Silvio Da-Rin, secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura

A Revista de Cinema publicou, em junho de 2008, entrevista concedida pelo secretário do Audiovisual do Ministério da Cutura do Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"RUY GUERRA RECEBE KIKITO DE CRISTAL EM GRAMADO"

(http://cinema.terra.com.br/gramado/2009/interna/0,,OI3923535-EI14147,00-Ruy+Guerra+recebe+Kikito+de+Cristal+em+Gramado.html)

 

 

A ATRIZ CLAUDIA OHANA ABRAÇA RUY GUERRA E A ELE ENTREGA PRÊMIO PELO CONJUNTO DE SUA  OBRA

(http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI88046-9531,00.html)

 

 

Zeta-Jones, Michael Douglas e Claudia Ohana 

CATHERINE ZETA-JONES, MICHAEL DOUGLAS E CLAUDIA OHANA

(http://www.caras.com.br/edicoes/815/textos/ohana-e-zeta-jones-arrasam-na-festa-tributo-a-michael-douglas/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 A ATRIZ CLAUDIA OHANA: A FLOR EM PRIMEIRO PLANO

FICA FORA DE FOCO, NATURALMENTE

(Só a fotografia, sem a legenda da Coluna "Recontando...":

http://colunistas.ig.com.br/curioso/tag/yona-magalhaes/)

 
 
 
 

(http://musicadampbaorock.blogspot.com/)

 

 

 (http://usuariocompulsivo.blogspot.com/2008/11/promocao-download-legal-de-mp3-de.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GILBERTO GIL E RUY GUERRA

(http://ofuxico.terra.com.br/admin/smarty/templates/img_upload/2007/01/16Gilberto%20Gil%20e%20Ruy%20Guerra2G.jpg)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

  

 

 

RUY GUERRA TRABALHANDO

(http://www.filmreference.com/Directors-Fr-Ha/Guerra-Ruy.html)

 

 



















 

 

 

 

"Estudantes recebem presidente Lula na Praia do Flamengo, 132, o segundo presidente a visitar a UNE e a UBES. O primeiro foi João Goulart em 1962.
Crédito: Tiago Cavalcanti"

(http://www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2008/m_13080.html)

 

 

 

"(...) Em entrevista durante o Festival de Gramado, quando foi homenageado com o Kikito de Cristal pelo conjunto de sua obra, o cineasta Ruy Guerra, de 78 anos, elogiou o atual cinema brasileiro, que, segundo ele, é melhor do que o cinema americano. “Digo com toda minha idoneidade que considero o cinema brasileiro melhor que o americano. E nisso incluo até essas comédias ruins derivadas da televisão. É um cinema que, independente dos valores estéticos, de seus desequilíbrios e arrogâncias, representa melhor sua própria identidade do que os filmes que Hollywood faz hoje”. O diretor citou Madame Satã (02), de Karim Aïnouz, Baile Perfumado (97), de Lírio Ferreira, Cinema, Aspirinas e Urubus (05), de Marcelo Gomes, e Nina (04), de Heitor Dhalia, como bons trabalhos da nova geração de cineastas. Em tom de irreverência, Ruy Guerra disse que quer bater o recorde do colega português Manoel de Oliveira, que aos 101 anos ainda continua na ativa (**). Seu próximo trabalho é O Tempo, a Faca. (...)". [Reportagem no blog Cine e Video Tarumã, 31.8.2009,

http://cinevideotaruma.blogspot.com/2009/08/noticias-de-cinema.html)

(**) - Veja, nesta Coluna, "Manoel de Oliveira em Belo Horizonte", com foto do grande artista português recebendo merecidíssimo prêmio, em: http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/animais-na-heraldica-ii-manoel-de-oliveira-em-bh,236,2657.html.

 

 

 

 

                   Homenageando o ator estadunidense KIRK DOUGLAS, que fará cem anos em 2016, e

                   o cineasta português MANOEL DE OLIVEIRA, que fará 102 anos em dezembro de 2010 -

                   e trabalha sem parar (como, de resto, OSCAR NIEMEYER (***) o faz, no Brasil,

                   AOS CENTO E DOIS ANOS DE IDADE, sendo que este último sábio/gênio

                   assiste a palestras de filosofia, juntamente com sua equipe multidisciplinar, 

                   em seu escritório em Copacabana, Rio (Brasil), ou seja, AINDA É UM

                   ESTUDANTE!!!) - e, é claro,

                   à gloriosa UNE - União Nacional dos Estudantes (Brasil)

 

(***) - "(...) À tarde, segundo ele, Niemeyer terá aula de filosofia com um professor particular, como costuma fazer todas as terças-feiras há cinco meses (...)"

