O jabuti, o jacaré, a onça e o cipó/cabo-de-guerra

Manoel Fernandes Moura, cacique da etnia Tukano e grande conhecedor de estórias amazônicas, contou recentemente uma fábula indígena, como informa José Ribamar Bessa Freire, no Diário do Amazonas e em seu portal na Web.

 

 

 

 

 

  

 

(http://pib.socioambiental.org/pt/povo/siriano/print,

onde se pode ler:

"(...) A família lingüística Tukano Oriental engloba pelo menos 16 línguas, dentre as quais o Tukano propriamente dito é a que possui maior número de falantes. Ela é usada não só pelos Tukano, mas também pelos outros grupos do Uaupés brasileiro e em seus afluentes Tiquié e Papuri. Desse modo, o Tukano passou a ser empregado como língua franca, permitindo a comunicação entre povos com línguas paternas bem diferenciadas e, em muitos casos, não compreensíveis entre si.

Em alguns contextos, o Tukano passou a ser mais usado do que as próprias línguas locais. A língua tukano também é dominada pelos Maku, já que precisam dela em suas relações com os índios Tukano. Já as línguas classificadas como tukano ocidentais são faladas por povos que habitam a região fronteiriça entre Colômbia e Equador, como os Siona e os Secoya.

Considerando o significativo número de pessoas da bacia do Uaupés que estão residindo no Rio Negro e nas cidades de São Gabriel e Santa Isabel, estima-se que cerca de 20 mil pessoas falem o Tukano. As outras línguas desta família são faladas por populações menores, predominando em regiões mais limitadas. É o caso dos Kotiria e Kubeo no Alto Uaupés, acima de Iauareté; do Pira-tapuya no Médio Papuri; do Tuyuka e Bará no Alto Tiquié; e do Desana em comunidades localizadas no Tiquié, Papuri e afluentes. (...)"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DANIEL MUNDURUKU RECONTA UMA ESTÓRIA PARA ATENTA PLATÉIA INFANTIL

(Só a foto: http://bibrosario.wordpress.com/2009/05/20/projeto-autor-na-escola-daniel-munduruku/)

 

 

 

Álvaro Tukano e Manoel Moura Tukano com o secretário de cultura do MT -  Abertura da FLIMT

"Álvaro Tukano e Manoel Moura Tukano com o secretário

de cultura do MT - Abertura da FLIMT" [FLIMT: Feira do

Livro Indígena do Estado do Mato Grosso, 2009]

(http://escritoresindigenas.blogspot.com/2009/10/indigenas-expoem-arte-amazonica-na-sede.html)

 

 

 

 

 

Márcio Souza, autor, entre vários outros romances, peças de teatro e obras de história da Amazônia, de best sellers como Mad Maria e Galvez, o imperador do Acre, participa, em 17.11.2008, de mesa-redonda do Flifloresta (Festival Literário Internacional da Floresta), que aconteceu no campus da U. E. A. (Universidade Estadual do Amazonas); desse encontro participou o cacique Tukano Manuel Fernandes Moura, venerável elder que, recentemente, no Rio, recontou maravilhosa fábula, em roda na qual estava presente J. R. Bessa Freire, do Diário do Amazonas, pesquisador - da área de etno-história -, professor e jornalista amazonense que leciona na UERJ e na UNI-RIO (Rio de Janeiro-RJ)

(Só a foto de mesa-redonda do Flifloresta, sem a legenda a acima redigida:

http://portalamazonia.globo.com/pscript/noticias/noticias.php?pag=old&idN=75142)

 

 

 

 

FÁBULAS DE IUARETÊ, no Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=7rhJj_BuO-g

 

PROJETO JOVENS TALENTOS: CORAL (infantil e infanto-juvenil) GUARANI [gravação não-profissional], no Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=eEIPEMyzZa4

 

