos adversários, deve haver algum tipo de cristalização que corrobore tanto com a adesão quanto com a rejeição de ideais.

A poesia brasileira contemporânea surge com a "poesia marginal", durante os anos 70. Vindos da repressão militar e da censura, a sociedade estava em um "vazio cultural", os poetas, inspirados pela geração beat, vestiram a contracultura para fissurar os limites entre arte e vida cotidiana. Busca-se um descentramento, num repudio ao temas nacionais tão preconizados pelo Modernismo.

Nesse contexto, surge o poema-pílula, citando Estatística, de Joca de Oliveira: "A vida é muito sutil:/ Na favela Mata-Sete/ Sobrevivem mil!" (OLIVEIRA: 2007, p.1), Justiça social, de Valmir Jordão: "Coca para os ricos/ Cola para os pobres/ Coca-cola é isso aí!" (JORDÃO: 2007, p.1), ou, ainda o poema-piada como De peixes in aquario: "Transição de Mileniun/ Onde as diferenças são/ Iguais/ E todas as distâncias/ Vizinhas./ A solução não é só líquida;/ Fique peixe,/ Que a era e de AQUÁRIO!" (IDEM).

Não foi em vão que Francisco Espinhara empregou Black Sabbath — banda musical de origem britânica que disseminou as bases do heavy metal utilizando temas de rituais satânicos magia negra — como título de seu poema: "Quero as manhãs incendiadas./ O resto do dia diabo aceso/ As cabeças das mães degoladas/ O monge da paz num poço preso./ (...) Venham ungidas de lavanda/ As faces das crianças maceradas". (ESPINHARA: 2007, p.1).

Cida Pedrosa disseca em Urbe a realidade agônica, a paisagem para o qual os olhos nunca se voltam: "hoje na minha boca/ não cabem girassóis/ cabe um poemapodre/ cheiro de mangue, Capibaribe/ um poemaponte/ galeria esgoto chuvas de abril/ um poemacidade/ fumaça ferrugem fuligem/ hoje na minha boca/ cabe apenas o poema/ o poema hóspede da agonia". (PEDROSA: 2007, p.1).

Os discursos entram em multiplicidade por conta da inserção de elementos como retalhos textuais, citações, recursos de metalinguagem. Alguns poetas que souberam trabalhar essa estética com proeminência foram Ana Cristina Cesar, Cacaso, Chacal, Chico Alvim que perceberam a momentaneidade da poesia da época. Leminski é outro nome que surge, incisivo, utilizando sua arte marcial japonesa para golpes certeiros no papel, como em Segundo consta.

O mundo acabando,

podem ficar tranquilos.

Acaba voltando

tudo aquilo.

Reconstruam tudo

segundo a planta dos meus versos.

Vento, eu disse como.

Nuvem, eu disse quando.

Sol, casa, rua,

reinos, ruínas, anos,

disse como éramos.

Amor, eu disse como.

E como era mesmo? (LEMINSKI, a: 2007, p.1).

O imaginário sinalizado nas realizações estéticas da modernidade e o imaginário da pós-modernidade são os distintivos dos dois momentos. O primeiro possui uma visão eufórica de mundo, utópica; já no segundo, a visão é disfórica, amargurada. Portanto, Flávio retoma o termo criado por Haroldo de Campos para o sentimento de frustração em relação aos projetos estéticos e ideológicos do modernismo. E assim, estaríamos vivendo um momento pós-utópico:

A designação me parece mais precisa que pós-moderno, por dois motivos. Primeiro porque evita certas ambigüidades — por exemplo, supor que se trata de um período cujo objetivo é encerrar definitivamente a modernidade, o pós sugerindo a ruptura radical e não, como quer Lyotard, uma redefinição de caminhos. Depois, porque aponta para a diferença principal entre o imaginário estampado na produção estética, não só literária, da primeira metade do século (e um pouco além) daquele que, a partir pelo menos do final dos anos 60, temos vivenciado (CARNEIRO: 2005, p.13).

