[Flávio Bittencourt]

Vandré, um Frade dominicano e a Paixão segundo Cristino

Geraldo Vandré achava que havia alienação no processo, mas leu, por solicitação do Frade, a Bíblia Sagrada.

 

 

 

  

 

 

 

foto

ABBOTTABAD: Poor children collect reusable items from the garbage.

Foto: Sultan Dogar

(http://www.flickr.com/photos/sultandogar/3308587075/)

 

 

 

 

 

(http://brechomadame.blogspot.com/2010/09/uma-questao-de-gentileza-gentileza-gera.html)

 

 

 

 

 

"A Ordem dos Pregadores (latim: Ordo Prædicatorum, O. P.), também conhecida por Ordem dos Dominicanos ou Ordem Dominicana, é uma ordem religiosa católica que tem como objectivo a pregação da mensagem de Jesus Cristo e a conversão ao cristianismo.

Foi fundada em Toulouse, França, no ano de 1216 por São Domingos de Gusmão, sacerdote castelhano (actual Espanha), o qual era originário de Caleruega.

Os dominicanos não são monges, mas sim religiosos: realizam voto de pobreza, castidade e obediência. Vivem em comunidade, que se designam por conventos e não como abadias ou mosteiros. Os seus conventos são tradicionalmente junto das cidades. (...)".

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_dos_Pregadores)

 

 

 

 

O SAUDOSO CARTUNISTA HENFIL

(1944 - 1988), QUE DESENHAVA

OS FRADINHOS (FRADEZINHOS:

frades dominicanos representados em

estórias em quadrinhos):

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://veiofalcon.blogspot.com/2010_09_01_archive.html)

 

 

 

 

FRADIM [FRADEZINHO (dominicano, de São Paulo-SP, Brasil)], DO IMORTAL HENFIL:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://desenha-meumcarneiro.blogspot.com/2009_02_01_archive.html)
 

 

 

 

 

JESUS DE NAZARÉ,

como Ele possivelmente foi,

uma vez que tentaram transmitir

Sua imagem com traços de

etnias de povos que da Palestina

não viviam próximas:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=4445)

 

 

 

 

 

23.4.2011 - O cantor e compositor Geraldo Vandré achava que havia alienação embutida nas teatralizações do Martírio de Jesus Cristo, mas leu, por solicitação de um Frade dominicano, a Bíblia Sagrada, tendo ficado impressionado com um dado Versículo - A Paixão segundo Cristino, de Geraldo Vandré.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

"Paixão segundo Cristino

Frei Lourenço M. Papin

Na década de 60, no período áureo do cantor e compositor Geraldo Vandré, os dominicanos de São Paulo lhe pediram que compusesse um canto especial para ser apresentando numa Sexta-feira santa. Ao que ele respondeu na sua costumeira franqueza “Não vou desperdiçar meu tempo em alienação”! Um frade, porém, retrucou: “Antes dessa negativa, você deveria pelo menos ler a Bíblia. E ele leu a Bíblia inteira e ficou impressionado e foi tocado por um versículo da carta de Paulo aos colossenses: “Eu completo na minha carne o que falta ao Cristo sofrer pelo seu corpo que é a Igreja” (Cl 1,24). Vandré muito bem entendera que a paixão do Cristo continua na história daqueles que sofrem. Na sua sensibilidade social compôs então uma opereta, cheia de unção humana e cristã, intitulada “Paixão segundo Cristino”: um sofrido pescador nordestino que conta a dolorosa história de seu povo migrante. Numa Sexta-feira santa de 1968, ele mesmo cantou com o povo essa opereta.
Estamos iniciando hoje a Semana santa, durante a qual a Igreja vai celebrar a Paixão, os sofrimentos do Cristo pela humanidade. A Paixão do Cristo continua nos milhões de sofredores em todos os recantos do mundo, vítima das injustiças sociais, do egoísmo e da falta de solidariedade. São crianças, jovens, anciãos, pais e mães de família, sacerdotes e religiosos. Há multidões carregando pesada cruz, exploradas pela ganância dos poderosos e excluídas do convívio de uma vida digna. Como Cristo, quantos derramam seu sangue no Calvário da própria vida. É a paixão segundo Cristino, segundo Paulo, Pedro, Maria e João... É a Paixão de Cristo prolongando-se na história dos homens.
É a Paixão segundo o arcebispo de Cali, na Colômbia, Dom Isaías Duarte Cancino. No passado dia 16 de março, num bairro pobre da cidade, ele acabara de rezar a Missa, presidindo a uma celebração matrimonial de um grupo de casais. Ao voltar para casa, dois pistoleiros se aproximaram de seu carro e bárbara e covardemente o assassinaram, atirando seis vezes. Dom Duarte era conhecido por seus destemidos pronunciamentos contra a guerrilha e o narcotráfico, inclusive denunciando vários candidatos às eleições legislativas da Colômbia (ocorridas no dia 10.03.02), que eram patrocinados pelos traficantes de drogas. Foi um pastor que lutou pela dignidade e promoção social de seu povo e por ele derramou seu sangue. Um mártir de nossos dias.
É a Paixão segundo Dom Oscar Romero, arcebispo de San Salvador, assassinado aos pés do altar, no dia 24 de março de 1980. Dom Oscar lutava em defesa de sua gente pobre e oprimida, denunciava e enfrentava a violência brutal dos poderosos de seu país. Enquanto celebrava a Missa, uma bala traiçoeira traspassou-lhe o coração. Misturava seu sangue com o de Cristo pela vida de seu povo. Hoje é exatamente o 22º aniversário de seu martírio. Dom Duarte e Dom Oscar, pastores, profetas e mártires da Justiça e da Paz, impressionante exemplo de amor-doação até o fim!
Cristino, Duarte, Romero, Pedro, Paulo, Maria e João, enfim, milhares de pessoas conhecidas ou anônimas, de ontem e de hoje, prolongam com seus sofrimentos, no aqui e agora, o mistério da Paixão de Cristo que solidariamente redime e salva. Depois da Paixão de Cristo, porém, aconteceu a ressurreição, semente de vida e esperança plantada no coração da história. Numa perspectiva de fé pascal acreditamos que essa nuvem de dores e sangue de tanta gente, está descendo sobre a terra como chuva benfazeja, fazendo germinar sementes de vida e esperança para toda a humanidade".