HINO NACIONAL BRASILEIRO INTERPRETADO EM GUARANI, no Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=bnVuuqmnSjk&feature=PlayList&p=000FE73DB9BBCB25&playnext_from=PL&playnext=1&index=42

 

 

 

 

 

 (http://www.animaisfotos.com.br/fotos-de-jabuti/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Mauro Junio

(http://www.goiania.go.gov.br/sistemas/snger/asp/snger01010r1.asp?varDt_Noticia=22/07/2008&varHr_Noticia=16:48)

 

 

 

(http://felinos.wordpress.com/2006/12/)

 

 

 

 (http://blogdoodir.com.br/?tag=jacare)

 

 

 

 
"(...) O Tucano Manoel Moura leu um texto preparado especialmente para a participação no Flifloresta [OCORRIDO EM MANAUS, EM NOVEMBRO DE 2008], que trazia uma alegoria sobre a identidade da mulher na cultura de sua etnia. Ele falou também sobre os problemas enfrentados por indígenas do Amazonas com padres da congregação Salesiana no passado.

- Tivemos alguns problemas com os salesianos por algum tempo, mas isso foi facilmente resolvido após consenso entre as duas partes - explicou Manoel Moura, que atua na Comissão de Direitos Indígenas do Projeto Rondon e foi um dos fundadores da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
(...)"

(RAPHAEL CORTESÃO, em notícia jornalística adiante reproduzida na íntegra,

http://portalamazonia.globo.com/pscript/noticias/noticias.php?pag=old&idN=75142)

 

 

 

"[De acordo com a pesquisadora da PUC-SP, estudiosa do campo da Semiótica da Cultura, Irene Machado,] Linguagem, no sentido semiótico mais amplo do termo, é sistema organizado de geração, organização e interpretação da informação. Em outras palavras, trata-se de um sistema que serve de meio de comunicação e que se utiliza de signos. O fato de possuir regras de combinação definidas distingue a linguagem dos sistemas não comunicativos e dos sistemas comunicacionais que não utilizam signos. A linguagem se distingue igualmente dos sistemas que servem de meio de comunicação e que utilizam signos pouco formalizados ou sem nenhuma formalização. Para os semioticistas russos, há três campos bem definidos na linguagem: as línguas naturais; as línguas artificiais (linguagem científica, código morse, sinais de trânsito); as linguagens secundárias estruturadas e sobrepostas à língua natural como a arte, o mito, a religião. Linguagem é também entendida como a que se expressa não por signos lingüísticos mas por outros signos, seja através da arte, da técnica de representação e de expressão gráfica, da imagem de uma tema real ou imaginário, em suas várias formas e objetivos sejam eles (lúdico artístico, científico, técnico e pedagógico). Esse é o contexto do desenho entendido como linguagem"

(IRENE MACHADO,

http://www.pucsp.br/pos/cos/cultura/conceito.htm;

o grifo não está no original)

 

 

 

 

 

 

                                    Agradecendo a Manoel Fernandes Moura pela recontação,

                                    a José Ribamar Bessa Freire pela anotação e

                                    posterior divulgação - em mídia impressa e na Web - 

                                    da maravilhosa narrativa indígena-amazônica, como também a

                                    Raphael Cortezão, que noticiou a respeito do Flifloresta (nov. / 2008) e

                                    a Márcio Souza, que participou de mesa-redonda no mencionado Evento;

                                    homenageando as seguintes personalidades, adiante citadas:

                                    Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, Marcos Terena,

                                    Cristino Wapichana, Ely Macuxi, Olívio Jekupé, Vilmara Baré,

                                    Edson Kayapó, Darlene Taukane e Rosi Whaikon - e a estimada amiga

                                    Irene Machado

 

 

 