A euforia da modernidade impulsiona a busca por rupturas, choques, formação de grupos, idéia de missão e tentativa de inovação. Daí haver o surgimento do termo "transgressão ruidosa". Em contrapartida, a velocidade do tempo impede que haja vanguardas no momento pós-utópico, pois ocorre uma mudança no tempo da mudança que provoca a diluição das idéias e dos modelos que criação patrulhados pelos transgressores utópicos. Assim, vejamos os dois princípios citados em No país do presente: "Haroldo de Campos (...) arremata, definindo a passagem do moderno para o pós-utópico: ‘o princípio-esperança, voltado para o futuro, sucede o princípio-realidade, voltado para o presente’" (CARNEIRO: 2005, p.18).

A inovação da pós-utopia está na retomada, na reinvenção do já inventado. Agora há a relativização da novidade. O choque, então, passa a ser descabido e absurdo. Não há inauguração do novo, não há destruição, e sim reconstrução. O passado torna-se matéria-prima. A nostalgia alavanca o processo de reescritura. A visão disfórica de mundo contribui com a desistência do combate. Assim, busca-se o resgate para promover a diversidade. O espaço já foi conquistado. Redenção e reconquista. "Transgressão silenciosa".

Diferença que talvez possa ser definida pelo termodeslocamento. Deslocamento das ideologias estabelecidas — esquerda e direita — para uma postura múltipla, multifacetada, herança talvez dos movimentos de contracultura. Deslocamento dos grandes projetos particulares, formulados numa perspectiva menos pretensiosa, em que o posto de missionário, porta-voz do novo, é preenchido pelo cidadão comum, preocupado menos com rupturas radicais do que com a convivência possível com o presente (CARNEIRO: 2005, pp.18-9).

Assim como o segredo foi o sustentáculo daquela época, a democratização do conhecimento faz parte desta. E quanto maior for a variedade de prismas, mais o imaginário atual se fará valer. A multiplicidade do presente advinda da reciclagem (uma das estratégias pós-utópicas) como pensamento crítico de evolução no processo mutante do tempo/espaço no atual momento.

Nesse cenário despedaçado em que as paisagens são fragmentos, não há como existir uma unidade. A poesia então age na subversão do núcleo sempre em soma e multiplicidade. Em um panorama hiper-real, em circunvolução dispersa e desordenada, lugar onde a discursividade origina o universo referencial, são recusadas quaisquer verdades incondicionais.

O poeta Geraldo Carneiro, em seu Tropicaligrama, idealiza então a desarquitetura, ainda em tentativa de desfiguração para uma configuração outra de panorama como que desmontando um quebra-cabeça antigo para um desenho em que as peças ainda estão por vir:

desamar:

desarmar

o mar

que havia dentro

ave que havia

no centro

do céu

que já não é mais seu. (CARNEIRO: 2007, p.1).

A fenda aberta a novas perspectivas corrobora com processo de visualização e audição das margens, porta-vozes de outras verdades que clamam pela legitimidade da periferia. O todo só pode ser entendido na compreensão de suas partes. Vê-se, então, a entrada na estética discursiva de expressões populares, numa tentativa de tomar o povo e sua miscigenação ao corpo da poesia contemporânea.

Tal mudança paradigmática acerta em conceber a periferia como existindo em todas as partes e o centro em nenhuma, não há o lugar do núcleo. Nesse sentido, o abarcamento da realidade compactua com a maior identificação humana, ou seja, na medida em que a multiplicidade é valorizada, caminhando inversamente está o respeito à particularidade dos indivíduos, cada um com um olhar, uma perspectiva sobre a realidade.

Nesse sentido, a poeta e historiadora Micheliny Verunschk, em sua fabulação sobre o homem, sugere, no poema Adão, que a crosta ideológica não seja resistente a novos mecanismo de chaves que abra outros olhares a iluminarem idéias menos sombrias: "Rompa-se a casca/ Rija/ Metálica/ Do saxofone:/ Dança de quasares/ Nudez de estrelas./ Brota, homem." (VERUNSCHK: 2007, p.1).

