Poemas de Francisco Miguel de Moura (1933 – , Brasil)

 

CANÇÃO I

 

A tarde morre de repente

e a noite está em mim.

 

Quando te vais, amor,

quando te vais

é como se fosse para sempre.

 

Mas quando as asas do escuro 

pousam sobre o mundo

enxergo-te em meus braços.

 

A noite é dos espíritos.

 

 

LIED I

 

Der Nachmittag stirbt plötzlich 

und die Nacht ist in mir.

 

Wenn du weg bist, meine Liebe,

wenn du weg bist, 

ist es wie für immer.

 

Aber wenn die Flügel der Dunkelheit 

über der Welt landen, 

sehe ich dich in meinen Armen.

 

Die Nacht gehört den Geistern.

 

 

CANÇÃO II

 

Meu dia amanhece

Quando a preguiça me aquece.

 

Lá no jardim, borboletas

Tomam café com açúcar.

 

No campo os pássaros cantam

Passarinhando e passeiam.

E os que não sabem cantar

Admiram os cantores,

Como eu quando amanheço.

 

O dia começa cedo

Para os que sonham bons sonhos

De princesa e anjos da guarda

Saindo das borboletas.

 

 

LIED II

 

Mein Tag bricht an, 

Wenn die Faulheit mich wärmt.

 

Dort im Garten,

Trinken Schmetterlinge Kaffee mit Zucker.

 

Auf dem Feld singen, 

Fliegen und flanieren die Vögel.

Und die, die nicht singen können

Bewundert die Sänger,

Wie ich, wenn ich aufwache.

 

Der Tag beginnt früh

Für diejenigen, die süße Träume träumen,

Von Prinzessinnen und Schutzengeln,

Die aus den Schmetterlingen herauskommen.

 

[tradução ao alemão por Marcos Freitas]

 

Publicado na Revista da Academia de Letras do Brasil, Ano 4, Número 7 - jan./jun. - 2022, Brasília - DF. ISSN 2674-8495. Editora Cajuína.