Eu sou o Carlos Imperial

Porque eu, você... nós gostamos de música jovem, nós gostamos de discoteca!

 

 

 

 

 

 

 

 

"A empregada vai curtir adoidado conosco, aqui,

OS EMBALOS DE SÁBADO À NOITE:

Programa Carlos Imperial! "

 

CARLOS IMPERIAL

 

 

 

 

 

"(...) Carlos Imperial foi, ao longo de quase 40 anos, uma espécie de médico e monstro do show-business brasileiro. (...)"

 

Mauricio Stycer, apresentando entrevista com Denilson Monteiro adiante

reproduzida na íntegra

 

 

 

 

 

"(...) Vamos tirar o tapete da sala [DA SUA CASA]...

 

Pega a mesa e bota lá no canto pra não atrapalhar!

 

Onde é que nós vamos colocar as cadeiras?

 

Bota lá no quarto da empregada!

  

Deixa eu falar com a mamãe

 

Bota a mamãe diante da televisão!

 

Vai mamãe, deixa!

 

Eu sei que a senhora vai criar um caso,

 

porque a sala vai ficar desarrumada...

 

Mas é só durante o programa,

 

pra todo mundo dançar em casa, também!

 

Mas vai, vai, Mamãe... vamos com calma!

 

Tira o tapete, mesa lá no canto, 

 

bota as cadeiras lá no quarto da empregada:

 

A EMPREGADA HOJE VAI SER HOMENAGEADA... pronto!

 

BOTA AS CADEIRAS NO QUARTO DA EMPREGADA E

 

TRAZ A EMPREGADA PRA SALA PRA DANÇAR CONOSCO!"

 

 

CARLOS IMPERIAL

 

 

 

 

 

PROGRAMA CARLOS IMPERIAL:

http://www.youtube.com/watch?v=lPP8OVjq4rA&feature=related

 

 

CHAMADA: PROGRAMA CARLOS IMPERIAL:

http://www.youtube.com/watch?v=MBduQn954MI&feature=fvw

 

 

 

 


                    Homenageando a memória de Carlos Imperial (1935 - 1992) e

                    agradecendo a Denilson Monteiro pelo livro que escreveu

                    sobre o cara que era DEZ, NOTA DEZ!

 

 

 

16.11.2010 - Ele era dez, nota dez! - Quando faleceu, depois de ter sido submetido a uma cirurgia, milhões de pessoas choraram. Ele era CARLOS IMPERIAL e até hoje é lembrado com carinho por legiões de admiradores, em todo o Brasil.   F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

DENILSON MONTEIRO ESCREVEU

A BIOGRAFIA DE CARLOS IMPERIAL

E CONCEDEU A ENTREVISTA A SEGUIR

TRANSCRITA (A MATÉRIA É DE

MAURICIO STYCER, do iG)

 

 

"Carlos Imperial não era santo nem mau-caráter", defende autor de biografia

13/01 - 13:25 - Mauricio Stycer, repórter especial do iG

 

Lançada há pouco mais de dois meses, “Dez! Nota Dez”, a biografia de Carlos Imperial (1935-1992) escrita por Denilson Monteiro vem cumprindo uma carreira semelhante à do personagem retratado no livro: todo mundo conhece, mas evita falar muito. A “culpa” está longe de ser do livro – uma minuciosa pesquisa, fartamente documentada e bem escrita.

 

O problema, parece ser, é o mal-estar ainda causado pelo personagem que emerge desta biografia. Carlos Imperial foi, ao longo de quase 40 anos, uma espécie de médico e monstro do show-business brasileiro.

Descobriu, ajudou ou deu impulso à carreira de gente como Roberto Carlos, Tim Maia, Wilson Simonal, Erasmo Carlos, Elis Regina e todo um time de cantores bregas, menos votados. Compôs músicas de sucesso na Jovem Guarda. Produziu peças de teatro que marcaram época, como “Um Edifício Chamado 200”. Igualmente, produziu inúmeros filmes na fase de ouro da pornochanchada brasileira.

Ao mesmo tempo, Imperial usou e abusou de métodos escusos para promover seus artistas e projetos culturais. Inventou histórias, mentiu, armou falsas brigas, plantou notas na imprensa. Pessoalmente, o “Gordo”, como era chamado, cultivou uma imagem debochada, sempre cercado de muitas mulheres (a quem chamava de “as lebres do Imperial”), e de desprezo à moral reinante. Era um “ogro midiático”, na feliz expressão de Denilson Monteiro.

