SOMOS AINDA HUMANOS?
Por Cunha e Silva Filho Em: 01/10/2024, às 17H32
O TEXTO ABAIXO FARÁ PARTE DO MEU LIVRO
"IN DEFENCE OF THE WORLD PEACE AND OTHER THEMES"
(TEXTS IN ENGLISH AND IN FRENCH)
SOMOS AINDA HUMANOS? (Republicado, aumentado e melhorado)
CUNHA E SILVA FILHO
A pergunta do título deste artigo é dura e vai desagradar muita gente que ainda defende o mal olhando somente para uma dimensão de um tema, ou seja, não ultrapassa o seu eu, o seu individualismo obtuso, o seu lado cômodo, confortável e suas próprias ideias relativizadas. Não é certo nem coerente tal posicionamento diante do terror, que é uma guerra entre dois estados autônomos. E esta premissa vale para qualquer conflito bélico, no qual um país ou um grupo terrorista atacam outro por motivos religiosos ou ideológicos (caso do Hamas e Hezbolah) ou um país invade a soberania de outra nação (caso da Rússia contra a Ucrânia). Ou mesmo, no mesmo país guerras ferozes se travam entre irmãos do mesmo sangue (caso da Síria, do Congo, entre outros guerras fraticidas.
No caso de Israel e dos terroristas ( creio que os judeus assim o entendem, mas não os palestinos e outros países que não veem como certo que a Faixa e Gaza deva pertencer aos judeus. O nó górdio envolve os palestinos e os israelenses (os judeus). Cada qual tendo sua versão do que seja terrorista ou não. Lembro-me agora que uma jovem escritora palestina, já respeitada pela crítica, não pensa do mesmo modo que um autor judeu sobre quem está com a razão: palestinos ou judeus?
É lógico que ninguém aceita, em sã consciência, que um massacre feito pelo Hamas durante um festa na qual havia muitos jovens judeus em Gaza, a barbárie perpetrada contra esses jovens. Contudo, é também verdade que a escritora palestina, muito contrafeita, declara que os palestinos foram até hoje hostilizados duramente por Israel, sobretudo após a imposição, em 1948, de uma área territorial que formaria o Estado de Israel, em detrimento de uma parte da Palestina que abrangeria a Faixa de Gaza.
Não queremos mais ouvir falar em Holocausto – essa atrocidade que concretizou o nazismo hitlerista. O que faz lembrar também aos judeus que não se deixem levar para o ódio contra os palestinos porque seus antepassados sabem que eles, os judeus, foram sacrificados impiedosamente na Segunda Guerra Mundial (1939-1945)Ou seja, os judeus foram, pouco a pouco, invadindo geograficamente o Estado Palestino tomando terras deste. Desde a divisão daquela parte do Oriente Médio feita artificialmente por organismos internacionais, uma forte inimizade entre os dois povos surgiu e se mantém politicamente - é bom frisar, -. até hoje. O curioso é que, no Brasil, judeus e palestinos convivem em paz, o que demonstra que a questão entre os dois Estados antagônicos bem poderia ser solucionada, bastando apenas haver a imperiosa necessidade de se chegar - humanisticamente - e com a ajuda contínua da diplomacia.
O curioso é que, na Faixa de Gaza, existe convívio pacífico entre palestinos e judeus e estrangeiros, inclusive brasileiros descendentes ou não de palestinos ou judeus. A partir da criação dos dois Estados religiosa e geopoliticamente adversários, várias conflagrações ocorreram e a questão da paz entre os dois países ainda hoje não foi resolvida definitivamente por organismos internacionais como a ONU e o seu Conselho de Segurança.
Por outro lado, penso que a paz duradoura entre palestinos e judeus só se dará quando as decisões tomadas pela ONU não passarem apenas de um “recomendação” a fim de que os dois países do Oriente Médio cheguem a uma conclusão pacífica: são os entraves das votações do Conselho de Segurança na qual estão envolvidas países que têm o peso de veto, ou seja, países que se posicionam contrariamente a outros na questão dos prós ou contras para que uma solução desejável seja encontrada. A questão da guerra Israelense-palestina é governamental. Acredito que os judeus e os palestinos, como individualidades, não são hostis entre si. O que ocorre advém de quem está mandando politicamente em Israel, que expansionista e belicista Sr. Nataniahu. Ele jamais poderia ter voltado ao poder que, nas suas mãos, provocou toda essa destruição de vidas humanas, de crianças, de velhos.de construções de residência, poderia assumir o governo israelense para um mais mandato. Ele é expansionista, belicoso e intransigente. Não respeita as instituições globais como a ONU e outras instâncias que defendem a paz mundial. Resultado: quem sai perdendo é a população civil, a sociedade e as nações que se lhe opuseram em razão da invasão que ele tem feito com instintos de genocídio. O maior culpado pelo estado de beligerância a que assistimos agora se deve, sem dúvida alguma, ao premier Benjamin Netaniahu, o qual deveria ser, de imediato, apeado do seu cargo.
Diante dos representantes e membros da ONU, ele não se peja de enfatizar – publicamente - que continuará a bombardear outros como como ao Líbano, o Irã m o Iêmen. É mu déspota pós-moderno, um candidato a genocida visto que deseja dizimar povos. É, por conseguinte, um indivíduo perigoso, um persona non grata que só está contribuindo para aumentar a hostilidade de outros povos contra os judeus.O mundo dá muitas voltas; quem diria que um chefe judeu iria se aproximar de desejos de destruir pessoas como os nazista fizeram contra o povo judeu na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), cujo acontecimento mais pavoroso, hediondo, foi o Holocausto. Nem com o exemplo da História, a “Mestra da Vida,” como disse Cícero (106-43.a.C)) esse chefe tirano aprendeu o que é o sofrimento de um povo invadido com tanto derramamento de sangue. Os EUA jamais poderiam se posicionar ao lado do premier judeu. Nesse ponto, Joe Biden se mostrou um chefe de Estado fraco e incompetente. Incompetente em vários aspectos com respeito a assuntos de geopolítica mundial.
Cada um dos dois povos, os palestinos e os judeus, têm seus aliados que não são, no plano da geopolítica mundial, aliados entre si. Quer dizer, por exemplo, os EUA são aliados dos judeus, ao passo que os iranianos são aliados dos palestinos, enquanto que a Rússia apoia com armamentos a duradoura ditadura da Síria, sem se falar dos grupos terroristas radicais que tornam a solução do problema ainda mais difícil. A meu ver, é preciso que cada um dos lados opostos faça concessões, i.e., saiba perder nesse jogo de xadrez no qual o egoísmo não prevaleça Cumpre também que, na esfera religiosa, cada um respeite a doutrina do outro, sem usar de extremismos nocivos para que os dois povos possam viver pacificamente. As guerras, já o disse alhures, são inúteis e só servem para destruir nações em combate entre si, com prejuízos enormes materiais e humanos sem precedentes para os países que ainda teimam em usar a força das armas letais ou mesmo ameaçam empregar armas nucleares como, por vezes, ouvimos de porta-vozes da Rússia. Digo isto porque todos sabemos que uma guerra nuclear será fatal ao planeta Terra. Já o dissera, em texto de natureza apocalíptica, o grande filósofo, pacifista e matemático inglês Bertrand Russell (1872-1970) tantas vezes por mim lembrado sobre o tema de uma guerra nuclear.