Poemas de Walter Helmut Fritz (1929 – 2010, Alemanha)
Por Marcos Freitas Em: 29/01/2025, às 18H09
Poemas de Walter Helmut Fritz (1929 – 2010, Alemanha)
Então, esses anos
Então, esses anos
com seus novos acessórios
em que nossas vidas
atravessam um pequeno espaço
dentro
da eternidade,
são o tempo de reflexão
e o tempo,
de nos sabermos
mortais,
o olhar
de novo e sempre
procurando os mostradores do relógio.
Lichtenberg
Ele descreveu
o que aconteceu como uma marca
d'água por trás das coisas.
Às vezes, tantas coisas
lhe pareciam desejáveis,
que ninguém mais
confiava nele.
Ele não viveu
a sua própria vida,
mas a das suas decepções.
Ele perguntou
qual era o significado disso,
se se consegue algo
ou não.
Ele estava exausto,
com o que não aconteceu.
Ele entendia
os humanos como seres
que têm a possibilidade
de serem enganados.
Depende muito
de como se aproveita essa oportunidade.
Eu não sei
O dia é pálido e claro.
Eu não sei,
o que congela as flores de gelo
na janela.
Das chaminés
sobe a fumaça.
Eu li porém
nos contornos dos telhados,
que a incerteza
ainda não acabou.
Quantos dias em janeiro,
que não se têm resposta,
terminam cedo
com crianças andando de trenó
e silenciosamente.
Dirigindo na chuva
Chuva contra a janela,
chuva torrencial,
jogo de chuva.
Os quebra-cabeças iluminam-se
à luz hesitante dos faróis,
frases de conversas,
que crescem ao longo dos anos,
inesperadas, tiram seus pensamentos.
Sonora chuva.
Já chegamos
aos dias
que escurecem atrás das florestas.
Talvez
você já compreenda uma curva na estrada,
o que sopra
na rápida corredeira do tempo.
[Tradução do alemão ao português por Marcos Freitas]
Publicado originalmente na Revista da Academia de Letras do Brasil, nº 11, jan/jun - 2024, Brasilia - DF.
ISSN 2674-8495. Editora Calêndula.