[http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u666257.shtml]. TRÊS FOTOGRAFIAS DO MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA de Niterói, projetado por OSCAR NIEMEYER, constam, nesta mesma Coluna, ao final de:

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/biologia-na-ficcao-cientifica,236,3434.html

 

 

23.2.2010 - Brasil emerge também na indústria da sétima arte - A atuação do competente e honrado realizador cinematográfico e administrador público Silvio Da-Rin à frente da secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura traduz-se em avanços da indústria cinematográfica nacional. Guilherme Freitas, em seu artigo "Cinema Brasileiro em alta" [reproduzido adiante, na íntegra], afirma: "(...) Hoje o cinema brasileiro está sendo respeitado e visto com outros olhos pela crítica internacional. Parabéns a todos que através das telas mostram o Brasil para o mundo (...) [Blog da Comunicação, 27.6.2008]. Se o Brasil é um país emergente no cenário internacional, seu cinema não poderia ficar relegado a segundo plano. E, percebe-se claramente - não apenas com a vitória de Tropa de Elite no Festival de Berlim de 2008 (urso de ouro de melhor filme) -, os governantes efetivamente levam em consideração o fato de que há uma vocação audiovisual em expansão, em terras, mares e rios do continente brasileiro. Adiante está uma entrevista concedida à jornalista Maria do Rosário Caetano, em dezembro de 2007, por Silvio Da-Rin, o atual secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura. F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

"18/6/2008 14:04:50

Entrevista - Silvio Da-Rin

(matéria publicada em dezembro de 2007 na edição 83)

 

Técnico de som e documentarista, Da-Rin pretende prosseguir
com o trabalho de seu antecessor na SAV, Orlando Senna
 
Por Maria do Rosário Caetano

 

O carioca Silvio Da-Rin é o novo secretário do Audiovisual. Substitui o baiano Orlando Senna, que aceitou o cargo de diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicações (EBC), responsável pelo novo projeto de TV pública brasileira.  O novo titular da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAV-MinC) assumiu o cargo disposto a “dar continuidade aos projetos da gestão Orlando Senna. Ele, que acompanhou de perto os quatro anos e dez meses comandados por Senna, só tem elogios ao trabalho de seu antecessor.

 

“Assumo a vaga de Orlando [Senna], porque ele me convidou, pessoalmente, para que eu o substituísse.” Por enquanto, Silvio Da-Rin, de 58 anos, só tem uma proposta a acrescentar ao quadro de realizações de seu antecessor: “Pretendemos abrir um edital para documentários de longa-metragem.” Para o diretor de “Hércules 56” e autor do livro “Espelho Partido – Tradição e Transformação do Documentário” (Azougue/2004), o documentário brasileiro vive momento de rara força e merece todo apoio possível.

 

Silvio Da-Rin, com ascendentes italianos, oriundos do Vêneto, deixa – por questões éticas – para o futuro o projeto de novo longa documental “Sertanistas”, que será filmado (quando sua gestão chegar a termo) na fronteira entre Acre e Peru. Premiado junto com outros 27 projetos, pelo Programa Petrobras Cultural 2007, meses antes de receber o convite para substituir Senna, Da-Rin já cuidava da pré-produção do filme. Adiou-o, sem remorsos.

 

Nesta entrevista, o secretário do Audiovisual fala de sua carreira como cineasta e técnico de som em 150 longas, médias e curtas-metragens, das baixas bilheterias do cinema brasileiro, dos desafios que o aguardam na SAV e de “Hércules 56”, que, além de filme de longa-metragem, deu origem a livro recém-lançado.

 

Revista de CINEMA – Você é conhecido e requisitado como um dos melhores técnicos de som do cinema brasileiro. Que filmes, entre os que o têm nos créditos, você destaca? Por que sua carreira de diretor ficou em segundo plano?

