PRÉ E PÓS PERIPANDÊMICOS - Prefácio de FRANCISCO MIGUEL DE MOURA
Por Diego Mendes Sousa Em: 24/06/2022, às 12H57
PRÉ E PÓS PERIPANDÊMICOS
Francisco Miguel de Moura
Em poesia da melhor, por meio dos poetas Luiz Ayrton Santos Junior, Leandro Cardoso Fernandes, Diego Mendes Sousa, Marcos Airton de Sousa Freitas e Rafael Nolêto, chega-nos esta transfigurada luta espiritual contra a Covid-19, cada um com sua voz ora suave, ora vibrante, ora em cicios, traduzindo em simples palavras que são versos, poemas, testemunhos e participantes da crise humanitária que abalou o mundo, nestes últimos anos e continua a preocupar, sabe Deus até quando.
PERIPANDÊMICOS, por ser uma simples antologia, fica difícil dizer da sua unidade estilisticamente, salvo aquela que se refere ao tempo, quando o mundo conviveu e convive ainda com o demoníaco vírus. Poetas como Diego Mendes Sousa, Marcos Airton de Sousa Freitas e Luiz Ayrton Santos Junior, este o organizador da obra, para citar apenas os três mais conhecidos do público, são a representação do que há de melhor e mais nitidamente poético nestes agudos tempos de sofrimento.
Assim vejo os cinco poetas componentes da obra, unidos pelo mesmo tema, onde aparecem até sonetos, provando a ambição de unir poéticas do passado, do presente, já apontadas para o futuro próximo e pouco previsto. Respeitado o que se denomina de estilos pessoais, o que mais importa para o público comum é o tema, a dor, a guerra contra o vírus, as lágrimas que eles transfiguram em versos como se diante dos caixões fechados dos entes queridos, mães, pais, avós, irmãos e tantos outros, mesmo sabedores de que “palavra nenhuma suporta a dor da solidão” (em brilhante excerto de Diego Mendes Sousa), eles confirmam o que disse outro grande poeta, o romântico-moderno Guilherme de Almeida: “Há lágrimas que correm pela face / e outras que rolam pelo coração.”.
“A poesia salva”, tenho dito em outras partes, e agora acrescento que, sem poesia, o mundo fica mais pesado, mais triste, mais desumano. Poesia é beleza, é bondade, é a palavra virgem, na força que vem da alma e voa até aqueles que a ouvem ou imaginam. Não custa elogiar a poesia que vem para minorar a profunda dor que experimentamos física e socialmente, nesta pandemia, reunida em PERIPANDÊMICOS, formando uma espécie de epopeia da ultramodernidade, de autoria dos aedos já mencionados. Dizendo assim, faço a ligação que eles mesmos se fazem citando nas epígrafes dos seus poemas, nomes famosos como Carlos Drummond de Andrade, Antonio Carlos Secchin, Augusto Frederico Schmidt e outros da mesma estatura.
Embora que seja por alguns momentos, a salvação pela poesia é necessária. E nesta obra os autores, por diversas formas, fazem sentir que a vez, a voz e a cor da poesia podem minorar a solidão e mostram novo caminho para os passos que ainda haveremos de dar, em busca da vitória desta batalha e de outras que o mundo venha a nos oferecer.
PERIPANDÊMICOS é, realmente, uma obra forte e rica, admirável em todos os sentidos.
Teresina (PI), 22/06/2022.
Ensaio de FRANCISCO MIGUEL DE MOURA (1933-), poeta e crítico literário. Membro da Academia Piauiense de Letras.
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NOTAS:
"PERIPANDÊMICOS é, realmente, uma obra forte e rica, admirável em todos os sentidos.".
Fragmento extraído do prefácio do poeta e crítico Francisco Miguel de Moura (1933-) ao livro PERIPANDÊMICOS (2022).
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"Quando cinco poetas se juntam na aridez de uma pandemia...".
Epígrafe de Luiz Ayrton Santos Junior
(organizador).
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O livro "PERIPANDÊMICOS" com poemas de Luiz Ayrton Santos Junior, Leandro Cardoso Fernandes, Diego Mendes Sousa, Marcos Airton de Sousa Freitas e Rafael Nolêto será lançado brevemente para o deleite do público leitor.
São sentimentos de cinco notáveis poetas piauienses sobre a pandemia da Covid-19. Poemas extremamente universais, com a dor humanitária do vivido.
O livro é prefaciado pelo lúcido crítico literário, Francisco Miguel de Moura, membro da Academia Piauiense de Letras.