No entanto, esta configuração, que promoveria um contexto existencial em que a simultaneidade e a multiplicidade coabitariam a atemporalidade histórica do discurso, peregrina sobre o transitório e escorregadio tempo em que as promessas não se cumpriram e os sujeitos estão literalmente sujeitos à cultura de massa.

 

2.  A promessa que não se cumpriu

O anacronismo desta época é justamente o fato de que se busca (raramente) uma periferia, sobretudo, letrada, na qual o outro é margem nunca alcançada. Escreve-se de e para alguém que nunca lerá. A poesia então reflete os bastidores de uma teia moderna que se isentou de cumprir com promessas justas e democráticas inspiradas na Revolução Francesa e em Carl Marx sobre a expressão e a valorização das diferenças.

A esse compromisso desprezado, encharcado que sempre esteve de demagogia, é que a poesia tenta agredir ficcionalmente, assim como Chacal já "reclamou": "se o mundo não vai bem/ a seus olhos, use lentes/ ... ou transforme o mundo./ ótica olho vivo/ agradece a preferência" (CHACAL: 2007, p.1).

Ecos acompanham indivíduos em solidão de espelhos. A humanidade foi à falência e a realidade contemporânea grita pelos famintos de quaisquer "comidas", ocos que se encontram os mutilados de alma. Ana Cristina Cesar em Nada, Esta Espuma, registra a obstinação em permanecer com a criação e, como num lamento, imortaliza que: "Por afrontamento do desejo/ insisto na maldade de escrever/ mas não sei se a deusa sobe à superfície/ ou apenas me castiga com seus uivos./ Da amurada deste barco/ quero tanto os seios da sereia." (CESAR: 2007, p.1).

Às margens sim, destroçados que se percebem os desesperançados de um mundo terceiro ou quarto ou nenhum, o desmundo de um jogo de cartas marcadas, onde não há lugar pra ninguém. Seguindo tal pressuposto, o sem-lugar é exatamente onde mora a poesia. A tentativa de recriação da realidade cabe à ficção poética, também funcionando como fuga, subterfúgio que mascara esse tétrico momento. Fabiano Calixto é quem eterniza Entre dias com "[...] grito/ entre dias/ manadas que mascam/ o que lhes sobra/ de sangue [...]". (CALIXTO: 2007, p.1).

Esse cenário faz insurgir a realidade carente na qual sobrevivem os desempregados, os sem-terra sob a mendicância e a prostituição. Pode-se conferir em Carla, de Miró: "Conheci Carla catando lata/ seus olhos brilhavam/ como alumínio ao sol/ São Paulo ardia num calor/ de quase quarenta graus/ pisou na lata,/ como pisam os policiais/ nos internos da Febem" (MIRÓ: 2007, p.1) ou também em Estudo dos verbos matar e morre conjugados entre latifundiários e usineiros, de Jailson Marroquim: "- Eu mato/ Tu matas/ - Nós matamos,/ Eles morrem/ e ficamos impunes" (MARROQUIM: 2007, p.1).

Por conta disso, a colagem e o pastiche ou a paródia com o passado são alguns dos artifícios que visam à ironia para o desmantelo de mitos culturais arraigados. Para isso, foi necessária a aproximação dos artistas aos meios de comunicação de massa, num processo intertextual para que se efervescesse o poema de sarcasmo. Foi devido à essa conjuntura que Ivan Maia escreveAos fomens: "A fome não existe somente/ Quando some a vontade de comer/ [...]/ Pra servir na mesa da partilha/ Sem precisar de guerrilha/ O prato da cultura em vigor/ É ainda necessário aos que comem/ Que a força criadora do homem/ Produza um novo modo de consumo [...]". (MAIA: 2007, p.1).

A poesia contemporânea reclama o fracasso da cultura humanista num des/cobrimento de todos os estratagemas e insolências na medida em que os incorpora em cólera dos índices imundos, nos quais é esfregado o povo em deslembrança insolúvel. Dessa maneira sobrevive-se à meia-luz quase escuridão em pastiche. Esta resistência é abastecida pela lanterna midiática que corrói o humano em seu esvaziamento blasé.

