[WASHINGTON RAMOS]

                                                       S A L I P I

 

     O Salão do Livro do Piauí é um dos eventos culturais mais relevantes neste estado. Movimenta a literatura e a economia piauienses, não com altos valores financeiros, mas movimenta, sim.

     Há, porém, dois fatores na realização desse evento que desagradam não somente a mim, mas também a muitas pessoas. O primeiro é o fato de a maioria dos escritores que lançam livro no Salipi só prestigiarem o próprio lançamento e desprezarem os dos colegas. Ou seja, o cidadão chega, apresenta sua obra e depois vai embora. Não dá mais a mínima para o Salipi. Não participa dos lançamentos de outros escritores, não assiste a nenhuma palestra, não visita os estandes das livrarias. Enfim, não dá mais as caras. É como se a única coisa importante fosse seu livro. E olhe que o Salipi funciona em três turnos. Não há desculpa para falta de tempo.

     É claro que os organizadores do Salipi não têm culpa por esse comportamento de alguns escritores. Mas ele, os organizadores, bem que podem pedir ou sugerir que esses autores arredios prestigiem os lançamentos de outros escritores. Podem, até mesmo, criar uma frase de efeito e colocá-la no cartaz de divulgação do Salipi já no dia do lançamento desse evento. Pode ser alguma coisa como isto: “Lance seu livro, mas valorize também o lançamento de outros livros; afinal, uma literatura não se faz com um livro apenas.” Fica essa sugestão aos organizadores.

     O segundo fator é a falta de higienização do banheiro masculino. Além do mau cheiro, está sempre alagado. Ao entrar nele, é preciso que a gente olhe bem para o piso, para não pisar uma poça d’água e sujar o sapato. Um banheiro como esse, onde entram centenas de homens diariamente, deve ser higienizado, pelo menos, seis vezes por dia. Será que é tão difícil pagar uma pessoa para higienizá-lo? Se há um vazamento, será que não se pode mandar consertar? Se não há, então a culpa é da extrema falta de educação de homens que vão lavar as mãos e espalham água irresponsavelmente.

     Com a palavra, os organizadores do Salipi.