Uma grande lembrança, grandemente prazerosa, chegamos, eu e minha companheira X., no Charles de Gaule naquela manhã de domingo e fomos direto para nosso hotel ao lado da Sorbonne. Era muito cedo e eu disse: "Vamos à Notre-Dame, ainda podemos pegar a missa das dez". Ela topou. Saímos sem abrir as malas em disparada rumo à Catedral. Os sinos dobravam, majestosos. O mundo se abria para aqueles dois jovens brasileiros. Paris estava como sempre bela. A missa começou com uma pompa e área de proteção fora do comum. Guardas por todos os lados. Eu perguntei a alguém: "Que se passa?" Respondeu-me o outro: "É o Cardeal de Paris que vai oficiar a missa". Ficamos pasmos. O cardeal veio, ia passar muito perto de nós, passou e nos cumprimentou, com um gesto de cabeça e de mão. Apesar de proibido tirei-lhe a foto (que está aqui). Minha amiga exultava. Por isso, ainda hoje ela é minha companheira, tantos anos se passaram. Creio que o Cardeal de Paris nos casou ali. Por isso ainda estamos juntos (cada qual na sua casa). Ela continua casada (com o outro). Eu permaneço fiel, solteiro. E ainda estou em Paris.