 

Silvio Da-Rin – Meu nome figura nos créditos de 35 longas-metragens e mais de cem curtas e médias-metragens. Gosto muito de meu trabalho como técnico de som e me orgulho de ter trabalhado com Lúcia Murat em “Quase Dois Irmãos”; Sérgio Rezende, em “Mauá, O Imperador e o Rei” e “Onde Anda Você?”, com Sandra Werneck [ex-mulher do cineasta e mãe de sua filha, Maíra Da-Rin, também dedicada ao cinema], em “Pequeno Dicionário Amoroso” e “Amores Possíveis”; com Guilherme de Almeida Prado, no inédito “Onde Andará Dulce Veiga?”; e com o português Leonel Vieira, em “A Selva”. Este filme, uma co-produção Portugal-Espanha-Brasil foi indicado, pela Academia Espanhola, ao Goya de melhor som. Meu primeiro filme, como diretor, foi o curta "Fênix" (1980), uma espécie de cine-almanaque sobre o ano de 1968, focado nas forças da criação, que, às vezes, parecem dizimadas, mas sempre renascem de modo contagiante.

 

Alguns anos depois, realizei "Príncipe do Fogo", sobre Febrônio Índio do Brasil, um curioso personagem da crônica policial carioca dos anos 20 que localizei no Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro. Febrônio permaneceu preso por 58 anos. Dirigi alguns outros curtas e o média-metragem "Igreja da Libertação", sobre a participação política e social da Igreja Católica brasileira. Na seqüência de abertura desse filme, Lula discursa no Primeiro de Maio de 1985, em frente à Catedral de São Paulo. A seqüência final apresenta um movimento então emergente, o dos Sem-Terra, acampados no Paraná. Hoje, Lula é presidente do Brasil e os Sem-Terra continuam em luta pela reforma agrária. O Brasil mudou muito nesses 20 anos: as conquistas democráticas são substanciais, mas as desigualdades econômicas e sociais são maiores do que nunca.

 

Revista de CINEMA – Por que você demorou tanto a estrear no longa-metragem?

 

Da-Rin – Talvez porque meu trabalho como técnico de som tenha me absorvido muito. Mas gostei muito, muito mesmo, de ter feito "Hércules 56". A repercussão do filme foi muito boa e resultou até em um livro [“Hércules 56 – O Seqüestro do Embaixador Americano em 1969”, Editora Zahar, 352 páginas].  O filme constitui tentativa, não de explicar, mas de compreender melhor alguns fantasmas da minha geração. Uma geração que encarou o dilema de aceitar o regime militar instaurado em 1964 como uma fatalidade ou insurgir-se contra a censura, a repressão aos movimentos sociais e a suspensão dos direitos civis. Ainda adolescente, vivi o rápido processo de radicalização do enfrentamento com a ditadura. Permaneci oito meses preso em quartéis do Exército e da Marinha, a partir de outubro de 1969. Três décadas depois dos chamados "anos de chumbo", me propus a reunir destacados representantes das organizações que pegaram em armas naqueles anos, para que relatassem suas experiências.

 

Da-Rin no lançamento do livro "Hércules 56", que também virou doc
 

Revista de CINEMA – “Hércules 56” não seria seu segundo longa? Afinal, “Igreja da Libertação” (1985) é um documentário, feito num momento de muito engajamento, que tem cara de longa. Entre ele e “Hércules 56” há um livro, “Espelho Partido”, no qual você promove profunda reflexão sobre o ofício do documentarista. O que esse estudo mudou no seu processo de trabalho e criação?

 

Da-Rin – “Igreja da Libertação” é um filme que dura 60 minutos. Portanto, quase um longa. O livro "Espelho Partido" resultou de um mestrado que fiz durante a paralisação da atividade cinematográfica causada pelo governo Collor. Até então, eu tinha realizado uma dúzia de documentários, em película ou vídeo, e participado da equipe de dezenas de outros, como técnico de som. Mas não tinha uma visão panorâmica do gênero, nem uma reflexão mais aprofundada sobre sua linguagem. A pesquisa do mestrado me proporcionou uma melhor compreensão dos diversos modos de representação do mundo adotados ao longo da história do documentário.

 

Revista de CINEMA – Você disse que foi convidado para titular da SAV por Orlando Senna. O convite veio dele ou do ministro Gilberto Gil?

