PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS NO MUNDO INTEIRO

Miguel Carqueija

 

Muita gente não sabe mas, em seus dois mil anos de existência, nunca a Igreja Católica teve tantos mártires como desde o século passado. Se contarmos somente as vítimas do comunismo no século XX encontraremos muitos mais mártires que nos primeiros séculos do Cristianismo, aqueles mártires do paganismo romano.

Orçam por muitos milhões as vítimas, por motivos religiosos, do regime ateu da União Soviética, que durou mais de setenta anos, mais da Europa Oriental, Cuba, das perseguições havidas no México e na Espanha e assim por diante.

Apesar da queda da Cortina de Ferro e da União Soviétiva em fins do século XX os dias atuais continuam apresentando perseguição atroz contra católicos, protestantes, ortodoxos, qualquer um que assuma o nome de cristão. Iso vai desde a perseguição mesquinha (o Professor Felipe Aquino referiu o caso de uma enfermeira inglesa, punida por ter dito a um paciente que rezaris por ele) à mais cruel e sanguinolenta. Anos atrás o pastor protestante Silas Malafaia apresentou, num canal de televisão por onde eu passei ao acaso (pois não assisto habitualmente programas protestantes) um vídeo que mostrava cristãos serem martirizados pelo Estado Islâmico: crucificados, degolados, queimados vivos. Não, eu não assisti: não tive coragem. Mas tais coisas estão acontecendo.

Não é só o Estado Islâmico: outros grupos muçulmanos radicais, como o Boko-Haran na África (como Nigéria) estão realizando essas barbaridades. O Boko-Haran sequestra meninas, como se sabe. Detalhe: a África é, em nossos dias, o continente onde o Catolicismo apresenta maior crescimento.

A ideologia do laicismo também está espalhando pelo mundo uma oposição cada vez mais radical ao Cristianismo, aran Hsabemos que nos Estados Unidos já houve quem propusesse a abolição do Natal. Não pensem que nas democracias estejam os cristãos a salvo. Aqui mesmo no Brasil registram-se casos de igrejas invadidas, depredadas, incendiadas (faz pouco ocorreram vários casos assim no Chile), o Santíssimo sacramento profanado. Não faz muito tempo aconteceu na PUC de São Paulo (ou seja, numa universidade católica) um espetáculo blasfemo, uma encenação onde o Papa Bento XVI foi decapitado (um fantoche, é claro). Por aí se faz ideia de até onde vai a intolerância dos inimigos da Fé. Foi necessário o Cardeal Odilo Scherer celebrar um ato de desagravo no local.

No número 100 da revista “Arautos do Evangelho”, edição brasileira (abril de 2010) saiu uma notícia intitulada “Cristãos são considerados o grupo religioso mais perseguido”, sendo citados como países onde há repressão: Iraque, Índia, Paquistão e regiões da África. E cita o jornal alemão “Der Spiegel” (1/3/2010) que “divulga notícia de que os cristãos são considerados o grupo religioso mais perseguido em todo o mundo: na Malásia, incendeiam-se as suas igrejas; no Vietnã, a polícia agride e detém sacerdotes e fiéis, e o governo confisca propriedades eclesiásticas; no Egito, alegando crime de “alta traição”, o ministro da religião defende a legalidade da pena de morte para quem se converte ao Cristanismo”.

Note-se que existe até uma organização chamada “Ajuda à Igreja que sofre”, com programa na TV Canção Nova, que dá notícia dessas adversidades espalhadas pelo mundo.

Diante de tamanhas calamidades, causa espécie que alguns irmãos protestantes (nem todos a bem da verdade) insistam em hostilizar os católicos, acusando-nos caluniosamente de sermos idólatras (quando a idolatria existe sim em alguns ambientes protestantes, aqueles em que domina a tal teologia da prosperidade). Isso, quando todos os cristãos — católicos, protestantes, ortodoxos e outros — deveriam unir forças contra o inimigo comum, pois o objetivo final “deles” é varrer o Cristianismo da face da Terra.

Não conseguirão, mas ainda causarão muitos danos.

 

Rio de Janeiro, 15 de junho de 2018.