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[Flávio Bittencourt]

Uma figura mítica do cinema francês

Jean Gabin (1904 - 1976).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"TALVEZ SIGNIFIQUE UMA CARGA MUITO

DIFÍCIL DE SE SUPORTAR SER CONSIDERADO,

POR MAIS DE TRÊS DÉCADAS, O MAIOR

ATOR DO CINEMA FRANCÊS"

 

(COLUNA "Recontando...")

 

 

 

 

 

A fotografia acima apresentada

pode ser localizada, na web, em:

http://www.malhanga.com/musicafrancesa/gabin/maintenant_je_sais.htm

 

 

 

 

 

SELO POSTAL ALEMÃO (2001),

COMEMORATIVO:


Jean Gabin
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Gabin;
 
fonte da informação sobre o ano do selo:

"Beschreibung: Jean Gabin on German stamp; Datum: First Day of Issue: 2001-10-11 / 2001-11-13 [...]",

http://de.wikipedia.org/wiki/Datei:Jean_Gabin.png)


 

  

 

 

"Jean Gabin

Description de cette image, également commentée ci-après

Jean Gabin dans Touchez pas au grisbi, de Jacques Becker (1954)

Nom de naissance Jean Alexis Gabin Moncorgé
Naissance 17 mai 1904
Paris, France
Nationalité Drapeau de France Français
Décès 15 novembre 1976 (à 72 ans)
Neuilly-sur-Seine, France
Profession Acteur
Films notables Gueule d'amour
Pépé le Moko
Le Quai des brumes
La Belle Équipe
La Grande Illusion
Touchez pas au grisbi
La Traversée de Paris
Un singe en hiver
Le Clan des Siciliens
Le jour se lève
Le Tatoué
Site internet Musée Gabin.com"

 (http://fr.wikipedia.org/wiki/Jean_Gabin)

 

 

 

 

 

"(...) Em setembro de 1939 [JEAN GABIN] é chamado pelo exército e em fevereiro de 1941 deixa a França em direção aos Estados Unidos, pois se recusava a filmar para os alemães. Nesse país atuará em dois filmes: Águas tempestuosas e O Impostor e frequentará Ginger Rogers e Marlene Dietrich. Em 1943, Gabin se engaja nas Forças Armadas Francesas Livres e será condecorado com a Medalha Militar e a da Cruz Vermelha.

Quando retorna da guerra, seu aspecto é de um velho ator do pré-guerra, pois aos quarenta anos sua cabeça já está toda branca.
(...)"

(CINEFRANCE PONTO COM PONTO BR, TRECHO DO ARTIGO ADIANTE TRANSCRITO, NA ÍNTEGRA)


 

 

 

 

ORGULHO PISOTEADO Soldados alemães desfilam próximos ao Arco do Triunfo, em Paris, em junho de 1940: sob a ocupação nazista, argumenta Alan Riding, criou-se uma zona de sombra na qual seria inútil tentar dividir atitudes entre certas e erradas (Foto: Corbis / LatinStock)

ORGULHO PISOTEADO -- Soldados alemães [CONTRA OS QUAIS LUTOU JEAN GABIN] desfilam próximos ao Arco do Triunfo, em Paris, em junho de 1940 [...]

(Foto: Corbis / LatinStock)

[http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/jean-gabin/]

 

 

 

 

 

Jean Gabin,

Youtube:

 

 

 

 

 

 

(http://www.guidetouristiquefrance.fr/visit/musees-ile-de-france-musee-jean-gabin-meriel-748)

 

 

 

 

 
MALAGASY - Madagascar 1999 "History of French Cinema: Jean Gabin" souvenir sheet (contains stamp from Scott #1415 sheetlet) also featuring satellites and trains

(http://www.marlen-stamps.com/stampresults.cfm?id=31859&pn=1&lkt=Madagascar%201999%20%22History%20of%20French%20Cinema:)

 

 

 

 

 

Buste de Jean Gabin, à Mériel,
sur la place du musée qui lui est consacré
 
(http://fr.wikipedia.org/wiki/Jean_Gabin)

 

 

 

 

 

14.11.2012 - Jean Gabin (1904 - 1976), uma figura mítica do cinema francês - Um legítimo caso de amor: ele nasceu para trabalhar, como ator, na indústria da sétima arte e a indústria da sétima arte nasceu para que nela ele viesse a trabalhar. (Aprendo hoje, durante a pesquisa que redundou nesta matéria, que Jean Gabin interpretava canções e que, por sua atuação na II Guerra Mundial, lutando contra o nazismo, recebeu a Medalha Militar, como também foi condecorado com a Medalha da Cruz Vermelha: o homem era superdotado, mesmo; quando ele infelizmente faleceu, em 1976, eu possivelmente li algo sobre sua vida, mas me esqueci - ao longo de mais de três décadas e meia - dessa habilidade artística, outra, de Gabin: ele era ótimo cantor - e foi herói da Resistência Francesa, além de tudo!)  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