 

Da-Rin – Fui convidado pelo Orlando Senna. O ministro, que o designou para representar o MinC no projeto da nova TV pública, deu a Orlando a incumbência de me consultar para ver se eu estava interessado em assumir a vaga deixada por ele. Como fui cineclubista e tenho três décadas de total dedicação ao cinema brasileiro, fiquei muito satisfeito com o convite e animado a aceitá-lo. Este, afinal, é meu primeiro cargo público. Assumo, portanto, a função, com o propósito de dar seqüência à gestão de Orlando Senna, que acompanhei de perto e que vem dando ótimos resultados. Vamos continuar ouvindo o Conselho da SAV, que é formado por representantes de 15 entidades – escolas de cinema, movimentos sociais, cineclubes etc. –, enfim, ouvindo a sociedade brasileira para nos aprofundarmos em políticas públicas que atendam a todos e não a grupos privilegiados.

 

Revista de CINEMA – Você era integrante do Conselho da SAV?

 

Da-Rin – Não. Em 2005, na condição de suplente de Pablo Lazzarini, representante dos técnicos no Conselho Superior de Cinema [CSC], estive em importante reunião desse organismo que presta assessoria à Casa Civil da Presidência da República. Essa reunião aconteceu na fase em que o ministro era José Dirceu. Depois que a ministra Dilma Roussef assumiu, os mandatos dos conselheiros [empossados em fevereiro de 2004 para período de dois anos] venceram e, ainda, não foram renovados. Torço para que o  sejam, pois o CSC é um órgão colegiado de enorme importância. Junto com a SAV e a Ancine, ele forma o tripé responsável pela formulação de políticas públicas para o setor audiovisual.

 

Revista de CINEMA – Você pretende, passada essa fase inicial, mudar algumas das diretrizes da gestão Senna? Vai trocar pessoas no comando de organismos ligados à SAV?

 

Da-Rin – Vou dar seqüência a todos os projetos desenvolvidos nos últimos quatro anos e dez meses pelo Orlando. Programas como o DOC TV, Edital B.0. (Filme de Baixo Orçamento), Revelando os Brasis, Programadora Brasil etc. são da melhor qualidade. Não há porque substituí-los. Pretendo criar um edital para o documentário de longa-metragem, pois o setor vive momento muito rico e estimulante. Por enquanto, não penso em fazer substituições. Vou substituir, claro, as pessoas que estão indo trabalhar com Orlando Senna na TV pública. O que posso dizer é que o MinC e a SAV contam com ótima e dinâmica equipe de jovens gestores.

 

Revista de CINEMA – Há produtores que criticam a SAV por entender que ela pulveriza recursos públicos em muitos projetos. Especialmente em filmes que, desde a concepção, já indicam que não conseguirão dialogar com o público. Para essas vozes, a descentralização cultural contribui, e muito, para essa pulverização.

 

Da-Rin – Essa crítica não faz sentido. Cabe ao MinC resgatar a função do Estado, ou seja, acabar com o clientelismo. Tudo que o Estado, por meio de políticas públicas, deve fazer é atender o cidadão. Por isso, queremos desenvolver projetos pensados, cada vez mais, no seu fim, que é o cidadão brasileiro. Nada temos contra as pessoas que vivem nos grandes centros do centro do País, mas nossa função, como formuladores de políticas públicas, é atender uma clientela nacional. Ou seja, os brasileiros que estão espalhados por todo o nosso território.

 

Sabemos que os recursos são poucos e as ações necessárias, muitas e desafiadoras. Os setores historicamente privilegiados pensam que devem ser sempre privilegiados. Daí nos depararmos com concentração em poucas mãos. Nossa intenção é estimular a renovação. Não podemos nos esquecer de que os produtores tradicionais precisam formular projetos competentes e desfrutar os mecanismos que estão à disposição deles. Devem buscar recursos no mercado nacional e internacional. Um mecanismo poderoso é o artigo 3º da Lei do Audiovisual. Ele permite que as majors invistam recursos subsidiados em produções brasileiras. A Ancine [Agência Nacional do Cinema] está aí para fiscalizar o uso desse mecanismo legal.

 

Revista de CINEMA – E para a SAV restam apenas os projetos culturais...

 

Da-Rin – De certa forma, sim. Se analisarmos bem, veremos que a SAV seria como que herdeira da Donac [Diretoria de Operações Não-Comerciais da Embrafilme]. Ela fomenta os filmes de baixo orçamento, atenta à revelação de novos diretores, apóia o documentário em projetos como o DOC TV, atende os cineclubes e os pontos de cultura etc.

