VALDECI CAVALCANTE - FILHO ILUSTRE DA PARNAÍBA
VALDECI CAVALCANTE - FILHO ILUSTRE DA PARNAÍBA

VALDECI CAVALCANTE:

CIDADÃO DO MUNDO

 

 

Por Diego Mendes Sousa

 

 

 

 

Belas damas e nobres cavalheiros,

 

senhoras e senhores,

 

boa noite!

 

 

Amanheci com o primeiro fulgor da aurora!

Levantei-me e pus a minha vitrola para tocar uma canção que me transpassa a vida: Moon River (...) Moon River (...)

 

Rio da Lua, mais vasto que uma milha

Eu lhe atravessarei com estilo

Algum dia

 

Oh, criador de sonhos

Seu parte-corações

Para onde quer que você esteja indo

Estou indo na sua direção

 

Dois andarilhos partem para ver o mundo

Há tanta coisa no mundo

Para se ver

 

Estamos atrás

Do mesmo fim de arco-íris

Esperando na curva

Meu bom amigo

 

Rio da Lua

E eu

 

Dois andarilhos partem para ver o mundo

Há tanta coisa no mundo

Para se ver

 

Estamos atrás

Do mesmo fim de arco-íris

Esperando na curva

Meu bom amigo

 

Rio da Lua

E eu

 

Essa belíssima canção de Henry Mancini, com inesquecíveis versos de Johnny Mercer, mereceu o Oscar de melhor canção original, em 1962.

Cabe-me ressaltar que a melodia foi composta especialmente para o filme Breakfast at Tiffany’s, conhecido em nosso país como Bonequinha de luxo, de 1961, baseado no romance homônimo de Truman Capote, sendo a linda canção Moon River originalmente interpretada por Audrey Hepburn, estrela da película.

Outros tempos, tempos da infância do garoto Valdeci Cavalcante, filho da Parnaíba, desde 1952.

Hoje Valdeci Cavalcante é um homem universal!

Ama o seu terrão intercontinental. Vive a realizar obras seminais na arquitetura e na literatura como nenhum outro vivente deste chão.

Valdeci Cavalcante é humanamente largo e profundo, assim como a Parnaíba, extraordinária e visceral que o viu nascer e crescer.

 

Estamos atrás

Do mesmo fim de arco-íris

Esperando na curva

Meu bom amigo

 

Rio da Lua

E eu

 

De visão cosmopolita, isto é, de olhar voltado para o mundo das ideais, ao fervor das realizações, ao extra tempo que pertence aos ousados, Valdeci Cavalcante semeia provas diárias da sua grandeza enquanto parnaibano, geograficamente atrelado às águas fluviais do Rio Igaraçu e às sedes marítimas da Praia da Pedra do Sal...

Seus passos refletem a intuição do visionário, o maior ser humano do seu tempo, colossal como o próprio tempo, pois pontifica e revela voos eternos, espantosos, agigantados...

Admiro Valdeci Cavalcante por seu dom empreendedor e único, capaz de transformar ruínas em riqueza, em cultura, em devoção artística. Agente que converte destruição em realidade, em acontecimento social.

 

Belas damas e nobres cavalheiros,

 

Valdeci Cavalcante faz da Parnaíba de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça, um império histórico, rico, apaixonante, identitário.

Devo o meu sentido de pertencimento à poesia concreta de Valdeci Cavalcante. Parnaíba, a menina dos seus olhos, a menina dos meus olhos, a menina dos nossos olhos...

 

Estamos atrás

Do mesmo fim de arco-íris

Esperando na curva

Meu bom amigo

 

Rio da Lua

E eu

 

Aprendi cedo o impactante provérbio, da mais legítima sabedoria popular, que registra: quem viaja no mar avia-se na terra.

Valdeci Cavalcante preparou Parnaíba para o Século XXI, pois desde a década de oitenta, do século passado, Valdeci vem demonstrando o seu extremoso cuidado com a nossa amada Parnaíba.

Para mim, cidadão do mundo é aquele que venera, estima, protege, cuida, louva, valoriza, assenhora o seu lugar!

O amor é possessivo, meu bom amigo Valdeci Cavalcante!

Quero ser sempre do tamanho do seu tempo, do seu cosmo, do seu universo, do seu vasto mundo, meu bom amigo Valdeci...

Seu tempo que foi selado pela inteligência de Simplício Dias da Silva, de Evandro Cavalcanti Lins e Silva, de Alarico José da Cunha*, de Assis Brasil, de João Paulo dos Reis Velloso, seus espelhos particulares, nossos conterrâneos, mais nítidos, mais lúcidos...

 

Segue o rio

e a sua majestosa

correnteza

 

Nunca se termina

o sublime desse rio

 

Nunca se termina

esse rio

longínquo

que nunca termina

 

suas águas, seus fluidos

sonoros

 

remoto como a Morte

distante como o Tempo

afastado como o Amor

que nunca terminam,

 

esse rio, esse rio,

por terra imenso

sua alma descabida

infindo, eterno,

que nunca termina...

 

esse rio, esse rio,

suas vidas, seus destinos

que nunca terminam...

 

(o ribeirinho chega

a termo de nunca

terminar a linguagem

vista do rio)

 

Nunca termina a voz

desse rio telúrico

sedento do excelso

que nunca termina...

 

O rio Igaraçu

termina no mar do Piauí,

mas o mar nunca termina,

terminar não rima

com o oceânico,

porque o céu,

porque o abismo,

no coração fluvial,

não terminam,

porque o dedo de Deus

nunca termina,

porque a Poesia

não termina,

nem o silêncio

termina

 

(Crônica sobre o Rio Igaraçu, poema inédito de Diego Mendes Sousa, dedicado a Valdeci Cavalcante)

 

Merci!

 

Parnaíba, Norte do Brasil, 13 de novembro de 2023.

 

Discurso de Diego Mendes Sousa em homenagem a Valdeci Cavalcante.

 

 

*Alarico José da Cunha é maranhense, porém fez notável existência na cidade da Parnaíba.

 

Diego Mendes Sousa é Presidente da Academia Parnaibana de Direito (APD), Casa de Evandro Lins e Silva e Membro da Academia Parnaibana de Letras.

 

Ouça a música Moon River:

https://youtu.be/Ga1dGEsUyME?si=XtDgKG3FP44AzLvc