"Jean Gabin
-

Biografia

Utilizando o nome artístico de seu pai, Jean Moncorgé torna-se Jean Gabin ao galgar o palco do Folies Bergères. É ali que canta e dança ao lado de Mistinguett. Após vários anos de cabaré, recebe o chamado do cinema e grava seu primeiro filme com um título premonitório: Chacun sa chance (1930). Seu início de carreira é bastante difícil e ele trabalha em produções de menor importância. Contudo, Julien Duvivier dá-lhe a oportunidade de mostrar seu talento no filme Você camaradas (1936) ao lado de Charles Vanel e, principalmente, na produção O Demônio da Algéria (1937), no qual Gabin interpreta, com brio, o criminoso Pépé le Moko, que deu o nome ao filme em francês.

Estava lançada a carreira de Jean Gabin. No espaço de dois anos, atua em filmes que estão entre os mais célebres do cinema francês como A Grande Ilusão, Gueule d'amour, com Mireille Balin (1937), Cais das Sombras, com Michèle Morgan, A Besta Humana (1938) e Trágico amanhecer (1939). Em setembro de 1939 é chamado pelo exército e em fevereiro de 1941 deixa a França em direção aos Estados Unidos, pois se recusava a filmar para os alemães. Nesse país atuará em dois filmes: Águas tempestuosas e O Impostor e frequentará Ginger Rogers e Marlene Dietrich. Em 1943, Gabin se engaja nas Forças Armadas Francesas Livres e será condecorado com a Medalha Militar e a da Cruz Vermelha.

Quando retorna da guerra, seu aspecto é de um velho ator do pré-guerra, pois aos quarenta anos sua cabeça já está toda branca. Realiza um projeto que acalentava há tempos: Martin Roumagnac: mulher perversa (1946), com Marlene Dietrich. O filme, todavia, é um fracasso. Começa então um período de declínio na carreira de Gabin. Trabalha em produções sem importância, exceto La Nuit est mon royaume (1951), Amor Traído (1951) e French Cancã (1954), de Jean Renoir. O renascimento vem com dois filmes: Grisbi, Ouro Maldito (1953), e Razzia sur la chnouf (1955) com o jovem Lino Ventura. Nesses dois filmes de bandidos, Gabin mostra que para ele nada terminou e que pode ainda ser um ator notável.

Mudou sua imagem: é agora um homem experiente, autoritário e que impõe respeito. Esse personagem acompanhará Gabin em sua vida pessoal de forma quase caricatural. Em 1955, um pequeno filme será determinante: Gas-oil. Michel Audiard descobriu em Gabin um personagem rabugento sobre o qual ele poderia lançar suas réplicas cuidadosamente elaboradas. A colaboração entre os dois homens durou o tempo de aproximadamente vinte filmes. O sucesso de Gabin no fim dos anos 50 pode ser conferido no policial noir Sedução fatal (1956), A Travessia de Paris (1956, com Bourvil, e Amar é Minha Profissão (1958), com Brigitte Bardot.

No anos 60, Gabin reúne um time de amigos fiéis, com quem gravará muitos filmes. Esses diretores chamavam-se Gilles Grangier, Denys de La Patellière, Henri Verneuil e Jean Delannoy. Abriu sua própria empresa de produção, junto com Fernandel: a “Gafel”. Expandiu sua fazenda na Normandia comprando terras e tornou-se criador de gado em seus momentos de lazer. Entre os filmes dessa década, marcada por muita cabotinagem, chamam a atenção Le Cave se rebiffe rodado com seu amigo Bernard Blier e sua interpretação do inspetor Maigret, um papel que já havia desempenhado duas vezes nos anos 50. E, o que é mais importante, Gabin se aproxima da nova geração com Macaco no Inverno, ao lado do jovem Jean-Paul Belmondo, Gângsters de Casaca com Alain Delon, ator que reencontrará, assim como Lino Ventura em Os Sicilianos (1969).