 

Revista de CINEMA – A SAV tem poder para ampliar parcerias com países da América Latina? Por que o Acordo Ancine–Incaa (Brasil–Argentina), de distribuição de filmes sofreu solução de continuidade?

 

Da-Rin – A política externa do audiovisual brasileiro soma a ação do Itamaraty, da SAV e da Ancine. Trabalhamos juntos. Temos ação signicativa na Recam [Reunião Especializada de Cinema e Audiovisual], que promove ações conjuntas dos países do Mercosul, e na Caaci [Conferência de Autores Audiovisuais Ibero-Americanos], fomentamos acordos bilaterais com a Europa [Itália, Alemanha, Portugal etc.], temos presença significativa no Ibermidia, fundo audiovisual que une governos de países ibéricos. Todos esses projetos serão seqüenciados.

 

Revista de CINEMA – Em julho último, três filmes – Homem-Aranha 3, Piratas do Caribe 3 e Sherek 3 – ocuparam 97% do mercado brasileiro. O exibidor Adhemar Oliveira disse que isso aconteceu por falta de produto nacional voltado aos anseios de crianças e jovens, em período de férias. O que a SAV fará para fomentar o filme infanto-juvenil brasileiro?

 

Da-Rin – Estamos estudando essa questão. Se for o caso de lançar um edital para filmes infanto-juvenis, se houver demanda nesse sentido, nós poderemos fazê-lo. Não podemos esquecer que Renato Aragão e os Trapalhões figuram entre as maiores bilheterias da história do cinema brasileiro. “A Dança dos Bonecos” e “Menino Maluquinho”, ambos do Helvécio Ratton, são filmes de grande qualidade e destinados ao público infantil. Recentemente, Antônio Carlos da Fontoura ganhou prêmio internacional com “No Meio da Rua”. Vamos sim, estudar esse assunto, pois não podemos deixar essa importante faixa de público nas mãos só do mercado.

 

Revista de CINEMA – No final dos anos 90, Walter Salles esteve com o então presidente FHC e reivindicou que o cinema brasileiro contasse com apoio público de forma que pudesse chegar ao ano 2000 com 20% de seu mercado interno. Isso só aconteceu em 2003, quando alcançamos 21%.  Porém, de 2003 para cá, patinamos entre 10% e 15%. As bilheterias brasileiras estão bem aquém do esperado.

 

Da-Rin – Esse tipo de reivindicação não faz muito sentido. As bilheterias de cinema dependem de fatores que o governo não pode, nem deve, controlar. O que houve em 2003 foi uma produção de qualidade, quando vários filmes ultrapassaram a faixa de 1 milhão de espectadores e três deles superaram 3 milhões. O Estado não pode interferir no tipo de filme que os cineastas fazem. O que políticas públicas podem fazer é estimular o crescimento do mercado exibidor. Ou seja, apoiar a ampliação do circuito de salas. Não podemos esquecer que estamos vivendo momento de transição, estamos passando para a era da exibição digital.

 

E, por sorte, no Brasil, contamos com ótimo sistema, o Rain, criado por profissionais brasileiros. Nós, na SAV-MinC, estamos apostando na difusão digital, que é mais barata. O Sesc [Serviço Social do Comércio] também vem apostando na multiplicação de pontos de exibição digital. Eles já dispõem de 165 salas. Nossa missão  é formar público e apostar na inclusão social.

 

Revista de CINEMA – Uma pergunta final a um documentarista: a entrevista, base de boa parte dos documentários brasileiros, vem sendo muito criticada por Jean-Claude Bernardet e pelo grupo de documentaristas mineiros, aqueles que mantêm profunda ligação com a videoarte. Como você vê esse instrumento – a entrevista – num longa documental? Que papel a entrevista tem e terá em seus filmes?

 

Da-Rin – “Hércules 56” é um filme que remete a um período histórico e privilegia a memória de seus personagens. A entrevista tem, nele, papel de destaque. Compreendo as razões da crítica de Bernardet ao uso abusivo da entrevista, mas não vejo muito sentido em mover uma campanha contra um recurso, uma técnica, que só pode ser avaliada por meio da análise de seu uso, bom ou mau, em cada filme concreto. Milhares de documentários são feitos todos os anos e os poucos que marcam e ficam são aqueles que conseguem desenvolver um tratamento original do tema. Documentários não perduram por abordarem temas importantes, mas por suas qualidades cinematográficas, ou seja, pelo modo como as imagens sonoras e visuais são criativamente trabalhadas. Ficção ou documentário, o que esperamos de um filme é que nos conte bem uma boa história. A escolha do tema é importante, mas o nervo de um filme reside na construção da narrativa.

