VELAS NÁUFRAGAS - ENSAIO DE CARMEM TERESA ELIAS
Por Diego Mendes Sousa Em: 18/02/2024, às 17H21
VELAS NÁUFRAGAS - ENSAIO DE CARMEM TERESA ELIAS
Por Carmem Teresa Elias
Gosto de poesia que rima com sobriedade: lamento, vida, morte e tormento. Amor pelo mundo, pelo entorno, pelo que apazigue ou aborreça.
A poesia de Diego Mendes Sousa nos oferta esses caminhos de sentimentos e de palavras, antes de tudo um Memorial, um enebriado clássico e um alardio de espécies, litorais e amigos.
Com palavras vencidas pela paisagem e pelo expurgo imaginário das vísceras do Piauí, em seu livro “Velas Náufragas”, Diego procura pela exaltação uma exata ação que proporcione uma varredura de si por intermédio de olhos e de nomes outros.
Em versos que contrapõem um misto mítico de homenagem e de carência, Diego nos confirma que Poetas são assim: memórias sem lembrança, de dores tamanhas, de quem entende que hoje é muitos, vário, os múltiplos e menos um.
Como um ser do mar, entre a tessitura das águas e de cascos de crustáceos, a palavra poética é doce e seca ao mesmo tempo, em uma espécie de oferenda capaz de domar o ser e ser dono do mar.
Diego Mendes Sousa nos confirma que existem muitas faces na palavra singular: “para todos os lados do meu único mundo", vislumbra uma implosão da natureza e do sagrado.
Com versos de lamento, de unguento e de urgência de quem procura uma Sonata ausente entre os náufragos e os manguezais femininos, o poeta não teme o abismo da lama, os céus de alto mar e o fogo azul entre as finuras de Deus.
Carmem Teresa Elias
Docente pós-graduada em Letras.
Pesquisadora e palestrante em Literatura Comparada.
Escritora com 11 obras publicadas.