Uma política de Simplicidade*

 

Antonio  Carlos Rocha

 

Precisamos de políticos

Que sejam simples

E tenham simplicidade

E façam caridade.

 

Queremos parlamentares

Que não pensem em si,

Nem no partido

Nem se preocupe

Com o próprio

Conforto.

 

Queremos pessoas públicas

Homens e mulheres

Abnegados, abnegadas

Determinados, dedicadas

Ao estrito bem comum.

 

Se tiverem carro

Que seja uma só unidade.

Simples.

Que seja só um carrinho

Sem muito luxo.

 

Se tiverem casa,

Ou ganharem uma

Que seja uma só, uma só

Nada de ostentação

Uma casinha de campo, pode

Um sitiozinho simples, pode

Uma fazendinha pode

Tudo bem simplinho.

 

Queremos que o

Fundo Partidário

Seja transformado

Em Fundo Operário

E cada trabalhador

Receba o 14º salário

No dia do seu

Aniversário.

E o excedente

Vá para a Saúde

Para a Educação.

 

Queremos presidentes,

Governadores, ministros,

Secretários, vereadores,

Prefeitos, deputados,

senadores

Sem auxílio paletó

E sem nenhum auxílio.

 

Vistam-se e calcem

De forma simples.

 

Mas o que é ser simples?

É quando todos, todas

Tem o suficiente

Para viver feliz e

A felicidade é

Compartilhada

Igualitariamente.

 

 

 

(*) O poema acima escrevi, após ler o ótimo livro do Dalai Lama, “Uma Política de Bondade”, publicado em Portugal, pela Editorial Estampa, 1991.