24.6.2010 - Manoel Fernandes Moura recontou a fábula e José Ribamar Bessa Freire divulgou-a em artigo a respeito de recente evento literário - O evento foi o 12º Salão do Livro para Crianças e Jovens, que aconteceu no Rio (15 a 18 de junho de 2010) e contou com a presença de artistas, líderes e poetas indígenas. Manoel Fernandes Moura, cacique da etnia Tukano - e grande contador de estórias imemoriais -, apresentou trabalho, nesse encontro, sobre a escrita e a história. J. R. Bessa Freire - inicialmente, no Diário do Amazonas [jornal de Manaus] e, em seguida, em seu portal na Web, denominado Taqui pra ti, menciona outras personalidades que estiveram presentes no encontro, devidamente citadas que estão no artigo onde a fábula indígena adiante transcrita é reproduzida:  "Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, Marcos Terena, Cristino Wapichana, Ely Macuxi, Olívio Jekupé, Vilmara Baré, Edson Kayapó, Darlene Taukane, Rosi Whaikon". A fábula recontada é indígena-amazônica. Conclui-se que contos maravilhosos e fábulas são UNIVERSAIS DA CULTURA [O TÍTULO "O jabuti, o jacaré, a onça e o cipó/cabo-de-guerra" NÃO CONSTA NO ARTIGO ORIGINAL]. F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

O PROF. J. R. BESSA FREIRE, DA UERJ E DA UNI-RIO,

EM SEU ARTIGO "A TRIBO DOS ESCRITORES E O JABUTI"

(publicado originalmente no Diário do Amazonas [Manaus,

20.6.2010]), APRESENTOU O SEGUINTE RELATO MÍTICO, A

PARTIR DE ESTÓRIA HAURIDA EM EXPOSIÇÃO ORAL

DE MANOEL FERNANDES MOURA

 



"O Jabuti foi beber água no rio e encontrou o Jacaré de boca aberta que lhe disse:

– Eu vou te comer.

– Por que tanta maldade, seu Jacaré?

– Por que estou com fome e sou mais forte.

– Sua fome, eu respeito. Mas duvido que seja mais forte – desafiou o Jabuti, propondo um ‘cabo-de-guerra’ para decidir seu destino. Ele, Jabuti, puxaria a ponta de um cipó da terra firme, enquanto o Jacaré puxaria de dentro d’água a outra ponta. Quem conseguisse arrastar o outro ganhava. Assim, ou ficava livre ou seria comido.

O Jacaré riu da pretensão e topou. “O otário se ferrou” – pensou, saboreando antecipadamente o sarapatel que iria comer. O Jabuti foi buscar o cipó no meio do mato, onde encontrou a Onça que veio com o mesmo papo do  Jacaré dizendo: eu vou te comer, estou com fome, sou mais forte (...). E o Jabuti: "não é assim não, dona Onça, tem que provar (...)". Aí, propôs um ‘cabo-de-guerra’. A Onça aceitou. Ele, Jabuti, puxava o cipó do rio. A Onça, da terra.

O Jabuti deixou, então, uma ponta do cipó com a Onça, em terra firme. Levou a outra para o Jacaré na água e escafedeu-se, saindo de fininho, deixando os dois brigando. Moral da história: quando teus inimigos são mais fortes do que tu, joga um contra o outro, em vez de bater de frente contra eles".

(http://www.taquiprati.com.br/cronica.php?ident=867,

com a ilustração acima reproduzida)

 

 

 

===

 

 

 

NOTÍCIA DO PORTAL AMAZÔNIA PONTO COM SOBRE EVENTO OCORRIDO EM MANAUS

(NOV. / 2008) 

 

 

"Flifloresta promove debate sobre indígenas na Amazônia 

17 de novembro de 2008

Fonte: Raphael Cortezão, com informações da Agência Fapeam - Especial para o Portal Amazônia


 


 

 

 

 

 

 

MANAUS - "Ainda não tivemos tempo nem preparo para mapear todos os temas brasileiros, em especial a Amazônia, que ainda é um campo em aberto". A afirmação do escritor e teatrólogo amazonenses Márcio Souza abriu os debates da mesa de discussão "Índios na Amazônia: dominação e reconhecimento", na tarde desta segunda-feira (17), no auditório da reitoria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Manaus.