Com quase 70 anos, Jean Gabin torna-se cada vez mais seletivo em relação a seus papéis, beirando a caricatura. Assim, suas interpretações em La Horse (1970) ou no L'Affaire Dominici (1973), consolidam ainda mais seu personagem de patriarca teimoso. Mais foi com O Gato (1970) de Pierre Granier-Deferre que mostrou o quanto seu talento permanecia intacto, assim como no filme Dois Homens Contra uma Cidade, onde dividiu novamente as telas com Alain Delon. Em 1974, gravou uma música, Je sais, com letra de Jean-Loup Dabadie, que obteve uma classificação aceitável nos índices de vendas de discos daquele ano. Seu último filme, L'Année sainte (1976), dirigido por Jean Girault e com Jean-Claude Brialy, foi um fracasso. Em 15 de novembro desse mesmo ano, Jean Gabin se foi, e com ele uma figura mítica do cinema francês."

(http://www.cinefrance.com.br/todos/atores/?ator=150)

 

 

 

 

 

http://www.lemarchedutimbre.com/image_timbre/289/2891811.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.lemarchedutimbre.com/fiche_timbre.php?id_timbre=2891811)

 

 

 

 

 

 Photo du musée Jean Gabin [MÉRIEL, FRANÇA]:

 (http://www.guidetouristiquefrance.fr/visit/musees-ile-de-france-musee-jean-gabin-meriel-748)

 

 

 

 

 

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"COMMISSAIRE MAIGRET

- Créé en 1930 par Simenon, le célèbre commissaire bougon et massif traque les criminels dans plus d'une centaine de romans policiers, dont un grand nombre sera filmé au cinéma ou à la télévision, avec Jean Gabin, Jean Richard ou Bruno Cremer comme interprète.
Timbre émis en 1996"

(http://france.webtimbres.com/CH10/9633.html)

 

 

 

 

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"DETECTIVE FICTION ON STAMPS

[DETETIVES DA FICÇÃO (literária) EM SELOS POSTAIS]

 

(...)

 

The cartoon is by the Danish cartoonist, Storm-P.
But who are these sleuths?


1       2       3       4       5       6       7       8

1. Porfiry Petrovic (Dostoevski) (Crime and Punishment)
2. Inspector Maigret (Georges Simenon)
3. Father Brown (G.K. Chesterton)
4. Sherlock Holmes (Sir Arthur Conan Doyle)
5. Hercule Poirot (Agatha Christie)
6. Inspector Cardby (David Hume)
7. Lord Peter Wimsey (Dorothy L. Sayers)
8. Reggie Fortune (H.C. Bailey)

 

(...)"

(www.trussel.com/detfic/detect.htm)

 

 

EM 7.9.2012,
EM SUA COLUNA

(Resenha de J. R. Guzzo publicada

na edição impressa de VEJA)

 

"Jean Gabin

07/09/2012

às 16:00 Livros & Filmes

Boa leitura para o feriadão (2): J. R. Guzzo recomenda altamente este livro sobre os intelectuais e artistas em Paris sob ocupação nazista

ORGULHO PISOTEADO Soldados alemães desfilam próximos ao Arco do Triunfo, em Paris, em junho de 1940: sob a ocupação nazista, argumenta Alan Riding, criou-se uma zona de sombra na qual seria inútil tentar dividir atitudes entre certas e erradas (Foto: Corbis / LatinStock)

ORGULHO PISOTEADO -- Soldados alemães desfilam próximos ao Arco do Triunfo, em Paris, em junho de 1940: sob a ocupação nazista, argumenta Alan Riding, criou-se uma zona de sombra na qual seria inútil tentar dividir atitudes entre certas e erradas (Foto: Corbis / LatinStock)

 

 

NEM HERÓIS NEM COVARDES

 

“Em Paris: a Festa Continuou” traz um retrato esclarecedor da conduta dos intelectuais e artistas franceses durante a ocupação nazista

Em Paris a festa continuou

Paris: a Festa Continuou

Jornalistas, quando são realmente bons, sempre escrevem livros de história melhores que os que são escritos por historiadores.

Por que será?

Tolstoi achava que pessoas dedicadas a outras atividades conseguem pensar com bom-senso – virtude, segundo ele, desconhecida nos livros de história. Outra hipótese, mais simples, é a brutal chatice de quase todos os livros escritos por historiadores criados dentro da universidade, que costumam entrar em estado de coma logo nas primeiras páginas e dali não saem mais.

Essa escrita se repete, mais uma vez, com Paris: a Festa Continuou (tradução de Celso Nogueira e Rejane Rubino; Companhia das Letras; 464 páginas; 54 reais), que acaba de ser lançado no Brasil e faz uma espetacular reconstrução da vida na cidade mais emocionante do mundo durante os quatro anos em que foi ocupada pelo Exército da Alemanha nazista, entre 1940 e 1944 – quando a bandeira com a suástica, em vez do sagrado pavilhão tricolor da França, tremulou no alto da Torre Eiffel, e a tropa alemã descia diariamente os Champs-Élysées, sempre ao meio-dia e meia, marchando a passo de ganso.