(http://www2.uol.com.br/debate/1094/cadd/cadernod04.htm)

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO,

O FILHO DE DEUS

(http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=4445)

 

 

 

===

 

 

 

"Geraldo Vandré

Geraldo Vandré

Foto: Mário Luiz Thompson

Geraldo Pedrosa de Araújo Dias nasceu em Pessoa PB em 12 de Setembro de 1935. Apresentou-se num programa de calouros na Rádio Tabajara de João Pessoa quando tinha 14 anos. Em Nazaré da Mata, onde cursava o ginásio em internato, participou de alguns shows organizados para as missões. Foi para o Rio de Janeiro RJ em 1951, e nesse mesmo ano se apresentou no programa de calouros de César de Alencar, no qual foi desclassificado. Aproximou-se então de Ed Lincoln, que nessa época tocava com Luís Eça, na boate do Hotel Plaza, tentando cantar nos intervalos das apresentações. Em 1955, com o pseudônimo de Carlos Dias, defendeu a canção Menina (Carlos Lyra) num concurso musical promovido pela TV-Rio. Mais tarde, o encontro com o folclorista Valdemar Henrique abriu-lhe a oportunidade de se apresentar no programa da Rádio Roquete Pinto, usando o nome Vandré, que resultou da abreviatura do nome do pai, José Vandregisilo. Cursou a Faculdade de Direito, do Rio de Janeiro, época em que participou do Centro Popular de Cultura, da extinta União Nacional dos Estudantes, onde conheceu seu primeiro parceiro, Carlos Lyra. Passou então a interessar-se mais pela composição, abandonando a idéia de tornar-se cantor. Fez a letra da música de Carlos Lyra Quem quiser encontrar o amor, gravada por ele em abril de 1961 em 78 rpm, na RGE, e em 1962 por Carlos Lyra no LP O sambalanço de Carlos Lyra, pela Philips. Esta música seria incluída no episódio "Couro de gato" do filme Cinco vezes favela, trabalho produzido pelo Centro Popular de Cultura. Em 1962 apresentou-se no Juão Sebastião Bar, em São Paulo SP, iniciando trabalhos com Luís Roberto, Baden Powell e Vera Brasil. Nesse mesmo ano gravou com Ana Lúcia o Samba em prelúdio (Baden Powell e Vinícius de Moraes), pela Áudio Fidelity, com grande sucesso, e compôs com Carlos Lyra o samba Aruanda. Em dezembro de 1964, gravou na Áudio Fidelity seu primeiro LP, apresentando a toada Fica mal com Deus, além de Menino das laranjas (Téo de Barros). Em 1965 defendeu Sonho de um Carnaval (Chico Buarque) no I FMPB, da TV Excelsior de São Paulo. No mesmo festival, inscrevera sua composição Hora de lutar, que não se classificou. Essa música foi gravada, no mesmo ano, num LP homônimo. Nesse período, musicou o filme de Roberto Santos A hora e a vez de Augusto Matraga. No ano seguinte lançou pela Som Maior o LP Cinco anos de canção, que incluía Pequeno concerto que virou canção, Canção nordestina e Rosa flor (com Baden Powell). Venceu em São Paulo o FNMP, da TV Excelsior, com a música Porta-estandarte (com Fernando Lona), defendida por Tuca e Airto Moreira, assinando depois contrato com a Rhodia para excursionar pelo Nordeste com o Trio Novo, formado por Téo (violão), Airto Moreira (viola caipira) e Heraldo (percussão). Nesse mesmo ano de 1966 venceu ainda o II FMPB, da TV Record, de São Paulo, com Disparada (com Téo de Barros), na interpretação de Jair Rodrigues, do Trio Novo e do Trio Maraia, empatando com A banda (Chico Buarque). Obteve ainda o segundo lugar no I FIC, da TV-Rio, do Rio de Janeiro, com O cavaleiro, parceria com Tuca, que também foi interprete. Em 1967 a TV Record, de São Paulo, concedeu-lhe um programa próprio, Disparada, com direção de Roberto Santos.

