Lançamento: A borda do Mar de Riatla, de Diego Mendes Sousa
Em: 04/04/2025, às 22H23

Diego Mendes Sousa imprime uma carga poética de altíssima densidade lírica às suas ‘transgressões’, no atravessar de suas fronteiras linguísticas e estéticas. Embora a poesia de Diego Mendes Sousa abra margem para inúmeros e fecundos estudos linguísticos e poéticos, é nas asas do maravilhoso, do encantado e do sublime que devemos navegar para nos banharmos de um novo humanismo que se delineia nas palavras dos grandes poetas que assinalam as transições civilizatórias. Como Diego Mendes Sousa.
Com essas palavras, Ana Arguelho, doutora em Literatura, exprime o que individualiza a poética de Diego Mendes Sousa em novo livro: A BORDA DO MAR DE RIATLA. Na obra, lê-se poemas como
FIM DO MUNDO
O coração foi a pique!
a pique derruíram o tempo
caíram os silêncios despencaram as casas
tombaram os sonhos cessaram as saudades
a pique as ruínas das palavras alvas
a pique o sangue sonolento
e mais nada...
abateram-se os desertos
derribaram o ser ambíguo
destruíram as mãos também vacilantes
desmoronaram o destino
ao fundo, os rios afundaram
os navios
a prumo, os navios naufragaram nos rios
os rios a pique soçobraram
as cidades
sucumbiram a terra
arrastaram o mar
apagaram do mapa
os oceanos
declinaram as civilizações
pau a pique
soterraram os pássaros
os horizontes
a liberdade
sepultaram os poetas e os loucos
enterraram o que havia à vista
a alma
o amor
e as gerações mudas
foram a pique
calado ficou o mundo
o coração a pique em outro abismo...
Poema de Diego Mendes Sousa
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