O autor desse painel é o jornalista britânico Alan Riding, que fez uma carreira impecável como correspondente do jornal The New York Times em Paris, Madri, Rio de Janeiro e Cidade do México e coroou sua trajetória trabalhando durante doze anos como correspondente cultural do Times na Europa, com base em Paris – onde continua a viver e escrever.

Em Paris: a Festa Continuou, Riding põe no ar uma questão fascinante e perturbadora: o que você faz quando o seu país é invadido, derrotado e ocupado por um exército estrangeiro?

O autor tenta responder a essa pergunta examinando, com a perícia de um repórter de primeira classe, o comportamento de uma faixa muito singular da sociedade francesa: o círculo intelectual e artístico de Paris, então considerada, até pelos ocupantes nazistas, como a capital cultural do mundo.

Foi uma escolha feliz. Expor como os artistas reagem à opressão tem uma relevância toda especial no caso da França, onde, mais do que em qualquer outro país, os grandes nomes das artes e do pensamento sempre tiveram uma profunda, e talvez exagerada, influência junto à população.

Pelo olhar que faz sobre a parte, Riding leva o leitor a uma visão sobre o todo – e seu triunfo está em mostrar, na parte e no todo, não uma “fotografia fixa, na qual um momento representa todos os outros”, como ele próprio escreve, mas “um drama em evolução”, em que a linha separando o bem do mal se move o tempo todo, ao sabor dos acontecimentos. A divisão clássica sobre a conduta dos franceses durante os anos da ocupação é entre heroísmo e covardia; permanece em vigor até hoje, em centenas de romances e filmes, a começar pelo inevitável Casablanca.

De um lado ficam os cidadãos decentes e patriotas, que optam pela resistência e vão combater o invasor na clandestinidade; do outro ficam os colaboradores ou traidores, que continuam levando sua vida de sempre, convivem em paz com o ocupante e até o ajudam a governar. Riding se recusa a aceitar essa divisão. Seu livro lida com a vida real de gente real na Paris ocupada – e aí entramos numa zona de sombra onde é inútil procurar respostas em preto e branco.

Os pragmáticos - UMA PECHA PARA TODA A VIDA  A estilista Coco Chanel (destaque) desfrutava uma suíte no luxuoso Hotel Ritz com um oficial alemão; Édith Piaf (ao piano) colaborou ativamente com os nazistas; o suíço Le Corbusier, ícone maior da arquitetura modernista, chegou a cortejar as autoridades da ocupação em busca de verbas para seus projetos: ainda que nada seja pior que ser lembrado como "colaborador", diz Riding, não foram poucas as personalidades - e pessoas comuns - que adotaram tal estratégia

Os pragmáticos - UMA PECHA PARA TODA A VIDA -- A estilista Coco Chanel (destaque) desfrutava uma suíte no luxuoso Hotel Ritz com um oficial alemão; Édith Piaf (ao piano) colaborou ativamente com os nazistas; o suíço Le Corbusier, ícone maior da arquitetura modernista, chegou a cortejar as autoridades da ocupação em busca de verbas para seus projetos: ainda que nada seja pior que ser lembrado como "colaborador", diz Riding, não foram poucas as personalidades - e pessoas comuns - que adotaram tal estratégia

Riding faz renascer, em todas as suas cores, a Paris dos anos 40 – que os turistas menos distraídos podem perceber vagamente, até hoje, nos buracos de bala conservados nas paredes dos prédios e nas placas com os nomes dos parisienses mortos no levante contra o invasor, em agosto de 1944, com a guerra já a caminho do fim.

A rigor, pela investigação do autor, não houve nada no mundo do entretenimento, artes e cultura de Paris que tenha sofrido na ocupação; a festa simplesmente continuou. E os comportamentos individuais? Em sua maioria, os personagens do drama, sumidades na época da ocupação, não significam mais nada; são, há muito tempo, apenas um punhado de cinzas, e os próprios franceses de hoje não saberiam dizer quem foram. De todos eles, e dos que sobreviveram ao esquecimento, o que se pode dizer é que tiveram conduta mais ou menos equivalente à que foi adotada pelo resto da população.

Alguns, como os cantores Maurice Chevalier e Édith Piaf, ou o escritor Louis-Ferdinand Céline, foram colaboradores ativos. Coco Chanel vivia em sua suíte no Ritz com um oficial alemão. Le Corbusier, canonizado em vida por arquitetos do mundo inteiro, grudou nas autoridades de ocupação em busca de verbas para seus projetos; afirmou, tentando agradar ao governo, que “a sede dos judeus por dinheiro corrompeu o país”.