Um museu de arquivos mortos, flutuando, à deriva, no mar de um sistema, o capitalista contemporâneo, para o qual apenas conta a garantia, a permanência, do círculo vicioso do jogo de cartas marcadas entre os seus três eixos principais, a saber: a exploração, em tempo real, de todo globo terrestre, a unidimensionalidade tecnocientífica, ao mesmo tempo sujeito e objeto da primeira, a exploração de todo globo, e a democracia vampirizada, sem a qual o óbvio ficaria ululante, de modo que, como uma peça importante da atualidade, a democracia zumbítica – um outro nome para o espírito humanista letrado - servirá justamente para mascarar a sem gracice de um mundo cujo jogo já está jogado, posto que é manipulado para projetar sempre os mesmos ganhadores (SOARES: 2007. p.1).

 

Assim sendo, a nova poética propõe uma atitude febril e incisiva diante das cortinas imagéticas de uma cultura que amolda o povo, massa de manobra às intenções sórdidas do capitalismo que entorpece as veias fracas e periclitantes dos habitantes deste mundo que já não sonham com dias melhores. Leminski ataca, como que exausto: "cansei da frase polida/ por anjos da cara pálida/ palmeiras batendo palmas/ ao passarem paradas/ agora eu quero a pedrada/ chuva de pedras palavras/ distribuindo pauladas" (LEMINSKI, b: 2007, p.1).

No entanto, ainda há insistência que devassa o enviesado sistema ideológico. Aposta-se nos terrenos cibernéticos entre mares virtuais como estratégia de alargar os contatos onde, ainda, o controle encontra-se democrático. Desperdiçado o poder? segundo Roland Barthes, o poder nunca é extinto:

A razão dessa resistência e dessa ubiqüidade é que o poder é o parasita de um organismo trans-social, ligado à história inteira do homem, e não somente a sua história política, histórica. Esse objeto em que se inscreve o poder, desde toda história da humanidade, é: a linguagem — ou, para ser mais preciso: a língua (BARTHES apud SOARES: 2007, p.1).

 

Partindo de tal premissa, se o poder é a língua, logo, quiçá na intimidade desse poder se possa insurgir e mergulhar na outridade, no incognoscível que implica uma humildade sobre a clareza. Talvez, algo neste poder provoque as transformações porque há qualquer coisa de não-adormecimento aos acasos nunca revogados que exige o juramento de urgentes providências.

 

3. Cacos de Sol — a fragmentação do sujeito

A condição de discurso é pressuposto de toda escritura, ou seja, implica-se representação. Portanto, um acordo tácito se dá no nível semiótico de que, com o decorrer do tempo, os signos e símbolos podem alterar de significado. Nesse sentido, a ficção pós-moderna trabalha com a sobreposição das literaturas, ou seja, é a literatura sobre a literatura, que exibe suas armadilhas e utiliza como referente a discursividade dos novos significados.

A pós-modernidade arquiteta, então, narrativas diluentes das camadas ontológicas entre realidade e ficção, além de romper com os limites entre arte e não-arte. Assim que se ultrapassa todas as fronteiras humanas através da ficção pós-modernista — que surge na última metade do século XX —, sobretudo quanto à questão espaço-temporal, agente condutor dessa nova estética.

Além disso, o sujeito viu-se dilacerado na medida em que se desconstruíu a concepção de unidade sob todos os aspectos. A fragmentação é paradigma deste tempo a-cronológico, governando uma trajetória que esgarça o espaço e a subjetividade estabelecidos ao homem através do universo referencial.

Esses temas reportam-se às questões contemporâneas da ficção pós-moderna que assevera a falta de referência do mundo real. Há uma recusa à verdade histórica, que passa a ser questionada, já que tanto a história quanto a ficção são discursos produzidos pelo homem, passíveis de significados distintos. Daí a autonomia da arte. Tal desreferencialização acaba por criar a hiper-realidade, a dessubstancialização do sujeito e a destruição das verdades absolutas, corroborando com a destruição do centro e a valorização das margens.