O Simpósio Cultura e Natureza na Amazônia integra a programação do Festival Literário Internacional da Floresta (Flifloresta), que ocorre até sábado (22) em Manaus, e conta com a participação de cerca de 40 escritores consagrados do Amazonas, de outros estados e do exterior.

O escritor amazonense Márcio Souza traçou um perfil histórico da ocupação da Amazônia por povos estrangeiros e sua consequente intervenção na vida dos nativos. "A resistência dos povos indígenas no Brasil e na Amazônia foi uma estratégia política para preservar sua cultura e costumes. Os povos indígenas da América jamais se renderam, mesmo com a dizimação massiva", disse Souza, que é autor do livro "Breve História da Amazônia".

Quem coordenou a mesa de debates da qual participou Márcio Souza foi o professor e coordenador do Núcleo de Cultura Política de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Também participaram do debate o líder Tucano Manoel Moura e o historiador e professor Francisco José dos Santos.


Esta foi a segunda mesa de debates realizada na tarde desta segunda-feira (17) no auditório da UEA

Contribuição

O Tucano Manoel Moura leu um texto preparado especialmente para a participação no Flifloresta, que trazia uma alegoria sobre a identidade da mulher na cultura de sua etnia. Ele falou também sobre os problemas enfrentados por indígenas do Amazonas com padres da congregação Salesiana no passado.

- Tivemos alguns problemas com os salesianos por algum tempo, mas isso foi facilmente resolvido após consenso entre as duas partes - explicou Manoel Moura, que atua na Comissão de Direitos Indígenas do Projeto Rondon e foi um dos fundadores da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).


Indígenas do grupo Protetores da Floresta se apresentaram no intervalo entre as mesas de discussão

Manhã

As relações entre arte e ciência deram o tom das discussões realizadas na manhã chuvosa desta segunda-feira (17). A discussão foi suscitada pela palestra da professora e socióloga amazonense Marilene Corrêa, reitora da UEA, intitulada “Amazônia – entre a invenção e a realidade”.

Pesquisadora da Amazônia há 20 anos, Marilene Corrêa desenvolveu o tema traçando um diálogo entre a literatura, a filosofia e a ciência na representação do conhecimento sobre a região, partindo do escritor argentino Jorge Luis Borges, quando ele diz não haver livro perdurável que não inclua o sobrenatural, e recorrendo à filosofia dos quatro elementos (terra, água, fogo e ar) do filósofo francês Gaston Bachelard.

- A arte é uma forma de conhecimento. Ao mesmo tempo em que a literatura inventou a sociedade brasileira, a sociedade brasileira inventou a literatura - destacou.

Flifloresta 2008

Com 400 inscritos, entre estudantes, professores, pesquisadores, escritores e outros intelectuais, o Simpósio de Cultura e Natureza na Amazônia termina nesta quarta-feira (19) pela manhã no município de Presidente Figueiredo (AM), na Cachoeira da Onça, onde será lida a Carta da Floresta, que será redigida pelos palestrantes e demais convidados do evento.

O Flifloresta é promovido pelo Instituto Nacional Valer de Cultura (INVC), Serviço Social do Comércio (Sesc-AM), Câmara Amazonense do Livro e Leitura (Call), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect), Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas (Fapeam), Rede Amazônica de Televisão, Prefeitura Municipal de Manaus e parceiros.

Outras informações sobre o Flifloresta no site: http://www.flifloresta.com.br


Fotos: Raphael Cortezão/Portal Amazônia


Para assistir a vídeos com notícias e informações sobre a Amazônia, acesse gratuitamente www.portalamazonia.com/videosdaamazonia. Faça o seu cadastro!

(http://portalamazonia.globo.com/pscript/noticias/noticias.php?pag=old&idN=75142