 

Penso que o que move os filmes, acima de tudo, são seus personagens e o tratamento que damos a eles. Fictícios ou reais, eles devem ser verossímeis e empáticos. Isso não depende somente de suas qualidades naturais, mas, sobretudo, do modo como são construídos ao longo do filme. Em documentários históricos, caso de "Hércules 56", a entrevista pode proporcionar materiais preciosos, se utilizada dentro dessa perspectiva". (http://revistadecinema.uol.com.br/pagina_conteudo_listagem.asp?id_pagina=65&func=1&id=719)

 

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GUILHERME FREITAS ESCREVE SOBRE A ATIVIDADE CINEMATOGRÁFICA NACIONAL,

NA ATUALIDADE

 

"CINEMA BRASILEIRO EM ALTA

Escrito por Guilherme Freitas em 27/06/2008
Desde “Central do Brasil” produções nacionais melhoram sua visibilidade com o público e conquistaram prêmios internacionais
 
por Guilherme Freitas
 
Padilha recebe o Urso de Ouro de Berlim - AP
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
Padilha recebe o Urso de Ouro de Berlim por “Tropa de Elite”
Crédito: Associated Press
 
Quando “Central do Brasil”, de Walter Salles, estreou nas telas em 1997, o cinema brasileiro iniciou uma grande revolução. Depois de fracas produções e a era da pornochanchada nos anos 80, os filmes nacionais caíram em descrédito com o público. A estréia de “Cartola Joaquina: Rainha do Brasil”, de Carla Camurati, em 1995, começou aos poucos a mudar esse quadro. Com um grande elenco, o filme atraiu muitos espectadores. A seguir vieram “O Quatrilho”, de Fábio Barreto, e “O Que é Isso Companheiro?”, de Bruno Barreto. Ambos concorreram ao Oscar de melhor filme estrangeiro, respectivamente em 1996 e 1997.
 
Mas foi mesmo “Central do Brasil” quem mudou tudo. A trama, que conta à história de uma escrevente na estação e que decidi ajudar um menino órfão, conquistou a crítica internacional e levou um dos prêmios mais importantes do cinema mundial, o Urso de Ouro de Berlim. Após o feito, o filme de Salles chegou a Hollywood e concorreu a dois Oscars. Além de revelar o talentoso Vinícius de Oliveira (o menino do filme, que era engraxate na estação da Central do Brasil) e consagrar Fernanda Montenegro (indicada ao Oscar de melhor atriz), a produção foi vista com bons olhos pelo público, que voltou a assistir filmes nacionais nos cinemas.
 
Depois de “Central”, outros filmes foram lançados, como “O Auto da Comparecida” (1999) e “Caramuru – A Invenção do Brasil” (2001), até o grande sucesso “Cidade de Deus”, considerado por muitos como um dos melhores filmes da história do cinema nacional. A produção de Fernando Meirelles, lançada em 2002, foi um sucesso internacional, arrematando dezenas de prêmios e concorrendo a quatro Oscars. “Cidade de Deus” aborda a história da comunidade do local (título do filme) e o mundo do tráfico de drogas. Outro destaque é que o filme conta com muitos garotos carentes da comunidade local e que depois participaram de mais trabalhos cinematográficos.
 
A seguir vieram “Carandiru” (2003), “2 Filhos de Francisco” (2005), “Se Eu Fosse Você” (2006) e “Meu Nome Não é Johnny” (2007). Mas em nível de premiações internacionais o cinema brasileiro só comemorou em 2008. Primeiro com o grande sucesso de 2007: “Tropa de elite”, que vazou na internet antes de sua exibição no cinema e teve pouco público nas salas. O filme que conta à história de um comandante do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), preste a se aposentar e procura de um substituto. A produção de José Padilha que aborda a violência policial, a corrupção dentro da corporação e os males causados pelo tráfico de drogas no Rio de Janeiro, venceu em março o Urso de Ouro de Berlim. “Tropa” conquistou fãs e convenceu o júri, mas também foi duramente criticado pela violência de algumas cenas. Mas não a o que negar, o trabalho produzido por Padilha é excelente.
 