A hiper-realidade é um termo advindo da arte pop da década de 60 que concebe o mundo gerado por imagens e textos que "tentam ser mais reais que a própria realidade" (CONNOR,1996, p.52). Nesse sentido, o discurso é a realidade maior na medida em que a partir dele é que se constrói a realidade por meio de uma mudança de perspectiva em que o homem é o produtor de seu mundo referencial.

O espaço é tudo, pois o tempo já não anima a memória. [...] e que não podemos reviver as durações abolidas. Só podemos pensá-las, pensá-las na linha de um tempo abstrato privado de qualquer espessura. É pelo espaço, é no espaço que encontramos os belos fósseis de duração concretizados por longas permanências. O inconsciente permanece nos locais. As lembranças são imóveis, tanto mais sólidas quanto mais bem espacializadas. (BACHELARD apud SANTOS: 2007, p1).

Essa ruptura de tempos autentica a eternidade de presentes que são reforçados pela apreensão do real através de imagens. Isso incita uma percepção contínua, infinita e cíclica de um tempo que se realiza apenas no presente: hic et nunc. A espécie humana é condicionada a viver do imediatismo, não conseguindo a transcendência do momento presente.

Destarte, Thiago Ponce de Moraes costura em sua escritura Cinco retalhos, na qual controverte a questão fragmentária. Com recortes iniciados em II e imagens disfóricas em reflexos solitários, constituindo a imagem que se distancia do ser, imagem que fende a unidade, daí o corte em que não se alcança jamais o ente. Espelho quebrado onde a palavra afunda, representante em criação de nova realidade, assim presenteando o instante.


[...]
V

Luz que brisa

Nenhum

A

Paga

Que espelho

Nenhum

Que

Brado

(Só uma

Palavr

A

vara)

Que afund

A

Funda (MORAES: 2007, p.1).

Tendo em vista a configuração multifacetada em que se encontra a poesia atual, o artifício manipulado que se enrosca nos fios enovelados do des/real contemporâneo entra na virtualidade. Na pós-modernidade, o universo referencial discute a concepção de novos significantes. Assim, acaba por promover uma ficção que esmiúça o próprio processo de produção do sentido em que liberdade e restrição são temas debatidos no teor poético emaranhado no qual está a escritura-objeto.

Com uma eroticidade de fundir-se em palavras, Olga Savary em Coração subterrâneo, transmuta seu poema em magma: "Tempo de terra e de água é este tempo/ do corpo que no outro não procura espelho/ mas conhecimento ávido, progressivo e lento/ pasto de magma alimentando o ventre." (SAVARY: 2007, p.1). Já, Armando Freitas Filho concebe uma competição em Emulação, onde rivaliza consigo próprio e os outros que o habitam: "Sua morte empurrou minha mão./ Sua mão pesa sobre a minha/ e a faz escrever com ela/ não como luva de outra pele/ mas como enxerto de outra carne/ emperrada, como a vida dela/ que parou, e vai apodrecendo/ dentro da minha, suando suor igual." (FREITAS FILHO: 2007, p.1).

O que se configura neste panorama é o hibridismo dos gêneros como que alcançando caminhos outros. A intersecção das manifestações artísticas corroborou, sobretudo, com a fusão entre poema e prosa. Devido à simultaneidade das informações e a velocidade dos processos contemporâneos, as mesclas de gênero resultam em mosaico.

Veja-se o movimento provocado em Os cânones da dor, poema do livro Sutra (1992), de Cláudio Daniel no qual arquiteta um encravar as unhas entre as estrutura cristalizados do discurso em busca de novos organismos, outra(s) realidade(s) gerada(s) de sua pele-papel que arde "em verdes glóbulos": "unhas nos sulcos/ da pele, em todos/ os poros da dor:/ [...] o som do inaudível/ uivo — uivo ósseo,/ uivo epidérmico —[...] (DANIEL: 2007, p1).

