Maria Azenha disse
Querido Rogel,

“ Fios de Luz, aromas vivos”, uma sua leitura magistral . Nos entrega uma chave que abre mil poemas dentro de cada poema . portas que se abrem continuamente.Infinitos dentro de infinitos, auroras que fazem o quê diante da morte?

Sinto-me pequena criança a descobrir nos mil espelhos a voz que sempre chama .

Como refere , através de Cage: “ Poesia é não ter nada a dizer e dizer: não possuímos nada”.

Ao lê-lo , durante a noite, fui registando alguns aromas que as suas palavras e os poemas de “ Retrato de Mãe” de Jorge Tufic me trouxeram:

Lembro-me destes que se cruzaram,

Estava na primavera.

E a morte era um sonho em branco.

Neste “ Retrato de mãe” as suas reflexões remeteram-me para as Matrioshkas, umas dentro de outras, em que a última é a única que não é oca. “ …a alma sai inteira, como quem abre a luz da primavera.”, disse-o.

Vou voltar a este livro com mil livros dentro, sempre que a Voz me chamar.

Estou maravilhada.

Abraço grande,

Maria Azenha