A bola da vez agora é “Linha de Passe”, de Walter Salles e Daniela Thomas, que conta à história de uma família pobre da periferia de São Paulo. A desigualdade social, as dificuldades de obter sucesso e o futebol, são o roteiro deste longa, que em maio ganhou um prêmio no Festival de Cannes, na categoria melhor atriz. Um prêmio inesperado para Sandra Corveloni, que interpreta uma mãe solteira, protagonista feminina na trama.
 
O cinema brasileiro nestes últimos 11 anos evoluiu. Muitos filmes mostram a verdadeira face da sociedade brasileira e não apelam para o estilo blockbusters que não acrescenta em nada (como a maioria dos longas americanos). Em outubro estreará outra grande produção “Última Parada – 174”, que é a história do traficante Sandro do Nascimento, responsável pelo seqüestro do ônibus em 1999, que parou o Rio de Janeiro. Hoje o cinema brasileiro está sendo respeitado e visto com outros olhos pela crítica internacional. Parabéns a todos que através das telas mostram o Brasil para o mundo.
 
Daniela Thomaz e Walter Salles, durante a premiação em Cannes - AP 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Daniela Thomaz e Walter Salles, durante a premiação de “Linha de Passe” em Cannes
 
Crédito: Associated Press
 
 
 
 
 
Guilherme Freitas
Perfil: Nasceu em São Paulo, no dia 5 de fevereiro de 1986, é jornalista formado pela UniFIAMFAAM, vegetariano desde os quatro anos e nadador nas horas vagas. Em 2009 começou uma pós-graduação em Globalização e Cultura pela FESPSP. Desde 2006 cobre campeonatos nacionais e internacionais de natação. É repórter e redator do site especializado Best Swimming, correspondente de imprensa da FINA (Federação Internacional de Natação) no Brasil, colunista do Blogueiro Repórter e colaborador do diário LANCE! Em 2006, iniciou com seu amigo e também jornalista James Freitas na época da faculdade o BLOG DA COMUNICAÇÃO, que cresceu e ganhou ares de profissionalização. Em abril viaja para Nova York, para participar de um estágio na ONU (Organização das Nações Unidas)".
 

  

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 (http://dvdsraros.uuuq.com/uvwxyz0.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

KIRK DOUGLAS, o pai, e MICHAEL DOUGLAS, o filho

(Só a foto:

http://www.art.com/products/p11799591-sa-i1061186/michael-douglas-kirk-douglas.htm?aff=conf&ctid=917603475&rfid=329533&tkid=15032711&)

 

 

"Michael Douglas foi homenageado na cerimônia do AFI Life Achievement Award, premiação que elege os melhores do cinema e TV, na Califórnia"

(http://www.abril.com.br/diversao/fotos/claudia-ohana-se-mistura-zeta-jones-sharon-stone-premiacao-eua-477041.shtml)

 

 

Claudia Ohana, by Carlos Miele, Marcello Coltro, by Ricardo Almeida, Michael Douglas e a mulher, Catherine Zeta-Jones, by Randi Rahm, e o casal Matthew McConaughey e Camila Alves, by Monique Lhuillier "Atriz [CLAUDIA OHANA] representa o Brasil no 37º AFI Life Achievement Awards, conferido ao marido de Catherine Zeta-Jones" (REVISTA CARAS)

(http://www.caras.com.br/edicoes/815/textos/claudia-ohana-aclama-michael-douglas-em-hollywood/, com dica da revista Caras sobre estilistas de celebridades (*):

"Claudia Ohana, by Carlos Miele, Marcello Coltro, by Ricardo Almeida, Michael Douglas e a mulher, Catherine Zeta-Jones, by Randi Rahm, e o casal Matthew McConaughey e Camila Alves, by Monique Lhuillier")

(*) LEIA TAMBÉM (Reportagem da revista Caras: "Ohana e Zeta-Jones arrasam na festa-tributo a Michael Douglas"):

http://www.caras.com.br/edicoes/815/textos/ohana-e-zeta-jones-arrasam-na-festa-tributo-a-michael-douglas/ (REVISTA CARAS, EDIÇÃO Nº 815, ANO 16, Nº 25)