Andre Gide

O cauteloso EM SILÊNCIO André Gide: "Prefiro não escrever nada, hoje, que possa me deixar arrependido amanhã", disse o autor que ganharia o Nobel em 1947. Outros artistas, como Pablo Picasso, adotaram atitudes semelhantes (Foto: Hulton Archive / Getty Images)

O editor Bernard Grasset chegou quase a implorar de Joseph Goebbels o direito de publicar na França a “obra magistral” do sumo sacerdote da propaganda nazista.

Muitos, ao contrário, se recusaram a trabalhar na França ocupada, como o ator Jean Gabin e os cineastas René Clair e Jean Renoir, que foram para os Estados Unidos.

Outros ficaram em cima do muro, como o escritor André Gide. “Prefiro não escrever nada, hoje, que possa me deixar arrependido amanhã”, resumiu ele.

Pablo Picasso permaneceu em Paris durante a ocupação, vendendo discretamente seus quadros, e recusou-se a assinar uma petição pela liberdade de um amigo, o poeta Max Jacob, preso pela Gestapo – documento que até colaboracionistas extremados assinaram.

Jacob morreu no infame campo de concentração de Drancy. Uns poucos, bem poucos, foram para a resistência armada – e a grande maioria, como fez quase toda a população francesa, simplesmente continuou com sua vida normal, tentando ganhar o pão de cada dia.

O cômico Jacques Tati, por exemplo, começou a fazer sucesso durante a ocupação, com shows no Lido; deveria ter abandonado sua grande chance de subir na carreira? Riding deixa no ar, ao narrar tantos casos como esse, a pergunta-chave: quais eram, realmente, as alternativas? Largar o emprego, a família ou o sonho de sucesso e ir para a vida clandestina?

O indignado MELHOR PARTIR Jean Renoir, diretor de obras-primas como A Regra do Jogo, preferiu se refugiar nos Estados Unidos a filmar na França ocupada, assim como o colega René Clair: liberdade em troca de dificuldades com a língua e a carreira

O indignado MELHOR PARTIR -- Jean Renoir, diretor de obras-primas como "A Regra do Jogo", preferiu se refugiar nos Estados Unidos a filmar na França ocupada, assim como o colega René Clair: liberdade em troca de dificuldades com a língua e a carreira (Foto: Robert Doisneau / Gamma-Rapho / Getty Images)

Nenhum artista teve nenhuma culpa, como o resto dos franceses, pela invasão nazista.

Mas o autor anota que, num país onde os intelectuais são vistos como entes superiores, e no qual a população é educada para reverenciar teorias, o mundo cultural tem mais responsabilidades, pois tem mais influência. Hoje não é mais assim, e é bom que não seja. Os intelectuais têm menos importância – mas também são menos perigosos.

Melhor para todos." (J. R. Guzzo)

[http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/jean-gabin/]

 

 

 

 

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Petite leçon d'Europe par Jean Gabin dans "Le président",

Youtube:

"Enviado por em 18/09/2010

Un monumental Jean Gabin dans le film "Le président" qui expose à l'assemblée nationale sa vision de l'Europe, des conflit d'intérêts, des connivences, les banques et le pétrole tout y passe.

Biographie du film:

Le Président est un film français réalisé par Henri Verneuil, sorti en 1961. Dialogue: Michel Audiard, avec notamment Jean Gabin, Bernard Blier.

Synopsis:

Ancien président du Conseil, Émile Beaufort consacre l'essentiel de son temps à écrire ses mémoires qu'il dicte à sa secrétaire, Mlle Millerand.

À l'occasion d'une grave crise politique ministérielle, les journaux annoncent la probable nomination par le président de la République de Philippe Chalamont, président du Groupe des Indépendants Républicains à la Chambre des députés.

Or, une quinzaine d'années auparavant, cet homme politique, intelligent, fin et galant et, à l'époque, directeur du cabinet à la présidence du Conseil fut à l'origine d'un scandale financier qui a coûté près de 3 milliards de francs anciens à la France. Blessé de cette trahison, le président Beaufort le limogea de son poste et garda les aveux écrits de Chalamont.

Mais, coup de théâtre, Chalamont revient avec l'ambition de devenir le chef du gouvernement. Brandissant la menace de donner la lettre à la presse, Beaufort contraint Chalamont à réfléchir aux conséquences s'il acceptait la proposition du chef de l'Etat...
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