Inscreveu Ventania (com Hilton Accioly) no III FMPB, que foi desclassificada, e De serra, de terra e de mar (com Téo de Barros e Hermeto Pascoal), no II FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, que também não obteve classificação. Nesse ano conseguiu sucesso com Arueira e com o frevo João e Maria (com Hilton Accioly). No mesmo período compôs, a convite dos padres dominicanos de São Paulo, a Paixão segundo Cristino, alegoria da crucificação de Cristo num contexto nordestino; participou do programa Canto Geral, depois Canto Permitido, da TV Bandeirantes, de São Paulo. Em 1968 gravou o LP Canto geral pela Odeon, com Maria Rita, O plantador (com Hilton Accioly) e músicas suas desclassificadas em festivais. Participou ainda do IV FMPB, com Bonita (com Hilton Accioly). A música foi apresentada duas vezes, pois se desentendera com o parceiro, rompendo com o Trio Maraia. Nas eliminatórias para o III FIC, em São Paulo, causou impacto com a apresentação de Pra não dizer que não falei de flores, ou Caminhando; defendeu-a no festival com o Quarteto Livre, integrado por Naná (tumbadora), Franklin (flauta), Nelson Ângelo (violão) e Geraldo Azevedo (violão e viola), tendo-se classificado em segundo lugar. A música teve grande êxito, tornando-se uma espécie de hino estudantil, mas teve seu curso interrompido pela censura. Esteve no exílio, inicialmente no Chile (1968), onde compôs a música Desacordonar, com que venceu um concurso, enquanto Caminhando se tornava sucesso.

Obrigado a deixar o pais, pois se apresentara em televisão como profissional sem a devida licença, seguiu para a Argélia, onde assistiu ao Festival Pan-Africano, viajando depois para a então Republica Federal da Alemanha, ocasião em que gravou alguns programas para a televisão da Baviera. Esteve na Grécia, Áustria, Bulgária, cantando em povoados do interior. Na Itália, Sérgio Endrigo regravou músicas suas. Em Paris, França, remontou com um grupo de artistas brasileiros a Paixão segundo Cristino, na igreja de Saint-Germain des Pres, na Páscoa de 1970. Trabalhou com um novo tipo de composição, montada apenas com assobios e sons de violão, com forte ritmo nordestino. Gravou o LP Das terras de Benvirá, lançado no Brasil pela Philips em 1973, com Na terra como no céu, Canção primeira e De América. Ainda em 1973 gravou apresentações para o programa de Flávio Cavalcanti e para o Fantástico, da TV Globo, mas foram censuradas. Em 1982, em Presidente Stroessner, Paraguai, apresentou-se em um show, rompendo silêncio de 14 anos. Em março de 1995 apresentou-se no Memorial da América Latina, em São Paulo, no concerto realizado pelo IV Comando Regional (CONAR), em comemoração a Semana da Asa. Na ocasião, um coral de cadetes lançou sua música Fabiana, uma homenagem a FAB.

Em 1997 o Quinteto Violado lançou o CD Quinteto Violado canta Vandré (selo Atração), incluindo antigos sucessos e apenas uma música inédita: Republica brasileira. Ainda em 1997, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho regravaram Disparada e Canção da despedida no CD Grande encontro 2.

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha"

(http://www.mpbnet.com.br/musicos/geraldo.vandre/)