Tão amado quanto odiado, ou desprezado, Imperial morreu cedo, aos 56 anos. “Ao todo, cerca de cem pessoas compareceram ao enterro. Nem chegava perto da quantidade de gente que o Gordo ajudou”, anota Denilson Monteiro, com precisão, na biografia.

Nesta entrevista, o autor tenta explicar o seu trabalho. Fala das dificuldades que enfrentou para editar o livro (recusado por “quase todas” as editoras do país), critica a imprensa por não dar a atenção devida ao trabalho, reflete sobre Carlos Imperial, diz que evitou a “canonização” do personagem e afirma que o ex-prefeito Cesar Maia, com seus factóides, é uma figura que lembra um pouco o seu biografado.

Quanto tempo demorou para fazer o livro?
Seis anos. Nesse período, participei da pesquisa dos livros “Vale tudo, o som e a fúria de Tim Maia”, de Nelson Motta, e de “Clara Nunes, guerreira da utopia”, de Vagner Fernandes.
 

Imperial, sentado no colo de
Clóvis Bornay / Reprodução

Quantas pessoas exatamente você entrevistou?
Perdi a conta, mas acho que foi pra lá de 200. Tudo me interessava, amigos de colégio, de turma da praia, artistas, políticos, dirigentes esportivos, empregados... Todo mundo tinha algo de que eu precisava, não podia desperdiçar nenhuma fonte.
 
Há algum autor de biografias que te inspira? Que serve de modelo?
Eu tive dois escritores que li e nunca mais abandonei: Monteiro Lobato e Paulo Setúbal. E, claro, Ruy Castro e Fernando Morais são grandes referências. Hoje, as biografias são um sucesso graças a eles.
 
É correto dizer que você adotou um ponto de vista objetivo, mas com simpatia pelo seu personagem?
Participei de um debate sobre biografias em que estavam a Stela Caymmi, autora de uma biografia sobre seu avô, o Dorival Caymmi, e a Maria Célia Barbosa Reis da Silva, de “Antônio Fraga, personagem de si mesmo”. As duas (Stela já é óbvio) admitiram a simpatia por seus personagens. Mas, como no meu caso, não fizeram concessões, mostraram todos os lados.

Na minha opinião, a biografia do Caymmi não evita a “canonização” do personagem.
Ao longo do trabalho, procurei evitar o início de um processo de canonização de Carlos Imperial. Quis mostrar que ele também tinha o seu lado obscuro. Se o resultado final leva a tê-lo como uma figura simpática, é porque ele realmente era assim. Conversei com diversas pessoas que o conheceram. Em muitos momentos temi que batessem com o telefone na minha cara. Mas, na maioria das vezes, não foi assim. O Aderbal Freire Filho falou com muito carinho dele, sorriu várias vezes ao recordar a época em que dirigiu peças produzidas pelo Imperial. Claro, caiu uma lágrima quando lembrou a briga que tiveram, mas, apesar do incidente, o saldo foi positivo. A famosa “absolvição do morto”? Acho que não. O Gordo acaba realmente seduzindo as pessoas, mesmo depois de morto.

Imperial fez uma série de coisas moralmente condenáveis (mentiras, armações variadas) para conseguir espaço na mídia e promover o seu trabalho. Você não faz nenhum julgamento sobre essas práticas dele. É isso?
A minha proposta nunca foi julgar, foi contar o que aconteceu, deixo o julgamento para o leitor ou para o “Quem tem medo da verdade?”.

Ao relatar objetivamente várias situações absurdas (as falsas brigas, as armações, as notas plantadas na imprensa), não pode dar a impressão que você concorda com os métodos do Imperial?
É natural essa simpatia pelo biografado, você convive diariamente com a vida dele, fica sabendo o que ele comia, vestia, suas alegrias, tristezas, tudo. No que me diz respeito, procurei não dar uma imagem de santo ao Imperial e nem de mau-caráter, mostrei os dois lados. Não emiti uma opinião porque minha proposta não era analisar Carlos Imperial, era contar o que aconteceu durante os 56 anos dele. Mas posso te dizer isto aqui e agora: concordo com muita coisa que o Gordo aprontou. Várias jogadas do Imperial são uma grande demonstração de inteligência, de saber aproveitar os meios que tinha em mãos.

