[Flávio Bittencourt]

O poeta chinês Bai Juyi

Os poemas de Bai Juyi (772-846) eram inspirados em canções populares e há uma lenda segundo a qual eles eram destruídos quando pessoas simples não os entendiam.

 

 

 

 

 

 

 

 

"BAI JUYI NÃO FOI APENAS um POETA DOS SÉCULOS 8 E 9:

BAI JUYI FOI o POETA DOS SÉCULOS 8 E 9"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

 

 

 

 

            REVERENCIANDO A MEMÓRIA DO POETA CHINÊS BAI JUYI

            E O POVO DA CHINA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

30.4.2011 - Bai Juyi buscava a simplicidade na expressão verbal - Ele não "esbarrou" na simplicidade do dizer: ele a construiu a "golpes poéticos" de produção de frases encadeadamente pronunciadas. (Seus contemporâneos imaginavam que fazer poesia significava EXPRIMIR PRODUTOS DE DERRAMADA PSICOLOGIA DE PAIXÕES, sendo que, por assim dizer, longe disso, BAI JUYI ERA FELIZ.)  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

    

 

 

BAY JUYI

(http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Bai_Juyi)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"BAY JUYI (772-846) - O VELHO CARVOEIRO 


No monte do Sul o velho carvoeiro
serra a madeira, faz carvão.
O rosto cor de fogo, coberto de fuligem,
cinzentas as têmporas, negras as mãos.
Ganha tão pouco dinheiro, e para quê?
Roupa para o corpo, comida para a boca,
mas tão pobre, vestido de andrajos.
Tem frio e deseja o frio, por causa do negócio.
Esta noite um palmo de neve sobre a cidade.
De madrugada, conduz a carroça, rasgando o gelo,
ao meio-dia, o boi fatigado, o homem com fome.
Na Porta Sul descansam ambos na lama gelada.
Ah, quem são esses fogosos cavaleiros?
Um oficial vestido de amarelo, um rapaz de branco,
na mão um documento «Por ordem imperial».
Puxam o boi, levam a carroça para norte.
Uma carrada, trinta arrobas de carvão,
confiscadas pelos comissários do Palácio.
De nada servem protestos e lamentos.
Um pedaço de tecido em gaze,
umas tiras de seda florida,
tudo atado nos cornos do boi,
eis a paga do labor do carvoeiro.

Tradução António Graça de Abreu