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[Flávio Bittencourt]

O guerreiro honrado

Saladino e seus comandados venceram, em 1187, uma batalha que foi decisiva para que os muçulmanos conquistassem Jerusalém: foi a grande vitória de Hattin, próxima à cidade de Tiberíades, que estava sitiada.

(Com a colaboração de Luciana C. Bittencourt)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

"Ele mandava não torturar, dava água e comida aos adversários capturados, reconhecendo o Direito dos Vencidos e isso serviu para que os cruzados cristãos nele se inspirassem, sendo até hoje considerados honrados: o sultão Saladino."

(Coluna "Recontando...")

 

 

11.10.2012 - O guerreiro honrado - O sultão Saladino.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

O site Opera Mundi divulgou:

"(...) 1187 - Sultão Saladino reconquista Jerusalém e põe fim à era das cruzadas

 

Governante decidiu reforçar a jihad, sua guerra santa contra os infieis

 
 

 

 

 

 Senhor do Egito e da Síria, o sultão Saladino conquista uma grande vitória sobre o exército dos cruzados da Palestina no dia 4 de julho de 1187, ao pé da colina de Hattin, próximo do lago Tiberíades. Esta batalha termina com a reconquista de Jerusalém pelos muçulmanos e torna ilusória a manutenção dos cruzados na Terra Santa.

Ao longo dos anos, os cruzados vindos da Europa foram sendo assimilados à população local ao casarem-se com moças armênias, gregas ou siríacas. Seus filhos seriam marcados pela miscigenação cultural. Um fluxo permanente de peregrinos armados vindos do ocidente os ajudavam a defender seu território contra os muçulmanos.

Os novos cruzados, impacientes para lutar contra os infieis, não escondiam seu desprezo pelos cruzados já instalados na Palestina e seus descendentes. Não entendiam seu relacionamento cordial com os vizinhos turcos ou árabes. Os reis que se sucediam em Jerusalém faziam de tudo para impedir esse relacionamento. Contudo, a união tão temida surge em 1174 sob a égide de um chefe providencial, o curdo Saladino.

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No mesmo ano [1174], o rei Amauri I morre e é seu filho que herda o trono sob o nome de Balduino IV. Mas ele só tinha 13 anos e logo descobriu que sofria de lepra. Não obstante, o jovem preservava o reino com coragem pedindo para ser levado em liteira ao campo de batalha se necessário.

O chamado Rei Leproso mantinha relações de estima com seu inimigo Saladino a quem, apesar disso, combatia com energia. Em 1177, o exército de Saladino sitia os cruzados em Ashkalon, um porto do sul da Palestina, e depois se dirige a Jerusalém. No entanto, Balduino IV lhe inflige uma pesada derrota.

Quando, em 16 de março de 1185, o infeliz Balduino IV falece, Raimon de Tripoli e os barões do reino tentam impedir que Gui de Lusignan assuma o poder. Mas este, habilmente, toma a regência em nome de Balduino V, filho de Sibila, ainda criança. No poder, Gui se beneficia da cumplicidade interessada de três conselheiros:  Héraclius, patriarca de Jerusalém; Gérard de Ridefort, grande-mestre da Ordem dos Templários; Renaud de Châtillon, príncipe da Antióquia.

Châtillon é também senhor da Cisjordânia e chefe da poderosa fortaleza de Kérak, a leste do rio Jordão. Esses domínios permitem-lhe controlar as comunicações entre os muçulmanos do Egito e da Síria. Decide lançar uma expedição marítima no Mar Vermelho em 1183, visando saquear o santuário de Meca. Suas tropas são derrotadas dois dias antes de seu objetivo.

Saladino adoece gravemente em 1185. Até aquela altura, se limitava a comandar o mundo muçulmano pouco se preocupando com os francos e com Jerusalém. Decide então relançar a jihad – a guerra santa contra os infieis.

Na primavera de 1187, Châtillon ataca de novo uma caravana, violando a trégua entre cruzados e muçulmanos. Com um fato agravante: a irmã de Saladino fazia parte da caravana. O sultão exige uma reparação ao rei de Jerusalém, Gui de Lusignan, que recusa. Saladino põe-se em marcha com todo o seu exército em maio de 1187. Uma derradeira tentativa de conciliação conduzida por Raimon III de Tripoli fracassa pelo fato de os Templários, comandados por  Gérard de Ridefort, terem atacado uma coluna de alguns milhares de soldados muçulmanos.

Após uma jornada em pleno sol, o exército estaciona ao sopé da colina de Hattin. No dia seguinte, na manhã de 4 de julho de 1187, a colina é cercada pelos muçulmanos. É o massacre. Quase toda a cavalaria franca perde a vida. Raimon III, todavia, consegue escapar com alguns cavaleiros.

O sultão se apossa da Verdadeira Cruz, uma relíquia descoberta por Santa Helena que acompanhava os francos em todos os campos de batalha. De volta a Damasco, entrega 300 monges-soldados do Templo e da Ordem dos Hospitalários aos religiosos ultraradicais inimigos, que os executam de maneira tão selvagem quanto torpe diante dos olhos de Saladino.

Para tomar a Cidade Santa, que, para surpresa de Saladino, estava bem defendida, tiveram de sitiá-la. Seus sapadores chegaram a abrir uma brecha na muralha. O patriarca Heraclius dissuade os sitiados a buscar uma saída. Balian solicita então uma entrevista com Saladino, que, irritado com a resistência dos francos, exige uma rendição incondicional.

Saladino concorda em preservar a vida e a liberdade dos sitiados em troca de dez besants - antiga moeda bizantina de ouro – para cada homem, cinco para as mulheres e um para as crianças. Coortes de refugiados são conduzidas pelos soldados para as portas de Tyr e de Tripoli, ainda nas mãos dos cruzados. Héraclius teve a preocupação de levar consigo todos os objetos preciosos das igrejas.

Ao tomar a Cidade Santa em 3 de outubro, Saladino manda abater a cruz dourada erigida 88 anos antes no alto da mesquita de Omar. Força seus prisioneiros Gui de Lusignan e Gérard de Ridefort a fazer os defensores das portas a se render. Termina assim a grande empresa inaugurada pelo papa Urbano II – as Cruzadas. Durante mais um século, os cristãos do Ocidente tentariam retomar Jerusalém, sem vigor nem sucesso."

 

(http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/22823/hoje+na+historia+1187+-+sultao+saladino+reconquista+jerusalem+e+poe+fim+a+era+das+cruzadas+.shtml)