 

"Gordo" (Imperial) dirigiu oito filmes, grande parte pornochanchadas / Reprodução

Imperial iria nadar de braçada nos dias de hoje?
Muito artista que hoje está aí numa posição mais confortável deve isto às “armações imperialescas”. Ele sabia promover um produto como ninguém e isto é admirável. Eu fico imaginando o que ele não estaria aprontando atualmente tendo a internet a seu alcance. Tem aquela frase que ele disse para o Erasmo: “Quando você estiver em alguma situação difícil, seja qual for, pare e pense: ‘O que faria Carlos Imperial nesta hora?’. Tenho certeza de que você vai tomar a decisão certa”. Se o pessoal fizesse isso, talvez o negócio andasse melhor.
 
Você vê alguém usando métodos semelhantes ao do Imperial hoje no esforço de promover trabalhos na mídia?
Bem, no Rio de Janeiro tem o ex-prefeito César Maia, um homem que criava seus famosos factóides, como usar casaco no verão e dizer que caso o seu candidato à sucessão não obtivesse determinado índice nas pesquisas, andaria nu pela cidade. Mas não tem jeito, o Imperial foi muito além disso.

Ricardo Calil escreveu outro dia no blog dele que o seu livro ainda não teve a repercussão que merecia. A que você atribui isso?
Você há de convir que existem alguns  profissionais nos meios de comunicação com uma mentalidade bem obtusa. “Imperial morreu há 16 anos, não vai atingir o nosso público alvo”, diz um produtor de programa de TV. Aí você recebe um e-mail de um leitor de 20 anos dizendo que adorou o personagem e pedindo pra te encontrar e receber uma dedicatória. “Não posso falar deste livro no meu jornal, já saiu uma matéria em um concorrente”, alega um editor, esquecendo que nem todo mundo lê todos os jornais e que o escritor tem muitas informações que ainda podem ser dadas. Mas apesar disso, parafraseando o Lulu Santos, existe “gente fina, elegante e sincera” (o Calil, por exemplo) que fala do livro. Tem havido sim, uma boa divulgação, com matérias em revistas e jornais e entrevistas em rádios. Recebi elogios do Joaquim Ferreira dos Santos, Washington Olivetto, Moysés Fuks, meu mestre José Louzeiro, um cara rigorosíssimo, o crítico Mauro Ferreira e outros notáveis. Até apareci na TV, mostrando que falo bem e não sou de se jogar fora. 
 

Cantor, ator, apresentador e produtor,
Imperial era multimídia / Reprodução

Você acha que a imprensa e as editoras, de um modo geral, temem falar de um cara como o Imperial justamente por causa do perfil dele?
Não. Acredito que o grande problema seja o desconhecimento do personagem, ou a crença de que uma história como a dele não tem um grande alcance perante o publico por já ter um certo tempo. Isto é uma grande bobagem, uma vez que todos aqueles que ouvem suas histórias ficam fascinados e procuram conhecê-lo melhor. Dentre as muitas besteiras que me disseram, uma delas foi que meu livro era destinado apenas para o pessoal da geração do Imperial. No dia seguinte, o DJ e fotógrafo Maurício Valladares me manda um e-mail dizendo que, ao voltar de Brasília, encontrou no avião um casal de jovens lendo meu livro. O problema é que tem um pessoal que acha cultura um bem de consumo com prazo de validade.

Você encontrou dificuldades para publicar o livro? Por que nenhuma grande editora se interessou?
Dificuldades? Incontáveis. Bem, as grande editoras não devem ter acreditado no personagem, ou no autor. Falta de conhecimento? Talvez. É complicado você ligar para uma editora e dizer: “Meu nome é Denilson Monteiro, sou o pesquisador da biografia do Tim Maia que o Nelson Motta escreveu e queria saber sobre a possibilidade de publicar meu livro aí com vocês” e ouvir: “Tim Maia? Não conheço esse livro. Mande seu material pelo correio que daqui a três meses te daremos uma resposta”. Aí a Matrix se interessou, comprou a idéia, estamos juntos. Mas tenho um recado às livrarias: não demorem tanto com a reposição, se o livro se esgota rapidamente, é sinal de que ele é um sucesso. 

Quantas editoras você tentou antes da Matrix?
Quase todas. Teve uma que nem tentei, vi que não valeria a pena, certamente meu nariz aquilino não se enquadraria no perfil dela. Lembra da história do Roberto Carlos peregrinando atrás de uma gravadora para o seu primeiro disco? Foi bem parecido. Aquelas passagens da caitutuagem (a divulgação feita pelo próprio artista), também estão sendo feitas por mim.

Leia mais sobre: Carlos Imperial".

(http://ultimosegundo.ig.com.br/mauricio_stycer/2009/01/13/carlos+imperial+nao+era+santo+nem+mau+carater+defende+autor+3310992.html)