Nesse sentido, deslocamentos, desvios, reflexos e alternâncias compõem o movimento poético contemporâneo que emprega diferentes linguagens e funde-se a outras artes através do avanço das tecnologias que possibilitou a ruptura com os limites espacio-temporais. Conseqüentemente, se os movimentos anteriores empenharam-se no despedaçamento poético, o que se pretende hoje é adverso.

Por isso, Claudia Roquette-Pinto constrói seu poema metaforizando-se "[...] Nua,/ pelos quatro continentes da sala/desinvestindo a fala de seu primeiro objetivo,/ passeia - esgarçando os vãos/ entre signo e som,/ entre o dedo e a lua.[...]" (ROQUETTE-PINTO: 2007, p1) enquanto Heitor Ferraz carrega O coração no bolso: "[...] Este volume de bolso, com/ poemas mastigados e/ triturados, enquanto andava/ contando janelas, contabilizando/ sapatos e sandálias,/ na dispersão da fome, do/ horário erradio do trabalho,/ quantas coisas no ar, como/ estes poemas de uma outra cidade,/ nesta mesma hora". (FERRAZ: 2007, p1).

As rupturas corroboraram para um cenário hibrido em que as intersecções compõem a arte poética, na qual inseridas as muitas vozes contemporâneas reverberando em um tempo multíplice e complexo, de significados variados, contraditório e fendido. A realidade referencial foi diluída pelo craquelê de imagens que se entrelaçam ao cenário atual, cedendo lugar à hiper-realidade, construída pelos simulacros que permanecem insistentemente no presente.

Nesse sentido, todas as cristalizações e endurecimentos discursivos relacionados à unidade e centro foram paradigmas quebrados pela ficção pós-modernista, sobretudo pela poesia. Haja vista o poema Defectivo, de Glauco Mattoso, que inventaria as ações defeituosas da conjugação sem flexões do sistema sócio-político nacional: "eu mordo/ tu mastigas/ ele engole/ nós digerimos/ vós cagais/ eles policiam" (MATTOSO: 2007, p.1).

A falta de contornos temporais, espaciais e de individualidade para a definição do homem acabam por convertê-lo em nada, em um objeto vazio, dessubstancializado porque a ele é impossibilitada a veracidade. No espaço atual da hiper-realidade, o texto e seus mecanismos fundamentam novos signos invocando-a.

O sujeito é subjugado pelos discursos que interferem nas "subjetividades", arquitetando novas perspectivas a esta realidade. Assim sendo, o indivíduo passa a relacionar-se com o "eu" em uma trajetória mais fluida e ambígua. Esse estilhaçamento da subjetividade acontece através das discursividade paradoxal contemporânea.

Cacaso, então, comete alusão a esse estilhaçar-se de subjetividade quando em Quem de dentro de si não sai vai morrer sem amar ninguém reitera o processo divisor como a mais próxima maneira de alcançar o todo. Evidentemente, que, sendo poeta, a abordagem é mais larga, tematiza sobre o desvestir-se do ego, o repartir-se, a mudança de foco: "A parte perguntou para a parte qual delas/ é menos parte da parte que se descarte./ Pois pasmem: a parte respondeu para a parte/ que a parte que é mais — ou menos — parte/ é aquela que se reparte". (CACASO: 2007, p.1).

O que se pode constatar é que a concepção de sujeito como indivíduo, portanto, individual, rompe-se em substância atrelada ao objeto como que abolindo a centralização discursiva. Além disso, objeto e signo deixam a analogia para que reste o simulacro como uma verdade labiríntica sem demarcações nem fronteiras. Reforçando a idéia da prevalência do texto sobre o homem no que concerne à circunstância do autor enquanto sujeito do discurso, Linda Hutcheon aborda a questão posicional do produtor e do receptor, ainda citando Eagleton:

...O produtor seria conhecido como uma posição (como a do receptor) a ser preenchida dentro do texto. Assim sendo, falar (conforme venho fazendo) sobre produtores e receptores de textos seria falar menos sobre sujeitos individuais do que sobre aquilo que Eagleton chama de ‘posições de sujeito’ (...) que não são extratextuais, mas são, isso sim, fatores constitutivos essenciais do texto (HUTCHEON: 1991, p.112).

