Colégio São Francisco de Sales – DIOCESANO
Prof Adriano Lobão Aragão
Alunos – 7ª série
André Lucas
Ingrid Carvalho
Lorena Veloso
Luís Eduardo
Matheus Vilarindo
Cineas Chagas Santos nasceu em Campo Formoso, sertão do Caracol, PI. Aos 17 anos chegava a Teresina, em 1965. Formou-se em Direito, mas dedicou-se à Literatura. À frente da Oficina da Palavra e da Fundação Quixote, Cineas é também um dos idealizadores e organizadores do Salão do Livro do Piauí, SALIPI, e responsável pela publicação de vários autores piauienses, como Da Costa e Silva e Mário Faustino. Escreveu os livros Tinha que Acontecer (contos), Miudezas em Geral (poemas), As Despesas do Envelhecer (crônicas), O Menino que Descobriu as Palavras (infantil, com ilustrações de Gabriel Archanjo), Nada Além (poemas).
Por que o senhor não seguiu a carreira jurídica, optando pelas letras?
Porque para ser um bom professor eu só dependo de mim; para transitar pela máquina da Justiça eu precisaria de meios que não disponho e nem de disposição para fazê-lo.
O que você acha da Literatura Piauiense? Ela está no mesmo nível da literatura nacional?
Não. Literatura, como qualquer outra arte, precisa de contato, visibilidade. O isolamento geográfico e cultural do Piauí nos impediu de conhecermos o que estava acontecendo no mundo. Ainda assim, existem grandes textos de autores piauienses: Da Costa e Silva, Mário Faustino, Torquato Neto, O. G. Rego de Carvalho e Assis Brasil, para citar apenas os mais conhecidos, que produziram textos da melhor qualidade e do mesmo nível do que de melhor se produziu na Literatura Brasileira.
O que deveria ser feito para que as pessoas pudessem se interessar mais pela Literatura?
Professores deveriam estimular os alunos a lerem os autores piauienses desde as séries iniciais. Infelizmente, os textos estudados nas escolas são apenas aqueles que figuram nas relações dos vestibulares. Não bastasse isso, professores ainda fazem resumos de obras. Ler é uma necessidade, mas também um prazer. Ninguém gosta do que não conhece.
Nos seus livros, você coloca fatos que aconteceram na sua vida?
Toda Literatura é, de certa forma, uma recriação do que vivemos, aprendemos e sofremos. Isso não é memória, é recriação. O que está no texto não é necessariamente o que aconteceu, mas o que poderia ter acontecido.
Para você, qual a importância do SALIPI?
Para mim, a importância é mínima; para o Piauí, deve ser máxima. O Salão não é feito para os organizadores, e sim para o público em geral. Esperamos que ele esteja cumprindo seu papel junto ao público jovem.
Quais as dificuldades para a edição de livros no Piauí?
Faltam leitores. Sem leitor, não há Literatura.
Como o senhor se sentiu ao receber o título de Cidadão Teresinense pela Câmara Municipal de Teresina?
Sou cidadão teresinense desde que cheguei aqui em 1965, pois aqui está o meu domicílio eleitoral. O título é apenas um símbolo e como tal deve ser entendido.