Percebe-se que a subjetividade é direcionada pelo discurso e suas estratégias enunciativas na poética contemporânea que presentifica os sujeitos e os concretiza através do texto, uma arcabouço ideológico. Assim que a trajetória poética concebe o objeto com o peso do sujeito, ou seja, a importância da metafísica em símbolos humanos participa do movimento permanente e transformado do discurso, numa dinâmica circular de processos reflexivos e espelhados. Nesse sentido, sujeito e objeto são deslocados numa alternância etimológica e atemporal de sempre agora para a construção de nova história.

 

Conclusão

Caminhando por sobre poesia contemporânea, este trabalho constatou que esta escritura está visceralmente arrolada às transgressões dos cerceamentos espaços-temporais e, por conseguinte, dos contornos humanos que se viram ultrapassados. A ficção poética atual desconhece impedimentos ou limites.

Foi feito um pequeno esboço das principais influências ou causas para o processo de criação da poesia em que ganhou proeminência o aspecto objetivo deste gênero advindo do Concretismo, além da exploração espacial artifício a ser empregado pelo poeta. Posteriormente, o Modernismo com as rupturas do centro, momento em que as margens são aclamadas também contribuiu com a poética atual, antecedendo a época na qual se encontram resquícios beats na poesia marginal advinda da pós-censura que corroborou em múltiplos fragmentos a serem costurados pela poesia contemporânea.

O que o estudo percebe é a confluência de tais fragmentos em um cenário que preconiza a diversidade e o paradoxo. A contextura contemporânea concebe as discussões acerca da multiplicidade de vozes e vezes em que discursos não foram ouvidos. Não há embates declarados, mas transgressões silenciosas que pretendem impetrar polêmica sobre os problemas desta realidade.

A crise ideológica provocada pela frustração das manifestações modernas na atualidade acabou contribuindo com o ressurgimento de uma nova ótica sobre os acertos do passado. Assim como o segredo foi o sustentáculo daquela época, a democratização do conhecimento faz parte desta. E quanto maior for a variedade de prismas, mais o imaginário atual se fará valer. A multiplicidade do presente advinda da reciclagem como pensamento crítico de evolução no processo mutante do tempo no nosso momento pós-utópico.

Como em insurreição de uma economia capitalista e uma ideologia do humanismo liberal, a poesia contemporânea transita desafiadora. Não lhe cabem responsabilidades nem rótulos, no entanto, consciente de ser co-participante deste sistema, a ficção poética dança entre os paradoxos da sociedade atual, como incitante dos desvios, ou, talvez, transformando-se nele — alquímica estratégia de transcender discursos, como que palavrando oraturas em germinânsiasincessantes de novas realidades.

 

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Beatriz Bajo poeta, bacharel em Letras e especialista em Literatura Brasileira, vive em Londrina-PR. Nasceu em São Paulo, mas foi no Rio de Janeiro, onde começou a esboçar seus primeiros poemas. Integrante da Associação dos Poetas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (APPERJ) e do “Coletivo Subverso — oficina de poesia Jorge Warderley”, na UERJ. Publicações: Sempre estivemos (in: Palavras de Amor, 2004), segundo lugar na antologia poética; Água guardada (Desfolhar, ano I, nº2) e Gotas de sangue de uma estátua urgente – uma análise mística e porosa de ‘Água Viva’, de Clarice Lispector (Seminário Internacional Fazendo Gênero 7.: 2006: Florianópolis: SC) e (Desfolhar, ano II, nº6, 2007). Blog: http://lindagraal.blogspot.com/."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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O POETA PAULISTANO GLAUCO MATTOSO E SUA SÓBRIA

BENGALA NÃO-KITSCH [como, aliás, é a sua arte poética,

mesmo quando ela é "escatológica" e defecante]:

(http://cartunistasolda.com.br/2013/02/21/tratado-glauco-de-versificacao/)